Foto Fundação J.Nabuco-Recife.Pe |
Poucos conhecem no Sudeste a obra de Hermilo Borba Filho- Palmares , Pe -1917/1976: Encenador, Romancista, Contista, Jornalista, Crítico teatral, Autor de Peças e um agente político no meio Artístico/Acadêmico e Popular.
Participou do MCP , Movimento de Cultura Popular*, combatendo a Ditadura dos militares.Trabalhou em São Paulo, na revista Visão, dirigiu inúmeros atores à época, anos 60/70, entre eles Derci Gonçalves e atores da companhia de Nydia Licia e Sergio Cardoso.
Fundou O TPN, Teatro Popular do Nordeste, com sede na Av. Conde da Boa Vista,espécie de Av Paulista, à época, em Recife, quando esta era a terceira maior cidade do país.Afora isto, fundou e desenvolveu o Teatro do Estudante de Pernambuco(https://bit.ly/2uECPAP)
Conheci Hermilo, através de Marcos Siqueira e Luiz Mauricio Carvalheira, ambos encenador, ator e com os mesmos e seu grupo, atuamos politicamente em ações culturais dentro da cidade do Recife , especialmente na periferia. Marcos foi o fundador, pós morte de Hermilo do Teatro Hermilo Borba Filho em Olinda, em que destacam-se ainda hoje vários atores e professores como Stela M. Saldanha e João Denys A Leite, entre outros.
Um grupo de intelectuais, entre eles Nanci Soares e eu-anos 70, fundamos a Comunidade Escola Hermilo Borba Filho -Espinheiro-Bairro- Escola de modelo Alternativo, tendo como colaboradoras/supervisores as irmãs de Paulo Freire.A escola tinha um modelo parecido com a Escola Comunitária de Campinas-SP. A mesma Escola ainda promovia eventos sobre a Cultura Popular e entre eles, junto com a Fundação Joaquim Nabuco a primeira exposição de Brinquedos Populares do Recife.
Destaque-se que a mesma Escola contou também com a participação, desde a fundação e Coordenação, da Psicanalista Anamaria Vasconcelos, até seus derradeiros anos da instituição.Afora pessoas de destaque como professores- como-Sergio Gusmão , Sueli Galvão e Vera Gomes entre outros tantos.
Esta Semana, Recife presta homenagens devidas ao grande Hermilo , não atoa a presença do Mamulengo em todas as datas, títeres, que era uma paixão do Hermilo e foi utilizado nas suas atuações políticas e na formação dos atores no TPN E TEP. A atriz e intelectual Leda Alves, sua última companheira, faz um trabalho de preservação de sua obra.
O Diário de Pernambuco traz em sua edição de hoje, Caderno Viver, matéria que se segue abaixo -https://bit.ly/2NY3IIP.
Paulo Vasconcelos
Eventos resgatam a vida e a obra do ator, crítico, autor e teatrólogo pernambucano HERMILO BORBA FILHO
Por: Breno Pessoa
Publicado em: 17/07/2018 10:41 Atualizado em: 17/07/2018 11:00
Ator, crítico, ensaísta, autor, encenador e professor, o teatrólogo nascido no Engenho Verde, no município de Palmares, Mata Sul do estado. Foto: Acervo |
A importância de Hermilo Borba Filho (1917-1976) é difícil de ser mensurada, dada a contribuição para o teatro, local e nacionalmente, até mesmo pela amplitude da carreira, que transitou por diversos campos das artes cênicas. Ator, crítico, ensaísta, autor, encenador e professor, o teatrólogo nascido no Engenho Verde, no município de Palmares, Mata Sul do estado, tem a trajetória e obra resgatada em uma série de atividades na 16ª Semana Hermilo, promovida pela Prefeitura do Recife e o Governo de Pernambuco, deesta terça-feira (17) até o dia 22.
O primeiro dia da programação tem dois lançamentos literários: uma reedição do romance Sol das almas, de autoria do teatrólogo, e o ensaio Teatro Popular do Nordeste (TPN): O Palco e o Mundo de Hermilo Borba Filho, de Luís Reis, pesquisador do Departamento de Teatro da UFPE e autor de tese de doutorado o pensamento teatral do autor centenário. Os livros serão lançados em evento no Museu do Estado (Avenida Rui Barbosa, 960, Graças), às 19h. A entrada é gratuita.
Filho do ator e diretor teatral Carlos Reis e da atriz e professora de teatro Lucide da Veiga Pessoa, Luís Reis acompanhou desde cedo a movimentação dos palcos do estado, em particular o Teatro Popular do Nordeste (TNP), fundado por Hermilo. “Em meus primeiros anos de vida, quando aprendia a falar, frequentei as coxias do TPN, entre espetáculos e ensaios”, recorda o autor, que classifica o local como “uma espécie de escola, em uma acepção ampla para essa palavra: um local onde pessoas se encontram e põem em diálogo ideias, saberes e valores”. Em atividades entre 1959 e 1975, o TPN foi responsável por encenações de vanguarda no país e, principalmente, importante na formação de um teatro com identidade local.
“Foi ainda um espaço de inquietude e de resistência política”, descreve Reis, que observa também que o local reunia artistas e intelectuais de diferentes visões. “Embora às vezes distintos em suas convicções e em suas filiações partidárias, uniam-se contra as formas de ameaça à liberdade e à dignidade do ser humano”, avalia. Além dos dois lançamentos, a programação terá a abertura da exposição Teatro Popular do Nordeste, organizada por Luiz Reis, com acervo cedido por Leda Alves, secretária de Cultura do Recife e viúva de Hermilo. A exposição terá início amanhã, às 18h30, no Teatro Hermilo Borba Filho (Cais do Apolo 142, Bairro do Recife), e fica em cartaz até 2019.
Na mesma noite, às 20h, será encenado no local o espetáculo Sapatos e vestidos, adaptação de Carlos Carvalho do conto homônimo de Hermilo. A produção é do Coletivo Construtores de Histórias e Produções Paralelas. O espetáculo será gratuito. Após a apresentação, o professor da pós-graduação em letras da UFPE Anco Márcio Tenório Vieira irá comentar o trabalho do teatrólogo pernambucano. No sábado, às 19h30, o teatro terá, ainda, leitura dramatizada do conto Lindalva, de Hermilo, protagonizada por Flávio Renovatto, Ivo Barreto e Dani Travassos, com direção de Eron Villar.
* O Movimento de Cultura Popular (MCP) foi criado no dia 13 de maio de 1960, como uma instituição sem fins lucrativos, durante a primeira gestão de Miguel Arraes na Prefeitura do Recife. Sua sede funcionava no Sítio da Trindade, antigo Arraial do Bom Jesus, localizado no bairro recifense de Casa Amarela.
16ª SEMANA HERMILO
17.07 (Terça-Feira)
19h Lançamento do romance Sol Das Almas, de Hermilo Borba Filho (3ª. edição), e do ensaio Teatro Popular do Nordeste (TPN), O Palco e o Mundo de Hermilo Borba Filho, da Cepe Editora. Local: Museu do Estado
18.07 (Quarta-Feira)
18h30 Exposição de 25 crônicas escritas por Hermilo nos anos 1970 e publicadas em jornal e mesa-redonda com Leda Alves, Joca Souza Leão e Juareiz Correya. Local: Arquivo Público de Pernambuco
Dia 19 (Quinta-feira)
9h às 16h Oficina de Mamulengo do Mestre Zé Lopes
18h30 Banco de Cavalo Marinho de Dinda Salu e Abertura da Exposição Teatro Popular do Nordeste
19h Lançamento do livro TPN - Palco e Mundo de Hermilo Borba Filho
19h30 Palestra de Luiz Reis
20h Encenação do espetáculo Sapatos e Vestidos
Dia 20 (Sexta-feira)
9h às 16h Oficina de Mamulengo do Mestre Zé Lopes
19h Leitura de crônicas de Hermilo pelo ator Flávio Renovatto
20h Encenação do espetáculo Sapatos e Vestidos
Dia 21 (Sábado)
9h às 16h Oficina de Mamulengo do Mestre Zé Lopes
19h Leitura de crônicas de Hermilo pelo ator Flávio Renovatto
19h30 LiteraturaXDramatização: Lindalva
Dia 22 (Domingo)
16h Apresentação da produção da Oficina de Mamulengo do Mestre Zé Lopes
19h Leitura de crônicas de Hermilo pelo ator Flávio Renovatto
19h30 Espetáculo Festança, do Mamulengo Sorriso
* O Movimento de Cultura Popular (MCP) foi criado no dia 13 de maio de 1960, como uma instituição sem fins lucrativos, durante a primeira gestão de Miguel Arraes na Prefeitura do Recife. Sua sede funcionava no Sítio da Trindade, antigo Arraial do Bom Jesus, localizado no bairro recifense de Casa Amarela.
O MCP recebeu diversas influências, principalmente de obras e autores franceses. Seu nome foi herdado do movimento francês Peuple et Culture (Povo e Cultura). Suas atividades iniciais eram orientadas, fundamentalmente, para conscientizar as massas através da alfabetização e educação de base.
Era constituído por estudantes universitários, artistas e intelectuais e tinha como objetivo realizar uma ação comunitária de educação popular, a partir de uma pluralidade de perspectivas, com ênfase na cultura popular, além de formar uma consciência política e social nos trabalhadores, preparando-os para uma efetiva participação na vida política do País.