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quarta-feira, 10 de outubro de 2018

UM POETA MORTO e a falta que nos fará ! Um dos mais digno representante de nós brasileiros.




Cantou e dançou no Brasil, compôs e gritou suavemente pela nossa Bahia e pelo Brasil!!!!!!!
Matéria abaixo do Correio da Bahia  , mas antes :escute, leia- ARNALDO ANTUNES:


https://glo.bo/2Elwzpo




Moa do Katendê compôs Badauê, um dos hinos do Ilê Aiyê (Foto: Reprodução)

Conheça Moa do Katendê, artista morto durante discussão sobre política

Caetano, Lazzo e outros artistas destacam sua importância para a cultura da Bahia
Romualdo Rosário da Costa falava pouco. Entre os amigos, há quem diga que, para que ele abrisse a boca, era um trabalho imenso. Mas quando se transformou no artista e mestre de capoeira Moa do Katendê, no fim da década de 1970, Romualdo falou muito. Através de suas muitas artes – a música, a dança, a capoeira –, Moa disse muito à Bahia e ao mundo.
Aliás, ‘se transformou’, não. É difícil encontrar um relato de alguém que diga como Moa despertou para a arte; os amigos contam que ela sempre esteve com ele. Na madrugada desta segunda-feira (8), aos 63 anos, o homem que falava tão pouco deixou mais uma mensagem – à Bahia, ao Brasil, ao mundo. Moa do Katendê foi assassinado brutalmente após uma discussão política. 
A notícia de sua morte veio logo nas primeiras horas da manhã desta segunda. Abalou parentes, amigos, artistas, capoeiristas, pessoas ligadas ao circuito cultural em Salvador. O artista, autor da canção Badauê, eternizada pelo Ilê Ayê, foi morto com 12 facadas, quando bebia com um irmão e um primo, no Bar do João, em frente ao Dique do Tororó, no Engenho Velho de Brotas, pouco depois da meia-noite desta segunda.
De acordo com o Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), o autor do crime foi o barbeiro Paulo Sérgio Ferreira de Santana, 36, que, segundo testemunhas, chegou ao bar defendendo ideias de Jair Bolsonaro (PSL), candidato à Presidência da República.
Ele ouviu críticas de Moa e, depois que a discussão acabou, foi até em casa, buscou uma faca e voltou para atacar o artista. O crime aconteceu apenas algumas horas após a confirmação de que Bolsonaro e Fernando Haddad (PT) se enfrentariam no segundo turno das eleições presidenciais no país.
O cantor Tonho Matéria, amigo de mais de 30 anos, ficou surpreso com as circunstâncias. A imagem de Moa que conheceu era de um homem calado, que não tinha hábito de discutir.
“Estava vendo uma reportagem em que o rapaz falou que chamou ele de negro. Moa jamais ia criar um ato racista. Isso não existe. Mestre Moa era um exemplo de dignidade”,dizia, incrédulo, por telefone, ao CORREIO.
Tranquilo no combate
Até na capoeira, Moa era diferente. Costumava ensinar de forma tranquila. O cantor Lazzo Matumbi conta que os amigos até se divertiam com o quanto ele era calmo enquanto praticava o esporte. “Ele dizia: ‘eu passo a minha paz de espírito exatamente para mostrar como executar os golpes’. E a gente vê que ele não teve nem tempo de se defender com o que ele conhecia”. 
Moa sempre viveu no Dique Pequeno, localidade onde o crime aconteceu. Ali, conheceu Mestre Beto Gogó, que o iniciou na capoeira. Como muitos meninos que cresceram na localidade, foi influenciado pelos ensinamentos do mestre. Em pouco tempo, se tornou uma referência de continuidade no trabalho de Gogó. 
Moa do Katendê foi um dos mentores dos afoxés da Bahia (Foto: Reprodução)
O ‘Katendê’ do nome veio depois da capoeira. Era um apelido herdado de um grupo folclórico de que fez parte ainda na década de 1970. O grupo, na época, era formado por estudantes do antigo Colégio Iceia, no Barbalho, e participava de disputas intercolegiais. Um dos irmãos de Moa, assim como Lazzo, também fazia parte. Eram alunos da professora Lúcia de Sandes, que dava aulas sobre folclore. 
“Moa tinha uma academia de capoeira na época, isso no começo da carreira de todos nós. Eu tocava e cantava no grupo, enquanto Moa dançava e jogava capoeira. Era um grupo folclórico que expressava cultura”, lembra Lazzo.
Para o gerente de equipamentos culturais da Fundação Gregório de Mattos, Chico Assis, Moa do Katendê foi um dos maiores difusores da capoeira e dos afoxés para o mundo. É difícil até estimar o que o artista representou para a música baiana e para o Carnaval.
Na mesma década de 1970, Moa começou a compor para blocos afro. Em pouco tempo, se consagrou vencedor de diversos festivais que aconteciam nos blocos afro.
Foi assim que compôs, para o Ilê Ayê, a música que fez com que ficasse ainda mais conhecido: Badauê. Na canção, ele pede que o interlocutor não esqueça da beleza do Ilê. “De longe se nota a sua riqueza, esmagando sua tristeza. E o povo, com certeza, vai aplaudir”, diz a música.
Fundador e presidente do Ilê, Antônio Carlos dos Santos, o Vovô, lembra bem de quando Moa chegou ao primeiro bloco afro da Bahia. Na época, ele não veio sozinho. Veio acompanhado de outros compositores do Engenho Velho de Brotas, como Jorjão Bafafé e Vicente de Paula. Para Vovô, Badauê se tornou um dos clássicos do Ilê.
“Essa foi uma lacuna muito grande para os carnavalescos da Bahia, para os capoeiristas, para o pessoal da cultura. Moa foi o grande mentor do renascimento dos afoxés na Bahia”, diz Vovô do Ilê, adiantando o que aconteceria, em seguida, na vida do artista.
Após a criação de Badauê, a música, veio Badauê, o afoxé. 
Mentor dos afoxés
O afoxé foi fundado em 1978, na mesma época em que Moa faz parte de um grupo cultural chamado Jovens Loucos, fundado também no Engenho Velho de Brotas. Foi em 1979, no Carnaval, que o Badauê saiu no Carnaval de Salvador pela primeira vez, como conta Chico Assis, autor de uma dissertação de mestrado sobre a memória do afoxé, defendida na Universidade Federal da Bahia (Ufba), em 2017. 
Desde 1979, foi como se o Badauê desse novo significado aos afoxés. “O Badauê foi muito importante, porque era um momento em que os afoxés estavam enfraquecidos e veio esse afoxé contemporâneo, que trazia uma miscigenação, uma tradição e uma contemporaneidade. Isso fez com que os afoxés voltassem à cena com muita força, junto com o ressurgimento dos Filhos de Gandhy nessa época”, explicou Chico. 
O Badauê logo começou a chamar atenção de artistas como Caetano Veloso, Gilberto Gil e Moraes Moreira, que passaram a frequentar os ensaios do afoxé.
“Começou um movimento de certificação do ijexá, que acredito que tenha sido esse movimento que deu origem ao que, anos depois, passou a se chamar de axé music”. 
Caetano, inclusive, refere-se ao afoxé diferentes canções do álbum Cinema Transcendental: na própria Badauê ("Misteriosamente o Badauê surgiu / Sua expressão cultural o povo aplaudiu" - ouça abaixo) e em Beleza Pura ("Moço lindo do Badauê, beleza pura").
Em seu perfil no Instagram, Caetano escreveu que deve a Moa a revelação de ouvir pessoas na rua cantando esses versos. 
“Moa era meu amigo e foi uma das figuras centrais na história do crescimento dos blocos afro de Salvador. Estou de luto por ele. (...) Fundador do Badauê, compositor, mestre de capoeira, Moa vive na história real da cidade e deste país”, publicou.
Alguns anos atrás, Moa quis trazer o Badauê de volta. Queria revitalizá-lo. Procurou Lazzo, pediu a opinião. Só que o cantor ponderou: naquela época, no fim dos anos 1970, o afoxé era algo novo, revolucionário. Ficou marcado na mente das pessoas justamente por isso. 
“Eu falei: ‘ô, bicho, aquele Badauê que você criou já foi. Era uma marca que ficou no coração das pessoas. Se você recriar o Badauê, não vai ser a mesma coisa”, defendeu Lazzo, na ocasião.
Para o cantor, o Badauê era um projeto de resgate da autoestima da comunidade negra. Tinha propósito social e político.
“Mas, nos dias de hoje, todas as coisas que a gente combatia que estão vindo à tona de novo, a ponto de desencadear um caso como esse. Nos deixa muito tristes porque mostra o quanto a nossa sociedade não avançou”, afirmou Lazzo. 
Andarilho
Em casa, Moa também falava através da música. Aos cinco filhos, ensinou a paixão pela cultura e pelas artes. A filha Jasse Mahi nem soube dizer quando, exatamente, ele começou a vocação. 
Para ela, ele sempre foi músico. Os dois costumavam cantar juntos em casa. Elis Regina, Tim Maia, músicas de capoeira, músicas do próprio Moa. Um começava, o outro seguia. 
Jasse diz que nunca viu o pai triste. Nunca o viu chorar – só de alegria. Com ele, aprendeu a ter força. A não desistir dos objetivos, mas sempre com humildade. “Ele me ensinava muito a respeitar o direito dos outros, que o meu direito começava quando o do próximo terminava”, lembra. 
Nesta terça (9), Moa viajaria para São Paulo. No fim de semana, participaria de um evento com o afoxé que ajudou a criar na cidade, o Amigos do Katendê. Ia promover oficinas de dança e música no Tambores de Zé Benedito, no bairro de Pinheiros. 
Nos últimos anos, como explica Chico Assis, Moa se transformara em um andarilho – um que levava, na mala, a cultura baiana. “Hoje, tem esse afoxé que ele fundou em São Paulo, tem ramificações de afoxés que ele ajudou a construir no Rio Grande do Sul, em Minas Gerais, em Recife (PE). Com a capoeira, ele circulava por diversos países da Europa. Hoje, a gente é que deve uma grande salva de palmas a esse grande artista”. 
Entre os amigos e parentes, uma fala comum, repetida por diversas vezes: a mensagem de Moa era da tranquilidade, do respeito e da tolerância. E, para eles, isso não vai mudar. 

terça-feira, 9 de outubro de 2018

É preciso lutar ‘contra o aparelho em sua cretinice infra-humana’ Luciana Hidalgo capturas do Facebook

Pensar é um ato  de extrema complexidade, sobretudo se queremos ir a fundo.Pensar é desarranjar o posto vulgarmente, é ir em busca de constructos mais profundos, cercando-se do pensamento já posto  pela Filosofia e entremeando-se com os  pilares conceituais do sujeito.  Luciana Hidalgo faz isto diante do que seja o FASCISMO, ora arregaçado no mundo e em nossa sociedade.Tomo seu post no seu Facebook:
V. FLUSSER

HANNAH ARENDT

Lendo a excelente biografia do filósofo tcheco Vilém Flusser, “O homem sem chão”, bem-escritíssima por Gustavo Bernado e Rainer Guldin, encontro um trecho sobre o fascismo e o homem. Um texto pertinente nesse momento em que um presidenciável de ideias fascistas atrai muita “gente boa” por aí. Pior: nesse momento em que o presidente do Supremo Tribunal Federal decide que o Golpe de 1964 (aquele que começou com tropas militares cercando o Rio de Janeiro, derrubou o presidente civil do país e instituiu uma ditadura com presidentes militares durante 21 anos no Brasil) agora é “movimento" de 1964. A opção pelo eufemismo diz muito. Ao relativizar o golpe militar de 1964 (que realmente só deu certo devido ao apoio da sociedade civil da época), a autoridade máxima do Judiciário brasileiro relativiza a ditadura e o fascismo em si. Recorro, pois, à filosofia. A partir de Hannah Arendt e Vilém Flusser, Gustavo e Rainer explicam a genealogia do fascismo, isto é, por que e como gente como a gente vai aderindo a ideias fascistas, aceitando e participando da barbárie, dia a dia, às vezes sem nem se dar conta:
“A filosofia alemã, de origem judaica, demonstra a falsidade da concepção corrente: de que os maiores males são cometidos pelos maiores monstros. Na verdade, para Hannah Arendt, os maiores males são cometidos por funcionários medíocres empregados, isto sim, por aparelhos gigantescos.

Flusser concorda com ela, mas procura, como sempre, olhar para o avesso do problema: como pessoas cultas, quando empregadas por aparelhos medíocres, cometem males que nunca deveriam ter cometido. Ou seja: enquanto Hannah trata do aparelho como transformador de gente medíocre em funcionário poderoso e destrutivo, Vilém estuda o aparelho como transformador de gente culta em funcionário incômodo e chato. 

Ambos os tipos de funcionário, entretanto, sustentam e promovem aparelhos como o do nazismo, como nos ensina Flusser no seu artigo:


'Todos temos a vivência do aparelho chato, nem todos, felizmente, do aparelho destrutivo. Quem é apanhado na engrenagem do aparelho destrutivo (por exemplo, do nazismo) tem a sensação do terror e de ser triturado. E quem entra desprevenido na engrenagem do aparelho chato (por exemplo de uma firma comercial ou de um instituto de ensino) tem a sensação do cômico e da futilidade. Mas a distinção é provisória, fortuita e perigosa. Lembro-me do período de formação do nazismo, quando o seu aspecto cômico e fútil era perfeitamente visível. Mais tarde o terror apagou este aspecto. E a comicidade dos aparelhinhos chatos encobre a sua tendência de triturar-nos aos poucos. Tivesse sido tomado a sério, quando ainda aparelhinho cômico, e talvez não teria tido Eichmann.’


É preciso lutar ‘contra o aparelho em sua cretinice infra-humana’, defende Flusser. Todavia, como os aparelhos são inevitáveis, podemos superá-los se e somente assumirmos uma atitude irônica perante eles. A ironia não é passiva, mas sim subversiva, no sentido literal do termo. Ela solapa os aparelhos porque participa do jogo mediocrizante deles, sim, mas nunca para ganhar o jogo: o que se tenta é alterar o jogo para melhor desconjuntar o aparelho.” por Luciana Hidalgo


* tomo a liberdade de por aqui o link de um texto do Gustavo Bernardo e Rainer Guldin
https://bit.ly/2Qt20zs

segunda-feira, 8 de outubro de 2018

PSOL ESTÁ COM HADDAD -NOTA OFICIAL-

VAMOS LER COM ATENÇÃO, precisamos somar, somar, convencer com argumentos claros! AVANTE


#EleNão: para derrotar Bolsonaro e defender direitos, no 2º turno o PSOL defende o voto em Haddad e Manuela
As eleições no primeiro turno terminaram mantendo o mesmo cenário de instabilidade e polarização provocados pelo golpe de 2016 e que aprofundou uma crise econômica e social que já se desenvolvia. Também aprofundou uma crise de representação política de tal monta que gerou as condições para o surgimento de uma candidatura de extrema-direita e que chegou ao segundo turno com apoio de parte considerável das classes dominantes. A eleição golpeou diferentes caciques políticos, fazendo com que a extrema-direita capitalizasse a raiva social contra o “sistema”.
O 2º turno é a continuidade da luta contra o fascismo e o golpe. A tarefa central nesse momento é, portanto, derrotar Bolsonaro. Sua derrota abre a possibilidade de bloquear a agenda iniciada por Temer, garantir a soberania nacional e reunir condições para seguir defendendo as conquistas democráticas frente ao autoritarismo. Para isso o PSOL apoiará a partir de agora a candidatura de Haddad e Manuela, mesmo mantendo diferenças políticas e preservando nossa independência. Convocamos toda a nossa militância a tomar as ruas para continuar dizendo em alto e bom som: ele não!
O PSOL e a aliança que conformamos no primeiro turno em torno de Boulos e Sônia, com os movimentos sociais e o PCB, intelectuais e artistas continuará a defender a dignidade do povo brasileiro contra a desigualdade e os privilégios. Essa candidatura marca o início de um novo ciclo na esquerda brasileira e o PSOL tem orgulho de ter acolhido e estimulado essa construção. Por isso, continuaremos a defender as causas que nenhuma outra candidatura teve a coragem de sustentar.
Estaremos na campanha para derrotar Bolsonaro e eleger Haddad e Manuela defendendo a soberania nacional e os direitos da maioria de nossa gente. Estaremos nas ruas e nas urnas exigindo a revogação de todas as medidas do governo Temer, contra a reforma da previdência, a reforma trabalhista, o fim do genocídio contra a população negra, o fim da violência contra a comunidade LGBT, a desmilitarização da polícia, a legalização das drogas, a demarcação das terras indígenas e quilombolas, o desmatamento zero e na defesa dos direitos das mulheres e todas as suas pautas – a igualdade salarial, a lista suja do machismo e a legalização do aborto. E para tanto, não abriremos mão da luta por nossa soberania energética com a defesa do Pré-sal, da Petrobrás e da Eletrobrás, na perspectiva de uma transição da matriz energética e do modal de transportes.
O PSOL compreende que a luta para derrotar Bolsonaro no 2º turno é para defender e ampliar direitos e não para negociá-los. Seguiremos enfrentando privilégios e lutando para que o povo ocupe o centro das decisões. Só assim será possível garantir um ciclo de esperança, justiça, igualdade e soberania no Brasil.
Orientamos nossa militância a constituir comitês amplos pelo #EleNão. O exemplo das mulheres, que tomaram as ruas no último dia 29 de setembro, nos inspira e fortalece para que novas manifestações massivas ocorram para derrotar a extrema-direita. Estaremos na campanha para levar Haddad e Manuela a vitória e para que a vontade do povo seja respeitada. Onde houver segundo turno para os governos estaduais, orientamos nossa militância a apoiar nomes que se oponham publicamente ao projeto de Bolsonaro. Em cada estado as instâncias locais definirão as formas de contribuir ativamente na mobilização popular para derrotar o atraso, priorizando a construção de espaços plurais e que incorporem todos e todas que defendem a democracia, mantendo nossos princípios e a coerência que marcam o PSOL.
Continuaremos nas ruas, juntos, sem medo de mudar o Brasil. Ele não!
Executiva Nacional do PSOL
São Paulo, 8 de outubro de 2018

As Grandes Cidades e o Conservadorismo - NE. Cuba do Sul Oi !!!!!!! Eleições 2018












As grandes metrópoles como: Rio, São Paulo e Minas são conservadoras, aliás o sudeste,vide resultados das  eleições. Padecem de uma doença, doença esta causada pelo stress e submissão ao capitalismo do patronato(?) ; falo isto da grande massa dos empregados, assalariados  pelo  infame  Salário Mínimo de morte. De outra parte aqui é o reduto dos grandes rentistas, da grande elite do país.

O patronato aqui ameaça a funcionários, compram seu voto pela tortura, ameaças- caso da Havan, Mânica,Tabacos D' Ítalia e outras enrustidas.
( Vide - https://bit.ly/2y4Xj7t e https://bit.ly/2zX1oNc )

O mundo ocidental denuncia tal fato e aqui os progressistas percebem e denunciam: é quase uma doença mental, ou melhor é uma situação do perverso.

O nordeste nos deu uma lição de progressivismo.Observem os resultados pelas mídias, e seus comentários, que  agora não podem falsear. E daí surgem os preconceitos e estereótipos em nos chamar -Nordestinos : de Cubanos ou Venezuelanos.Vide as redes ditas Sociais.Onde estamos, quanta falta de compreensão da diferença!!!!!!!!!!

Os Institutos de pesquisas perderam a credibilidade,isso é fato, ou o povo é mais sábio e não diz mais seu voto,  será? Caso de Suplicy, Dilma,e de alguns governadores que nao estavam entre os  mais votados e que não apareceram nos resultados, caso do Rio e Minas Gerais.

As discussões dos resultados pela mídia conservadora golpista fala num campo lexical que não se entende, o povo, não compreende. É  um politiquês absurdo e , assim, falam para uma classe  ilustrada, Comportam-se deste modo : a Band e e G.News, entre e outras,  gritando em  verdadeiros idiomas estranhos ou idioletos.Justificam o resultado da eleição com reflexões absurdas, claro  de uma ideologia classe média alta e não tem o menor interesse em descer para a simplificação maior dos fatos, nao se trata de banalizar as apreciações, mas desmitificar o complicado dos elementos que entram em análises para um português inteligível de acesso a todos. Claro, eles tem um target para seu programa e isso expulsa a população, menos  formada no politquês,  de ter acesso aos seus argumentos.

Fico apavorado em ver a cidade em que moro, São Paulo, dentro de tamanha alienação e agressividade patológica , mas precisamos resistir, sermos pedagógicos, lutar esclarecer, é preciso!
Vamos persistir, vamos ao segundo turno!

quarta-feira, 3 de outubro de 2018

A equipe de Bolsonaro não está numa bolha do algoritmo do facebook ou instagram por post de P .A Farias

Tomo aqui um post-Facebook de Pedro Américo de Farias -tomado de outro autor Helder Aragão.Pedro Américo é escritor, pernambucano- Ouricuri, formado em Letras e durante muito tempo foi radicado no Recife, onde tive um bom convívio com o mesmo. Paulo Vasconcelos



PRESTEM BEM ATENÇÃO, querida gente petista e feminista. Se liguem pra ver a realidade por dentro.
Via Helder Aragão deMelo (TranscrevoTum amigo que se aventurou nessa seara sinistra):
“Textão sobre minha experiência em grupos de whatsapp que apoiam o BOZO nos últimos dias: a pior possível. Mas fiquei com uma certeza após o Ibope de ontem: analistas estão errando feio por não conhecerem o que ocorre no subterrâneo de muitos grupos de zap que apoiam Bolsonaro.
Desde que começou a campanha eleitoral, alguns amig@s me incluem em grupos de whatsapp a favor de Bolsonaro. Meu celular chegou a ficar até 4 grupos de apoiadores do coiso. 

Educadamente pedia pra sair, mas nas ultimas semanas fui (re)incluído em três grupos e fiquei em todos com um objetivo: curiosidade sobre o que os move a favor dessa figura do mal.
O que presenciei nesses grupos foi um trabalho aparentemente orquestrado por profissionais de marketing digital. Não posso afirmar se a origem é da cúpula da campanha do candidato, mas ele é o beneficiado direto da disseminação de notícias falsas através de vídeos editados que são muito mais difíceis de vc, por mais esperto que seja, não cair na armadilha da informação errada.
A tática é simples, mas deplorável: vale tudo para ganhar a presidência e os vídeos pelo zap tem sido cruciais, pois vêm dos seus amigos. A TV terá influencia zero nessa campanha.
São grupos grandes (muitos já completos) com objetivo claro de disseminar montagens que parecem ser verdade e, ao que consta na última pesquisa IBOPE, deu certo contra as mulheres que foram as ruas nesse final de semana.
A quantidade de vídeos editados mostrando mulheres com seios de fora no meio da multidão como se fossem no evento de sábado salta os olhos. Isso juntamente com palavras de baixo calão contra as participantes. “Atenção mulheres! Vcs se sentem representadas por essas “vadias”?” Palavras de um dos administradores do grupo que pedia para repassar o vídeo e a pergunta. Posts bem preparados para o whatsapp.
Num dos vídeos, o evento de sábado foi ligado a um outro acontecimento em que mulheres radicais quebram imagens sacras na visita do papa Francisco ao Brasil. Fato deplorável mas quem vê pensa que aconteceu sábado no evento do #Elenao.
Aos berros, um dos administradores pede para mostrar no grupo da família as tias, as mães, as avós... e mostrar o que a turma do “PT” e “Ciro” querem para o país. Na sequencia, a solução seria Bolsonaro com sua frase de impacto: Deus acima de tudo...
Quando o filho de Bolsonaro chama as mulheres de esquerda de feias ou outros adjetivos sabe o que faz: coloca gasolina nesses grupos que move a campanha do pai.
A subida de Bolsonaro não se deu, nem de longe, por conta do ataque de Alckmin ou Marina ou Ciro ao Haddad na TV como alguns analistas sugerem. Mas, sim, por cota do ataque orquestrado contra o evento de sábado das mulheres de forma velada nas redes sociais sem deixar rastro: via whatsapp.
A equipe de Bolsonaro não está numa bolha do algoritmo do facebook ou instagram como a dos demais candidatos, pois eles sabem como furar a bolha e falar para os indecisos.
Os candidatos democratas são fracos nas redes sociais e falam para os “convertidos” em suas bolhas algorítmicas. Não foi a toa que, mesmo após o evento de sábado, o candidato do mal cresceu exatamente nas mulheres e nos pobres.
Ou os candidatos democratas atuam forte nas redes sociais para falar fora da sua caixa com antídotos contra essa disseminação de vídeos montados via zap e contra essa ação de difamação das mulheres que foram as ruas sábado ou é melhor JÁ IR SE ACOSTUMANDO com Bolsonaro presidente em 2019.
Espero que não.”

terça-feira, 2 de outubro de 2018

Carta dos presidenciáveis Fernando Haddad e Manuela D’Ávila à comunidade do Ensino Superior no Brasil

LEIAM COM ATENÇÃO:




Esta carta significa, em primeiro lugar, o reconhecimento do papel fundamental que cada um de vocês desempenhará no nosso projeto de resgate do ensino superior como fator de desenvolvimento e significa, sobretudo, o nosso compromisso de reconstrução de um Brasil mais desenvolvido e mais justo.
Durante os governos Lula e Dilma, duplicamos o número de jovens nas universidades federais e promovemos uma efetiva revolução, abrindo as portas da universidade para os jovens oriundos do ensino público, para os negros, indígenas e quilombolas, para os filhos dos trabalhadores e trabalhadoras.
Criamos 18 novas universidades federais, instituímos o Programa de Reestruturação das Universidades Federais (Reuni), que promoveu a expansão da rede federal e a ampliação do número de vagas no ensino superior público.
Fizemos o novo ENEM e o SISU. Investimos na expansão de 173 novos campi para regiões que antes eram pouco atendidas ou totalmente desatendidas pelo governo federal e adotamos ações afirmativas para o ingresso e a permanência dos alunos com maior vulnerabilidade social.
Estamos certos de que foi esta uma das principais razões para tanto ódio destilado contra os nossos governos: o acesso dos segmentos sociais mais pobres e historicamente explorados às universidades e institutos federais, subvertendo 500 anos de exclusão.
*Expansão de Vagas*
A chapa Fernando Haddad e Manuela D’Ávila compromete-se firmemente com o resgate do Plano Nacional de Educação (PNE), garantindo uma nova fase de expansão, com qualidade do ensino superior e da educação profissional e tecnológica. Para isso, revogaremos a nefasta Emenda Constitucional 95, que congela por 20 anos os investimentos em educação e nas demais políticas sociais. Comprometemo-nos ainda com o estabelecimento de um diálogo permanente com universidades, institutos federais e comunidades locais.
*Assistência Estudantil*
Em nossos governos, construímos um novo perfil de estudantes. Hoje, 66% possuem renda familiar de até 1,5 salário mínimo per capita. O processo de expansão do número de vagas e democratização do acesso à universidade pública por meio das cotas foi complementado com a criação do Programa Nacional da Assistência Estudantil (PNAES), que hoje garante a permanência de um contingente significativo de jovens em sala de aula.
Precisamos garantir e ampliar a permanência efetiva dos nossos alunos em sala de aula, por meio de investimentos crescentes na assistência estudantil, na recuperação e ampliação das moradias de estudantes e restaurantes universitários.
*Autonomia Universitária*
Reafirmamos nosso compromisso com a democracia e a autonomia universitária. Não permitiremos a perseguição a professores e gestores acadêmicos pelos censores de plantão, que se esforçam para tolher a liberdade de cátedra. Em 13 anos de governos do PT, nunca censuramos, perseguimos ou tolhemos nenhum professor, pesquisador, gestor ou grupo de pesquisa. Reagiremos aos movimentos obscurantistas, propondo uma Educação com Ciência e Cultura.
*Ciência e Tecnologia para Todos*
Não podemos deixar de salientar o papel estratégico dos investimentos em ciência e tecnologia. As universidades e os institutos federais são essenciais para a produção do conhecimento científico e tecnológico, na pesquisa básica e na pesquisa aplicada.
Reverteremos os cortes nos investimentos em ciência e tecnologia, impostos pelo golpe. Voltaremos a ter um financiamento expressivo e estável. Entendemos que todas as instituições universitárias federais são de ensino, pesquisa e extensão e todas devem ter apoio tanto para a formação de quadros profissionais quanto para a pesquisa científica de ponta, a produção cultural, os estudos nas ciências humanas e na filosofia.
Não compactuamos com a concepção da década de 1990, segundo a qual apenas poucas universidades devem ser centros de pesquisa, enquanto a maioria fica à míngua, sem apoio para desenvolver suas áreas de excelência acadêmica.
Temos uma concepção generosa de universidade. Para nós, ela deve ser pública, gratuita, ampla no acesso, pertinente nas políticas de permanência e de excelência na produção científica.
As universidades e os institutos federais são estratégicos na construção de uma nação desenvolvida e soberana. Não somente na formação de profissionais, mas também na conformação de um pensamento crítico e democrático, na pesquisa científica em temas estratégicos, como as tecnologias aeroespaciais e engenharias (civil, elétrica, eletrônica, computacional, naval, química, mecânica etc.), e no estímulo às indústrias digitais, exploração de petróleo, pesquisa agropecuária, energias limpas, mudanças climáticas, segurança cibernética e formulação e execução de políticas públicas.
As instituições universitárias e os institutos federais serão partes essenciais desse esforço de desenvolvimento. Instituições de fomento, como CNPQ, Capes e fundações de amparo à pesquisa, terão seu orçamento recomposto e ampliado de forma profunda.
Estabeleceremos um amplo diálogo para o desenvolvimento de uma política de ciência e tecnologia à altura dos desafios do Brasil.
*Da creche à pós-graduação*
Nossa visão de mundo e nosso Plano de Governo não opõem ensino superior à educação básica. Concebemos a educação como uma política pública sistêmica. Por isso, daremos absoluta prioridade à educação, investindo da creche à pós-graduação.
Estamos assumindo compromissos e metas muito audaciosos. Para isso, precisaremos da mobilização das comunidades universitárias e dos institutos federais, não apenas durante a campanha eleitoral, mas também, e sobretudo, na difícil tarefa de governar após dois anos de desmonte do Estado promovido pelo golpe.
Reverteremos os retrocessos, resgataremos o projeto vitorioso liderado pelo presidente Lula
e avançaremos ainda mais.
Enfrentaremos forças poderosas. Mas confiamos na união de professores, reitores, estudantes, técnicos e trabalhadores, familiares de alunos e toda a sociedade para edificarmos juntos um país democrático, justo e sustentável.
Um abraço,
Fernando Haddad, presidente
Manuela D’Ávila, vice

segunda-feira, 1 de outubro de 2018

A DIVA QUE SE VAI -ÂNGELA MARIA- ELA SIM!!!!!!!





    O Brasil está de luto com a partida de uma grande artista -âNGELA MARIA- carioca, radicada em São Paulo, nos deixa um vácuo. Fez a História de nossa MPB. Influenciou milhares de cantores, intérpretes, como -Elis Regina- que declarava publicamente seu gosto àquela cantora.
    Fez no rádio a glória da MPB, junto com tantas outras e outros cantores. Ela foi nossa bailarina mor da música brasileira e nos mostrou ao mundo, mas nada melhor que um produtor Cultural falando de  nossa querida Angela Maria que se foi.Aqui vai sua postagem no instagram dele.Refiro-me ao Luiz Nogueira, que por sua vez conjuga sua fala a de Caetano, vejam abaixo:

  • "Essa semana foi dura. Se foi Tito Madi e agora nossa Sapoti. Caetano Veloso fez esse deslizamento psicanalítico, elevando Ângela à uma suíte que embala nossa identidade negra e que está tão profunda em nosso inconsciente que nem percebemos. Luiz Nogueira



    Por Caetano Veloso:
    Angela Maria é uma das figuras mais importantes da nossa cultura. Ouvi sua voz ao longo das décadas de minha formação e ainda fiquei assombrado com a musicalidade que ela exibia nos shows com #CaubyPeixoto já em décadas mais recentes. Vi de perto sua figura mulata (tinha o apelido de "Sapoti", fruta de cor castanha quase humana, que hoje, infelizmente, quase ninguém no Rio ou em São Paulo sabe o que é, levando muitos a concluirem que é coisa nordestina, embora se diga que o apelido lhe foi dado pelo gaúcho Getúlio Vargas) nos domingos do Programa Paulo Gracindo, no auditório da Nacional, na Praça Mauá. Seu repertório de sambas-canções, boleros, marchinhas e sambas de carnaval segue vivo em minha cabeça e me meu coração. Uma cantora vocacionada, uma luz na história do nosso povo. Olho o auto-retrato de Emanoel Araújo na parede de minha sala e penso que essas xilogravuras, as esculturas posteriores e a energia no comando da Pinacoteca e no Museu Afro Brasil não seriam o que são se não tivéssemos tido a voz e a beleza de Angela no fundo da nossa sensibilidade. Vidas e obras como as de Angela Maria são prova de que o povo Brasileiro não pode ser reduzido a mesquinharia de nenhum tipo. 🌹

segunda-feira, 24 de setembro de 2018

O GRITO VIVO DO POETA- PABLO NERUDA






Ao meu entender todo sujeito, cidadão, tem uma missão política irrecusável. Se omite-se, o faz para encobrir seu lado político, mas esta interface existe .
Pablo Neruda -1904/1973-foi um poeta que jamais recusou sua face política. 
Atuou na política, tendo cargos públicos e defendeu seu povo, não só  do Chile mas de todos os continentes, em especial os da América do Sul.Nenhum Nobel recobre sua missão poética e política ,ele era vasto.
Com muitos amigos no Brasil, nos anos 40 lotou em São Paulo o estádio do Pacaembú, para uma homenagem a Luis Carlos prestes, em que declamou para o público seus poemas. Nesta ocasião já senador da Republica Chilena.
Após 1945 logo depois de  ter nos visitado  foi cassado e perseguido.Sua obra Canto Geral é uma epifania lírica- um épico- em defesa da América Latina.O Brasil de Fato- https://bit.ly/2N05dUR- por Mayara Paixão presta-lhe justa Homenagem, em tempos de tantas derrotas em nossa América, e em especial o BRASIL. Paulo Vasconcelos

Um poeta que cantou a identidade latino-americana: Pablo Neruda

Neste 23 de setembro, completam-se 45 anos da morte do literata que versou e integrou o Partido Comunista chileno



Está meu coração nesta luta. 


Meu povo vencerá. 


Todos os povos vencerão, um por um. 


Trecho do poema "Um povo vitorioso" (1950)
Há 45 anos, a América Latina perdia um de seus maiores escritores: o chileno Pablo Neruda (1904 - 1973). Amigo pessoal de Salvador Allende, presidente do Chile que promoveu transformações sociais no país na década de 1970 e foi deposto por um golpe militar, Neruda é reconhecido como um dos poetas mais relevantes do século 20. Não por acaso, recebeu o Prêmio Nobel de literatura em 1971.
Para um país no qual a memória histórica é algo sagrado, o Chile guarda viva a presença de Neruda, como conta Franco López, chileno há oito anos no Brasil e pesquisador em América Latina: "Neruda é uma referência para qualquer chileno, algo que você vai aprender desde pequeno. Qualquer criança com cinco, seis anos no colégio vai estar recitando um poema de Neruda, vai conhecer a poesia e faz parte da nossa memória histórica".
Até hoje, a causa de sua morte não é certa. Ele morreu doze dias após o processo de golpe dos militares. A versão oficial alega que tenha sido causa natural, em decorrência de um câncer de próstata que o poeta carregava. Para muitos chilenos, porém, permanece a ideia de que ele foi envenenado pela ditadura neoliberal de Augusto Pinochet. Seu corpo já foi exumado quatro vezes.
Durante sua militância política, Neruda compôs a chamada ‘Geração de 1938’ e integrou as fileiras do Partido Comunista, em busca de uma sociedade mais justa e que conseguisse fazer uma transição para o regime socialista. Poeta engajado, muitos mitos também foram criados em torno de seu trabalho. Um deles se refere à participação do chileno no chamado Realismo Socialista, corrente artística da então União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS) entre as décadas de 1930 e 1960.
O pesquisador em literaturas hispânicas e assistente de pesquisa na Yale University (EUA), Gabriel Lima, explica que, apesar da comum associação, ela não é correta. "Neruda, já nos anos 60, fez um balanço crítico das atividades do stalinismo na União Soviética e sempre se colocou contra a doutrina do realismo socialista que preconizava uma utilização da arte como forma de propaganda política", conta. 
Salvador Allende e Pablo Neruda (Foto: Fundación Allende)

Amor e política

Neruda é muito conhecido por suas obras que versavam sobre o amor, mas seu trabalho vai além disso. Em uma época na qual a literatura sul-americana ainda era marcada por muitos regionalismos, ele demonstra um conhecimento grande sobre a poesia europeia e ajuda na renovação do verso na América Latina. Sua obra é dividida entre o amor e a política.
"Ele participa de um processo de construção da identidade latino-americana que vai ser fundamental para todos os escritores que virão depois", explica Lima.
Uma de suas obras mais conhecidas é Canto Geral, publicada em 1950 e escrita em meio a Guerra Fria e um contexto de perseguição aos comunistas em diversos países, inclusive no Chile. "Nela, ele canta o Partido Comunista chileno, a luta dos trabalhadores espanhóis, a Revolução Russa e inúmeros processos de luta popular na América Latina, então diria que essa é a obra mais importante do ponto de vista político e literário". 

Contradições

Assim como muitos escritores brasileiros, Neruda também é apontado por carregar contradições em sua obra. Uma das principais delas diz respeito às mulheres e a forma como são abordadas nos seus escritos. São versos como:

Corpo de mulher, brancas colinas, coxas brancas,


pareces-te com o mundo na tua atitude de entrega.


O meu corpo de lavrador selvagem escava em ti


e faz saltar o filho do mais fundo da terra.


Trecho do poema "Canto de mulher" (1924)
Desde a década de 1990, porém, a crítica literária acompanha os avanços da sociedade e tem se preocupado, cada vez mais, com questões ligadas às mulheres.
"A crítica aponta uma certa idealização excessiva da figura da mulher e uma delegação à mulher do prazer sexual do homem, a atribuição a mulher de papeis que sejam mais significativamente ligados ao prazer sexual do que outra coisa. Existem esses aspectos problemáticos na poesia dele, o que hoje vem sendo discutido, como na obra de muitos escritores", explica Gabriel Lima. "A gente sabe que todos os seres humanos são repletos de contradições".

Legado

Lado a lado com suas contradições, Pablo Neruda deixou mais do que uma herança intelectual para a literatura latino-americana. Aos amantes de sua obra, ou admiradores de sua trajetória profissional, a afirmação de que as sociedades atuais têm muito a aprender com seu legado é comum.
"Fica o legado do Neruda tanto quanto ativista político quanto como poeta para todos nós que hoje estamos enfrentando processos de crescimento do ódio na América Latina, de ameaças, de governos antidemocráticos. Neruda, pouco antes de morrer, escreveu "Yo no voy a morirme, salgo ahora, en este dia lleno de volcanes, hacia la multitud, hacia la vida" (saio do meu leito para a vida, para as multidões)", opina Lima.
O chileno Franco López também relembra a atualidade de Neruda. "É alguém que sempre está presente, que eu particularmente identificaria como um latino-americanista. Tem um poema muito interessante que, a partir da chegada de Hugo Chávez no poder, diz que a cada cem anos Simón Bolivar renasce nos povos."
Hoje, o Chile, assim como outros países da América Latina, vive uma onda conservadora sob o governo de Sebastián Piñera. Político de centro-direita, ele interrompeu uma trajetória de dez anos de governos progressistas no país.
Simón Bolívar, citado no poema de Neruda, foi um chefe político e militar líder das revoluções que levaram à independência de países como Venezuela, Peru e Bolívia, ficamos com a esperança do poeta: “Desperto a cada cem anos quando desperta o povo.”

Edição: Michele Carvalho

quinta-feira, 20 de setembro de 2018

AUGUSTO ROA BASTOS - AGUARDEM MATÉRIA EM VÁRIOS POSTS



Há escritores raros, muito raros, Augusto Roa Bastos é um desses. Pouco conhecido entre nós, sobretudo nos tempos presentes. Ele, no entanto, é de uma atualidade absurda nos atuais tempos em que o Brasil passa por um Golpe Supremo.Aguardem matéria. P Vasconcelos
"Augusto Roa Bastos. (Asunción, Paraguay, 13 de junio de 1917 - Asunción, Paraguay, 26 de abril de 2005). Narrador y poeta, es considerado el escritor paraguayo más importante del siglo XX y uno de los grandes novelistas de la literatura hispanoamericana.
Su infancia transcurre en Iturbe -pequeño pueblo culturalmente guaraní-, escenario y objeto referencial casi constante de su mundo novelístico. Participa en la guerra del Chaco entre su país y Bolivia, experiencia que aprovecha para su novela Hijo de hombre (1960), obra que abarca cien años de historia paraguaya. Es de destacar el rigor técnico con que el autor traza su relato, así como la fuerza de la prosa mestiza con que transcribe el habla regional.
Opuesto al régimen dictatorial de su país, vive casi siempre en el extranjero (especialmente en Buenos Aires) y ejerce como periodista, conferenciante y profesor.

Entre sus libros figuran varias colecciones de cuentos: El trueno entre las hojas (1953), El baldío (1966), Madera quemada (1967), Los pies sobre el agua (1967), Moriencia (1969) y Cuerpo presente (1971). Su obra más relevante es la novela Yo, el supremo (1974), inspirada en la vida del que fuera dictador de Paraguay entre 1814 y 1840. En ella profundiza en las raíces del español paraguayo, potenciando la creación de neologismos, deformaciones y continuos juegos tanto léxicos como sintácticos.
Además de escribir varios guiones cinematográficos, otras de sus obras son El pollito de fuego (1974), Lucha hasta el alba (1979), La vigilia del almirante (1992), El fiscal (1993), Contravida (1995) y Madame Sui (1995).
En 1989 obtiene el Premio Cervantes y, al año siguiente, la Orden Nacional del Mérito de Paraguay." ( https://bit.ly/2xrb3K6 )


"... a literatura, como toda arte, assume um dever, talvez inconsciente, mas é um dever: a necessidade de servir ao outro. E servir quer dizer estar em atitude de entrega, oferecendo. Isso cria laços solidários que estão conspirando justamente contra a cadeia de barbarização que não reconhece valores deste tipo. A materialização e a desumanização coletivas sempre tiveram vai-e-vens. Acho que estamos nos preocupando demais e espero que logo os sintomas desta forma da decadência humana se apaguem, buscando novas maneiras de participação social, de formar parte da trama de decisões, e não como simples espectadores do que ocorre na sociedade. E isso já está acontecendo. As pessoas reagem e se unem, como aconteceu na Argentina. Essa participação já é, em princípio, solidariedade. É preciso dar-lhe mais tempo. Pensemos que se a sociedade começa com mais de um (dois já são um germe de comunidade, porque nada do que um faça deixará de afetar ou beneficiar o outro), ambos têm deveres. E, neste sentido, a educação para a participação tem que ser chave. Viemos de uma educação bastante individualista e isso não nos ajuda para nada. Pense que um só homem não é nada frente o universo".  entrevista - parte a Jéferson Assunção(https://bit.ly/2t1r5cc)