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domingo, 19 de fevereiro de 2012

CARNAMÍDIA























Neste número recente da Revista Brasileiros tratei na coluna Palavra de Brasileiros da Mídia e o Carnaval.Um Carnaval espetáculo que tomou o lugar do carnaval popular participativo, como ainda ocorre em Olinda, Recife, Santa Catarina, dos centros maiores, entre outros, afora claro cidade como São Luis do Paraitinga-SP e o interior de Minas, por exemplo.
Mas o que a mídia Televisiva faz é discorrer sobre os carnavais espetacularizados tipo broduei em que é algo fechado, pago, e puro espetáculo para as redes venderem mundo afora.
Neste Carnaval , do Rio, destacadamente, o tema primordial foram estados do Nordeste e figuras da Cultura popular de lá, mas isto é desculpa para mostrar um lado popular,enquanto tema, mas que não resgata a participação popular, ou seja, o povo não entra em passarela, é negócio .
De modo diferente, temos O Galo da Madrugada(REC PE) e O Cordão do Bola Preta,(RJ) aonde o povo esta nas ruas e não se paga, onde o espetáculo é a massa .

A mídia tenta nos enganar com esta espetacularização.
Por outro lado há os que não curtem o Carnaval e descem para o litoral, ou interior como dizemos paulistas; e os que aqui ficam não tem opção de ter eventos.
O estado do Ceará, e Pernambuco preparou eventos paralelos em música nas regiões serranas do estado para atrair um público que não quer o carnaval estereotipado.

No Ceará, no carnaval, o jazz e o blues vão compor a trilha sonora de milhares de pessoas em Guaramiranga, no Ceará. Distante cerca de 123 km de Fortaleza, a cidade serrana está localizada sobre o maciço de Baturité, a 865 metros de altitude.
Ravi Coltrane (EUA) se apresentará com Gadi Lehavi (Israel) | foto: John Rogers
Em sua 13ª edição, o Festival Jazz & Blues de Guaramiranga, no Ceará, divulgou as atrações de 2012. Durante quatro dias (de 18 a 21/02), Guaramiranga vai receber músicos de Cuba, Israel, Estados Unidos, Bélgica, Argentina e Brasil, que se apresentarão nos palcos e praças da pequena cidade cearense. A organização do evento prevê um público de 12 mil pessoas durante o período momino.(http://bit.ly/bUHtqH)
Em Pernambuco, Garanhuns faz Jazz Festival com figuras tais como: Stéban Sumar (Chile), Tico Santa Cruz (RJ) e Andreas Kisser (SP), com Uptown Band (PE), Magic Slim (EUA), com Blues Special Band (Argentina) e Big Time Orchestra (PR).
Temos ai uma cultura mesclada, que atende a população, será que São Paulo, não desce do seu altar mor e copia as coisas boas do Nordeste , afinal tudo é Brasil.

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

terça-feira, 24 de janeiro de 2012

BRANQUIAMENTO -Sua rodinha,seus brancos, também é de cor!!!! Sabia?

Nega e nego do cabelo duro,espichado,colorido o pente que te penteia é o pente do calor,das sombras das árvores,brasileiras que restam.
É o pente de ouro que tu ajudaste a cavar o ouro para o país e sobretudo para Europa.
É o pente que arruma o cabelo desarrumado pelo canavial,espetado por pelos da CANA DE AÇÚCAR, que os senhores de engenho de Sampa e Pernambuco plantaram e roubaram o lucro de nós e boicota o etanol.
O teu pente fica junto com o espelhinho de bolso dos times brasileiros e que nós colocávamos e colocamos no bolso traseiro,assentando nossa bunda grande de nego e nega brasileira sinsinhô, sobre ele e na cadeira.
E que conversa é essa de BRANQUIAMENTO,desde a transamazônica ao desemprego agora de uma Europa falida que comeu nosso bagulho de preço e agora quer mandar branco para estar empregado na PETROBRÁS,enquanto se dá as costas aos nossos negros haitianos, que conversa do além é esta?
Branco europeu que pegar em maquina digital, servir a foxcom, mas não carrega o lixo dela,nem o esgoto de Sampa,coisa feita na maioria por nós negros ,mulatos, morenos,do pauzão,pauzinho ou grossinho -ficamos noites a fio ganhando ninharia e doença e que madama do morumbi, ipanema, alphavile e higienópolis e, e digo mais os donos de Hyundai não respeita o carro do lixo , onde estamos colhendo a merda, a camisinha e obs das filhas periguetes, pois estamos a empatar o trânsito.
Sua rodinha,seus brancos, também é de cor!!!! Sabia?
Para de branquear pois tua roda não é branca nem nos EUA,NEM PARIS,NEM NA TERRA DA MERKEL E DO DECADENTE JUAN CARLOS DE SPAIN FALIDA,FECHA-TE e calate teus cus.

sábado, 21 de janeiro de 2012

Recife x Bahia e Carnaval

O carnaval baiano já foi um grande carnaval,culturalmente falando,engajado com suas raízes e com seu povo, como foi o do Rio.Hoje degringolou e o capitalismo midiático,claro,apoiado pela indústria-anunciante,comeu suas raízes e o povo,que apenas olha, e não ultrapassa os cordões dos ABADAS,e faz broduei,como a coca fez o suco de caju cair do pé e deixou enganar as novas gerações.
Em Recife,o grande baiano Antonio Risério,grande crítico da mutação carnavalesca baiana foi convidado para opinar sobre a cidade e seu Carnaval,defendo seus frevos e maracatus.
Beth Carvalho,convidada este ano por Recife será que vai puxar o maracatus de dona Santa ou o samba de Cartola?
O que será,que será,que o João do PT e o governador de PE tramam?
Estão com medo do cordão do Bola Preta do Rio?
Sabe-se das disputa entre o GALO DA MADRUGADA E O CORDÃO DO BOLA PRETA.

terça-feira, 10 de janeiro de 2012

ORLANDO TEJO




Hoje, visitando o Recife, e revendo o Clube Náutico, no Café Delta, e estando com o genro-(Jornalista Antonio Martins) do grande paraibano, ORLANDO TEJO,lembrei-me da minha adolescência, e da valorização da palavra brasileira no pensamento de Tejo, um homem a frente de seu tempo, e da validação das nossas diferenças, o que nos faz mais ricos.
Um poeta que nos trouxe um outro grande poeta, ZË LIMERIA-vide livro-O poeta do Absurdo-.
Saudades deste homem de fibra que enfrentou o preconceito e desvelou os recônditos da palavra dos poetas, tidos como marginais, e que no entanto, são o sangue de uma nova língua.
Aproprio-me aqui de Ricardo Meira que já o lembrou.






COLADO DE RICARDO MEIRA
No ramo da propaganda e em outras áreas profissionais como: informática e administração, o exagero no uso de estrangeirismos é uma pratica recorrente, principalmente, por aqueles consultores empolados que sempre usam o mesmo tipo de paletó, corte de cabelo e vocabulários repletos de termos em inglês, desnecessários, diga-se de passagem.

Esta prática não é recente, o poeta campinense, Orlando Tejo, autor do famoso livro “Zé Limeira: o poeta do Absurdo”, trabalhou um tempo como redator da Fregapane & Associados, uma agência de publicidade do Recife. Aborrecido e indignado com aqueles que insistem em vilipendiar a língua portuguesa, escreveu, de improviso, um bem humorado poema, que, embora tenha sido escrito em 1979, ainda está bastante atual.

NÃO AGUENTO MAIS.

Eu saí da Paraíba,
Minha terra tão brejeira,
Pra fazer publicidade
Na Veneza Brasileira
Onde a comunicação
É toda em língua estrangeira.

É uma ingrizia só
O jeito de se falar,
O que a gente não compreende,
Passa o tempo a perguntar
E assim como é que eu vou
Poder me comunicar?

É bastante abrir-se a boca
O “inglês” fala no centro,
Nessa Torre de Babel
Eu morro e não me concentro…
Até parece que estamos
De Nova Iorque pra dentro!

Lá naquele fim de mundo
Esse negócio tem vez
Porque quem vive por lá
O jeito é falar inglês,
Mas, se estamos no Brasil
O jeito é falar Português!

Por que complicar a guerra
Em vez de se esclarecer?
E se “folder” é um folheto
Por que assim não dizer?…
Pois quem me pedir um “folder”
Eu vou mandar se folder.

Roteiro é “story board”
Nesse vai e vem estrangeiro,
Parece até palavrão
Que se evita o tempo inteiro...
Porque seus filhos das putas,
A gente não diz roteiro?

Estão todos precisando
Dos cuidados do Pinel
Será feia a nossa língua?
É chato nosso papel?
Por que esse tal de “out door”
Substituir painel?

É desrespeito à memória
De Camões que foi purista
E esse massacre ao vernáculo
Não aguenta o repentista
Pois chamam “lay out-man”
O homem que é desenhista!

Matuto da Paraíba,
Aqui juro que não fico,
Onde até se tem vergonha
De um idioma tão rico...
Por que se chamar de “free-lancer”
Um sujeito que faz bico?

Publicidade de rádio
Apelidaram de “spot”
E tem outras besteiradas
Que não cabem num pacote.
Acho que acabou o tempo
De acabar esse fricote!

Por exemplo: “body type”
“Midia”, ”top”, “merchandising”,
“Checking list”, “past up”
(Que se diga de passagem)
“Briffing”, “Top de Marketing”,
Tudo isso é viadagem!

Já é hora de parar
com esse festival grosso
Para que o nosso idioma
Saia do fundo do poço.
Para isso eu faço esse “raff”,
Isto é –perdão ! – esboço!

Nota: o texto acima foi baseado em informações obtidas do site http://www.luizberto.com, cujo autor é amigo de Orlando Tejo e costuma escrever causos do poeta de Campina Grande.
POSTADO POR RICARDO MEIRA ÀS 22:50
MARCADORES: NORDESTE, POESIA MATUTA

sábado, 7 de janeiro de 2012

Paraíba :patrimônio brasileiro com grande herança da Holanda

É preciso rever a política do Patrimônio histórico do Brasil e seus estados, João Pessoa, ou Felipéia, ou Frederica com marcas profundas da herança holandesa, desde o conjunto arquitetônico, pontes casarios, a gastronomia.Todavia falta preservação como em todo país,é urgente necessário gritarmos tomar atitudes,explicitar atitudes quanto a este patrimônio inavaliável.O governo federal precisa olhar mais para esta capital e dividir os olhares ,não só com PÉ ,mas com a PB!
O conjunto de praias da cidade é de uma verdadeira Polinésia. holandesa, linda.!!!!!!!!!!!!
O monumento em homenagem a a Ariano ,nem todos conhecem, é lindo,fica na Lagoa,centro da cidade de. JP.
A Holanda não está só no Recife, a capitania de Pernambuco avançava por terras além de pernambuco e portanto da vizinha Paraíba, lugar onde M. de Nassau esteve escondido, na cidade do Conde, e que as pessoas desconhecem que este conde é o próprio Mauriciu de Nassau.

segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

O tempo é um sujeito gago

É assim que falo com meu bicho-eu-e com meu bico mesmo, BOM DIA este novo tempo que se diz em gráfico numérico 2012.
Passando por estes dias em minha terra PB, não me conheço bem muito menos esta terra, dita a minha capital.Mas. como dizia um autor do meu tempo-V de Carvalho- O tempo é um sujeito gago, é preciso ter paciência para entender as verdades que ele diz-assim vou me engolindo para entender os goles do tempo.
O tempo, não é breve, breve somos nós que construímos a tudo dentro de uma brevidade inteiriça e assim nos deleitamos sem vigiar as porteiras que nem abrimos nem fechamos, criamos.Criamos a nós como gigantes, pobre gigantes,adormecidos,a foto nos mostra isso.Corroendo a tudo a física nos come, e assim dizemos ser o tempo, pobre de nós.
Não há partidas, nem chegadas, há criação desta loucura que somos.
Mas vejo a praia de Tambaú PB, e vejo que o tal do tempo físico é imperdoável, aliás se é que ele é isto ou seu contrário, mas é física e a isto não escapamos, e nascer ou morrer é físico, orgânico e não tem erro, somos terra.
Bem- Vindo física de um novo tempo que derrubastes minhas Gameleiras,mas deixastes na memória, por um tempo, so por um, mas por enquanto sim .
Bom dia FELIPËIA PARAHYBANA que além da física os homens, te delapidaram e te apelidaram de João Pessoa.

quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

RECIFE EM 3G NATAL 2011

RECIFE MANTÉM -NO NATAL-A SALVO SUA CULTURA MESMO JUNTO COM TECNOLOGIA


























Recife é exemplo de cidades que convivem com a manutenção de sua cultura popular juntando-se a alta tecnologia eltetrônica/digital,uma se aglutina a outra sem ofuscar-se, isto nos alegra, pois é prova que uma não se opõe a outra, que aprendam os grandes centros como São Paulo que copia os EUA, numa capangagem alienista dos poderes públicos e privados dos grandes bancos.
Aprendam"

sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Mia Couto -- "Há quem tenha medo que o medo acabe"

Utopía por Eduardo Galeano

O NATAL COMO UM DIA QUALQUER E ANO NOVO IDEM


Talvez a data nos sirva para pensarmos, meditarmos,como estamos o que somos e para onde estamos indo.
Pro princípio somos todos iguais, na humanidade, diferentes pela briga extenuante do capitalismo e o poder nele que cresce, como erva daninha, mas estamos sobre ela e ele claro..
Pensemos, como seres que tem vida curta, breve, e que precisamos de todos, que necessitamos de todos, sem que com isso não resguardemos nossos direitos, de pessoa.
De todo modo como dias novos desejo bons dias.

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

HOMOFOBIA A INSTITUIÇÃO DE UM PERVERSO SOCIAL

Fico me perguntando do porquê de um síndrome das ações de HOMOFOBIA ,caso agora espalhando-se em Goiânia .
Será que o conluio das ditas Igrejas HOMOFÓBICAS dentro do seu cenário do PERVERSO não está por trás disto,desta proliferação de tais ações
As famílias caretas estimulam isto, por calar-se, as igrejas não se posicionam,sobretudo aquelas da porção HOMOFÓBICAS.
E agora?
Só nos resta denunciar pressionar o poder que baixou a cabeça diante da lei que puniria o preconceito; e mais ir as ruas e gritar,escandalizar,
pois maior escândalo é a sociedade viver no temor dos perversos engavetados,ou sofrer danos físicos, morais e não ter resposta da justiça com rapidez e a devida eficiência.
É conclamar escolas,universidades e o povo em geral para dar fim a esta escabrosa receita de preconceito que aflige uma sociedade que pasmou com revoluções sexuais, mas não desmoronou a panacéia moral dos falsos novos.
Tinha razão o saudoso Hitchens em falar o que falou da Igreja.
Que deus é esse estreito?
Onde está a Roma e seu palhaço, que não acorda para o sexo?
Que igreja é esta que promove genocídios de HIV por ser contra o preservativo e no entanto vários de seus componentes sucumbem e sucumbiram ao HIV.
Basta, de fazer sexo escondido, homo ou hetero.
E afinal se é como diz a louca afirmativa que o hetero e o homo são escolhas e gerados pela família,então é no botão da genitália hetero que cresce e se formata o homossexual?
Abaixo o falso moralismo, que admite sexo entre os iguais nas brincadeiras dos machos ,das mocinhas moçoilas e senhorase em finais de semana semana, no vestuário dos clubes,nas escolas, universidades, nos carros em locais ermos, ou nos motéis afastados e nas férias ditas a negócio, nos provadores de roupa lingerie, nos filmes heteros que acatam a homossexualidade feminina, nos treinos dos esportes, no roça roça debaixo da mesa, nos beijos nos sanitários
O pinto, peru,cu,ânus ,vagina pertencem a quem os tem e faz deles o que quer com gozo.
O gozo é direito natural de quem vive.

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

A CESARIA ÉVORA

















Sodade cantamos nós agora
Sodade e a falta de tua guela limpa
do teu riso moreno
das águas que pintaste
nas mornas que ficarão frias
do cabo que já não será mais tão verde.

Si bô 'screvê' me
'M ta 'screvê be
Si bô 'squecê me
'M ta 'squecê be
Até dia

Sodade sodade
Sodade
Dess nha terra Sao Nicolau
Nha sentimento
adeu Cesária

A SERGIO BRITO PARODIANDO DRUMMOND -RESÍDUO


De tudo ficou um pouco Sérgio
Do meu medo ao saber de ti.
Dos gritos gagos. Da rosa que tanto dissestes
ficou um pouco

Ficou um pouco de luz
captada no chapéu do teu palco

Pouco ficou deste pó
de que teu branco sapato cansado
se cobriu. Ficaram poucas
roupas, poucos papeis encolhidos dos textos
pouco, pouco, muito pouco.

Mas de tudo fica um pouco.
Da ponte com teu público
de duas folhas de grama e gana
do maço
- vazio - de cigarros, ficou um pouco.em tua língua

Pois de tudo fica um pouco.

De teu áspero silêncio, nas coxias
um pouco ficou, um pouco
nos muros zangados
no tecido da ribalta, muda, que sobe.

Ficou um pouco de tudo
no pires de porcelana de tua bebida
dos teus vídeos
ficou um pouco
de ruga na vossa testa, pelo descaso que tivestes de muitos,
retrato.de um artista

Se de tudo fica um pouco Sergio
mas por que não ficaria
um pouco em Fernanda, no trem de tua esperança
que leva ao norte, no barco,
nos anúncios de jornal declarando tua ausência, agora


De tudo fica um pouco, talvez muito.
Não muito: de uma torneira
pingara esta gota absurda,
meio sal e meio álcool, de teu afastamento de nós
salta esta perna da morte que te convidou
este vidro de relógio
partido em mil desavisos
este pescoço de cisne, que não mais dançará
este segredo infantil...
De tudo ficou um pouco:
de mim; de ti; de de Natália
Cabelo na tua manga,
de tudo ficará um pouco;
vento nas orelhas minhas, me recordando
simplório arroto, gemido
de víscera inconformada,por tua partida
e minúsculos artefatos:
campânula, lápis, cápsula
de revólver... dos teus comprimidos
De tudo ficou um pouco.

E de tudo fica um pouco.
Oh!!! abre os vidros de loção
e abafa
o insuportável mau cheiro da memória, que nos atormentará por tua aesência

domingo, 18 de dezembro de 2011

A DIVA DE PÉS DESCALÇOS ENCANTOU-SE NA MORTE





A cantora cabo-verdiana Cesária Évora, de 70 anos, morreu esta manhã no hospital Baptista de Sousa, em São Vicente, Cabo Verde, onde se encontrava internada desde sexta-feira.
A notícia foi confirmada à Lusa pelo diretor clínico do hospital, que explicou que a morte ocorreu por volta das 11:20 de hoje por "insuficiência cardio-respiratória aguda e tensão cardíaca elevada".
Alcides Gonçalves disse ainda que desde que Cesária deu entrada no hospital esteve internada nos serviços de cuidados intensivos "com um quadro muito complexo".
"Diva dos pés descalços"
A "diva dos pés descalços", como a imprensa se referiu muitas fez a Cesária Évora, nasceu há 70 anos na cidade do Mindelo, na ilha cabo-verdiana de S. Vicente no seio de uma família de músicos.
Numa das muitas entrevistas que deu, certa vez, afirmou: "tudo à minha volta era música". O pai, Justiniano da Cruz, tocava cavaquinho, violão e violino, instrumentos que se tornaram característicos daquelas ilhas, o irmão, Lela, saxofone, e entre os amigos contava-se o mais emblemático compositor cabo-verdiano, B. Leza.
"Cise" como era carinhosamente tratada pelos amigos, tornou-se no nome mais internacional de Cabo Verde, país de onde o mundo conhecia já grandes músicos como Luís Moraes e Bana.
Desde cedo que Cesária Évora se lembrava de cantar, como referiu numa das muitas entrevistas que deu: "Cantava ao ar livre nas praças da cidade para afastar coisas tristes". Aos 16 anos canta nos bares das cidade e nos hotéis começando a ganhar uma legião de fãs que a aclamavam já como "rainha da morna".
A independência da nação africana, em 1975, coincide com o início de um "período negro" da cantora que deixa de cantar, tem problemas com o alcoolismo e trabalha noutra área.
Em 1985 a convite de Bana, proprietário de um restaurante e uma discoteca com música ao vivo em Lisboa, Cise vem a Lisboa e grava um disco que passou despercebido à crítica, seguindo para Paris onde é "descoberta" e daqui, como aconteceu com outros cantores, partiu para os palcos do mundo.
Em 1988 grava "La diva aux pied nus", álbum aclamado pela crítica. Nesta fase da sua carreira tem um papel fundamental, que se manteve até ao final, o empresário francês José da Silva.
Em 1992 Cesária Évora gravou "Miss Perfumado" e aos 47 anos torna-se uma "estrela" internacional no mundo da world music, fazendo parcerias com importantes músicos e pisando os mais prestigiados palcos.
Uma carreira internacional que passou várias vezes por palcos portugueses cujas salas esgotavam para ouvir, entre outros êxitos, "Sôdade".
Em 2004 recebeu um Grammy para o Melhor Álbum, de world music contemporânea pelo disco "Voz d'Amor". "Cise" não pára e continua em sucessivas digressões, regressando de quando em vez à sua terra natal.
"Eu preciso de quando vez da minha da terra, do povo que sou e desde marulhar das ondas", confidenciou certa vez à Lusa.
A cantora começa a enfrentar vários problemas de saúde e alguns "sustos" como afirmava, mas regressava sempre aos palcos e aos estúdios com alegria.
Em 2009 o Presidente francês Nicolas Sarkozy entrega-lhe a medalha da Legião de Honra, depois de uma intervenção cirúrgico que a levou a temer pela vida.
Cesária voltou aos estúdios e anunciou não só uam digressão como a gravação de um novo que deveria sair no próximo ano.
No dia 24 de setembro numa entrevista ao Le Monde a cantora afirma que tem de terminar a carreira por conselho médico. A sua promotora, Tumbao, emite um comunicado confirmando as declarações da "diva dos pés descalços", e dando conta da tristeza que sentia por ter de o fazer.
Nesse mesmo dia ao princípio da tarde a cantora é internada no hospital parisiense de Pitie-Salpetriere, por ter sofrido "mais um acidente vascular cerebral (AVC)". A Tumbao emitiu nesse mesmo dia um comunicado dando conta que o diagnóstico clínico da mais internacional artista cabo-verdiana era "reservado".
Hoje Cise, aos 70 anos, completados no passado 27 de agosto, e após uma curta visita a Lisboa onde pediu para passear a pé pelo bairro de São Bento, morreu em Paris.
Ao longo da carreira, além das inúmeras digressões e atuações em televisões, gravou 24 álbuns, um DVD, "Live in Paris", e registou dezenas de colaborações em discos.


Ler mais: http://aeiou.visao.pt/morreu-cesaria-evora-diva-dos-pes-descalcos=f639367#ixzz1grGGkao3

POR QUE TANTO SEXO NAS MÍDIAS E EM NÓS ?

JEAN BROC


























Sabemos que somos bastante movidos a sexo, não mais como achávamos, mas somos.A mídia da imagem produziu uma enorme erotização,o meio impresso, a fotografia e o cinema fizeram o público, alimentar-se deste sexo midiático, tornando mais faminto o público e de uma sede quase que icontrolável.
A internet , no seu advento e caminhando para uma quase maturidade, ampliou o espectro do sexo, com a imagem em movimento, na interatividade e o corpo tornou-se identidade, como nunca e sexo é ritual sempre"ficado"senão ficante e sem maiores regulações.O sexo no ficar é roto, descartável e produto do ser, mesmo que envolva um segundo sujeito.E o que fica no sujeito ficante? Um poder estatístico de ter ficado, um marketing, uma conspiração a si próprio?
O ser agora é estar ou ter, e logo ficar é estar e ter concomitante.
Agora passa á existir uma idiosincrasia, se é que assim o é, que se resume no seguinte: o jovem, eboutros pegando carona, destacou amor e sexo, antes falavamos de amor como igual a sexo, hoje não mais, de um lado que bom de outro, me questiono sem aqui fazer crítica alguma,é dúvida minha mesmo.
As redes sociais são exemplo disto, deste canal de poder ficar, de congregar corpos, ciberborgs.As imagens de identidade do sujeito são corpo/sexo, um corpo erotizado faminto que busca uma satisfação em que não encontra a água mais pura para saciar a gula da imaginação do sexo.
Há uma hipocrisia nas redes , e na mídia como todo em negar este papel do sexo em seus conteúdos.A publicidade usa o corpo como papel de fundo de suas mensagens, as novelas, o grande irmão e sua derivações, fazem o mesmo.
Baudrillard trabalhou sobre esta questão em diversas obras, mostrando a relação corpo , como ordem de valor, consumo e hiperealidade(a mídia):

"A ética da beleza, que também é a da moda, pode definir-se
como a redução de todos os valores concretos e dos Valores de uso'
do corpo (energético, gestual e sexual), ao único 'valor de permuta'
funcional que, na sua abstração, resume por si só a idéia de corpo
glorioso e realizado" ....
"Da higiene à maquiagem, passando pelo bronzeamento, pelo
desporto e múltiplas 'libertações' da moda,a redescoberta do corpo
passa antes de mais nada pelos objetos. Parece que a única pulsão
verdadeiramente libertada é a 'pulsão de compra'
(BAUDRILLARD, 1985, p. 141 -143)(Sociedade Do Consumo)

O que se esconde atrás desta fome, desta avalanche de sede maior ainda , no dias atuais ?
Será o sexo na atualidade uma pseudo-droga que alimenta a todos e se esconde em nome da sedução que deve(?) estar em todos nós?
Porque a guerra dos sexos entre todos os gêneros e agora entre os ditos heteros- fomentando a homofobia, talvez a do próprio sujeito que a produz contra ele próprio, mas que faz vítimas, e ele se esconde disto como se fora possível.

Quem é homosexual, heterosexual?
Será que esta pergunta, estatísticas dão conta? Penso que não, o sexo é uma montanha enorme e bacana,para se assumir diante de estatísticas do além e por vezes de si próprio.
Quem curou-se(PERGUNTA IDIOTA) DE ALGUM DESEJO DE SEXO HETERO OU HOMO?
Há cura para o desejo?
O que humano é da ordem do desejo e portanto não há cura para nós em sermos humanos.


quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

O vendedor de palavras ( Fábio Reynol )

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Fábio Reynol (1973), paulista da cidade de Campinas, é jornalista e escritor. Trabalha como assessor de imprensa, redator para Internet e ghostwriter. Tem vários trabalhos, nenhum publicado, entre eles o livro-reportagem "A verdadeira história de Pedrinho Matador" escrito em parceria com a jornalista Patrícia Capovilla.





O vendedor de palavras ( Fábio Reynol )

Ouviu dizer que o Brasil sofria de uma grave falta de palavras. Em um programa de TV, viu uma escritora lamentando que não se liam livros
nesta terra, por isso as palavras estavam em falta na praça. O mal tinha até nome de batismo, como qualquer doença grande, "indigência lexical".
Comerciante de tino que era, não perdeu tempo em ter uma idéia fantástica. Pegou dicionário, mesa e cartolina e saiu ao mercado cavar espaço entre os camelôs.
Entre uma banca de relógios e outra de lingerie instalou a sua: uma mesa, o dicionário e a cartolina na qual se lia: "Histriônico - apenas
R$ 0,50!".
Demorou quase quatro horas para que o primeiro de mais de cinqüenta curiosos parasse e perguntasse.

- O que o senhor está vendendo?
- Palavras, meu senhor. A promoção do dia é histriônico a cinqüenta centavos como diz a placa.
- O senhor não pode vender palavras. Elas não são suas. Palavras são de todos.
- O senhor sabe o significado de histriônico?
- Não.
- Então o senhor não a tem. Não vendo algo que as pessoas já têm ou coisas de que elas não precisem.
- Mas eu posso pegar essa palavra de graça no dicionário.
- O senhor tem dicionário em casa?
- Não. Mas eu poderia muito bem ir à biblioteca pública e consultar um.
- O senhor estava indo à biblioteca?
- Não. Na verdade, eu estou a caminho do supermercado.
- Então veio ao lugar certo. O senhor está para comprar o feijão e a alface, pode muito bem levar para casa uma palavra por apenas cinqüenta centavos de real!
- Eu não vou usar essa palavra. Vou pagar para depois esquecê-la?
- Se o senhor não comer a alface ela acaba apodrecendo na geladeira e terá de jogá-la fora e o feijão caruncha.
- O que pretende com isso? Vai ficar rico vendendo palavras?
- O senhor conhece Nélida Piñon?
- Não.
- É uma escritora. Esta manhã, ela disse na televisão que o País sofre com a falta de palavras, pois os livros são muito pouco lidos por aqui.
- E por que o senhor não vende livros?
- Justamente por isso. As pessoas não compram as palavras no atacado, portanto eu as vendo no varejo.
- E o que as pessoas vão fazer com as palavras? Palavras são palavras, não enchem barriga.
- A escritora também disse que cada palavra corresponde a um pensamento. Se temos poucas palavras, pensamos pouco. Se eu vender uma palavra por dia, trabalhando duzentos dias por ano, serão duzentos novos pensamentos cem por cento brasileiros. Isso sem contar os que furtam o meu produto. São como trombadinhas que saem correndo com os relógios do meu colega aqui do lado. Olhe aquela senhora com o carrinho de feira dobrando a esquina. Com aquela carinha de dona-de-casa ela nunca me enganou. Passou por aqui sorrateira. Olhou minha placa e deu um sorrisinho maroto se mordendo de curiosidade. Mas nem parou para perguntar. Eu tenho certeza de que ela tem um dicionário em casa. Assim que chegar lá, vai abri-lo e me roubar a carga. Suponho que para cada pessoa que se dispõe a comprar uma palavra, pelo menos cinco a roubarão. Então eu provocarei mil pensamentos novos em um ano de trabalho.
- O senhor não acha muita pretensão? Pegar um...
- Jactância.
- Pegar um livro velho...
- Alfarrábio.
- O senhor me interrompe!
- Profaço.
- Está me enrolando, não é?
- Tergiversando.
- Quanta lenga-lenga...
- Ambages.
- Ambages?
- Pode ser também evasivas.
- Eu sou mesmo um banana para dar trela para gente como você!
- Pusilânime.
- O senhor é engraçadinho, não?
- Finalmente chegamos: histriônico!
- Adeus.
- Ei! Vai embora sem pagar?
- Tome seus cinqüenta centavos.
- São três reais e cinqüenta.
- Como é?
- Pelas minhas contas, são oito palavras novas que eu acabei de entregar para o senhor. Só histriônico estava na promoção, mas como o senhor se mostrou interessado, faço todas pelo mesmo preço.
- Mas oito palavras seriam quatro reais, certo?
- É que quem leva ambages ganha uma evasiva, entende?
- Tem troco para cinco?

O POVO Online - Fortaleza - Professor cearense é premiado por projetos pedagógicos inovadores

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Leo Campos, ‘Universo para Leo’

POR EU OVO
O disco do Leo Campos, ‘Universo para Leo’, é uma grata surpresa ao ouvinte. Lançado no início deste ano, 2011, em Brasília. Este é primeiro álbum deste jovem promissor compositor brasiliense, que tem canções – que mesmo sem refrão – trazem narrativas de trajetórias singulares.

Logo na primeira faixa, ‘Caverna’, destacam-se o saxofone virtuoso de Ademir Júnior dialogando com a sanfoninha matadeira de Marcos Farias (filho de Marinês), além da onipresente percussão de Leander Motta (que toca em quase todas as faixas). ‘Marcas’ tem a ilustre participação da embaixatriz da voz de Brasília, Ellen Oléria, sem falar na composição brilhante de Campos. Duvido você não cantarolar junto, ou batucar os pezinhos, ou sacudir a cabeçinha, na batida do reggae?

‘O trem’ é um blues meramente candango, que tem a guitarra endiabrada de Dillo Daraújo e a gaita de Cristiano Crispis. ‘Frente fria, verso quente’ é uma balada astronômica, que faz da letra uma galáxia de poesia onírica. ‘Piano sem dó’ foi composta em parceria com outro jovem compositor brasiliense, Tiago Gasta, e brinca com as convenções dos acordes e a poesia da língua portuguesa.

Moises Alves, o ‘Paraibah’, toca seu belo trumpete Milesfônico em ‘Piano sem dó’ e em ‘Mensageiro’. E para finalizar as grandes participações especiais, coube a Dudu Maia, colocar o bandolim choristriônico na singela ‘Star no céu’. A última faixa do disco, ‘O inominável’, é quase uma oração rockenrou, com uma letra poética que diz entre outras máximas, “borboleta é a flor que cai do alto”. Só esperamos que não seja profética como quando em “canção tocada pra ninguém ouvir”, e que esse disco seja baixado, apreciado e ouvido por todos aqueles que apreciam a boa música.

O restante dessa banda ‘Universal’ que gravou o disco junto com Leo Campos (violão e voz), são André Vasconcelos no baixo e Tiago Rosback na bateria, além do Dillo Daraujo na produção, guitarra, teclados e diegese.

Em tempo, Leo Campos, já está em produção de seu segundo CD, ainda sem título, mas que ele garante que será lançado no primeiro semestre de 2012. E eu não podia deixar de falar com ele um pouco sobre música, downloads, parcerias, processos, enfim...

O que te fez seguir esse caminho na música?
Na escola, havia um colega de turma que já tocava violão e escrevia poemas. Tínhamos 16 anos. A gente queria montar uma banda, mas eu não tocava nenhum instrumento e nem escrevia nada. Algum tempo depois, a escola contratou um professor de música. Era a minha chance de aprender um instrumento. Troquei então a aula de religião pela aula de música. Mas eu nem tinha noção do tamanho de meu interesse pela música, até então era apenas experimentação de adolescente. Foi quando na primeira aula, eu já senti que algo havia mudado em minha vida. Fui afetado logo de cara pela música. Eu lembro que o professor passava os exercícios e eu simplesmente não conseguia parar de treinar, até sangrar as pontas dos dedos. Depois disso, tudo em minha vida tinha relação com a música. Por mais que eu tenha continuado os estudos, tenha terminado faculdade e trabalhado em outras áreas, a música sempre me apoiou. Fui então buscar experiências diversas, participei de bandas de baile, toquei até em uma banda de axé. Fiz barzinho (voz e violão) por quase 20 anos. Participei de alguns festivais de música, sendo premiado em alguns deles. Foi quando fiquei convicto de que meu trabalho tinha relevância. Então resolvi gravar um disco. Hoje já não é mais uma questão de escolha. Acho que a música me escolheu.

Você também compõe com outros compositores?
Tenho parceiros incríveis. Uma das coisas que mais me deixa feliz é poder estar sempre com eles, produzindo e compartilhando composições. O Alessandro Lustosa, grande compositor, tem um trabalho muito bonito e é um grande poeta. No disco 'Universo para Leo' tem um poema dele que eu musiquei, chamado 'Star no céu', e tem uma música minha que ele poemou, chamada 'Júbilo'. Ele ainda assina 'Inominável' neste disco, uma música feita a cinco mãos. Ele é um cara muito produtivo, tem centenas de canções e não pára de compor. Sua esposa, Ana Flávia Garcia, tem também um trabalho incrível na música, no circo e no teatro. O Tiago Gasta, com um trabalho muito consistente, poeta, compositor, tem um disco lançado chamado 'Prole Fera' que vale a pena conferir. 'Piano sem dó' e 'Inominável' foram parcerias com o Tiago. Além desses, tem o Luciano de Sá, May Bucar, Carlos Soares, Ricardo Ribeiro, outro grande compositor. Todos são muito bons. A gente se encontra, e quase sempre sai uma canção nova. Sempre com um cuidado com as letras, harmonias e melodias, sempre procurando um caminho pouco explorado pela composição popular. Sempre acreditando que quando não podemos mais nos calar, temos de nos expressar por meio da música, de forma honesta, sem forçar um mercado. A expressão tem motivos: existir e ter relevância para criar nosso espaço. Temos muito o que dizer.

Você se acha primeiro compositor que cantor?
Certamente. Aliás, ser compositor é o que me credencia a cantar. Já me preocupei muito com essa coisa da voz, mas na realidade eu nunca estudei e não domino nenhuma técnica. Eu era muito sistemático com meu canto, mas depois me liberei para essa tarefa. Mas eu penso, sim, em compor músicas que exijam um trabalho vocal mais elaborado e que me impulsionem a estudar. Gosto de desafios. Tenho pavor de me tornar repetitivo. Na música, desafios são matéria-prima do meu trabalho. Buscar esses desafios, para o meu processo é essencial.

Como seu disco tem sido recebido?
As pessoas elogiam bastante a produção do disco. É sempre a primeira impressão. Gostam muito também da participação da Ellen Oléria, costumam dizer que o repertório é diferente do que tem rolado em Brasília (e, sem nenhum risco de prepotência, gosto muito de ouvir isso) e gostam dos textos do encarte. Fora isso, ele ainda não chegou à nenhuma mídia. Estou começando a divulgá-lo. Já estou com uma banda ensaiada, pronta para o ataque, procurando um produtor, alô produtores!!! Creio que terei um novo feedback sobre o disco agora, tendo a honra de estar aqui no Eu Ovo. Aliás, obrigado pela oportunidade. Sou frequentador assíduo do blog.
Esse disco é de música pop, apesar de minhas canções quase não conterem refrões. Ele também dialoga com o rock e a música brasileira dita popular. Gostaria muito de receber os comentários dos leitores. Você que baixa, por favor comente. Essa é uma forma de agradecer pelo trabalho do Eu Ovo.

Foram muitas participações especiais no seu disco?
Foram participações mais especiais do que eu poderia imaginar. A começar pela Ellen Oléria, que é uma artista sensacional, generosa, que emprestou todo seu talento para enriquecer o disco. Tenho muito orgulho. Para mim, a música de Brasília está muito bem representada por ela. Cetro e coroa para Ellen. Também tem os baixos do André Vasconcellos, que tem uma sacação de música popular impressionante, entendeu tudo rapidinho. Tiago Rosback, monstro da bateria, Dillo Daraujo nas guitarras, teclados e diegeses, Leander Motta, na percussão, Cristiano Crispis na gaita, Moisés Alves, trompete, Ademir Junior, sax, Marcos Farias, acordeon, Dudu Maia, bandolim. Uma constelação e tanto para o Universo Para Leo. Sou muito grato por esse time de primeira. Aprendi demais com todos eles.
Além disso, minha turma também participou, fazendo um coro na última música: Haila Ticiany, May Bucar, Tiago Gasta, Alessandro Lustosa e Ana Flávia Garcia.

Quem produziu o disco? Como foi esse processo???
O disco foi produzido pelo Dillo Daraujo, um cara mega talentoso e mega profissional. Ele simplesmente foi essencial em todo o processo, assim como o Marcos Pagani, co-produtor, que acreditou no trabalho e apostou suas fichas nele. Primeiro entramos no estúdio com uma banda base, gravamos 13 canções, que era o material da pré-produção. A partir daí fomos criando os arranjos de base. Em seguida, gravamos a bateria do disco todo. Depois, o áudio foi enviado para o André, no Rio, para a gravação dos baixos. Depois, gravei todos os violões. Foi quando fizemos, eu e Dillo o restante dos arranjos, e os outros instrumentos foram colocados, finalizando com a voz.
Cortamos duas canções que consideramos um pouco fora do contexto do álbum e fechamos em 11. A escolha do repertório contempla todas as fases da minha jornada como compositor. Portanto tem músicas ali com mais de 15 anos de idade. Apesar de ser meu primeiro disco, é como se fosse uma coletânea de várias fases.

Como você vê essa questão de free-downloads?
Não creio que tenho alguma novidade para acrescentar a este importante tópico. Fico o tempo todo tentando imaginar uma forma do músico inovar em sua interação com o mundo, utilizando o download gratuito como ferramenta. A única coisa que sei é que é um processo que não tem mais volta, temos que conviver com download de músicas, e acho isso ótimo. Já sabemos que para os artistas de pouca visibilidade é de suma importância. Quanto aos consagrados, não precisam disso pra viver. Nunca precisaram. Eu, que me valho da internet para trabalhar, gostaria que o mundo inteiro baixasse meu disco de graça.
Tem muita gente achando que pode voltar no tempo e defendendo o fim dos downloads gratuitos. Outros tantos confundem compartilhamento com pirataria, não procuram se informar, ou não querem, enfim. Eu entendo que o jabá é algo muito mais imundo e devastador do que o compartilhamento de música pela internet. O jabá é responsável pelo enfraquecimento de toda uma enorme produção de qualidade em favor da música de massa, ou seja, o Brasil inteiro se empobrece culturalmente e não vejo ninguém combatendo isso! Falta discernir quem é o verdadeiro inimigo da cultura. E está na cara.

2011 Universo para Leo

1. Cavernas
2. Marcas (com Ellen Oléria)
3. O Trem
4. Frente fria, verso quente
5. Piano sem dó
6. Júbilo
7. Mensageiro
8. dEUs
9. Nunca mesmo
10. Star no céu
11. Inominável (com Tiago Gasta)

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A VIOLÊNCIA ATACA

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POR QUE SERÁ ?
A violência mina, por todos os lençóis , texturas, e linguagens. e contextos.
A violência estÁ no olhar, no falar, na relação de poder. de governar , de administrar, no uso da ironia,enfim por todas as partes.

FOTO IMDB
Ela espoca também pelo álcool, pelo inconsciente, pelo represado,pelo amor/desamor.
E ainda achamos estranho crimes fatais e perversos, por que?
FOTO IMDB
Precisamos ter atenção no que fazemos e se não estamos emprestando violência, por exemplo, no tom da palavra, na falta de atenção ao outro, no trânsito, no trabalho, no uso do poder, na educação , na competição desvairada.
No consumo a violência se encontra presente.Fique atento.Nós produzimos violência e temos potência para exagerá-la.
Dê atenção ao outro,dê um bom dia, boa tarde, boa noite, seja gentil, cale por vezes, ouça, pondere e ative seu lado mais humano e menos animal.
Respeite os idosos, lembrem-se deles neste natal!!!!!!!!!!!
Por uma vida melhor!

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Alessandro Garcia: Do que eu falo quando falo de Jabuti

Alessandro Garcia: Do que eu falo quando falo de Jabuti: Seria blasè e extremamente mentiroso dizer que não estou exultante com o fato do meu primeiro livro solo, A sordidez das pequenas cois...

Alessandro Garcia: Do que eu falo quando falo de Jabuti

Alessandro Garcia: Do que eu falo quando falo de Jabuti: Seria blasè e extremamente mentiroso dizer que não estou exultante com o fato do meu primeiro livro solo, A sordidez das pequenas cois...

SERGIO SANTANNA POR OVERMUNDO

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FOTO POR RASCUNHO



1Tacilda Aquino · Goiânia, GO
25/2/2007 · 183 · 5
No ano passado, "zapeando” os canais de TV, me deparei com a figura de Sérgio Sant’Anna numa entrevista em que falava de seu livro O Vôo da Madrugada. Fiquei ligada na conversa, que peguei pela metade, mas que despertou meu interesse por conhecer o autor mais profundamente. Na manhã seguinte não resisti e procurei informações sobre ele na Net e é claro, encontrei seu e-mail. Não resisti, escrevi falando que tinha visto a entrevista e tinha prometido a mim mesma a comprar o livro para ler e que, depois de lê-lo, gostaria de conversar com ele novamente. Talvez fazendo uma entrevista para o Jornal do Cerrado, da Universidade Estadual de Goiás (http://www.ueg.br), que tem uma edição eletrônica. Escrevi o e-mail assim, como se fosse metade jornalista e metade fã. Sérgio foi super simpático. Disse que estava viajando para o interior de São Paulo para visitar uma filha e que devia ficar por lá uma semana. Mas que eu podia mandar as perguntas que ele me responderia.

Uma semana e O Vôo da Madrugada "devorado", escrevi para o Sérgio, perguntando se ele se lembrava de mim e reforçando meu desejo de entrevistá-lo. Mandei as perguntas pela manhã, ainda no jornal e, para minha surpresa, quando cheguei em casa, por volta das 15 horas, ele já tinha respondido minhas perguntas.Sem me aprofundar muito em analisar o livro, reproduzo abaixo a conversa com Sérgio e aproveito o espaço para agradecer de público a sua simpatia. A seguir a entrevista, publicada originalmente no Jornal do Cerrado.


Prosa com a força da melhor poesia

O mundo só é verdadeiramente vivido quando pode ser narrado. Este bem podia ser o mote da obra de Sérgio Sant'Anna, escritor que, desde a sua estréia com O Sobrevivente, em 1969 (que lhe valeu a participação no International Writing Program, da Universidade de Iowa, EUA), vem quebrando regras, ampliando contornos, questionando agudamente os limites do conto, em busca de uma nova experiência do narrar. Um dos melhores escritores brasileiros da atualidade, Sérgio Sant’Anna, embora já tenha publicado poesia, peças de teatro, novelas e romances, se considera um contista. E foi justamente o livro de contos O Vôo da Madrugada que me levou a entrevistar o escritor carioca que já teve alguns de seus trabalhos levados às telas de cinema. O livro em questão valeu a seu autor o prêmio Jabuti e nele Sérgio Sant'Anna constrói uma escrita da busca apresentando ao leitor contos concisos em sua estrutura, mas que se bifurcam em múltiplas leituras.

Como a literatura se beneficia da transposição de suas obras para a tela? Ela ajuda a vender cópias de suas obras, por exemplo?

No caso de A Senhorita Simpson – Bossa Nova não houve benefício algum, até porque a história que o Bruno (Barreto) filmou quase não tem a ver com minha novela. Não me identifico nem um pouco com o filme. Já Crime Delicado, de Beto Brant, adaptado de meu romance Um Crime Delicado, além de ser um filme belo e perturbador, tem muita coisa em comum com o livro, com o seu espírito, é claro que com algumas diferenças. A crítica, em geral, tem sido extremamente favorável à obra de Brant e sua equipe. A Companhia das Letras lançou uma nova edição junto com o lançamento do filme e, pelo que sei, está vendendo bem. Também no festival de Sundance, nos Estados Unidos, no final de janeiro do ano passado ( 2005), havia um filme, La muerte es pequeña, adaptado de um conto meu, Estranhos (incluído em meu Contos e Novelas Reunidos), e filmado por Fellipe Barbosa, um jovem de vinte e cinco anos que estuda na Columbia University, Nova York. Um ótimo curta-metragem.

Você ficou seis anos sem publicar. Foi esse tempo que você levou para escrever Vôo da Madrugada ou fez outras obras neste período?

Eu demoro mesmo muito tempo para escrever, não tenho pressa. E os contos foram saindo muito devagar. E no meio desses seis anos, trabalhei numa reedição de meu livro de poemas, Junk Box, uma máquina de versejar, lançado pela Dubolso, MG, com belíssima programação visual e ilustrações de Sebastião Nunes.

O Vôo da Madruga tem certos contos que parecem exemplares da tão propagada literatura fantástica apreciada pelos autores latino-americanos. Você os escreveu conscientemente ou eles foram sendo criados instintivamente?

Na verdade não gosto de literatura fantástica, e pelo que me lembro apenas o conto título, O Vôo da Madrugada, além de A Barca na Noite, têm essa característica. Mas talvez essa impressão tenha sido causada pelo tema da morte e pode ser que eu tenha me esquecido de algum conto que possa se enquadrar no gênero. Mas é um gênero que não cultivo. Fui apenas seguindo a minha luz.

O conto que dá título ao livro impressiona pela incursão que você faz à alma do personagem e da sua tremenda e desesperada solidão. A bela que viaja ao lado dele na madrugada é fruto desta solidão? Ou ela realmente esteve lá?

Deixei em aberto essa questão da identidade da mulher. Talvez eu não goste do termo fantástico porque está muito ligado a um estereótipo latino-americano. Digamos que esse conto tem a ver com as histórias extraordinárias de Edgar Allan Poe, um autor que aprecio muito.

O Vôo da Madrugada tem os mais diversos tipos de personagens. No entanto, a gente percebe pontos comuns entre eles, como as obsessões com temas como morte e angústias. São suas obsessões que você transporta para os personagens?

Esse foi um livro particularmente cheio de angústias e obsessões com a morte. A morte como tema esteve muito presente na primeira parte do livro. Já na parte final, a que mais gosto, Três textos do olhar, é Eros que predomina, a arte, a visualidade, a paixão pela figura da mulher.

O que lhe dá mais prazer escrever: romance, contos? Como você avalia as limitações dos romances nacionais atualmente? Ou isso é mera análise do mercado editorial, ou seja, das próprias editoras?

Eu gosto mais de escrever contos, porque estão mais de acordo com certas experimentações com a linguagem que gosto de fazer. Gosto também de histórias de tamanho médio, e atualmente rascunho uns três que têm esse formato. Aliás, publiquei dois livros com esse formato de histórias de tamanho médio: Breve História do Espírito e O Monstro, ambos pela Companhia das Letras. E, decididamente, não sou um cara de escrever romances longos, com muitos personagens. Nem posso dizer se há crise do gênero romance no Brasil, não parei para pensar sobre isso.

Quais são os principais recursos de um ficcionista? O que não pode faltar em uma boa obra de ficção?

Penso que não podem faltar a imaginação e o trabalho com a linguagem.

Lendo O Vôo da Madrugada a gente tem a impressão de que você está tentando exorcizar alguma coisa... Talvez uma fase da carreira literária para dar início a uma outra. Isso é verdade, quer dizer, você faz exorcismo pessoal no livro?

Eu não sei se quis exorcizar alguma coisa, escrevi o que havia em mim. Mas algo é certo: o que estou escrevendo neste preciso momento é muito diferente de O Vôo da Madrugada. Até porque o humor está de novo muito presente, como em outros livros meus, ainda que, várias vezes, humor negro. Em O vôo..., esse humor (negro) está presente principalmente na novela O Gorila.

Alguns de seus personagens fictícios se apresentam como narradores, tomando a pena nas próprias mãos e escrevendo seus relatos. Noutras vezes, você parece se expor apresentando-se como o contista e dando um tom íntimo, por assim dizer, ao texto. Como é fazer essa transição?

Na ficção o narrador é muitas e muitas vezes um personagem. Falar na primeira pessoa não quer dizer que a pessoa está escrevendo uma história real. Às vezes o autor pode até esconder com a terceira pessoa um acontecimento real. Quando eu me refiro ao contista, creio que estou me referindo a mim mesmo na terceira pessoa. O que não quer dizer que eu tenha de ser absolutamente fiel à realidade. Uma das coisas boas da ficção é que você pode inventar o que quiser, até um outro eu para você.

Fiquei muito impressionada como Um Conto Abstrato, que você apresenta como "Um conto de palavras que valessem mais por sua modulação que por seu significado". Como é isso? E qual a diferença entre Um Conto Abstrato e Um conto obscuro?

Eu sempre quis escrever um conto abstrato. Um conto formal e bonito, em que as palavras tivessem o peso que as notas têm na música. Talvez seja o conto que eu mais goste na primeira parte do livro. A frase que você escreveu na pergunta define bem o conto. Já Um conto obscuro são muitos temas, que vão surgindo na história, ligados, creio, por um fio poético.

Dá para você fazer uma análise mais profunda de uma afirmação sua, que dá conta de que a literatura não é capaz de interferir imediatamente na realidade. Ela lida com a realidade em médio e longo prazo, criando realidades com sua liberdade?

Não me lembro mais em que contexto eu disse isso. Suponho que quis dizer que não se muda a realidade social e política com a literatura, sua contribuição para isso é muito modesta. Mas cada obra de arte é uma realidade nova, uma contribuição à cultura de um país, e talvez seu maior papel seja esse.

Chega às livrarias ‘A Privataria tucana’, de Amaury Ribeiro Jr. CartaCapital relata o que há no livro 08/12/2011 | Redação Carta Capital | 39

Chega às livrarias ‘A Privataria tucana’, de Amaury Ribeiro Jr. CartaCapital relata o que há no livro 08/12/2011 | Redação Carta Capital | 39 Comentários
Não, não era uma invenção ou uma desculpa esfarrapada. O jornalista Amaury Ribeiro Jr. realmente preparava um livro sobre as falcatruas das privatizações do governo Fernando Henrique Cardoso. Neste fim de semana chega às livrarias “A Privataria Tucana”, resultado de 12 anos de trabalho do premiado repórter, que durante a campanha eleitoral do ano passado foi acusado de participar de um grupo cujo objetivo era quebrar o sigilo fiscal e bancário de políticos tucanos. Ribeiro Jr. acabou indiciado pela Polícia Federal e tornou-se involuntariamente personagem da disputa presidencial.


'A Privataria Tucana', de Amaury Ribeiro Jr.
Na edição que chega às bancas nesta sexta-feira 9, CartaCapital traz um relato exclusivo e minucioso do conteúdo do livro de 343 publicado pela Geração Editorial e uma entrevista com autor (reproduzida abaixo). A obra apresenta documentos inéditos de lavagem de dinheiro e pagamento de propina, todos recolhidos em fontes públicas, entre elas os arquivos da CPI do Banestado. José Serra é o personagem central dessa história. Amigos e parentes do ex-governador paulista operaram um complexo sistema de maracutaias financeiras que prosperou no auge do processo de privatização.

Ribeiro Jr. elenca uma série de personagens envolvidas com a “privataria” dos anos 1990, todos ligados a Serra, aí incluídos a filha, Verônica Serra, o genro, Alexandre Bourgeois, e um sócio e marido de uma prima, Gregório Marín Preciado. Mas quem brilha mesmo é o ex-diretor da área internacional do Banco do Brasil, o economista Ricardo Sérgio de Oliveira. Ex-tesoureiro de Serra e FHC, Oliveira, ou Mister Big, é o cérebro por trás da complexa engenharia de contas, doleiros e offshores criadas em paraísos fiscais para esconder os recursos desviados da privatização.

O livro traz, por exemplo, documentos nunca antes revelados que provam depósitos de uma empresa de Carlos Jereissati, participante do consórcio que arrematou a Tele Norte Leste, antiga Telemar, hoje OI, na conta de uma companhia de Oliveira nas Ilhas Virgens Britânicas. Também revela que Preciado movimentou 2,5 bilhões de dólares por meio de outra conta do mesmo Oliveira. Segundo o livro, o ex-tesoureiro de Serra tirou ou internou  no Brasil, em seu nome, cerca de 20 milhões de dólares em três anos.

A Decidir.com, sociedade de Verônica Serra e Verônica Dantas, irmã do banqueiro Daniel Dantas, também se valeu do esquema. Outra revelação: a filha do ex-governador acabou indiciada pela Polícia Federal por causa da quebra de sigilo de 60 milhões de brasileiros. Por meio de um contrato da Decidir com o Banco do Brasil, cuja existência foi revelada por CartaCapital em 2010, Verônica teve acesso de forma ilegal a cadastros bancários e fiscais em poder da instituição financeira.

Na entrevista a seguir, Ribeiro Jr. explica como reuniu os documentos para produzir o livro, refaz o caminho das disputas no PSDB e no PT que o colocaram no centro da campanha eleitoral de 2010 e afirma: “Serra sempre teve medo do que seria publicado no livro”.

 

CartaCapital: Por que você decidiu investigar o processo de privatização no governo Fernando Henrique Cardoso?

Amaury Ribeiro Jr.: Em 2000, quando eu era repórter de O Globo, tomei gosto pelo tema. Antes, minha área da atuação era a de reportagens sobre direitos humanos e crimes da ditadura militar. Mas, no início do século, começaram a estourar os escândalos a envolver Ricardo Sérgio de Oliveira (ex-tesoureiro de campanha do PSDB e ex-diretor do Banco do Brasil). Então, comecei a investigar essa coisa de lavagem de dinheiro. Nunca mais abandonei esse tema. Minha vida profissional passou a ser sinônimo disso.

CC: Quem lhe pediu para investigar o envolvimento de José Serra nesse esquema de lavagem de dinheiro?

ARJ: Quando comecei, não tinha esse foco. Em 2007, depois de ter sido baleado em Brasília, voltei a trabalhar em Belo Horizonte, como repórter do Estado de Minas. Então, me pediram para investigar como Serra estava colocando espiões para bisbilhotar Aécio Neves, que era o governador do estado. Era uma informação que vinha de cima, do governo de Minas. Hoje, sabemos que isso era feito por uma empresa (a Fence, contratada por Serra), conforme eu explico no livro, que traz documentação mostrando que foi usado dinheiro público para isso.

CC: Ficou surpreso com o resultado da investigação?

ARJ: A apuração demonstrou aquilo que todo mundo sempre soube que Serra fazia. Na verdade, são duas coisas que o PSDB sempre fez: investigação dos adversários e esquemas de contrainformação. Isso ficou bem evidenciado em muitas ocasiões, como no caso da Lunus (que derrubou a candidatura de Roseana Sarney, então do PFL, em 2002) e o núcleo de inteligência da Anvisa (montado por Serra no Ministério da Saúde), com os personagens de sempre, Marcelo Itagiba (ex-delegado da PF e ex-deputado federal tucano) à frente. Uma coisa que não está no livro é que esse mesmo pessoal trabalhou na campanha de Fernando Henrique Cardoso, em 1994, mas sob o comando de um jornalista de Brasília, Mino Pedrosa. Era uma turma que tinha também Dadá (Idalísio dos Santos, araponga da Aeronáutica) e Onézimo Souza (ex-delegado da PF).

CC: O que você foi fazer na campanha de Dilma Rousseff, em 2010?

ARJ: Um amigo, o jornalista Luiz Lanzetta, era o responsável pela assessoria de imprensa da campanha da Dilma. Ele me chamou porque estava preocupado com o vazamento geral de informações na casa onde se discutia a estratégia de campanha do PT, no Lago Sul de Brasília. Parecia claro que o pessoal do PSDB havia colocado gente para roubar informações. Mesmo em reuniões onde só estavam duas ou três pessoas, tudo aparecia na mídia no dia seguinte. Era uma situação totalmente complicada.

CC: Você foi chamado para acabar com os vazamentos?

ARJ: Eu fui chamado para dar uma orientação sobre o que fazer, intermediar um contrato com gente capaz de resolver o problema, o que acabou não acontecendo. Eu busquei ajuda com o Dadá, que me trouxe, em seguida, o ex-delegado Onézimo Souza. Não tinha nada de grampear ou investigar a vida de outros candidatos. Esse “núcleo de inteligência” que até Prêmio Esso deu nunca existiu, é uma mentira deliberada. Houve uma única reunião para se discutir o assunto, no restaurante Fritz (na Asa Sul de Brasília), mas logo depois eu percebi que tinha caído numa armadilha.

CC: Mas o que, exatamente, vocês pensavam em fazer com relação aos vazamentos?

ARJ: Havia dentro do grupo de Serra um agente da Abin (Agência Brasileira de Inteligência) que tinha se desentendido com Marcelo Itagiba. O nome dele é Luiz Fernando Barcellos, conhecido na comunidade de informações como “agente Jardim”. A gente pensou em usá-lo como infiltrado, dentro do esquema de Serra, para chegar a quem, na campanha de Dilma, estava vazando informações. Mas essa ideia nunca foi posta em prática.

CC: Você é o responsável pela quebra de sigilo de tucanos e da filha de Serra, Verônica, na agência da Receita Federal de Mauá?

ARJ: Aquilo foi uma armação, pagaram para um despachante para me incriminar. Não conheço ninguém em Mauá, nunca estive lá. Aquilo faz parte do conhecido esquema de contrainformação, uma especialidade do PSDB.

CC: E por que o PSDB teria interesse em incriminá-lo?

ARJ: Ficou bem claro durante as eleições passadas que Serra tinha medo de esse meu livro vir à tona. Quando se descobriu o que eu tinha em mãos, uma fonte do PSDB veio me contar que Serra ficou atormentado, começou a tratar mal todo mundo, até jornalistas que o apoiavam. Entrou em pânico. Aí partiram para cima de mim, primeiro com a história de Eduardo Jorge Caldeira (vice-presidente do PSDB), depois, da filha do Serra, o que é uma piada, porque ela já estava incriminada, justamente por crime de quebra de sigilo. Eu acho, inclusive, que Eduardo Jorge estimulou essa coisa porque, no fundo, queria apavorar Serra. Ele nunca perdoou Serra por ter sido colocado de lado na campanha de 2010.

CC: Mas o fato é que José Serra conseguiu que sua matéria não fosse publicada no Estado de Minas.

ARJ: É verdade, a matéria não saiu. Ele ligou para o próprio Aécio para intervir no Estado de Minas e, de quebra, conseguiu um convite para ir à festa de 80 anos do jornal. Nenhuma novidade, porque todo mundo sabe que Serra tem mania de interferir em redações, que é um cara vingativo.

Tags: José Serra, livro do Amaury Ribeiro Jr.

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Porque o poder da Mídia?

A emissoras de Rádios e Tv no geral conclamam para depoimento pessoas, pesquisadores do eixo RIO E SÃO PAULO e agora BRASÍLIA?( diga-se das Universidades como se outras regiões não tivessem universidades e pesquisadores de alto nível, e as instituições aliás muito bem avaliadas)
Porque será?
Porque a colonização continua do sudeste maravilha, centro oeste o poder político.
A CBN, é craque nisto bem como a Band, a Globo Tv , nem se fala, mas precisam da audiência do Norte, Nordeste e Sul e nos ficamos sendo os colonizados e ignorantes do que ocorre no Norte, Nordeste e Sul.
Isto CHAMA-SE CENSURA , assim por UM CONTROLE DA MÍDIA COMO ELES SABEM BEM FAZER.
Não basta os oligopólios das TVS, agora do rádio.
Abaixo este poder!
CONTROLE DA MÍDIA JÄ!!!!!!!!!!

*A cartilha "O Olho do Consumidor"

Cartilha do Ministério da Agricultura : " O Olho do Consumidor" sobre orgânicos e com arte do Ziraldo

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*Liminar concedida à MONSANTO recolhe cartilha sobre produtos orgânicos -
VAMOS DISTRIBUIR? *



*A cartilha "O Olho do Consumidor" foi produzida pelo Ministério da
Agricultura, com arte do Ziraldo, para divulgar a criação do Selo do SISORG
(Sistema Brasileiro de Avaliação de Conformidade Orgânica) que pretende
padronizar, identificar e valorizar produtos orgânicos, orientando o
consumidor. Infelizmente, a multinacional de sementes transgênicas Monsanto
obteve uma liminar em mandado de segurança que impediu sua distribuição. O
arquivo foi inclusive retirado do site do Ministério (o link está "vazio").*
*

**Em autêntica desobediência civil e resistência pacífica à medida de força,
estamos distribuindo eletronicamente a cartilha.**

Se você concorda com esta idéia, continue a distribuição para seus amigos e
conhecidos.*

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Nicanor Parra gana el premio Cervantes

A los 97 años, el “antipoeta” chileno Nicanor Parra gana el premio Cervantes

Es considerado el galardón más importante de la literatura hispanohablante. El año pasado había sido para la española Ana María Matute. Borges, Sabato, Bioy Casares y Juan Gelman fueron los cuatro argentinos que también lo obtuvieron.

El chileno Nicanor Parra fue galardonado hoy con el Premio Cervantes 2011, un reconocimiento que le llega a los 97 años por "toda una vida dedicada a la poesía", en la que ha destacado por crear nuevos y diferentes lenguajes y la conocida como "antipoesía".

Así lo destacaron hoy, tras dar a conocer el fallo, tanto la ministra de Cultura, Ángeles González-Sinde, como la presidenta del jurado, Margarita Salas, primera mujer que ocupa este puesto desde la creación del premio, hace 36 años.

Tras ocho votaciones, el chileno fue apoyado por la mayoría de los miembros del jurado, que respetaron la ley no escrita de que cada año se conceda alternativamente a un escritor hispanoamericano y a un español.

En 2010 fue la catalana Ana María Matute la que obtuvo este prestigioso premio, considerado el más importante de los que se conceden en habla hispana.

La ministra de Cultura consideró hoy una "gran fortuna" que Parra pueda recibir este reconocimiento en vida y destacó el hecho de que el galardón haya sido concedido a un poeta, ya que "la vocación de escribir poesía es más exigente que otros géneros".

Por eso, dijo, es un mensaje muy positivo, tanto para los seguidores de Parra como para otros poetas. En el momento de hacer público el fallo, todavía el galardonado no se había enterado. "No le hemos localizado, no contestaba el teléfono", explicó la ministra.

González-Sinde expresó su confianza en que Parra pueda acudir personalmente a recoger el galardón el próximo 23 de abril y recordó que hace quince días estuvo en Oporto con Manuel de Oliveira, que tiene 102 años, "y estaba hablando de su próximo proyecto y del siguiente". No obstante, indicó que deberá ser el poeta el que decida si viaja a España.

La presidenta del jurado, designada por la Real Academia Española, resaltó también la faceta de físico y matemático del nuevo premio Cervantes y recordó que su obra poética es muy estudiada y ha sido objeto de numerosas tesis doctorales.

También se refirió al hecho de ser ella la primera mujer que preside el jurado que concede el Cervantes, una ocasión que espera que se repita en el futuro con otras mujeres.
La ministra de Cultura destacó el prestigio de Margarita Salas independientemente de su sexo, aunque se refirió a la importancia de que las mujeres ocupen puestos de responsabilidad.

El jurado ha estado integrado también por Gerardo Piña-Rosales, José María Micó, Olvido García Valdés, Rosa Regás, Francisco Giménez Alemán, Marta Rojas y Ruth Viviana Fine.

Fuente: Agencias