quarta-feira, 26 de maio de 2010
Twitter para brasileiro ver Site prepara versão em português, revela executiva. País tem mais usuários que América Latina
LEIA NO JORNAL O GLOBO
Twitter para brasileiro ver
Site prepara versão em português, revela executiva. País tem mais usuários que América Latina
Bruno Rosa:
Twitter, site de microblogs mais popular da internet, já trabalha em uma versão para o português. De acordo com a companhia, o Brasil é um dos países estratégicos, embora inglês e japonês sejam os dois idiomas mais escritos na plataforma.
O brasileiro é um dos povos mais ativos no Twitter, confirmou Jenna Dawn, porta-voz do site americano.
Segundo a consultoria britânica comScore, há 5,945 milhões de usuários no país, cerca de 1,5 milhão de pessoas a mais que em todo o resto da América Latina, onde 4,498 milhões acessam o Twitter.
Em uma conferência com os jornais da América Latina que fazem parte do Grupo de Diarios América (GDA) — formado por 11 dos principais periódicos da região, entre eles O GLOBO — Jenna lembrou do forte crescimento do Twitter no Chile após o terremoto de fevereiro, quando o número de contas aumentou 500%.
Com isso, a empresa percebeu, segundo ela, a importância de ter o site de microblogs em diversos idiomas. Atualmente, são seis: além de inglês, espanhol e japonês, há italiano, francês e alemão.
— Se não tivéssemos Twitter em espanhol, não teríamos conhecido o impacto (da importância do idioma). O Twitter estará disponível em português, mas ainda não temos uma data para o lançamento — revelou.
O Twitter se define como um serviço aberto de informação em tempo real, em que milhões de pessoas trocam conteúdo. A informação postada deve caber em 140 caracteres.
terça-feira, 25 de maio de 2010
Usinas do Rio Madeira: novos problemas trabalhistas
Usinas do Rio Madeira: novos problemas trabalhistas
BY BOLETIM BRASIL -CLIQE NO TÍTULO E VÁ AO ORIGINAL
As frentes de trabalho da empresa V.P. São Paulo, contratada para desmatar áreas que serão inundadas pela Usina de Santo Antônio, ficaram paralisadas de 9 de março a 6 de maio. Usina de Jirau também apresentou condições irregulares
Por Bianca Pyl
Centrais dentro da Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) federal e contestados por ambientalistas, as Usinas Hidrelétricas (UHEs) do Rio Madeira, em Rondônia, colecionam irregularidades trabalhistas. Duas fiscalizações realizadas recentemente nos canteiros de obras da UHE de Santo Antônio e da UHE de Jirau aumentaram o rol de problemas ligados aos empreendimentos.
As frentes de trabalho da V.P. São Paulo, contratada para desmatar áreas que serão inundadas pela Usina de Santo Antônio, ficaram paralisadas de 9 de março a 6 de maio por conta de irregularidades. Alguns equipamentos utilizados na construção da Usina de Jirau também foram interditados. Ano passado, as duas obras foram flagradas com problemas e 38 trabalhadores em condições análogas à escravidão foram libertados nas obras de Jirau.
A primeira fiscalização ocorreu entre 15 e 19 de março na V.P. São Paulo, contratada pela madeireira Madepar - que presta serviço para o consórcio Santo Antônio Energia - para a derrubada de árvores nas localidades de Riacho Doce e Vila Franciscana, às margens esquerda e direita do Rio Madeira.
Em entrevista à Repórter Brasil, a procuradora do trabalho Michelle Bastos Chermont, que participou da ação fiscal, disse que os empregados relataram que foram contratados no Pará e no Amazonas, com promessas de salários superiores aos que vinham recebendo desde que chegaram ao local.
"Eles disseram que os valores não são conforme o combinado e havia atrasos de salários", complementa Michelle, da Procuradoria Regional do Trabalho da 14ª Região (PRT -14). Além disso, a empresa reteve a Carteira de Trabalho e da Previdência Social (CTPS) dos trabalhadores por até 120 dias. A V.P. São Paulo fornecia somente um uniforme aos empregados, que eram obrigados a trabalhar até com a camiseta molhada, por falta de peças para revezar. O período de trabalho dos empregados variava de 90 a 120 dias.
De acordo com Michelle, a alimentação era de "embrulhar o estômago". O cardápio era sempre o mesmo: carne com osso. O auditor fiscal Juscelino José Durgo dos Santos, coordenador da fiscalização rural da Superintendência Regional do Trabalho e Emprego de Rondônia (SRTE/RO), confirma que a péssima alimentação era servida aos 31 trabalhadores que estavam alojados na "Vila Franciscana". "Os empregados estavam há cerca de três meses comendo carne com osso todos os dias, sem uma salada sequer", relata.
As instalações sanitárias deste alojamento também estavam em desacordo com o padrão estabelecido pela Norma Regulamentadora 31 (NR 31). "A parede era construída totalmente em madeira sem observância da altura mínima em material liso, impermeável e lavável", acrescenta.
A V.P. São Paulo disponibiliza três alojamentos para 180 trabalhadores. "Havia a previsão de chegar mais trabalhadores. Entretanto, dado as interdições, a empresa adiou as novas contratações", conta Juscelino, da SRTE/RO. Ele declara ainda que a fiscalização ainda não teve tempo de realizar uma inspeção noturna para confirmar o número de pessoas alojadas, no alojamento da Madepar, alugado pela V.P. São Paulo. Outro abrigo fica na oficina mecânica para os tratores e máquinas pesadas. "Era nesse ambiente que havia duas famílias dormindo juntamente com outros trabalhadores, sendo que no mesmo dia que nos deparamos com a situação a empresa retirou os trabalhadores e levou para um hotel. Precisamos retornar lá para confirmar se os trabalhadores ainda permanecem em hotel ou se retornaram para o local", diz Juscelino. Os outros continuaram nos alojamentos.
A fiscalização resultou na interdição de todas as frentes de obras executadas pela V.P. São Paulo. A paralisação durou até o dia 6 de maio, quando uma equipe de fiscais voltou ao local e verificou que a situação estava regularizada. "Pudemos verificar que os trabalhadores estavam com os equipamentos de proteção, havia duas ambulâncias no local e rotas de fuga", explica Juscelino.
A empresa está terminando de construir um alojamento maior, dentro da área da Madepar. As promessas incluem equipamentos de lazer, uma área só de instalações sanitárias e outra com local para descanso e pernoite. "Isso está na fase final. Creio que, com os prejuízos das interdições e retiradas do pessoal para hotéis, tenha caído a ficha de que a única forma de conduzir os trabalhos até o final sem nós no encalço deles seria regularizando definitivamente as situações".
A procuradora destacou também a ocorrência de pelo menos dois acidentes de trabalho no local e que o socorro às vítimas não foi prestado de forma adequada. "Nenhuma frente de trabalho possuía ambulância, os trabalhadores eram jogados em um carro comum e atravessavam a balsa só então recebiam atendimento médico profissional". As frentes de trabalham ficam mais de 20 km distantes da cidade. Outras irregularidades relacionadas à Saúde e Segurança do Trabalho (SST) apurada pelos fiscais foram a falta de rotas de fuga e o fornecimento inadequado dos Equipamentos de Proteção Individual (EPIs).
Os fiscais ainda não analisaram a documentação para saber se a empresa pagou os salários dos trabalhadores durante o período de interdição. Por enquanto, foram lavrados quatro autos de infração. A fiscalização não se encerrou.
A ação foi motivada por uma denúncia do Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil do Estado de Rondônia (STICCERO) que esteve no local e fotografou a situação dos trabalhadores.
Imagens captadas durante a visita do sindicato
em janeiro deste ano (Foto: Danny Bueno)
Em setembro do ano passado, os trabalhadores das duas obras fizeram uma greve geral para reivindicar melhorias nos salários e nas condições de trabalho. De acordo com nota divulgada pelo STICCERO as denúncias "vão desde assédio moral, maus tratos, desvio de funções, falta de assistência médica, falta de ambulâncias, ameaças de demissões, alimentação estragada, não pagamento de horas extras, regime de semi-escravidão, uso de força policial ambiental para coagir trabalhador, agressões físicas, apropriação de objetos pessoais, alojamentos inabitáveis, transporte coletivo de péssima qualidade, retenção de carteiras de trabalhos, falta de equipamento de segurança adequado e uma lista infindável de absurdos".
Precedentes
O grupo especial de auditorias em obras de infraestrutura, do Departamento de Saúde e Segurança do Trabalho (DSST), do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), constatou problemas trabalhistas na UHE Santo Antônio, em março de 2009. A obra é tocada pelo consórcio Santo Antônio Energia, composto por empresas como Odebrecht, Andrade Gutierrez, Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) e Furnas Centrais Elétricas, além de sócios quotistas como o Banco Santander.
Na ocasião, auditores emitiram 48 autos de infração por conta das irregularidades nas obras de Santo Antônio - entre elas, a terceirização ilícita. "Cerca de 100 trabalhadores prestavam serviços e foram considerados como terceirização ilícita", acrescenta o auditor fiscal do trabalho Carlos Paixão, coordenador do grupo especial na época.
Jirau
O grupo especial de infraestrutura do DSST lavrou 330 autos de infração nas obras da UHE de Jirau. A fiscalização interditou uma série de equipamentos que apresentavam riscos, como lanchas e balsas usadas na travessia do rio, veículos para transporte de explosivos e guindastes usados na elevação de cargas pesadas. A fiscalização também determinou a paralisação do corte da mata para a instalação da usina. O grupo do MTE passou dez dias no canteiro de obras. A visita será refeita em junho, para checar eventuais providências tomadas.
No ano passado, a situação encontrada pelos fiscais incluía um grupo de 38 pessoas em situação análoga à escravidão. Os trabalhadores foram libertados pela SRTE/RO e pelo Ministério Público do Trabalho (MPT) em setembro do ano passado. As vítimas estavam trabalhando para a Construtora BS, que presta serviço à Energia Sustentável do Brasil (Enersus), consórcio responsável pela construção de Jirau formado por GDF Suez , Camargo Corrêa, Chesf e Eletrosul.
Foram aliciados em Parnarama (MA) por intermediários, que prometeram salários de até R$ 1,2 mil. Eles tiveram que arcar com os custos da viagem da cidade de origem até Sorriso (MT), onde a Construtora BS mantém sua sede. "Do Mato Grosso para Rondônia, a empresa arcou com o transporte. Porém, a irregularidade se deu na forma como os trabalhadores foram arregimentados e pelo fato deles terem que pagar o primeiro trecho da viagem", explica Francisco José Pinheiro Cruz, da Procuradoria Regional do Trabalho da 14ª Região (PRT-14). Atraídos pelos ganhos, descobriram que receberiam salário mínimo e seriam submetidos a um regime de dívidas quando chegaram ao canteiro de obras.
A Repórter Brasil não conseguiu o contato da empresa V.P. São Paulo. A assessoria de imprensa do Consórcio Santo Antônio de Energia informou não ter o contato da empresa. Os empreendimentos no Rio Madeira compõem o rol de obras mais caras do PAC do governo federal e contam com financiamento público do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
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BY BOLETIM BRASIL -CLIQE NO TÍTULO E VÁ AO ORIGINAL
As frentes de trabalho da empresa V.P. São Paulo, contratada para desmatar áreas que serão inundadas pela Usina de Santo Antônio, ficaram paralisadas de 9 de março a 6 de maio. Usina de Jirau também apresentou condições irregulares
Por Bianca Pyl
Centrais dentro da Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) federal e contestados por ambientalistas, as Usinas Hidrelétricas (UHEs) do Rio Madeira, em Rondônia, colecionam irregularidades trabalhistas. Duas fiscalizações realizadas recentemente nos canteiros de obras da UHE de Santo Antônio e da UHE de Jirau aumentaram o rol de problemas ligados aos empreendimentos.
As frentes de trabalho da V.P. São Paulo, contratada para desmatar áreas que serão inundadas pela Usina de Santo Antônio, ficaram paralisadas de 9 de março a 6 de maio por conta de irregularidades. Alguns equipamentos utilizados na construção da Usina de Jirau também foram interditados. Ano passado, as duas obras foram flagradas com problemas e 38 trabalhadores em condições análogas à escravidão foram libertados nas obras de Jirau.
A primeira fiscalização ocorreu entre 15 e 19 de março na V.P. São Paulo, contratada pela madeireira Madepar - que presta serviço para o consórcio Santo Antônio Energia - para a derrubada de árvores nas localidades de Riacho Doce e Vila Franciscana, às margens esquerda e direita do Rio Madeira.
Em entrevista à Repórter Brasil, a procuradora do trabalho Michelle Bastos Chermont, que participou da ação fiscal, disse que os empregados relataram que foram contratados no Pará e no Amazonas, com promessas de salários superiores aos que vinham recebendo desde que chegaram ao local.
"Eles disseram que os valores não são conforme o combinado e havia atrasos de salários", complementa Michelle, da Procuradoria Regional do Trabalho da 14ª Região (PRT -14). Além disso, a empresa reteve a Carteira de Trabalho e da Previdência Social (CTPS) dos trabalhadores por até 120 dias. A V.P. São Paulo fornecia somente um uniforme aos empregados, que eram obrigados a trabalhar até com a camiseta molhada, por falta de peças para revezar. O período de trabalho dos empregados variava de 90 a 120 dias.
De acordo com Michelle, a alimentação era de "embrulhar o estômago". O cardápio era sempre o mesmo: carne com osso. O auditor fiscal Juscelino José Durgo dos Santos, coordenador da fiscalização rural da Superintendência Regional do Trabalho e Emprego de Rondônia (SRTE/RO), confirma que a péssima alimentação era servida aos 31 trabalhadores que estavam alojados na "Vila Franciscana". "Os empregados estavam há cerca de três meses comendo carne com osso todos os dias, sem uma salada sequer", relata.
As instalações sanitárias deste alojamento também estavam em desacordo com o padrão estabelecido pela Norma Regulamentadora 31 (NR 31). "A parede era construída totalmente em madeira sem observância da altura mínima em material liso, impermeável e lavável", acrescenta.
A V.P. São Paulo disponibiliza três alojamentos para 180 trabalhadores. "Havia a previsão de chegar mais trabalhadores. Entretanto, dado as interdições, a empresa adiou as novas contratações", conta Juscelino, da SRTE/RO. Ele declara ainda que a fiscalização ainda não teve tempo de realizar uma inspeção noturna para confirmar o número de pessoas alojadas, no alojamento da Madepar, alugado pela V.P. São Paulo. Outro abrigo fica na oficina mecânica para os tratores e máquinas pesadas. "Era nesse ambiente que havia duas famílias dormindo juntamente com outros trabalhadores, sendo que no mesmo dia que nos deparamos com a situação a empresa retirou os trabalhadores e levou para um hotel. Precisamos retornar lá para confirmar se os trabalhadores ainda permanecem em hotel ou se retornaram para o local", diz Juscelino. Os outros continuaram nos alojamentos.
A fiscalização resultou na interdição de todas as frentes de obras executadas pela V.P. São Paulo. A paralisação durou até o dia 6 de maio, quando uma equipe de fiscais voltou ao local e verificou que a situação estava regularizada. "Pudemos verificar que os trabalhadores estavam com os equipamentos de proteção, havia duas ambulâncias no local e rotas de fuga", explica Juscelino.
A empresa está terminando de construir um alojamento maior, dentro da área da Madepar. As promessas incluem equipamentos de lazer, uma área só de instalações sanitárias e outra com local para descanso e pernoite. "Isso está na fase final. Creio que, com os prejuízos das interdições e retiradas do pessoal para hotéis, tenha caído a ficha de que a única forma de conduzir os trabalhos até o final sem nós no encalço deles seria regularizando definitivamente as situações".
A procuradora destacou também a ocorrência de pelo menos dois acidentes de trabalho no local e que o socorro às vítimas não foi prestado de forma adequada. "Nenhuma frente de trabalho possuía ambulância, os trabalhadores eram jogados em um carro comum e atravessavam a balsa só então recebiam atendimento médico profissional". As frentes de trabalham ficam mais de 20 km distantes da cidade. Outras irregularidades relacionadas à Saúde e Segurança do Trabalho (SST) apurada pelos fiscais foram a falta de rotas de fuga e o fornecimento inadequado dos Equipamentos de Proteção Individual (EPIs).
Os fiscais ainda não analisaram a documentação para saber se a empresa pagou os salários dos trabalhadores durante o período de interdição. Por enquanto, foram lavrados quatro autos de infração. A fiscalização não se encerrou.
A ação foi motivada por uma denúncia do Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil do Estado de Rondônia (STICCERO) que esteve no local e fotografou a situação dos trabalhadores.
Imagens captadas durante a visita do sindicato
em janeiro deste ano (Foto: Danny Bueno)
Em setembro do ano passado, os trabalhadores das duas obras fizeram uma greve geral para reivindicar melhorias nos salários e nas condições de trabalho. De acordo com nota divulgada pelo STICCERO as denúncias "vão desde assédio moral, maus tratos, desvio de funções, falta de assistência médica, falta de ambulâncias, ameaças de demissões, alimentação estragada, não pagamento de horas extras, regime de semi-escravidão, uso de força policial ambiental para coagir trabalhador, agressões físicas, apropriação de objetos pessoais, alojamentos inabitáveis, transporte coletivo de péssima qualidade, retenção de carteiras de trabalhos, falta de equipamento de segurança adequado e uma lista infindável de absurdos".
Precedentes
O grupo especial de auditorias em obras de infraestrutura, do Departamento de Saúde e Segurança do Trabalho (DSST), do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), constatou problemas trabalhistas na UHE Santo Antônio, em março de 2009. A obra é tocada pelo consórcio Santo Antônio Energia, composto por empresas como Odebrecht, Andrade Gutierrez, Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) e Furnas Centrais Elétricas, além de sócios quotistas como o Banco Santander.
Na ocasião, auditores emitiram 48 autos de infração por conta das irregularidades nas obras de Santo Antônio - entre elas, a terceirização ilícita. "Cerca de 100 trabalhadores prestavam serviços e foram considerados como terceirização ilícita", acrescenta o auditor fiscal do trabalho Carlos Paixão, coordenador do grupo especial na época.
Jirau
O grupo especial de infraestrutura do DSST lavrou 330 autos de infração nas obras da UHE de Jirau. A fiscalização interditou uma série de equipamentos que apresentavam riscos, como lanchas e balsas usadas na travessia do rio, veículos para transporte de explosivos e guindastes usados na elevação de cargas pesadas. A fiscalização também determinou a paralisação do corte da mata para a instalação da usina. O grupo do MTE passou dez dias no canteiro de obras. A visita será refeita em junho, para checar eventuais providências tomadas.
No ano passado, a situação encontrada pelos fiscais incluía um grupo de 38 pessoas em situação análoga à escravidão. Os trabalhadores foram libertados pela SRTE/RO e pelo Ministério Público do Trabalho (MPT) em setembro do ano passado. As vítimas estavam trabalhando para a Construtora BS, que presta serviço à Energia Sustentável do Brasil (Enersus), consórcio responsável pela construção de Jirau formado por GDF Suez , Camargo Corrêa, Chesf e Eletrosul.
Foram aliciados em Parnarama (MA) por intermediários, que prometeram salários de até R$ 1,2 mil. Eles tiveram que arcar com os custos da viagem da cidade de origem até Sorriso (MT), onde a Construtora BS mantém sua sede. "Do Mato Grosso para Rondônia, a empresa arcou com o transporte. Porém, a irregularidade se deu na forma como os trabalhadores foram arregimentados e pelo fato deles terem que pagar o primeiro trecho da viagem", explica Francisco José Pinheiro Cruz, da Procuradoria Regional do Trabalho da 14ª Região (PRT-14). Atraídos pelos ganhos, descobriram que receberiam salário mínimo e seriam submetidos a um regime de dívidas quando chegaram ao canteiro de obras.
A Repórter Brasil não conseguiu o contato da empresa V.P. São Paulo. A assessoria de imprensa do Consórcio Santo Antônio de Energia informou não ter o contato da empresa. Os empreendimentos no Rio Madeira compõem o rol de obras mais caras do PAC do governo federal e contam com financiamento público do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
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domingo, 23 de maio de 2010
El Museo del Prado llega al iPhone
De esta manera los fondos de una de las mejores pinacotecas a nivel mundial y respetadas por artistas, historiadores y críticos de arte serán puestos al alcance de cualquier interesado desde hoy a través de la web del museo, que ha sido optimizada y adaptada a las necesidades de esos dispositivos móviles, según una nota de prensa del Prado.
VISITAS VIRTUALES a las grandes galerías del mundo vía un teléfono inteligente son cada vez más comunes.
Ver las exposiciones "El arte del poder" o "Las meninas de (Richard) Hamilton" que reúne estos días el Museo del Prado o comprar las entradas para visitarlas ya es posible a través del iPhone, el iPod Touch o cualquier teléfono celular que tenga el sistema Android, informó hoy el museo más emblemático de Madrid.
Al igual que la londinense National Gallery o el parisino Louvre, entre otras pinacotecas europeas, el Museo del Prado se ha subido al carro de la comunicación utilizando las nuevas tecnologías.
Los futuros interesados en navegar con esos teléfonos móviles por la página del Museo del Prado, que consta también de un enlace en Facebook y Twitter, no tienen necesidad de descargarse una aplicación o "software" de pago, según la organizacion.
Esta iniciativa dada a conocer hoy se enmarca dentro del proyecto "La mejor experiencia del Prado", que busca facilitar el acceso del público a los servicios, actividades y colecciones de los que dispone esa pinacoteca.
De esta manera los usuarios del iPhone o iPod Touch, por ejemplo, podrán adquirir entradas y consultar información práctica como horarios o tarifas en doce idiomas y audioguías de las colecciones permanentes del Museo del Prado y vídeos de exposiciones temporales con tan sólo un clic digital.
EFE
VISITAS VIRTUALES a las grandes galerías del mundo vía un teléfono inteligente son cada vez más comunes.
Ver las exposiciones "El arte del poder" o "Las meninas de (Richard) Hamilton" que reúne estos días el Museo del Prado o comprar las entradas para visitarlas ya es posible a través del iPhone, el iPod Touch o cualquier teléfono celular que tenga el sistema Android, informó hoy el museo más emblemático de Madrid.
Al igual que la londinense National Gallery o el parisino Louvre, entre otras pinacotecas europeas, el Museo del Prado se ha subido al carro de la comunicación utilizando las nuevas tecnologías.
Los futuros interesados en navegar con esos teléfonos móviles por la página del Museo del Prado, que consta también de un enlace en Facebook y Twitter, no tienen necesidad de descargarse una aplicación o "software" de pago, según la organizacion.
Esta iniciativa dada a conocer hoy se enmarca dentro del proyecto "La mejor experiencia del Prado", que busca facilitar el acceso del público a los servicios, actividades y colecciones de los que dispone esa pinacoteca.
De esta manera los usuarios del iPhone o iPod Touch, por ejemplo, podrán adquirir entradas y consultar información práctica como horarios o tarifas en doce idiomas y audioguías de las colecciones permanentes del Museo del Prado y vídeos de exposiciones temporales con tan sólo un clic digital.
EFE
sexta-feira, 21 de maio de 2010
UM BEST-SELLER É UM BEST-SELLER
CONTINENTE CULTURAL UMA REVISTA SÉRIA PERNAMBUCANA PARA O BRASIL -CLIQUE NO TÍTULO
Carol Almeida
Especialistas falam das leis que regem o mercado dos livros mais vendidos.
“Como posso escrever um livro pensando em agradar ao mesmo tempo a um caminhoneiro, uma dona de casa do Kansas e um nobre inglês? O que faço é seguir uma trilha imaginária de ideias que satisfaçam a minha curiosidade e emoções. O resto é sorte.” Sidney Sheldon
O prato fundo aguardava pelo caldo quente de uma receita que, estava certo, só poderia ser mágica, talvez até magicamente malévola. Um conforto apetitoso para os inocentes juízes que imaginam ser próprio da alquimia criar algo que escapa de sua compreensão e, pior, de seu controle. Mas a sopa não veio e no prato fundo ficou apenas o reflexo de dúvidas projetadas na porcelana da lógica crítica. O que best-sellers e mega-sellers têm a ver com isso? Eles eram o prato do dia, o que não foi servido. Imaginava-se que esse prato poderia ser desmembrado pelo aguçado paladar de gourmets literários prontos para descrever todos os ingredientes que fizeram daquela obra um caldo comercialmente imbatível e, quem sabe, copiar a receita em causa própria.
Quando surgiu na mesa a ideia de um texto sobre a liga que une livros de ficção que vendem milhões de cópias, havia no ar uma condenável inocência de que não poderia ser tão difícil assim, ou ao menos não tão rebuscadamente difícil, extrair o sumo do sucesso editorial de títulos que, a despeito de todas as profecias sobre o fim do livro, quebram recordes de venda, chegam aos cinemas, à TV e transformam alguns escritores em milionárias ou bilionárias celebridades. Mas aí veio o primeiro sinal de que a sopa não chegaria assim mágica à mesa. Depois de um silencioso suspiro, Luciana Villas-Boas, diretora editorial da Record, foi desanimadoramente sincera: “Acho essa matéria que você está fazendo tão difícil. Acho que você vai penar.”
O que Luciana gentilmente quis dizer é que, não, ela não tinha receita, sequer ingredientes, que pudessem apontar o caminho das galinhas dos ovos de ouro do mercado editorial. No entanto, assim como ela, vários outros editores nos levaram a entender que, uma vez dentro da indústria de romances comerciais, existe, da parte das companhias editoras, um jogo de apostas altas em um atípico pôquer de cartas que se repetem na mesa, ainda que quase todas elas sejam de baralhos diferentes. E que, sim, assim como todo jogo, é preciso Sorte e Sensibilidade, nessa ordem, para saber jogar alto em títulos que podem dar certo.
Com a Sorte, a mesma mencionada acima pelo best-seller Sidney Sheldon, não nos foi cedida conversa. Mas com a Sensibilidade, houve um diálogo mais ou menos consensual que nos levou a entender, por exemplo, por que dificilmente um romance brasileiro emplaca entre os mais vendidos e quais os motivos que levam um editor a comprar os direitos de alguns títulos nos cada vez mais disputados leilões editoriais.
E antes de falar da Sensibilidade, uma breve introdução ao contexto das cartas repetidas.
No Brasil muito em particular, o mercado comporta pouca diversidade de títulos por ano. Em 2009, foram publicados cerca de 22 mil diferentes livros novos, enquanto nos Estados Unidos esse número foi de mais de 520 mil. Sendo assim, e segundo os editores brasileiros, não há espaço para a coexistência para mais de uma, ou no máximo duas febres temáticas. Portanto, a lista dos livros de ficção mais vendidos reflete aquilo que chamaremos da síndrome Andy Warhol do mercado editorial. Uma que transforma temas da ficção em uma serialização que pega carona e, para refletir recente caso de tema dominante, vampiriza um ou dois títulos de sucesso. As editoras passam a adotar uma reprodutibilidade mecânica refletida em estranhamente semelhantes capas de livro. No decalque editorial, alguns lançamentos chamam atenção pelo pouco disfarçado sintoma de Mulher Solteira Procura.
De outra maneira, não há como explicar casos como da capa e o próprio nome de Chá das cinco com o vampiro, da editora Objetiva. O livro, escrito pelo paranaense Miguel Sanches Neto, nasceu de conversas com o escritor curitibano Dalton Trevisan (conhecido por sua reclusão e nada contente com o lançamento de Sanches Neto), e agora é vendido, ao menos superficialmente, como mais um romance vampiresco adolescente, com direito a uma capa escura que ilustra a meia imagem de um aparentemente sedutor e nobre sanguessuga.
Apostando na compra impulsiva das imagens repetidas – mais uma vez, Andy Warhol, o profeta – a Objetiva e outras editoras como a Novo Século que recentemente lançou Opúsculo, paródia da saga Crepúsculo com capa e fontes praticamente idênticas à dos livros de Stephenie Meyer, tentam se segurar em alguma brecha do tronco temático para não sofrer as consequências dos ventos fortes que devastam os mais fracos .
Mas o caso da reprodução dos vampiros – e hoje o maior achado editorial não está na saga Crepúsculo (Intrínseca) e sim nos também seriados romances de Diários de um vampiro (Record) – é apenas mais um dos vários exemplos de temas dominantes que puxa linhas de genéricos e similares. Nos anos 1980, eram os thrillers policiais que se espalhavam pelos mais nobres displays das livrarias, em meados dos anos 90, com o surgimento do fenômeno Harry Potter (cujos direitos de publicação dos dois primeiros livros foram adquiridos por uma pechincha de 5 mil dólares pela editora Nova Fronteira), se espalhou pelo mercado brasileiro a febre da literatura fantástica, mais tarde ancorada por lançamentos cinematográficos que deram maior impulsão à venda dos livros.
As editoras começaram então a observar o público jovem com outros olhos e, com a garantia da preservação de best-sellers adultos por aquilo que não deixa de ser uma continuidade do fantástico em temas religiosos (O código da Vinci e seus discípulos), elas investiram nos anos 2000 em romances com jovens protagonistas que, entre eventos de aventuras sobrenaturais, estavam dispostos a evangelizar sobre o amor e o pecado original. Nada disso, no entanto, estava previsto. Para desconsolo de quem trabalha comprando o futuro, todas essas tendências simplesmente aconteceram.
“Esse é o mercado do imponderável”, sintetiza o professor e diretor da Biblioteca Nacional, Muniz Sodré, um dos poucos acadêmicos a publicar um livro sobre o mercado e os pontos de interseção entre os livros mais vendidos: Best-Sellers, a literatura de mercado, na coleção Princípios (Ática), publicado em 1988, quando o termo mega-sellers (títulos que vendem milhões) ainda não existia.
Para Sodré, sempre existiram e continuarão existindo pontos em comum entre todos os best-sellers de ficção, a independer do gênero em que eles se encaixam. Segundo ele, do ponto de vista do conteúdo, há quatro elementos presentes em todos os mais vendidos. O primeiro seria uma “retórica literária e clichês bem agenciados”, com uma linguagem de fácil acesso e amplo espaço para diálogos. O segundo seria a presença constante do mito do herói e, por tabela, a oposição entre o Bem e o Mal. O terceiro elemento seria o da “atualidade”, que tenta dar contextos contemporâneos à trama desenrolada e, por fim, o fator “pedagógico”, aquele que, no dobrar da última página, sempre tem algo a ensinar nas esperadas lições de moral. Com todos esses elementos se constrói uma literatura – e Sodré sustenta que se trata sim de uma literatura – “normalizadora”, em que facilmente o leitor consegue identificar o “normal” e o “estranho”. “A única diferença desses títulos para literatura canônica é que os grandes escritores inventam em cima da língua vernacular escrita. Eles criam uma nova língua. A literatura de massa não ficcionaliza a língua, mas sim o conteúdo.”
Os editores que buscam novos títulos, conhecedores e já experientes em identificar todos esses elementos, sustentam que eles podem até ajudar na hora de fazer escolhas, mas não determinam decisões. O que determina, segundo Tomás Pereira, um dos sócios da editora Sextante (nome constante na lista dos 10 mais vendidos), é a sensibilidade de leitor e a Amazon. “Acredito que a Amazon foi uma revolução no mercado editorial. Há uma grande quantidade de informação sobre cada título ali, explicações e referências muito mais vastas que qualquer livraria poderia oferecer. Se eu quero saber o ranking de vendas de um livro lá fora, posso ver como ele funcionou na França, na Alemanha. O que está começando a fazer sucesso nos Estados Unidos, as críticas, opinião dos leitores, tudo isso encontro lá”. Quanto ao “feeling”, Pereira explica que o processo é bem simples: “A primeira pergunta que você se faz é ‘qual é o tema desse livro?’. A segunda é ‘É um livro que leio com maior facilidade?’ e depois vem a sua própria experiência de leitor”.
Tomás Pereira, que hoje divide com seu irmão Marcos Pereira a tarefa de comandar a Sextante, lembra que a editora começou a publicar ficções depois que seu pai, Geraldo Jordão, leu sobre O código da Vinci na revista Publisher’s Weekly. “Ele resolveu então ler a história. E no dia depois que tinha pego o livro, disse que deveríamos publicar aquilo”, lembra Tomás. A essa altura, o romance começava a fazer sucesso nos Estados Unidos, mas o autor Dan Brown ainda era um ilustre desconhecido do leitor brasileiro. Com insistência do pai e relutância dos filhos, os direitos de publicação foram comprados por 12 mil dólares (contra 10 mil dólares que a Record havia oferecido, na pessoa de Luciana Villas-Boas). Os caixas das livrarias, a receita da Sextante e os mais de três milhões de exemplares vendidos só no Brasil sabem o resto da história.
Ao contrário de Muniz Sodré, Tomás acredita que, uma vez criadas as caixas que compartimentam gêneros, esses romances que vendem centenas de milhares e milhões de exemplares não deveriam ser chamados de literatura. “Trata-se de ficção comercial”, simplifica ele. “Acho que há leituras das quais você sai enriquecido com ideias e conceitos que você guarda pra vida inteira. Isso é literatura. Desses livros comerciais, posso não lembrar nada depois que fecho a última página, mas não vou esquecer aquela experiência extremamente prazerosa que tive durante sua leitura”. Para Tomás, é essa “experiência de leitura” a seiva que alimenta a procura pelo próximo grande best-seller.
Com um termo mais mercadológico, Juliana Cirne, que gerencia a comunicação da editora Intrínseca (coligada da editora Sextante e proprietária dos direitos da saga do jovem Percy Jackson, o novo Harry Potter), define isso como uma “pegada de turning pages” que, em outras palavras, seria explicada pelo grau de ansiedade que um leitor tem em saber o que acontece na próxima página.
Veterana de cassinos do mercado editorial, Luciana Villas-Boas diz que nem mesmo a sensibilidade de leitora ajuda na hora de escolher alguns títulos. “Acho que essa sensibilidade vai até se deteriorando com o tempo”, reflete. Ainda assim, experiente no ramo, ela afirma que, em última análise, tudo se reduz a um jogo e que, não, profissionais do marketing e a vasta publicação sobre tendências de consumo não têm relação alguma com o que acontece no mercado editorial.
“É impossível que análises de consumo identifiquem tendências para o mercado editorial.” Ainda segundo Luciana, essas mesmas pesquisas de marketing podem sim ajudar na venda dos livros, mas não na produção deles ou seleção de títulos por parte das editoras. “Se houvesse fórmula o negócio editorial não seria tão difícil. Você tem que apostar em vários títulos que não certo para conseguir achar um que sustenta a editora por muito tempo. Há um elemento de jogo muito grande”, garante.
Nesse jogo de mais exceções do que regras, há três pontos em comum entre todos as pessoas entrevistadas para este texto. A primeira é de que se torna mais fácil promover e vender um título hoje entrando em contato direto com o leitor, seja a partir de comunidades na internet ou mesmo com a bem-sucedida distribuição de livros pela Avon (as revendedoras da linha de cosméticos venderam cerca de 300 mil cópias da Menina que roubava livros por todo o País, incluindo aí localizações sem acesso a livrarias).
O segundo consenso está na resposta do porquê da comum ausência de títulos nacionais na lista dos mais vendidos. “Raramente no Brasil você tem histórias que retratem um momento histórico e que sejam contadas com uma linguagem fina, porém sem malabarismos vanguardistas e sem buscar a linguagem da rua que o escritor desconhece e, por isso, quando escreve, soa muitas vezes forçada”, aponta Luciana. Juliana Cirne, da Intrínseca, pontua que o caso é, em alguns momentos, prioridade administrativa. “Já chegaram coisas muito bacanas de escritores brasileiros, mas ainda não temos estrutura para atender o autor nacional, que é alguém que acompanha mais de perto o processo de edição do livro. Mas estamos crescendo muito, quem sabe logo em breve teremos esse espaço”.
Tomás Pereira, da Sextante, retoma a questão do conteúdo industrial: “Falta quantidade e qualidade” para que romances nacionais se encaixem no perfil comercial. Muniz Sodré segue a mesma opinião: “A quantidade acaba gerando qualidade e o Brasil não tem uma indústria editorial forte que comporte uma grande produção nacional.” Para todos eles, questões de identificações com realidades mais próximas podem muito bem ser substituídas por elementos universais da fantasia que se desloca de um eixo local.
O terceiro ponto em comum no caso específico do Brasil se explica com aquele efeito da síndrome Andy Warhol. Os editores entendem que existem filões temáticos e, para eles, nada mais natural que buscar o melhor caminho na mesma estrada. Até que, um dia, a repetição se esgote, o tema se sature e alguém comece a juntar os misteriosos ingredientes certos para a próxima sopa que irá aquecer o mercado editorial.
Carol Almeida
Especialistas falam das leis que regem o mercado dos livros mais vendidos.
“Como posso escrever um livro pensando em agradar ao mesmo tempo a um caminhoneiro, uma dona de casa do Kansas e um nobre inglês? O que faço é seguir uma trilha imaginária de ideias que satisfaçam a minha curiosidade e emoções. O resto é sorte.” Sidney Sheldon
O prato fundo aguardava pelo caldo quente de uma receita que, estava certo, só poderia ser mágica, talvez até magicamente malévola. Um conforto apetitoso para os inocentes juízes que imaginam ser próprio da alquimia criar algo que escapa de sua compreensão e, pior, de seu controle. Mas a sopa não veio e no prato fundo ficou apenas o reflexo de dúvidas projetadas na porcelana da lógica crítica. O que best-sellers e mega-sellers têm a ver com isso? Eles eram o prato do dia, o que não foi servido. Imaginava-se que esse prato poderia ser desmembrado pelo aguçado paladar de gourmets literários prontos para descrever todos os ingredientes que fizeram daquela obra um caldo comercialmente imbatível e, quem sabe, copiar a receita em causa própria.
Quando surgiu na mesa a ideia de um texto sobre a liga que une livros de ficção que vendem milhões de cópias, havia no ar uma condenável inocência de que não poderia ser tão difícil assim, ou ao menos não tão rebuscadamente difícil, extrair o sumo do sucesso editorial de títulos que, a despeito de todas as profecias sobre o fim do livro, quebram recordes de venda, chegam aos cinemas, à TV e transformam alguns escritores em milionárias ou bilionárias celebridades. Mas aí veio o primeiro sinal de que a sopa não chegaria assim mágica à mesa. Depois de um silencioso suspiro, Luciana Villas-Boas, diretora editorial da Record, foi desanimadoramente sincera: “Acho essa matéria que você está fazendo tão difícil. Acho que você vai penar.”
O que Luciana gentilmente quis dizer é que, não, ela não tinha receita, sequer ingredientes, que pudessem apontar o caminho das galinhas dos ovos de ouro do mercado editorial. No entanto, assim como ela, vários outros editores nos levaram a entender que, uma vez dentro da indústria de romances comerciais, existe, da parte das companhias editoras, um jogo de apostas altas em um atípico pôquer de cartas que se repetem na mesa, ainda que quase todas elas sejam de baralhos diferentes. E que, sim, assim como todo jogo, é preciso Sorte e Sensibilidade, nessa ordem, para saber jogar alto em títulos que podem dar certo.
Com a Sorte, a mesma mencionada acima pelo best-seller Sidney Sheldon, não nos foi cedida conversa. Mas com a Sensibilidade, houve um diálogo mais ou menos consensual que nos levou a entender, por exemplo, por que dificilmente um romance brasileiro emplaca entre os mais vendidos e quais os motivos que levam um editor a comprar os direitos de alguns títulos nos cada vez mais disputados leilões editoriais.
E antes de falar da Sensibilidade, uma breve introdução ao contexto das cartas repetidas.
No Brasil muito em particular, o mercado comporta pouca diversidade de títulos por ano. Em 2009, foram publicados cerca de 22 mil diferentes livros novos, enquanto nos Estados Unidos esse número foi de mais de 520 mil. Sendo assim, e segundo os editores brasileiros, não há espaço para a coexistência para mais de uma, ou no máximo duas febres temáticas. Portanto, a lista dos livros de ficção mais vendidos reflete aquilo que chamaremos da síndrome Andy Warhol do mercado editorial. Uma que transforma temas da ficção em uma serialização que pega carona e, para refletir recente caso de tema dominante, vampiriza um ou dois títulos de sucesso. As editoras passam a adotar uma reprodutibilidade mecânica refletida em estranhamente semelhantes capas de livro. No decalque editorial, alguns lançamentos chamam atenção pelo pouco disfarçado sintoma de Mulher Solteira Procura.
De outra maneira, não há como explicar casos como da capa e o próprio nome de Chá das cinco com o vampiro, da editora Objetiva. O livro, escrito pelo paranaense Miguel Sanches Neto, nasceu de conversas com o escritor curitibano Dalton Trevisan (conhecido por sua reclusão e nada contente com o lançamento de Sanches Neto), e agora é vendido, ao menos superficialmente, como mais um romance vampiresco adolescente, com direito a uma capa escura que ilustra a meia imagem de um aparentemente sedutor e nobre sanguessuga.
Apostando na compra impulsiva das imagens repetidas – mais uma vez, Andy Warhol, o profeta – a Objetiva e outras editoras como a Novo Século que recentemente lançou Opúsculo, paródia da saga Crepúsculo com capa e fontes praticamente idênticas à dos livros de Stephenie Meyer, tentam se segurar em alguma brecha do tronco temático para não sofrer as consequências dos ventos fortes que devastam os mais fracos .
Mas o caso da reprodução dos vampiros – e hoje o maior achado editorial não está na saga Crepúsculo (Intrínseca) e sim nos também seriados romances de Diários de um vampiro (Record) – é apenas mais um dos vários exemplos de temas dominantes que puxa linhas de genéricos e similares. Nos anos 1980, eram os thrillers policiais que se espalhavam pelos mais nobres displays das livrarias, em meados dos anos 90, com o surgimento do fenômeno Harry Potter (cujos direitos de publicação dos dois primeiros livros foram adquiridos por uma pechincha de 5 mil dólares pela editora Nova Fronteira), se espalhou pelo mercado brasileiro a febre da literatura fantástica, mais tarde ancorada por lançamentos cinematográficos que deram maior impulsão à venda dos livros.
As editoras começaram então a observar o público jovem com outros olhos e, com a garantia da preservação de best-sellers adultos por aquilo que não deixa de ser uma continuidade do fantástico em temas religiosos (O código da Vinci e seus discípulos), elas investiram nos anos 2000 em romances com jovens protagonistas que, entre eventos de aventuras sobrenaturais, estavam dispostos a evangelizar sobre o amor e o pecado original. Nada disso, no entanto, estava previsto. Para desconsolo de quem trabalha comprando o futuro, todas essas tendências simplesmente aconteceram.
“Esse é o mercado do imponderável”, sintetiza o professor e diretor da Biblioteca Nacional, Muniz Sodré, um dos poucos acadêmicos a publicar um livro sobre o mercado e os pontos de interseção entre os livros mais vendidos: Best-Sellers, a literatura de mercado, na coleção Princípios (Ática), publicado em 1988, quando o termo mega-sellers (títulos que vendem milhões) ainda não existia.
Para Sodré, sempre existiram e continuarão existindo pontos em comum entre todos os best-sellers de ficção, a independer do gênero em que eles se encaixam. Segundo ele, do ponto de vista do conteúdo, há quatro elementos presentes em todos os mais vendidos. O primeiro seria uma “retórica literária e clichês bem agenciados”, com uma linguagem de fácil acesso e amplo espaço para diálogos. O segundo seria a presença constante do mito do herói e, por tabela, a oposição entre o Bem e o Mal. O terceiro elemento seria o da “atualidade”, que tenta dar contextos contemporâneos à trama desenrolada e, por fim, o fator “pedagógico”, aquele que, no dobrar da última página, sempre tem algo a ensinar nas esperadas lições de moral. Com todos esses elementos se constrói uma literatura – e Sodré sustenta que se trata sim de uma literatura – “normalizadora”, em que facilmente o leitor consegue identificar o “normal” e o “estranho”. “A única diferença desses títulos para literatura canônica é que os grandes escritores inventam em cima da língua vernacular escrita. Eles criam uma nova língua. A literatura de massa não ficcionaliza a língua, mas sim o conteúdo.”
Os editores que buscam novos títulos, conhecedores e já experientes em identificar todos esses elementos, sustentam que eles podem até ajudar na hora de fazer escolhas, mas não determinam decisões. O que determina, segundo Tomás Pereira, um dos sócios da editora Sextante (nome constante na lista dos 10 mais vendidos), é a sensibilidade de leitor e a Amazon. “Acredito que a Amazon foi uma revolução no mercado editorial. Há uma grande quantidade de informação sobre cada título ali, explicações e referências muito mais vastas que qualquer livraria poderia oferecer. Se eu quero saber o ranking de vendas de um livro lá fora, posso ver como ele funcionou na França, na Alemanha. O que está começando a fazer sucesso nos Estados Unidos, as críticas, opinião dos leitores, tudo isso encontro lá”. Quanto ao “feeling”, Pereira explica que o processo é bem simples: “A primeira pergunta que você se faz é ‘qual é o tema desse livro?’. A segunda é ‘É um livro que leio com maior facilidade?’ e depois vem a sua própria experiência de leitor”.
Tomás Pereira, que hoje divide com seu irmão Marcos Pereira a tarefa de comandar a Sextante, lembra que a editora começou a publicar ficções depois que seu pai, Geraldo Jordão, leu sobre O código da Vinci na revista Publisher’s Weekly. “Ele resolveu então ler a história. E no dia depois que tinha pego o livro, disse que deveríamos publicar aquilo”, lembra Tomás. A essa altura, o romance começava a fazer sucesso nos Estados Unidos, mas o autor Dan Brown ainda era um ilustre desconhecido do leitor brasileiro. Com insistência do pai e relutância dos filhos, os direitos de publicação foram comprados por 12 mil dólares (contra 10 mil dólares que a Record havia oferecido, na pessoa de Luciana Villas-Boas). Os caixas das livrarias, a receita da Sextante e os mais de três milhões de exemplares vendidos só no Brasil sabem o resto da história.
Ao contrário de Muniz Sodré, Tomás acredita que, uma vez criadas as caixas que compartimentam gêneros, esses romances que vendem centenas de milhares e milhões de exemplares não deveriam ser chamados de literatura. “Trata-se de ficção comercial”, simplifica ele. “Acho que há leituras das quais você sai enriquecido com ideias e conceitos que você guarda pra vida inteira. Isso é literatura. Desses livros comerciais, posso não lembrar nada depois que fecho a última página, mas não vou esquecer aquela experiência extremamente prazerosa que tive durante sua leitura”. Para Tomás, é essa “experiência de leitura” a seiva que alimenta a procura pelo próximo grande best-seller.
Com um termo mais mercadológico, Juliana Cirne, que gerencia a comunicação da editora Intrínseca (coligada da editora Sextante e proprietária dos direitos da saga do jovem Percy Jackson, o novo Harry Potter), define isso como uma “pegada de turning pages” que, em outras palavras, seria explicada pelo grau de ansiedade que um leitor tem em saber o que acontece na próxima página.
Veterana de cassinos do mercado editorial, Luciana Villas-Boas diz que nem mesmo a sensibilidade de leitora ajuda na hora de escolher alguns títulos. “Acho que essa sensibilidade vai até se deteriorando com o tempo”, reflete. Ainda assim, experiente no ramo, ela afirma que, em última análise, tudo se reduz a um jogo e que, não, profissionais do marketing e a vasta publicação sobre tendências de consumo não têm relação alguma com o que acontece no mercado editorial.
“É impossível que análises de consumo identifiquem tendências para o mercado editorial.” Ainda segundo Luciana, essas mesmas pesquisas de marketing podem sim ajudar na venda dos livros, mas não na produção deles ou seleção de títulos por parte das editoras. “Se houvesse fórmula o negócio editorial não seria tão difícil. Você tem que apostar em vários títulos que não certo para conseguir achar um que sustenta a editora por muito tempo. Há um elemento de jogo muito grande”, garante.
Nesse jogo de mais exceções do que regras, há três pontos em comum entre todos as pessoas entrevistadas para este texto. A primeira é de que se torna mais fácil promover e vender um título hoje entrando em contato direto com o leitor, seja a partir de comunidades na internet ou mesmo com a bem-sucedida distribuição de livros pela Avon (as revendedoras da linha de cosméticos venderam cerca de 300 mil cópias da Menina que roubava livros por todo o País, incluindo aí localizações sem acesso a livrarias).
O segundo consenso está na resposta do porquê da comum ausência de títulos nacionais na lista dos mais vendidos. “Raramente no Brasil você tem histórias que retratem um momento histórico e que sejam contadas com uma linguagem fina, porém sem malabarismos vanguardistas e sem buscar a linguagem da rua que o escritor desconhece e, por isso, quando escreve, soa muitas vezes forçada”, aponta Luciana. Juliana Cirne, da Intrínseca, pontua que o caso é, em alguns momentos, prioridade administrativa. “Já chegaram coisas muito bacanas de escritores brasileiros, mas ainda não temos estrutura para atender o autor nacional, que é alguém que acompanha mais de perto o processo de edição do livro. Mas estamos crescendo muito, quem sabe logo em breve teremos esse espaço”.
Tomás Pereira, da Sextante, retoma a questão do conteúdo industrial: “Falta quantidade e qualidade” para que romances nacionais se encaixem no perfil comercial. Muniz Sodré segue a mesma opinião: “A quantidade acaba gerando qualidade e o Brasil não tem uma indústria editorial forte que comporte uma grande produção nacional.” Para todos eles, questões de identificações com realidades mais próximas podem muito bem ser substituídas por elementos universais da fantasia que se desloca de um eixo local.
O terceiro ponto em comum no caso específico do Brasil se explica com aquele efeito da síndrome Andy Warhol. Os editores entendem que existem filões temáticos e, para eles, nada mais natural que buscar o melhor caminho na mesma estrada. Até que, um dia, a repetição se esgote, o tema se sature e alguém comece a juntar os misteriosos ingredientes certos para a próxima sopa que irá aquecer o mercado editorial.
Brasil está voando alto demais, diz revista ‘The Economist’
Brasil está voando alto demais, diz revista ‘The Economist’
20 de maio de 2010 | 18h24
Sílvio Guedes Crespo
A revista britânica The Economist tenta responder a questão do momento sobre a economia brasileira: o País consegue crescer com força sem gerar inflação?
A reposta dada pela publicação talvez irrite os empresários que brigam por taxas de juros menos estratosféricas: “Ainda que [o Brasil] esteja crescendo como a China, o Brasil não é a China”, diz a revista, após informar que a economia do País deve ter crescido 10% nos últimos seis meses em taxa anualizada.
Em texto intitulado “Brasil voa alto demais para se manter seguro”, a economia brasileira está parecendo os carros da Toyota que, uma vez em movimento, não paravam de acelerar. A reportagem cita os incentivos do governo como fator que impulsionou a economia depois da crise. “O problema, dizem os críticos, é que muitos dos gastos extras do governo são permanentes”, afirma o texto.
A Economist lembra que a inflação nos últimos 12 meses foi de 5,3%, acima do centro da meta do governo (4,5%), e diz que as importações devem passar as exportações neste ano, pela primeira vez desde 2000.
A revista conta que os cortes de gastos propostos pelo governo, de R$ 10 bilhões anunciados em maio e R$ 21 bilhões em março, servem para a previsão Orçamentária e, mesmo se implementados na íntegra, vão “simplesmente reduzir o ritmo de aumento dos gastos do governo”.
‘Dor na Europa é a alegria de Meirelles’
Contrapondo ao pessimismo verificado na Economist, a agência Bloomberg publicou nesta quinta-feira uma reportagem mostrando que investidores já estão menos temerosos em relação ao crescimento descontrolado do Brasil.
A agência notou que os aplicadores estão apostando em taxas de juros não tão altas para os títulos públicos brasileiros. O retorno esperado de alguns papéis vem caindo ininterruptamente há cinco dias. É um sinal de que os investidores acham que o BC não precisará elevar o juro básico tanto quanto os especialistas vinham supondo. O motivo apontado pela agência é a crise na Europa, que reduzirá preços de commodities e também o ritmo de crescimento mundial. Como consequência, limitará a expansão brasileira e diminuirá a pressão inflacionária.
Leia a reportagem da revista The Economist (em inglês)
Para Bloomberg, dor do BC Europeu é alegria de Meirelles
20 de maio de 2010 | 18h24
Sílvio Guedes Crespo
A revista britânica The Economist tenta responder a questão do momento sobre a economia brasileira: o País consegue crescer com força sem gerar inflação?
A reposta dada pela publicação talvez irrite os empresários que brigam por taxas de juros menos estratosféricas: “Ainda que [o Brasil] esteja crescendo como a China, o Brasil não é a China”, diz a revista, após informar que a economia do País deve ter crescido 10% nos últimos seis meses em taxa anualizada.
Em texto intitulado “Brasil voa alto demais para se manter seguro”, a economia brasileira está parecendo os carros da Toyota que, uma vez em movimento, não paravam de acelerar. A reportagem cita os incentivos do governo como fator que impulsionou a economia depois da crise. “O problema, dizem os críticos, é que muitos dos gastos extras do governo são permanentes”, afirma o texto.
A Economist lembra que a inflação nos últimos 12 meses foi de 5,3%, acima do centro da meta do governo (4,5%), e diz que as importações devem passar as exportações neste ano, pela primeira vez desde 2000.
A revista conta que os cortes de gastos propostos pelo governo, de R$ 10 bilhões anunciados em maio e R$ 21 bilhões em março, servem para a previsão Orçamentária e, mesmo se implementados na íntegra, vão “simplesmente reduzir o ritmo de aumento dos gastos do governo”.
‘Dor na Europa é a alegria de Meirelles’
Contrapondo ao pessimismo verificado na Economist, a agência Bloomberg publicou nesta quinta-feira uma reportagem mostrando que investidores já estão menos temerosos em relação ao crescimento descontrolado do Brasil.
A agência notou que os aplicadores estão apostando em taxas de juros não tão altas para os títulos públicos brasileiros. O retorno esperado de alguns papéis vem caindo ininterruptamente há cinco dias. É um sinal de que os investidores acham que o BC não precisará elevar o juro básico tanto quanto os especialistas vinham supondo. O motivo apontado pela agência é a crise na Europa, que reduzirá preços de commodities e também o ritmo de crescimento mundial. Como consequência, limitará a expansão brasileira e diminuirá a pressão inflacionária.
Leia a reportagem da revista The Economist (em inglês)
Para Bloomberg, dor do BC Europeu é alegria de Meirelles
quarta-feira, 19 de maio de 2010
Universidades Privadas no Brasil são caso de Polícia!!!!!!!!!!!
Vide fato de Minas, e isto não é só lá, mas em todo Brasil, desrespeito a alunos professores, trangressões com o Mec.As Universidade de grupos privados se transformaram na Indústria do Consumo do Título Universitário.Aluno é consumidor e Educaçao é Mercadoria. Os capitais Internacionais migram para cá para aproveitar a fatia de mercado e fazem e desfazem e o MEC cala-se!!!!!!!!!!!!!!!!
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CASO CONCRETO DO GRUPO PITÁGORAS EM MINAS
UMa manifestação de estudantes terminou em confusão na noite de segunda-feira em Belo Horizonte. Alunos da Faculdade Pitágoras que protestavam contra mudanças no modelo pedagógico da instituição entraram em confronto com policiais militares em frente à unidade da Avenida Raja Gabaglia, no Bairro Gutierrez, Região Oeste de Belo Horizonte.
Breno Borges mostra ferimento na mão direita
A Polícia Militar foi acionada e alguns estudantes alegam que foram agredidos. Segundo o coronel Sandro Teatini, do Batalhão de Rondas Táticas Metropolitanas (Rotam), as denúncias serão apuradas. Breno Borges, estudante de pós-graduação em engenharia de produção, disse que ficou com a mão ferida durante o tumulto.
Polêmica no ensino
Os estudantes questionam o novo sistema da redução de carga horária das aulas presenciais e aplicação do ensino à distância, o que não constaria no contrato assinado no ato da matrícula. A direção da Faculdade Pitágoras argumenta que as mudanças fazem parte de melhorias no projeto educacional.
O Sindicato dos Professores Particulares de Minas Gerais informou que os docentes da Faculdade Pitágoras fazerm assembleia na tarde desta terça-feira para discutir a possiblidade de paralisação das aulas. De acordo com o sindicato, os professores também não concordam com as mudanças no modelo pedagógico.
Leia na íntegra a nota da Faculdade Pitágoras sobre as mudanças
Confira a reportagem da TV Alterosa
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CASO CONCRETO DO GRUPO PITÁGORAS EM MINAS
UMa manifestação de estudantes terminou em confusão na noite de segunda-feira em Belo Horizonte. Alunos da Faculdade Pitágoras que protestavam contra mudanças no modelo pedagógico da instituição entraram em confronto com policiais militares em frente à unidade da Avenida Raja Gabaglia, no Bairro Gutierrez, Região Oeste de Belo Horizonte.
Breno Borges mostra ferimento na mão direita
A Polícia Militar foi acionada e alguns estudantes alegam que foram agredidos. Segundo o coronel Sandro Teatini, do Batalhão de Rondas Táticas Metropolitanas (Rotam), as denúncias serão apuradas. Breno Borges, estudante de pós-graduação em engenharia de produção, disse que ficou com a mão ferida durante o tumulto.
Polêmica no ensino
Os estudantes questionam o novo sistema da redução de carga horária das aulas presenciais e aplicação do ensino à distância, o que não constaria no contrato assinado no ato da matrícula. A direção da Faculdade Pitágoras argumenta que as mudanças fazem parte de melhorias no projeto educacional.
O Sindicato dos Professores Particulares de Minas Gerais informou que os docentes da Faculdade Pitágoras fazerm assembleia na tarde desta terça-feira para discutir a possiblidade de paralisação das aulas. De acordo com o sindicato, os professores também não concordam com as mudanças no modelo pedagógico.
Leia na íntegra a nota da Faculdade Pitágoras sobre as mudanças
Confira a reportagem da TV Alterosa
Usinas de biodiesel não observam problemas da cadeia produtiva
Usinas de biodiesel não observam problemas da cadeia produtiva
Irregularidades ambientais e fundiárias são desconsideradas na compra de matéria-prima por usinas no MT. Normas do Selo Combustível Social também não são totalmente cumpridas em assentamentos de reforma agrária
Por Verena Glass, do Centro de Monitoramento dos Agrocombustíveis
Itaporã (MT) - Das 48 usinas de biodiesel em funcionamento, 42 utilizam a soja como principal matéria-prima. Destas, 26 possuem o Selo Combustível Social, concedido pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA). O selo do governo federal garante incentivos fiscais e garantia de participação no leilão de biodiesel da Agência Nacional do Petróleo (ANP) às usinas em troca da compra de produção oriunda da agricultura familiar.
Enquanto o setor sucroalcooleiro que gera o etanol tem sido pressionado cada vez mais a adotar medidas de responsabilidade social e ambiental em sua cadeia produtiva, a produção de biodiesel a partir da soja ainda carece de instrumentos de controles socioambientais.
Um indício de que o agrocombustível pode estar relacionado ao desmatamento no Cerrado, por exemplo, é que ao menos 15 usinas de biodiesel estão localizadas em municípios citados no Relatório Técnico de Monitoramento do Desmatamento no Bioma Cerrado - 2002 a 2008, do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis, vinculado ao Ministério do Meio Ambiente (Ibama/MMA): Cooperbio Verde e Fiagril, em Lucas do Rio Verde (MT); Brasil Ecodiesel, em Porto Nacional (TO); Biocar Biodiesel, em Dourados (MS); Biocamp, em Campo Verde (MT); Petrobras, em Montes Claros (MG); Coomisa, em Sapezal (MT); Cooperbio, em Cuiabá (MT); Araguassu, em Porto Alegre do Norte (MT), B-100, em Araxá (MG); Tecnodiesel, em Sidrolândia (MS); Caibiense, em Rondonópolis (MT); ADM (Archer Daniels Midland), em Rondonópolis (MT); Barralcool, em Barra do Bugres (MT); e Binatural, em Formosa (GO)
De acordo com o MDA, além da exigência de contratação da produção da agricultura familiar pelas usinas e a contrapartida de fornecimento de assistência técnica e celebração de acordo comercial com os agricultores, o Selo Combustível Social não prevê nenhum critério ambiental ou outro mecanismo de monitoramento socioambiental. Ou seja, não compete ao Selo verificar o cumprimento da legislação ambiental ou fundiária nas áreas de agricultura familiar - respeito às Áreas de Preservação Permanente (APPs), averbação de Reserva Legal, tipo de posse da terra etc. -, não constituindo, portanto, garantia de sustentabilidade socioambiental do biodiesel.
O Mato Grosso, com 11 usinas - Cooperbio Verde, CLV Agrodiesel, Beira Rio Biodiesel, Fiagril, Biocamp, Coomisa, Cooperbio, Araguassu, Caibiense, ADM e Barralcool -, pode ser tomado como exemplo. O Estado não apenas tem apresentado problemas ambientais e trabalhistas (trabalho escravo) na sojicultura de larga escala, como também não possui uma agricultura familiar forte. Restrita basicamente aos assentados, a produção familiar ainda enfrenta grandes dificuldades, e o cultivo de soja nos projetos, apesar de muitas vezes ser uma opção econômica, é considerado pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) como contrário aos objetivos da reforma agrária (a produção diversificada de alimentos).
Estruturalmente, a produção de biodiesel no Mato Grosso enfrenta uma situação complexa, tanto no que se refere a critérios sociais, ambientais e fundiários, quanto no que tange às exigências do Selo Combustível Social. Enquanto as usinas recorrem aos assentamentos e incentivam o cultivo de soja para atingir os 15% de gastos com a agricultura familiar previstos pelo Selo, o Incra tem tido dificuldades de implementar projetos de desenvolvimento sustentável e regularização ambiental nos assentamentos, o que tem levado a uma situação de insegurança social e jurídica, como problemas de subsistência, irregularidades fundiárias e crimes ambientais.
Em função de desmatamentos de grandes áreas na Amazônia, assentamentos como Mercedes I/II (em Itaporã), Mercedes 5 (em Ipiranga do Norte), Itanhangá (em Tapurah), Pingo D´Água (em Querência), Nova Cotriguaçu (em Cotriguaçu) e Macife I (em Bom Jesus do Araguaia) foram parcial ou totalmente embargados pelo Ibama nos últimos três anos.
Os problemas ambientais, no entanto, não têm interferido nos acordos de compra de soja para biodiesel. De acordo com os assentados que produzem o grão no assentamento Mercedes I/II, as usinas Fiagril, Coomisa e ADM têm adquirido soja das áreas desmatadas para produção do agrocombustível. A maioria dos produtores também afirma não ter recebido assistência técnica, como exige o Selo Combustível Social.
Em relação aos contratos de compra e venda previstos pelo Selo, que devem ser avalizados por entidade representativa dos agricultores (entidades sindicais ou cooperativas), os assentados afirmaram que receberam das usinas pré-financiamentos convencionais que incluem sementes, adubo e agrotóxicos (o que acaba viabilizando a atividade agrícola, pois todas as políticas públicas de incentivo e financiamento estão paralisadas em função do embargo ambiental), mas não ha participação do sindicato no processo.
Questões fundiárias
Em depoimento ao Centro de Monitoramento de Agrocombustíveis (CMA), os produtores de soja do Assentamento Mercedes I/II contaram que a maior parte deles se fixou no local após 2003, bem depois da criação do projeto, em 1997. Em boa parte oriundos dos estados do Sul, os sojicultores em questão têm uma estrutura produtiva superior (principalmente máquinas agrícolas de grande porte)aos primeiros assentados e se organizam em grupos familiares ou de vizinhos. Eles chegam a cultivar áreas contínuas de soja, milho e arroz que se estendem por até 500 hectares.
De acordo com o Incra, que acaba de finalizar a vistoria da situação ocupacional do assentamento, a situação fundiária e o modelo produtivo do Mercedes I/II deverão ser questionados legalmente. Levantamento do órgão aponta que 77% dos lotes estão em situação irregular - compra e venda de lotes, arrendamentos, concentração fundiária, presença de prepostos etc. -, o que pode levar a expropriações de áreas ocupadas ilegalmente.
Os dados da vistoria foram encaminhados ao Ministério Público Federal (MPF), que está avaliando as informações, mas já adiantou que nenhum assentado que não tenha perfil característico do cliente da reforma agrária deverá permanecer no projeto. O órgão do poder público sustenta que, caso não estejam dentro do perfil e das condições exigidas pelo Incra, mesmo aqueles que estão na área há algum tempo deverão ser removidos.
Quanto ao cultivo de soja, o Incra afirma que qualquer produção em larga escala necessita de autorização, sendo que a unificação de lotes por si só já constitui concentração fundiária irregular. Mesmo no caso da cooperação entre parentes e vizinhos, conforme diretrizes do órgão, é preciso que se mantenham as divisões dos lotes. E cada assentado deve possuir sua própria moradia e organização produtiva, o que não é a regra no Mercedes.
Procuradas pelo CMA sobre critérios socioambientais para a compra de matéria-prima, Barralcool e ADM não responderam aos questionamentos. Já a Fiagril, que afirmou adquirir soja também nos assentamentos Mercedes 5 e Itanhangá, reconheceu que não leva em conta problemas legais de seus parceiros nas relações comerciais, mas declarou que tem buscado promover a adequação dos assentamentos às normas ambientais.
Sobre os acordos com os pequenos produtores (exigidos pelo programa Selo Combustível Social), a Fiagril afirmou que não estabelece este tipo de vínculo com todos os produtores, muitas vezes porque muitos são financiados por outras usinas. A usina diz computar todas as compras para fins de atendimento aos 15% de gastos com a agricultura familiar.
Documentos obtidos pelo CMA mostram que a usina também adquiriu soja de produtores que constam da lista de áreas embargadas por crimes ambientais do Ibama, como os produtores Nelson Lauxen e Paulo Emir Lauxen, ambos de Sinop (MT). Em julho de 2008, a empresa comprou 89.160 kg de soja de Nelson, e em agosto de 2008, 15.941 kg de Paulo Emir, ambos integrantes da lista de áreas embargadas do Ibama desde abril do mesmo ano. Conforme outro documento, a Fiagril manteve relação comercial com o fazendeiro Sadi Zanatta, autuado por trabalho escravo em setembro de 2008.
Outra usina que deverá ter sua atuação questionada pelo Incra é a Biocamp, que atua no assentamento Dom Osório, em Campo Verde (MT). O Incra sustenta que a empresa mantém contratos com os assentados que mais se assemelham a arrendamentos dos lotes, assumindo o preparo do solo, o plantio, a aplicação de agrotóxicos e a colheita. Os agricultores ficam responsáveis apenas pelos cuidados (manejo) da lavoura.
De acordo com o Sindicato dos Trabalhadores Rurais (STR) de Campo Verde (MT), também em Dom Osório ocorreu a unificação dos lotes para plantio de soja, única lavoura desenvolvida no assentamento. O sindicato afirma que não participou da elaboração dos contratos com os "parceleiros", que já tiveram dificuldades como endividamento em relação à usina, já que esta recebe a produção de soja em pagamento dos investimentos feitos na lavoura e paga apenas pelo excedente.
Problemas estruturais
A aposta das usinas de biodiesel na parceria com os assentamentos de reforma agrária baseada no plantio de soja no Mato Grosso, apesar de ser a saída mais imediata para o atendimento das exigências do Selo Combustível Social, é bastante complexa do ponto de vista social e ambiental.
Conceitualmente, defende o Incra, a soja não é uma lavoura adequada para o desenvolvimento dos assentamentos. Mas a falta de investimentos do órgão nestas áreas deixa poucas alternativas econômicas aos agricultores, rebate o movimento sindical. A exemplo do Mercedes I/II e do Dom Osório, o embargo ambiental, no primeiro caso, e a não formalização legal dos "parceleiros" - que ainda não obtiveram o Contrato de Concessão de Uso (CCU) e a Declaração de Aptidão ao Pronaf (DAP), necessários para regularizar a ocupação dos lotes e os contratos de venda de matéria prima para biodiesel -, no segundo, transformam as usinas nos únicos investidores dispostos a auxiliar os produtores locais. A sojicultura, por seu turno, aparece como importante geradora de renda nos assentamentos, muitas vezes de forma irregular.
No caso do Dom Osório, avalia o Incra, a falta do CCU e da DAP impede o fechamento de contratos entre usinas e assentados. O número da DAP do agricultor é componente obrigatório da documentação a ser apresentada pela usina ao MDA para a obtenção e manutenção do Selo Combustível Social. Sem a DAP, as operações estão utilizando a Relação de Beneficiários (RB) dos assentados, informou o MDA, mas o instrumento não é mencionado como válido na Instrução Normativa (IN) do Selo Combustível Social.
De acordo com o STR de Campo Verde (MT), não apenas a Biocamp, como também as empresas ADM e Agrenco (usina que perdeu o Selo este ano em função do descumprimento de seus requisitos) têm buscado relações comerciais com os agricultores do assentamento.
Já no Mercedes I/II, agricultores afirmaram que todas as usinas que atuam no assentamento têm "comprado" DAPs de produtores que não trabalham com a cultura. De acordo com as denúncias - é importante frisar que estas não foram comprovadas pelo CMA, que apenas reproduz neste documento o conteúdo dos depoimentos colhidos -, no intuito de aumentar o número de parceiros da agricultura familiar para atender às exigências do Selo Combustível Social, as empresas têm apresentado DAPs de produtores de soja, cultura que não condiz com a atividade dos agricultores em questão.
O MDA declara ter auditado todas as usinas de biodiesel do Mato Grosso em 2008. A avaliação encontrou irregularidades em várias delas, principalmente nos quesitos assistência técnica e celebração de contratos com os agricultores. Em função da gravidade dos problemas, as usinas Agrenco e CLV/Bertin perderam o Selo Combustível Social, sendo que a ADM foi notificada e deve responder aos questionamentos da pasta no período estipulado.
Leia a íntegra do relatório "Os impactos da soja na safra 2009/10", do Centro de Monitoramento de Agrocombustíveis (CMA)
Irregularidades ambientais e fundiárias são desconsideradas na compra de matéria-prima por usinas no MT. Normas do Selo Combustível Social também não são totalmente cumpridas em assentamentos de reforma agrária
Por Verena Glass, do Centro de Monitoramento dos Agrocombustíveis
Itaporã (MT) - Das 48 usinas de biodiesel em funcionamento, 42 utilizam a soja como principal matéria-prima. Destas, 26 possuem o Selo Combustível Social, concedido pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA). O selo do governo federal garante incentivos fiscais e garantia de participação no leilão de biodiesel da Agência Nacional do Petróleo (ANP) às usinas em troca da compra de produção oriunda da agricultura familiar.
Enquanto o setor sucroalcooleiro que gera o etanol tem sido pressionado cada vez mais a adotar medidas de responsabilidade social e ambiental em sua cadeia produtiva, a produção de biodiesel a partir da soja ainda carece de instrumentos de controles socioambientais.
Um indício de que o agrocombustível pode estar relacionado ao desmatamento no Cerrado, por exemplo, é que ao menos 15 usinas de biodiesel estão localizadas em municípios citados no Relatório Técnico de Monitoramento do Desmatamento no Bioma Cerrado - 2002 a 2008, do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis, vinculado ao Ministério do Meio Ambiente (Ibama/MMA): Cooperbio Verde e Fiagril, em Lucas do Rio Verde (MT); Brasil Ecodiesel, em Porto Nacional (TO); Biocar Biodiesel, em Dourados (MS); Biocamp, em Campo Verde (MT); Petrobras, em Montes Claros (MG); Coomisa, em Sapezal (MT); Cooperbio, em Cuiabá (MT); Araguassu, em Porto Alegre do Norte (MT), B-100, em Araxá (MG); Tecnodiesel, em Sidrolândia (MS); Caibiense, em Rondonópolis (MT); ADM (Archer Daniels Midland), em Rondonópolis (MT); Barralcool, em Barra do Bugres (MT); e Binatural, em Formosa (GO)
De acordo com o MDA, além da exigência de contratação da produção da agricultura familiar pelas usinas e a contrapartida de fornecimento de assistência técnica e celebração de acordo comercial com os agricultores, o Selo Combustível Social não prevê nenhum critério ambiental ou outro mecanismo de monitoramento socioambiental. Ou seja, não compete ao Selo verificar o cumprimento da legislação ambiental ou fundiária nas áreas de agricultura familiar - respeito às Áreas de Preservação Permanente (APPs), averbação de Reserva Legal, tipo de posse da terra etc. -, não constituindo, portanto, garantia de sustentabilidade socioambiental do biodiesel.
O Mato Grosso, com 11 usinas - Cooperbio Verde, CLV Agrodiesel, Beira Rio Biodiesel, Fiagril, Biocamp, Coomisa, Cooperbio, Araguassu, Caibiense, ADM e Barralcool -, pode ser tomado como exemplo. O Estado não apenas tem apresentado problemas ambientais e trabalhistas (trabalho escravo) na sojicultura de larga escala, como também não possui uma agricultura familiar forte. Restrita basicamente aos assentados, a produção familiar ainda enfrenta grandes dificuldades, e o cultivo de soja nos projetos, apesar de muitas vezes ser uma opção econômica, é considerado pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) como contrário aos objetivos da reforma agrária (a produção diversificada de alimentos).
Estruturalmente, a produção de biodiesel no Mato Grosso enfrenta uma situação complexa, tanto no que se refere a critérios sociais, ambientais e fundiários, quanto no que tange às exigências do Selo Combustível Social. Enquanto as usinas recorrem aos assentamentos e incentivam o cultivo de soja para atingir os 15% de gastos com a agricultura familiar previstos pelo Selo, o Incra tem tido dificuldades de implementar projetos de desenvolvimento sustentável e regularização ambiental nos assentamentos, o que tem levado a uma situação de insegurança social e jurídica, como problemas de subsistência, irregularidades fundiárias e crimes ambientais.
Em função de desmatamentos de grandes áreas na Amazônia, assentamentos como Mercedes I/II (em Itaporã), Mercedes 5 (em Ipiranga do Norte), Itanhangá (em Tapurah), Pingo D´Água (em Querência), Nova Cotriguaçu (em Cotriguaçu) e Macife I (em Bom Jesus do Araguaia) foram parcial ou totalmente embargados pelo Ibama nos últimos três anos.
Os problemas ambientais, no entanto, não têm interferido nos acordos de compra de soja para biodiesel. De acordo com os assentados que produzem o grão no assentamento Mercedes I/II, as usinas Fiagril, Coomisa e ADM têm adquirido soja das áreas desmatadas para produção do agrocombustível. A maioria dos produtores também afirma não ter recebido assistência técnica, como exige o Selo Combustível Social.
Em relação aos contratos de compra e venda previstos pelo Selo, que devem ser avalizados por entidade representativa dos agricultores (entidades sindicais ou cooperativas), os assentados afirmaram que receberam das usinas pré-financiamentos convencionais que incluem sementes, adubo e agrotóxicos (o que acaba viabilizando a atividade agrícola, pois todas as políticas públicas de incentivo e financiamento estão paralisadas em função do embargo ambiental), mas não ha participação do sindicato no processo.
Questões fundiárias
Em depoimento ao Centro de Monitoramento de Agrocombustíveis (CMA), os produtores de soja do Assentamento Mercedes I/II contaram que a maior parte deles se fixou no local após 2003, bem depois da criação do projeto, em 1997. Em boa parte oriundos dos estados do Sul, os sojicultores em questão têm uma estrutura produtiva superior (principalmente máquinas agrícolas de grande porte)aos primeiros assentados e se organizam em grupos familiares ou de vizinhos. Eles chegam a cultivar áreas contínuas de soja, milho e arroz que se estendem por até 500 hectares.
De acordo com o Incra, que acaba de finalizar a vistoria da situação ocupacional do assentamento, a situação fundiária e o modelo produtivo do Mercedes I/II deverão ser questionados legalmente. Levantamento do órgão aponta que 77% dos lotes estão em situação irregular - compra e venda de lotes, arrendamentos, concentração fundiária, presença de prepostos etc. -, o que pode levar a expropriações de áreas ocupadas ilegalmente.
Os dados da vistoria foram encaminhados ao Ministério Público Federal (MPF), que está avaliando as informações, mas já adiantou que nenhum assentado que não tenha perfil característico do cliente da reforma agrária deverá permanecer no projeto. O órgão do poder público sustenta que, caso não estejam dentro do perfil e das condições exigidas pelo Incra, mesmo aqueles que estão na área há algum tempo deverão ser removidos.
Quanto ao cultivo de soja, o Incra afirma que qualquer produção em larga escala necessita de autorização, sendo que a unificação de lotes por si só já constitui concentração fundiária irregular. Mesmo no caso da cooperação entre parentes e vizinhos, conforme diretrizes do órgão, é preciso que se mantenham as divisões dos lotes. E cada assentado deve possuir sua própria moradia e organização produtiva, o que não é a regra no Mercedes.
Procuradas pelo CMA sobre critérios socioambientais para a compra de matéria-prima, Barralcool e ADM não responderam aos questionamentos. Já a Fiagril, que afirmou adquirir soja também nos assentamentos Mercedes 5 e Itanhangá, reconheceu que não leva em conta problemas legais de seus parceiros nas relações comerciais, mas declarou que tem buscado promover a adequação dos assentamentos às normas ambientais.
Sobre os acordos com os pequenos produtores (exigidos pelo programa Selo Combustível Social), a Fiagril afirmou que não estabelece este tipo de vínculo com todos os produtores, muitas vezes porque muitos são financiados por outras usinas. A usina diz computar todas as compras para fins de atendimento aos 15% de gastos com a agricultura familiar.
Documentos obtidos pelo CMA mostram que a usina também adquiriu soja de produtores que constam da lista de áreas embargadas por crimes ambientais do Ibama, como os produtores Nelson Lauxen e Paulo Emir Lauxen, ambos de Sinop (MT). Em julho de 2008, a empresa comprou 89.160 kg de soja de Nelson, e em agosto de 2008, 15.941 kg de Paulo Emir, ambos integrantes da lista de áreas embargadas do Ibama desde abril do mesmo ano. Conforme outro documento, a Fiagril manteve relação comercial com o fazendeiro Sadi Zanatta, autuado por trabalho escravo em setembro de 2008.
Outra usina que deverá ter sua atuação questionada pelo Incra é a Biocamp, que atua no assentamento Dom Osório, em Campo Verde (MT). O Incra sustenta que a empresa mantém contratos com os assentados que mais se assemelham a arrendamentos dos lotes, assumindo o preparo do solo, o plantio, a aplicação de agrotóxicos e a colheita. Os agricultores ficam responsáveis apenas pelos cuidados (manejo) da lavoura.
De acordo com o Sindicato dos Trabalhadores Rurais (STR) de Campo Verde (MT), também em Dom Osório ocorreu a unificação dos lotes para plantio de soja, única lavoura desenvolvida no assentamento. O sindicato afirma que não participou da elaboração dos contratos com os "parceleiros", que já tiveram dificuldades como endividamento em relação à usina, já que esta recebe a produção de soja em pagamento dos investimentos feitos na lavoura e paga apenas pelo excedente.
Problemas estruturais
A aposta das usinas de biodiesel na parceria com os assentamentos de reforma agrária baseada no plantio de soja no Mato Grosso, apesar de ser a saída mais imediata para o atendimento das exigências do Selo Combustível Social, é bastante complexa do ponto de vista social e ambiental.
Conceitualmente, defende o Incra, a soja não é uma lavoura adequada para o desenvolvimento dos assentamentos. Mas a falta de investimentos do órgão nestas áreas deixa poucas alternativas econômicas aos agricultores, rebate o movimento sindical. A exemplo do Mercedes I/II e do Dom Osório, o embargo ambiental, no primeiro caso, e a não formalização legal dos "parceleiros" - que ainda não obtiveram o Contrato de Concessão de Uso (CCU) e a Declaração de Aptidão ao Pronaf (DAP), necessários para regularizar a ocupação dos lotes e os contratos de venda de matéria prima para biodiesel -, no segundo, transformam as usinas nos únicos investidores dispostos a auxiliar os produtores locais. A sojicultura, por seu turno, aparece como importante geradora de renda nos assentamentos, muitas vezes de forma irregular.
No caso do Dom Osório, avalia o Incra, a falta do CCU e da DAP impede o fechamento de contratos entre usinas e assentados. O número da DAP do agricultor é componente obrigatório da documentação a ser apresentada pela usina ao MDA para a obtenção e manutenção do Selo Combustível Social. Sem a DAP, as operações estão utilizando a Relação de Beneficiários (RB) dos assentados, informou o MDA, mas o instrumento não é mencionado como válido na Instrução Normativa (IN) do Selo Combustível Social.
De acordo com o STR de Campo Verde (MT), não apenas a Biocamp, como também as empresas ADM e Agrenco (usina que perdeu o Selo este ano em função do descumprimento de seus requisitos) têm buscado relações comerciais com os agricultores do assentamento.
Já no Mercedes I/II, agricultores afirmaram que todas as usinas que atuam no assentamento têm "comprado" DAPs de produtores que não trabalham com a cultura. De acordo com as denúncias - é importante frisar que estas não foram comprovadas pelo CMA, que apenas reproduz neste documento o conteúdo dos depoimentos colhidos -, no intuito de aumentar o número de parceiros da agricultura familiar para atender às exigências do Selo Combustível Social, as empresas têm apresentado DAPs de produtores de soja, cultura que não condiz com a atividade dos agricultores em questão.
O MDA declara ter auditado todas as usinas de biodiesel do Mato Grosso em 2008. A avaliação encontrou irregularidades em várias delas, principalmente nos quesitos assistência técnica e celebração de contratos com os agricultores. Em função da gravidade dos problemas, as usinas Agrenco e CLV/Bertin perderam o Selo Combustível Social, sendo que a ADM foi notificada e deve responder aos questionamentos da pasta no período estipulado.
Leia a íntegra do relatório "Os impactos da soja na safra 2009/10", do Centro de Monitoramento de Agrocombustíveis (CMA)
terça-feira, 18 de maio de 2010
Campina Grande ganha pontos de Cultura e destaca espaços para a formação artística nas comunidades
Diário de Borborema - 13/05/2010
Conhecida nacionalmente por realizar o Maior São João do Mundo, pelo seu Festival de Inverno e por outros movimentos culturais Campina Grande agora terá 9 Pontos de Cultura. Esses pontos se constituirão em espaços criados dentro da comunidade para incentivar a prática de atividades culturais, no campo da música, teatro, dança e artes plásticas. A idéia é descobrir talentos na comunidade, valorizando segmentos que dificilmente teriam acesso à formação artístico-cultural.
Para concretizar o projeto, o prefeito Veneziano Vital do Rêgo assinou na manhã de ontem um convênio de R$ 1,8 milhão com todos os representantes dos 9 Pontos de Cultura. A solenidade realizada no Teatro Rosil Cavalcanti, contou com a presença de vários artistas e representantes das entidades contempladas com o projeto.
Os recursos para a criação dos pontos de Cultura são do Ministério da Cultura e da própria Prefeitura. Antes de assinar os convênios, o prefeito Veneziano Vital do Rêgo, disse queo objetivo do projeto é incentivar a cultura regional na comunidade. A iniciativa beneficiará milhares de pessoas nas zonas urbana e rural do município.
Os novos locais de formação foram batizados de “Crescendo com Sabedoria e Envelhecendo com Saúde: uma Construção Coletiva; Imagine; Quadrilhante; Os Cabra do Pife; A Dança e o Portador de Deficiência; Pavilhão Itinerante; Resgatando a Cidadania Através da Educação e Cultura; Cultura e Arte Regional na Praça e Raízes do Amanhã: Danças Populares na Educação. Os pontos vão funcionar como Oficina na própria comunidade.
O coordenador de Cultura, Alexandre Barros, explica que o investimento de R$ 1,8 milhão será aplicado durante os próximos três anos, sendo destinados R$ 600 mil a cada ano, dos quais R$ 400 mil serão do Ministério da Cultura e R$ 200 mil da Prefeitura de Campina Grande. Cada grupo receberá anualmente cerca de R$ 60 mil.
Alexandre Barros explicou que os Pontos de Cultura selecionados pelo Ministério da Cultura possuem uma grande diversidade e variedade de expressões artísticas, contemplando atividades com crianças e idosos, passando por profissionais do sexo e homossexuais a portadores de necessidades especiais. Dentro do Projeto de Pontos de Cultura está prevista a montagem de oito estúdios de multimídia para auxiliar os grupos no desenvolvimento de suas atividades e facilitar o acompanhamento por parte do Ministério da Cultura.
Todos os projetos serão realizados com o intuito de incentivar a cultura em toda comunidade.
Fonte: Diário de Borborema
Conhecida nacionalmente por realizar o Maior São João do Mundo, pelo seu Festival de Inverno e por outros movimentos culturais Campina Grande agora terá 9 Pontos de Cultura. Esses pontos se constituirão em espaços criados dentro da comunidade para incentivar a prática de atividades culturais, no campo da música, teatro, dança e artes plásticas. A idéia é descobrir talentos na comunidade, valorizando segmentos que dificilmente teriam acesso à formação artístico-cultural.
Para concretizar o projeto, o prefeito Veneziano Vital do Rêgo assinou na manhã de ontem um convênio de R$ 1,8 milhão com todos os representantes dos 9 Pontos de Cultura. A solenidade realizada no Teatro Rosil Cavalcanti, contou com a presença de vários artistas e representantes das entidades contempladas com o projeto.
Os recursos para a criação dos pontos de Cultura são do Ministério da Cultura e da própria Prefeitura. Antes de assinar os convênios, o prefeito Veneziano Vital do Rêgo, disse queo objetivo do projeto é incentivar a cultura regional na comunidade. A iniciativa beneficiará milhares de pessoas nas zonas urbana e rural do município.
Os novos locais de formação foram batizados de “Crescendo com Sabedoria e Envelhecendo com Saúde: uma Construção Coletiva; Imagine; Quadrilhante; Os Cabra do Pife; A Dança e o Portador de Deficiência; Pavilhão Itinerante; Resgatando a Cidadania Através da Educação e Cultura; Cultura e Arte Regional na Praça e Raízes do Amanhã: Danças Populares na Educação. Os pontos vão funcionar como Oficina na própria comunidade.
O coordenador de Cultura, Alexandre Barros, explica que o investimento de R$ 1,8 milhão será aplicado durante os próximos três anos, sendo destinados R$ 600 mil a cada ano, dos quais R$ 400 mil serão do Ministério da Cultura e R$ 200 mil da Prefeitura de Campina Grande. Cada grupo receberá anualmente cerca de R$ 60 mil.
Alexandre Barros explicou que os Pontos de Cultura selecionados pelo Ministério da Cultura possuem uma grande diversidade e variedade de expressões artísticas, contemplando atividades com crianças e idosos, passando por profissionais do sexo e homossexuais a portadores de necessidades especiais. Dentro do Projeto de Pontos de Cultura está prevista a montagem de oito estúdios de multimídia para auxiliar os grupos no desenvolvimento de suas atividades e facilitar o acompanhamento por parte do Ministério da Cultura.
Todos os projetos serão realizados com o intuito de incentivar a cultura em toda comunidade.
Fonte: Diário de Borborema
Fernando de Noronha inaugura primeira sala de cinema
Globo.Com - 18/05/2010
Diversão / Cinema
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Terça - 18/05/10 10h20, atualizado em 18/05/10 10h20
Fernando de Noronha inaugura primeira sala de cinema
Cine Mabuya terá sessões gratuitas à população do arquipélago, aos domingos; comunidade escolhe o filme que vai assistir entre três opções oferecidas através de viotação
Da Redação do pe360graus.com
A primeira sala de cinema de Fernando de Noronha, o Cine Mabuya, será inaugurado nesta quarta-feira (19), às 20h, no Clube das Mães. O espaço recebeu equipamentos de projeção audiovisual, filmes da Programadora Brasil e oficina de capacitação do Programa Mais Cultura para promover sessões gratuitas à população do arquipélago.
O Cine terá 60 lugares e, inicialmente, funcionará aos domingos, sempre às 20h, antecedidas por votação popular. A comunidade escolhe o filme que vai assistir entre três opções oferecidas.
O modelo democrático na escolha das atrações será colocado em prática logo na inauguração. Urnas e cédulas foram instaladas em escolas e em frente ao Palácio São Miguel, sede administrativa da Ilha, onde as pessoas poderão escolher entre “Baile Perfumado” (Brasil, 1996, de Paulo Caldas e Lírio Ferreira), “Amor & Cia” (Brasil, 1999, de Helvécio Raton) e “Cinema, Aspirinas e Urubus” (Brasil, 2005, de Marcelo Gomes).
CINE
O Cine Mabuya é resultado do Programa Mais Cultura, que investiu R$ 15 mil para equipar o cineclube e capacitar a administração local para a realização das sessões e debates envolvendo os filmes exibidos. A meta do Programa é instalar 1.600 Cines Mais Cultura até o fim do ano. A prioridade é atender localidades urbanas e rurais sem salas de cinema.
A Munic (Pesquisa de Informações Básicas Municipais 2009), divulgada recentemente pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), aponta que somente 9% das cidades brasileiras possuem salas comerciais de cinema.
O Cine Mabuya conta com o apoio do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), da administração do Distrito Estadual de Fernando de Noronha e do governo do Estado de Pernambuco.
EXPOSIÇÃO
Outro evento programado para a inauguração do cine é a exposição “A História do Cinema em Fernando de Noronha”, organizada também por Manuela Fay. A relação da comunidade da Ilha com a sétima arte começou na transformação de um chafariz em um espaço para projeções, ainda durante a Segunda Guerra Mundial, onde a população e soldados, sentados nas escadarias da Igreja dos Remédios, assistiam aos filmes ao ar livre.
Ao longo das décadas, salas de projeção foram instaladas na Ilha por moradores e militares, iniciativas estas que tiveram vida breve. Fernando de Noronha recebeu, inclusive, vários festivais de cinemas na última década, mas sempre em exibições ao ar livre ou abrigadas de forma provisória em clubes da cidade.
Fonte: Globo.Com
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Terça - 18/05/10 10h20, atualizado em 18/05/10 10h20
Fernando de Noronha inaugura primeira sala de cinema
Cine Mabuya terá sessões gratuitas à população do arquipélago, aos domingos; comunidade escolhe o filme que vai assistir entre três opções oferecidas através de viotação
Da Redação do pe360graus.com
A primeira sala de cinema de Fernando de Noronha, o Cine Mabuya, será inaugurado nesta quarta-feira (19), às 20h, no Clube das Mães. O espaço recebeu equipamentos de projeção audiovisual, filmes da Programadora Brasil e oficina de capacitação do Programa Mais Cultura para promover sessões gratuitas à população do arquipélago.
O Cine terá 60 lugares e, inicialmente, funcionará aos domingos, sempre às 20h, antecedidas por votação popular. A comunidade escolhe o filme que vai assistir entre três opções oferecidas.
O modelo democrático na escolha das atrações será colocado em prática logo na inauguração. Urnas e cédulas foram instaladas em escolas e em frente ao Palácio São Miguel, sede administrativa da Ilha, onde as pessoas poderão escolher entre “Baile Perfumado” (Brasil, 1996, de Paulo Caldas e Lírio Ferreira), “Amor & Cia” (Brasil, 1999, de Helvécio Raton) e “Cinema, Aspirinas e Urubus” (Brasil, 2005, de Marcelo Gomes).
CINE
O Cine Mabuya é resultado do Programa Mais Cultura, que investiu R$ 15 mil para equipar o cineclube e capacitar a administração local para a realização das sessões e debates envolvendo os filmes exibidos. A meta do Programa é instalar 1.600 Cines Mais Cultura até o fim do ano. A prioridade é atender localidades urbanas e rurais sem salas de cinema.
A Munic (Pesquisa de Informações Básicas Municipais 2009), divulgada recentemente pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), aponta que somente 9% das cidades brasileiras possuem salas comerciais de cinema.
O Cine Mabuya conta com o apoio do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), da administração do Distrito Estadual de Fernando de Noronha e do governo do Estado de Pernambuco.
EXPOSIÇÃO
Outro evento programado para a inauguração do cine é a exposição “A História do Cinema em Fernando de Noronha”, organizada também por Manuela Fay. A relação da comunidade da Ilha com a sétima arte começou na transformação de um chafariz em um espaço para projeções, ainda durante a Segunda Guerra Mundial, onde a população e soldados, sentados nas escadarias da Igreja dos Remédios, assistiam aos filmes ao ar livre.
Ao longo das décadas, salas de projeção foram instaladas na Ilha por moradores e militares, iniciativas estas que tiveram vida breve. Fernando de Noronha recebeu, inclusive, vários festivais de cinemas na última década, mas sempre em exibições ao ar livre ou abrigadas de forma provisória em clubes da cidade.
Fonte: Globo.Com
domingo, 16 de maio de 2010
Esther Hamburger é a nova diretora do Cinusp
Esther Hamburger é a nova diretora do Cinusp
USP Online
A professora Esther Império Hamburger é a nova diretora do Cinema da USP Paulo Emílio (Cinusp).
Esther Império Hamburger é chefe do Departamento de de Cinema, Radio e Televisão da Escola de Comunicações e Artes (ECA) da USP, possui PhD em Antropologia e é Livre Docente pela USP.
Fundado em 1993, o Cinusp é vinculado à Pró-Reitoria de Cultura e Extensão e a cada semana exibe uma mostra gratuita de filmes.
Mais informações: site www.usp.br/cinusp
USP Online
A professora Esther Império Hamburger é a nova diretora do Cinema da USP Paulo Emílio (Cinusp).
Esther Império Hamburger é chefe do Departamento de de Cinema, Radio e Televisão da Escola de Comunicações e Artes (ECA) da USP, possui PhD em Antropologia e é Livre Docente pela USP.
Fundado em 1993, o Cinusp é vinculado à Pró-Reitoria de Cultura e Extensão e a cada semana exibe uma mostra gratuita de filmes.
Mais informações: site www.usp.br/cinusp
sexta-feira, 14 de maio de 2010
Liberdade é direito fundamental na internet -ESTA MANCHETE É A PIADA DO DIA
Abaixo os apologistas cegos da INTERNET ,entre eles Pierre Levy,Negroponte etc...- Imbecis que olham para seu umbigo e nao veem as pessoas que nao tem dinheiro nem para o pão que dirá para Usar a Web!!!!!!!!!
Liberdade é direito fundamental na internet -ESTA MANCHETE É A PIADA DO DIA- trazida pelo Estadão.Texto escrito pelo babaca- Bernard Kouchner -O Facebook e um exemplo que que controla nossas açoes e impede publicações nossas.
Leiam a bobagem clicando no título
Liberdade é direito fundamental na internet -ESTA MANCHETE É A PIADA DO DIA- trazida pelo Estadão.Texto escrito pelo babaca- Bernard Kouchner -O Facebook e um exemplo que que controla nossas açoes e impede publicações nossas.
Leiam a bobagem clicando no título
quinta-feira, 13 de maio de 2010
Livros com temática gay ganham espaço no mercado editorial
Livros com temática gay ganham espaço no mercado editorial
Yale Gontijo
Publicação: 12/05/2010 07:00 Atualização: 12/05/2010 08:09
Um novo tipo de protagonista é construído na literatura brasileira contemporânea. Saem os mocinhos salvadores de donzelas e entra um outro tipo de personagem: os que sentem atração por pessoas do mesmo sexo. O mercado editorial brasileiro responde a uma mudança pautada numa reivindicação social e mercadológica e publica romances que exaltam o amor homossexual. Braço do Grupo Editorial Summus, a Edições GLS é responsável pelo lançamento do título mais vendido da América Latina dedicado ao gênero, O terceiro travesseiro, de Nelson Luiz de Carvalho — 15 mil exemplares vendidos. “Quando me perguntam se sou escritor respondo que não me sinto à vontade com esse rótulo. Eu trabalhava numa editora quando, durante um almoço de fim de ano, ouvi a história de um filho de um colaborador nosso”, relembra Carvalho, sobre a origem de seu best-seller.
Laura Bacellar e Hannah Korich: gostinho de água com açúcar e um certo caráter folhetinesco nas publicações
Reunindo relatos do rapaz identificado no livro como Marcus Dória, Nelson construiu um romance baseado em fatos reais, narrando a relação de dois adolescentes que se tornam amantes. Adaptada para o teatro por Estevam Lekist em 2005, a peça lotou sessões nas cidades de São Paulo, Campinas e Rio de Janeiro. “Foi o quarto espetáculo mais visto em São Paulo naquele ano. Muitos casais assistiam e depois levavam os avós. Com isso, foi um recorde de público da terceira idade. Um recorde também entre os nipônicos. Mas isso ninguém soube explicar”, comenta o autor.
Carvalho faz uso de pincéis realistas. Sem pudor, descreve com riqueza de detalhes as inúmeras cenas de sexo protagonizadas pelos dois rapazes. “Tive medo do erótico, sim. Passei os originais para duas pessoas examinarem, o Inácio Loyola Brandão e Pedro Paulo Sena Madureira. Os dois gostaram muito do livro. Em momento algum, acharam que estava pornográfico. A editora também não censurou” explica Carvalho. O sucesso de O terceiro travesseiro rendeu mais uma história verídica sobre homossexualidade. Um e-mail de um leitor foi o ponto de partida de Apartamento 41. Nele, Carvalho narra a história de um homem de 35 anos, casado com uma mulher, que escolhe viver sua homossexualidade livremente.
LEIA MAIS - E NA INTEGRA, CLICANDO NO TITULO
Yale Gontijo
Publicação: 12/05/2010 07:00 Atualização: 12/05/2010 08:09
Um novo tipo de protagonista é construído na literatura brasileira contemporânea. Saem os mocinhos salvadores de donzelas e entra um outro tipo de personagem: os que sentem atração por pessoas do mesmo sexo. O mercado editorial brasileiro responde a uma mudança pautada numa reivindicação social e mercadológica e publica romances que exaltam o amor homossexual. Braço do Grupo Editorial Summus, a Edições GLS é responsável pelo lançamento do título mais vendido da América Latina dedicado ao gênero, O terceiro travesseiro, de Nelson Luiz de Carvalho — 15 mil exemplares vendidos. “Quando me perguntam se sou escritor respondo que não me sinto à vontade com esse rótulo. Eu trabalhava numa editora quando, durante um almoço de fim de ano, ouvi a história de um filho de um colaborador nosso”, relembra Carvalho, sobre a origem de seu best-seller.
Laura Bacellar e Hannah Korich: gostinho de água com açúcar e um certo caráter folhetinesco nas publicações
Reunindo relatos do rapaz identificado no livro como Marcus Dória, Nelson construiu um romance baseado em fatos reais, narrando a relação de dois adolescentes que se tornam amantes. Adaptada para o teatro por Estevam Lekist em 2005, a peça lotou sessões nas cidades de São Paulo, Campinas e Rio de Janeiro. “Foi o quarto espetáculo mais visto em São Paulo naquele ano. Muitos casais assistiam e depois levavam os avós. Com isso, foi um recorde de público da terceira idade. Um recorde também entre os nipônicos. Mas isso ninguém soube explicar”, comenta o autor.
Carvalho faz uso de pincéis realistas. Sem pudor, descreve com riqueza de detalhes as inúmeras cenas de sexo protagonizadas pelos dois rapazes. “Tive medo do erótico, sim. Passei os originais para duas pessoas examinarem, o Inácio Loyola Brandão e Pedro Paulo Sena Madureira. Os dois gostaram muito do livro. Em momento algum, acharam que estava pornográfico. A editora também não censurou” explica Carvalho. O sucesso de O terceiro travesseiro rendeu mais uma história verídica sobre homossexualidade. Um e-mail de um leitor foi o ponto de partida de Apartamento 41. Nele, Carvalho narra a história de um homem de 35 anos, casado com uma mulher, que escolhe viver sua homossexualidade livremente.
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terça-feira, 11 de maio de 2010
I CONGRESSO FRANCO-BRASILEIRO SOBRE PSICANÁLISE, FILIAÇÃO E SOCIEDADE
CONVITE
O Laboratório de Psicopathologia Fundamental e Psicanálise junto com o Serviço de Orientação à Filiação Adotiva da Clinica de Psicologia da Universidade Católica de Pernambuco – UNICAP em associação com a Equipe de Recherche en Périnatalité, Parentalité et Petit Enfance da Universidade Denis Diderot – Paris 7 e o Groupe de Recherche em Adoption Filiation et Société (SPP/APF), tem a honra de convidá-lo a participar do I CONGRESSO FRANCO-BRASILEIRO SOBRE PSICANÁLISE, FILIAÇÃO E SOCIEDADE, que realizar-se-á no período de 18 a 21 de agosto de 2010, no Recife Palace Hotel, Recife-PE, Brasil.
A preocupação mundial com a infância abandonada e desassistida tem forçado os países a criarem alternativas para garantir à criança soluções adequadas à sua trajetória de vida. A possibilidade aberta pela adoção nacional e internacional é uma das vias possíveis. Nesse sentido, estudos e reflexões sobre este tema permitem implementar ações mais eficazes na construção de uma filiação, base de uma adoção bem sucedida.
O referido congresso pretende num esforço conjunto refletir sobre a clínica da adoção considerando os aspectos psicológicos, afetivos, sociais e jurídicos que envolvem a escolha de pais e crianças, na tentativa de diminuir riscos que impedem essa construção familiar.
O objetivo é manter um diálogo com a sociedade, segundo vários olhares científicos e ou origens epistemológicas para discutir as diferentes perspectivas deste campo e realçar igualmente as características transversais da adoção e da filiação, nas quais perpassam também vários temas e conceitos psicanalíticos, clínicos e jurídicos.
O Laboratório de Psicopathologia Fundamental e Psicanálise junto com o Serviço de Orientação à Filiação Adotiva da Clinica de Psicologia da Universidade Católica de Pernambuco – UNICAP em associação com a Equipe de Recherche en Périnatalité, Parentalité et Petit Enfance da Universidade Denis Diderot – Paris 7 e o Groupe de Recherche em Adoption Filiation et Société (SPP/APF), tem a honra de convidá-lo a participar do I CONGRESSO FRANCO-BRASILEIRO SOBRE PSICANÁLISE, FILIAÇÃO E SOCIEDADE, que realizar-se-á no período de 18 a 21 de agosto de 2010, no Recife Palace Hotel, Recife-PE, Brasil.
A preocupação mundial com a infância abandonada e desassistida tem forçado os países a criarem alternativas para garantir à criança soluções adequadas à sua trajetória de vida. A possibilidade aberta pela adoção nacional e internacional é uma das vias possíveis. Nesse sentido, estudos e reflexões sobre este tema permitem implementar ações mais eficazes na construção de uma filiação, base de uma adoção bem sucedida.
O referido congresso pretende num esforço conjunto refletir sobre a clínica da adoção considerando os aspectos psicológicos, afetivos, sociais e jurídicos que envolvem a escolha de pais e crianças, na tentativa de diminuir riscos que impedem essa construção familiar.
O objetivo é manter um diálogo com a sociedade, segundo vários olhares científicos e ou origens epistemológicas para discutir as diferentes perspectivas deste campo e realçar igualmente as características transversais da adoção e da filiação, nas quais perpassam também vários temas e conceitos psicanalíticos, clínicos e jurídicos.
domingo, 9 de maio de 2010
Prêmio ODM-PB de Jornalismo foi lançado
Prêmio ODM-PB de Jornalismo foi lançado no final da tarde desta quinta-feira (06 de maio), pelo Movimento Nós Podemos Paraíba, em parceria com a Associação Paraibana de Imprensa e os sindicatos dos Jornalistas e de Radialistas, com o objetivo de estimular os profissionais da comunicação e premiar os melhores trabalhos veiculados em jornais, rádios, televisão, sites sobre os “Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM).
O lançamento foi durante o Seminário Estadual, realizado no auditório do Sesi, onde foi apresentado o quarto Relatório Nacional de Acompanhamento dos ODM e as ações do Movimento Nós Podemos Paraíba.
A participação dos concorrentes se dará mediante o preenchimento da ficha de inscrição disponível na sede do Instituto Unigente, localizado na Avenida Marechal Deodoro da Fonseca, no Bairro da Torre, em João Pessoa, bem como, o regulamento do prêmio. Cada profissional poderá inscrever até três trabalhos assinados, veiculados ou publicados no período de primeiro de janeiro de 2010 a 30 de agosto deste ano e o período de inscrição é de 06 de maio a a 30 de setembro de 2010. A solenidade de premiação acontecerá no dia 26 de novembro.
Os prêmios para os primeiros lugares de cada categoria é de R$ 1.500,00 (hum mil e quinhetos reais). Os segundos e terceiros colocados de cada uma das quatro categorias receberão, respectivamente, R$ 1.000,00 (mil Reais) e R$ 500 (quinhentos reais). Mais informações podem ser obtidas através do telefone 21060471, com Girlan Idalino.
A presidente da Associação Paraibana de Imprensa (API), Marcela Sitônio, participou do lançamento do prêmio, juntamente com a coordenadora do Movimento Nós Podemos Paraíba, Núbia Gonçalves. Segundo Marcela, a iniciativa vai valorizar o trabalho dos profissionais que têm a preocupação em desenvolver pautas propositivas, no sentido de abordar as questões sociais que precisam de atenção por parte da sociedade civil e dos poderes públicos.
ODM
No final do século XX, reuniram-se 191 paíse integrantes da Organização das Nações Unidas - ONU, par analisar os principais problemas sociais que afetam a humanidade.
Resultou na formulação de Oito Metas para o período de 2001 - 2015, denominado Oito Objetivos do MIlênio. São eles: Combater a fome e a miséria em todo o mundo;promover o acesso universal à educação; desenvolver ações para assegurar igualdade entre os gêneros; reduzir a mortalidade infantil; melhorar a saúde das gestantes; combater HIV / AIDS e outras doenças; preservar e conservar o meio ambiente; realizar o desenvolvimento sustentável.
Após dez anos, o Brasil tem conseguido desenvolver esforços produzindo reduzir todos os indicadores negtivos que afetam nossa sociedade. As ações têm sido compartilhadas entre a sociedade civil, as empresas privadas, ongs e organizações governamentais.
Na Paraíba, o Movimento Nós Podemos Paraíba, coordena as atividades contando, atualmente, com 74 parceiros, tendem a ser ampliados.
O lançamento foi durante o Seminário Estadual, realizado no auditório do Sesi, onde foi apresentado o quarto Relatório Nacional de Acompanhamento dos ODM e as ações do Movimento Nós Podemos Paraíba.
A participação dos concorrentes se dará mediante o preenchimento da ficha de inscrição disponível na sede do Instituto Unigente, localizado na Avenida Marechal Deodoro da Fonseca, no Bairro da Torre, em João Pessoa, bem como, o regulamento do prêmio. Cada profissional poderá inscrever até três trabalhos assinados, veiculados ou publicados no período de primeiro de janeiro de 2010 a 30 de agosto deste ano e o período de inscrição é de 06 de maio a a 30 de setembro de 2010. A solenidade de premiação acontecerá no dia 26 de novembro.
Os prêmios para os primeiros lugares de cada categoria é de R$ 1.500,00 (hum mil e quinhetos reais). Os segundos e terceiros colocados de cada uma das quatro categorias receberão, respectivamente, R$ 1.000,00 (mil Reais) e R$ 500 (quinhentos reais). Mais informações podem ser obtidas através do telefone 21060471, com Girlan Idalino.
A presidente da Associação Paraibana de Imprensa (API), Marcela Sitônio, participou do lançamento do prêmio, juntamente com a coordenadora do Movimento Nós Podemos Paraíba, Núbia Gonçalves. Segundo Marcela, a iniciativa vai valorizar o trabalho dos profissionais que têm a preocupação em desenvolver pautas propositivas, no sentido de abordar as questões sociais que precisam de atenção por parte da sociedade civil e dos poderes públicos.
ODM
No final do século XX, reuniram-se 191 paíse integrantes da Organização das Nações Unidas - ONU, par analisar os principais problemas sociais que afetam a humanidade.
Resultou na formulação de Oito Metas para o período de 2001 - 2015, denominado Oito Objetivos do MIlênio. São eles: Combater a fome e a miséria em todo o mundo;promover o acesso universal à educação; desenvolver ações para assegurar igualdade entre os gêneros; reduzir a mortalidade infantil; melhorar a saúde das gestantes; combater HIV / AIDS e outras doenças; preservar e conservar o meio ambiente; realizar o desenvolvimento sustentável.
Após dez anos, o Brasil tem conseguido desenvolver esforços produzindo reduzir todos os indicadores negtivos que afetam nossa sociedade. As ações têm sido compartilhadas entre a sociedade civil, as empresas privadas, ongs e organizações governamentais.
Na Paraíba, o Movimento Nós Podemos Paraíba, coordena as atividades contando, atualmente, com 74 parceiros, tendem a ser ampliados.
sexta-feira, 7 de maio de 2010
Antes de costurar para Marisa,
-CLIQUE NO TITULO E VÁ A MATÉRIA -REPÓRTER BRASIL-
LOJA NOVA DA MARISA É INAUGURADA NA PAULISTA COM FESTAS -BALÕES E DANÇAS-
No período que antecedeu a fiscalização que encontrou imigrantes em condição análoga à escravidão, costuras eram feitas para fornecedora da rede C&A. Companhia confirmou que enviados chegaram a vistoriar o local em 2009
Por Maurício Hashizume*
São Paulo (SP) - Registrada como Indústria de Comércio e Roupas CSV Ltda., a oficina de costura ligada à Marisa que foi flagrada com 17 trabalhadores imigrantes em condições análogas à escravidão produzia peças anteriormente para a C&A. A informação foi confirmada tanto pelo dono da oficina, o boliviano Valboa Febrero Gusmán, como pela própria rede varejista.
Operação comandada pela Superintendência Regional de Trabalho e Emprego de São Paulo (SRTE-SP), ocorrida em meados de fevereiro deste ano, encontrou um amplo quadro de irregularidades no local - desde "fortes indícios de tráfico de pessoas", registros de cobranças ilegais de dívidas dos empregados e salários muito aquém dos permitidos até condições críticas no tocante à saúde e segurança no trabalho, alojamentos completamente inadequados e jornadas exaustivas (detalhes mais abaixo na descrição das condições).
Oficina de costura CSV chegou a passar por auditoria da C&A em 2009 (Foto: Maurício Hashizume)
Quando da fiscalização, Valboa confirmou ter fabricado peças de vestuário durante os últimos anos (até 2009) para a Karvin que, por sua vez, atuou como fornecedora da C&A por cerca de 25 anos. Ele declarou inclusive que, entre outubro de 2009 e janeiro de 2010, representantes da companhia internacional com sede na Holanda fizeram vistorias das instalações da oficina situada no bairro de Vila Nova Cachoeirinha, na capital paulista.
À Repórter Brasil, a C&A não se esquivou da responsabilidade em relação à cadeia produtiva dos itens que comercializa, diferentemente de sua concorrente - que preferiu responder na ocasião que a "situação detectada pelos auditores não é de responsabilidade direta ou indireta da Marisa".
A C&A admitiu inclusive que tomou conhecimento da presença da CSV na sua cadeia produtiva somente em outubro de 2009. "Até então, o fornecedor Karvin não havia comunicado à empresa a inclusão desta oficina na sua lista de subcontratados", acrescenta a companhia, que sustenta ter "advertido a Karvin de que este procedimento não seria tolerado novamente".
Desde 2006, a C&A mantém um segmento próprio para auditar a sua cadeia de suprimentos denominado Organização de Serviço para Gestão de Auditorias de Conformidade (Socam). Segundo a empresa, as vistorias são "aleatórias e não agendadas, com o objetivo de coibir qualquer tipo de mão de obra irregular e buscar a melhoria contínua das condições de trabalho".
A rede varejista confirma ter realizado uma primeira visita à CSV, por meio da Socam, em 23 de outubro de 2009. Nenhum estrangeiro ilegal foi encontrado, assegura a empresa, que verifica, entre outros, aspectos como a regularidade do Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ).
Com o intuito de melhorar as condições de trabalho do local, a Socam estabeleceu, em 28 de outubro, um "plano de ação" para a CSV com ações como: disponibilizar e apresentar documentos e critérios adotados para cálculo e pagamento de salários; sinalizar todas as saídas; providenciar a recarga de extintores de incêndio e kit de primeiros socorros; arrumar e organizar a área de trabalho; proteger e melhorar disjuntores e instalação elétrica e providenciar sabonete líquido e papel toalha nos banheiros.
"É importante ressaltar que o trabalho realizado pela Socam não tem caráter punitivo, exceto nos casos de infrações graves. O objetivo, além de coibir qualquer tipo de mão de obra ilegal, é também buscar a melhoria contínua das condições de trabalho dos seus fornecedores, informar e promover a transformação destes espaços", argumenta a C&A.
Caderno de anotações apreendido tinha registros de cobranças ilegais (Foto: Maurício Hashizume)
Em janeiro de 2010, a Socam voltou à CSV para acompanhar a implantação do "plano". Segundo a empresa, novamente não houve registro de imigrantes sem documentação legal. "Constatou-se, porém, que o plano não havia sido implantado. O prazo inicialmente de 90 dias foi prorrogado pelo mesmo período, até abril de 2010. O não cumprimento implicaria na suspensão do fornecimento. No início de fevereiro, a CSV foi descadastrada pela Karvin, que constatou nesta data a existência de trabalhador sem documentação regularizada", relata a C&A.
A empresa afirma ainda que o relacionamento comercial com a Karvin também foi temporariamente suspenso por conta de situações irregulares encontradas em outras oficinas subcontratadas. "O fornecimento ficará suspenso até que as irregularidades apontadas sejam resolvidas", prossegue.
Em depoimento à fiscalização, por seu turno, o proprietário da CSV alegou que o "preço muito baixo" pago pela Karvin (para fornecimento à C&A) por cada peça costurada teria sido um dos motivos para a descontinuidade do vínculo comercial. Questionada sobre a estimativa de partilha média de quanto do preço final pago pelo consumidor (em termos de porcentagem) fica com os produtores (oficinas/fornecedores) e quanto fica com o varejo, a C&A afirma seguir "os valores que são praticados pelo mercado".
"É importante ressaltar que o preço de venda não se justifica unicamente com a produção da peça, mas inclui várias despesas na operação como impostos, salários, logística, infraestrutura", adiciona a empresa.
A Karvin foi procurada para se pronunciar sobre o caso e prometeu atender a reportagem. Após o primeiro contato, porém, a representante da empresa não foi mais encontrada nos diversos telefones mantidos pela fornecedora de peças de vestuário com base no bairro do Bom Retiro.
Com relação aos gastos com publicidade (recentes campanhas da C&A foram protagonizadas por estrelas internacionais da música pop) e à possibilidade de deslocar parte desses recursos para recompensar aqueles que trabalham na cadeia produtiva dos produtos vendidos nas lojas, a C&A se restringiu apenas a declarar que "esta informação [sobre publicidade] não é pública" e que a mesma é "considerada estratégica para a companhia".
Vistorias
Desde 2006, conforme números divulgados pela C&A, a Socam já realizou mais de 6 mil visitas em fornecedores e subcontratados. Em casos de infrações graves (como o trabalho de imigrantes ilegais e o trabalho infantil), informa a C&A, a Socam pode cancelar de imediato as compras do fornecedor. Assim como no caso da CSV, podem ser propostos planos de ação corretivo para as partes auditadas, com um prazo determinado para cumprimento. O descumprimento do plano no prazo, sustenta a companhia, também pode implicar na suspensão do fornecimento para a rede.
Neste período, cerca de 100 fornecedores foram bloqueados pela Socam, ou seja, tiveram o fornecimento suspenso. "As oficinas (subcontratados) não são bloqueadas pela Socam, mas pelo fornecedor, que é responsável pelos seus subcontratados", completa a rede. Por "uma questão de relação comercial com nossos fornecedores", a C&A - que se coloca publicamente como "pioneira no Brasil, entre as empresas de varejo de moda, a possuir uma organização [específica, como a Socam]" - prefere não divulgar a quantidade de planos de ação elaborados junto a fornecedores e subcontratadas.
Detalhe de um dos alojamentos: inadequação e exposição a doenças (Foto: Maurício Hashizume)
A adesão ao “Código de Conduta” e às “Condições Gerais de Fornecimento” - que contêm cláusulas que exigem o cumprimento da legislação trabalhista vigente - é uma das premissas para que uma confecção se torne fornecedora, reforça a C&A. "Cabe ao fornecedor a decisão de escolha de sua rede de subcontratados. Porém, estes devem ser listados e informados à empresa, previamente ao início da relação comercial com a C&A. Também é de responsabilidade do fornecedor manter sua lista de oficinas subcontratadas atualizada. Tanto o fornecedor quanto a Socam realizam as vistorias nas oficinas", emenda. Estima-se que o investimento na área tenha somado R$ 7 milhões. Somente em 2009, teriam realizadas 2,1 mil vistorias.
Em 2007, a C&A, assim como a Marisa e outras empresas do ramo, assinou um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) com o Ministério Público do Trabalho (MPT) com o compromisso de evitar ligações comerciais com oficinas de costura envolvidas com a exploração de trabalho análogo à escravidão e viabilizar auditorias períódicas de suas cadeias produtivas.
Convidadas a fazer parte do Pacto Contra a Precarização, e pelo Emprego e Trabalho Decentes - Setor das Confecções, contudo, a C&A não aderiu. "A assinatura ao pacto deve ser analisada considerando o setor como um todo, e não somente com adesões pontuais, que não irão produzir os resultados almejados", rebate a rede. "A C&A não acredita que a adesão de uma só companhia poderá surtir efeitos reais no setor. É preciso um esforço conjunto e estamos em contato constante com os demais players do nosso setor de modo a conseguir um esforço conjunto neste sentido".
A implantação de um sistema de certificação com vistas a garantir melhores condições de trabalho nas cadeias produtivas está sendo dictuida no âmbito da Associação Brasileira do Varejo Têxtil (Abeim) - que engloba outras redes como a própria Marisa, Riachuelo e Renner. Uma das consultorias envolvidas na iniciativa é a internacional Bureau Veritas, também citada no relatório de fiscalização do caso que envolveu diretamente a Marisa.
Para fazer vistorias semelhantes aos que a Socam faz para a C&A (até em cumprimento ao TAC celebrado com o MPT em 2007), a Marisa contratou a empresa Bureau Veritas, fundada na Bélgica em 1928. Na avaliação que fez das condições gerais de trabalho na trinca de fornecedores formada por Dranys, Elle Sete e Gerson de Almeida (que tinham contrato com a Marisa e subcontrataram a CSV) em maio e setembro de 2009, a consultoria aprovou incondicionalmente as instalações das fornecedoras que cuidavam mais do arremate das peças, a despeito dos diversos problemas (como risco de incêndio, desorganização do ambiente e falta de ventilação) verificados pela operação fiscal, que visitou todos os participantes da cadeia produtiva.
Mesmo sem visitar as terceirizadas (que fazem a parte mais substantiva do processo: transformam cortes de tecidos em peças de vestuário quase prontas) da Dranys/Elle Sete/Gerson de Almeida, os auditores da Bureau Veritas atestaram que, no quadro geral, as auditadas "atendiam" as condições de regularidade quanto à ausência de trabalho forçado. Contatada pela reportagem, a consultoria optou por não se pronunciar sobre o caso.
Repercussões
Quase três meses depois da fiscalização e mais de 45 dias após a divulgação na Repórter Brasil, o flagrante de trabalho escravo de imigrantes envolvendo as lojas Marisa continua gerando repercussões.
Advogados da Marisa negociam o estabelecimento de novos padrões de conduta para evitar a ocorrência de novos flagrantes e contribuir para qualificar as condições de trabalho no conjunto da cadeia das confecções.
Sindicato dos Comerciários organizou protesto contra a Marisa em Fortaleza (CE) (Foto: SEC)
"Estamos envidando todos os esforços possíveis e imagináveis para reunir o maior número de pessoas em torno desse caso com a finalidade de atingirmos um grau correto e positivo de eficácia da nossa ação fiscal. Por isso, toda a movimentação para trazermos os mais diversos órgãos públicos e entidades da sociedade civil", comenta Renato Bignami, da SRTE/SP, que esteve à frente da operação que rastreou a cadeia produtiva a partir da oficina CSV
A punição apenas da Marisa, salienta Renato, não pode ser considerada satisfatória. "É necessário buscarmos soluções para que esse caso não volte a se repetir e para corrigirmos um processo crônico de fuga para a clandestinidade, informalidade e irregularidade que se abateu sobre esse setor", complementa. A OIT, o Instituto Ethos e a Abeim conversam para estabelecer processos de responsabilidade social que possam consolidar avanços no setor.
Paralelamente, os participantes do Pacto Contra a Precarização e Pelo Emprego e Trabalho Decentes se reuniram no auditoria da Defensoria Pública da União (DPU), na última segunda-feira (3), para fazer avaliações e dar continuidade ao processo de articulação por melhorias para os trabalhadores do setor. Estiveram presentes representantes do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) e das associações de coreanos, bolivianos e paraguaios, além do Sindicato das Costureiras de São Paulo e Osasco, dos Sindicatos das Indústrias do Vestuário no Estado de São Paulo (Sindivestuário), do Serviço Pastoral do Migrante (SPM), do Centro de Apoio ao Migrante (Cami), da Secretaria Nacional de Justiça (SNJ), da Receita Federal, da Organização Internacional do Trabalho (OIT), da Comissão Municipal de Direitos Humanos (CMDH), da ONG Repórter Brasil e da Procuradoria Regional do Trabalho 2ª Região (PRT-2), na pessoa de Vera Lúcia Carlos, propositora dos TACs firmados com as redes varejistas.
Em Brasília (DF), a deputada federal Janete Capiberibe (PSB-AP) levou o caso aos colegas parlamentares em pronunciamento no Plenário da Câmara, no dia 7 de abril. Após fazer menção à fiscalização da oficina CSV, a congressista propôs boicote à Marisa "até que sejam garantidos os direitos trabalhistas de todos os colaboradores e melhor distribuição do lucro".
Dois dias depois, o Sindicato dos Comerciários de Fortaleza (CE) organizou um protesto contra o trabalho escravo de imigrantes em frente à loja da Marisa no centro da capital cearense. Os sindicalistas chamaram a atenção de populares e distribuíram exemplares da edição do jornal Brasil de Fato que reproduziu conteúdo publicado pela Repórter Brasil.
De acordo com Romildo Miranda, do sindicato e da Confederação Nacional dos Trabalhadores no Comércio e Serviços (Contracs), houve uma reunião com enviados da rede de varejo Marisa há cerca de 15 dias em que a questão foi tratada. "Segundo eles [da empresa], a questão foi resolvida. Mas não paramos por aqui. Se ficarmos sabendo de mais denúncias, voltaremos a nos mobilizar. Não paramos por aqui", destacou o sindicalista.
Condições encontradas na oficina de costura CSV
Nenhum dos que operavam máquinas na oficina CSV tinha Carteira de Trabalho e Previdência Social (CTPS) assinada e pelo menos um deles sequer estava regularizado junto à Polícia Federal (PF). Foram apreendidos cadernos com anotações de "taxas" ilegais de "passagem", "fronteira" e "documentos") e registros de "salários" de R$ 202 e de R$ 247, menos da metade do salário mínimo (R$ 510) e menos de um terço do piso da categoria (R$ 766).
A estrutura (instalações elétricas, móveis etc.) da oficina não seguia os padrões mínimos exigidos. Uma criança, filha de uma das costureiras, estava exposta a acidentes com o maquinário. A jornada de trabalho começava às 7h e chegava até às 21h. As refeições eram preparadas improvisadamente nos fundos do mesmo cortiço do local de trabalho. O irmão do dono da oficina permanecia o tempo todo junto com os trabalhadores, atuando como "vigia".
Em apenas um cômodo mal iluminado nos fundos de um dos "alojamentos", construído para ser uma cozinha, sete pessoas dormiam em três beliches e uma cama avulsa. Infiltrações, umidade excessiva, falta de circulação de ar, mau cheiro e banheiros precários completavam o cenário. Não havia separação adequada das diversas famílias alojadas na mesma construção.
Na avaliação da médica e auditora fiscal Teresinha Aparecida Dias Ramos, que fez parte da comitiva e checou até a receita médica de uma das trabalhadoras que apresentava uma doença de pele, as vítimas de trabalho escravo na CSV estavam expostas a distúrbios respiratórios, problemas ergonômicos, e justamente a enfermidades dermatológicas, além das condições psicossociais indesejáveis, por causa do medo constante.
*O jornalista da Repórter Brasil acompanhou a fiscalização da SRTE/SP como parte dos compromissos assumidos no Pacto Contra a Precarização e pelo Emprego e Trabalho Decentes em São Paulo - Cadeia Produtiva das Confecções
LOJA NOVA DA MARISA É INAUGURADA NA PAULISTA COM FESTAS -BALÕES E DANÇAS-
No período que antecedeu a fiscalização que encontrou imigrantes em condição análoga à escravidão, costuras eram feitas para fornecedora da rede C&A. Companhia confirmou que enviados chegaram a vistoriar o local em 2009
Por Maurício Hashizume*
São Paulo (SP) - Registrada como Indústria de Comércio e Roupas CSV Ltda., a oficina de costura ligada à Marisa que foi flagrada com 17 trabalhadores imigrantes em condições análogas à escravidão produzia peças anteriormente para a C&A. A informação foi confirmada tanto pelo dono da oficina, o boliviano Valboa Febrero Gusmán, como pela própria rede varejista.
Operação comandada pela Superintendência Regional de Trabalho e Emprego de São Paulo (SRTE-SP), ocorrida em meados de fevereiro deste ano, encontrou um amplo quadro de irregularidades no local - desde "fortes indícios de tráfico de pessoas", registros de cobranças ilegais de dívidas dos empregados e salários muito aquém dos permitidos até condições críticas no tocante à saúde e segurança no trabalho, alojamentos completamente inadequados e jornadas exaustivas (detalhes mais abaixo na descrição das condições).
Oficina de costura CSV chegou a passar por auditoria da C&A em 2009 (Foto: Maurício Hashizume)
Quando da fiscalização, Valboa confirmou ter fabricado peças de vestuário durante os últimos anos (até 2009) para a Karvin que, por sua vez, atuou como fornecedora da C&A por cerca de 25 anos. Ele declarou inclusive que, entre outubro de 2009 e janeiro de 2010, representantes da companhia internacional com sede na Holanda fizeram vistorias das instalações da oficina situada no bairro de Vila Nova Cachoeirinha, na capital paulista.
À Repórter Brasil, a C&A não se esquivou da responsabilidade em relação à cadeia produtiva dos itens que comercializa, diferentemente de sua concorrente - que preferiu responder na ocasião que a "situação detectada pelos auditores não é de responsabilidade direta ou indireta da Marisa".
A C&A admitiu inclusive que tomou conhecimento da presença da CSV na sua cadeia produtiva somente em outubro de 2009. "Até então, o fornecedor Karvin não havia comunicado à empresa a inclusão desta oficina na sua lista de subcontratados", acrescenta a companhia, que sustenta ter "advertido a Karvin de que este procedimento não seria tolerado novamente".
Desde 2006, a C&A mantém um segmento próprio para auditar a sua cadeia de suprimentos denominado Organização de Serviço para Gestão de Auditorias de Conformidade (Socam). Segundo a empresa, as vistorias são "aleatórias e não agendadas, com o objetivo de coibir qualquer tipo de mão de obra irregular e buscar a melhoria contínua das condições de trabalho".
A rede varejista confirma ter realizado uma primeira visita à CSV, por meio da Socam, em 23 de outubro de 2009. Nenhum estrangeiro ilegal foi encontrado, assegura a empresa, que verifica, entre outros, aspectos como a regularidade do Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ).
Com o intuito de melhorar as condições de trabalho do local, a Socam estabeleceu, em 28 de outubro, um "plano de ação" para a CSV com ações como: disponibilizar e apresentar documentos e critérios adotados para cálculo e pagamento de salários; sinalizar todas as saídas; providenciar a recarga de extintores de incêndio e kit de primeiros socorros; arrumar e organizar a área de trabalho; proteger e melhorar disjuntores e instalação elétrica e providenciar sabonete líquido e papel toalha nos banheiros.
"É importante ressaltar que o trabalho realizado pela Socam não tem caráter punitivo, exceto nos casos de infrações graves. O objetivo, além de coibir qualquer tipo de mão de obra ilegal, é também buscar a melhoria contínua das condições de trabalho dos seus fornecedores, informar e promover a transformação destes espaços", argumenta a C&A.
Caderno de anotações apreendido tinha registros de cobranças ilegais (Foto: Maurício Hashizume)
Em janeiro de 2010, a Socam voltou à CSV para acompanhar a implantação do "plano". Segundo a empresa, novamente não houve registro de imigrantes sem documentação legal. "Constatou-se, porém, que o plano não havia sido implantado. O prazo inicialmente de 90 dias foi prorrogado pelo mesmo período, até abril de 2010. O não cumprimento implicaria na suspensão do fornecimento. No início de fevereiro, a CSV foi descadastrada pela Karvin, que constatou nesta data a existência de trabalhador sem documentação regularizada", relata a C&A.
A empresa afirma ainda que o relacionamento comercial com a Karvin também foi temporariamente suspenso por conta de situações irregulares encontradas em outras oficinas subcontratadas. "O fornecimento ficará suspenso até que as irregularidades apontadas sejam resolvidas", prossegue.
Em depoimento à fiscalização, por seu turno, o proprietário da CSV alegou que o "preço muito baixo" pago pela Karvin (para fornecimento à C&A) por cada peça costurada teria sido um dos motivos para a descontinuidade do vínculo comercial. Questionada sobre a estimativa de partilha média de quanto do preço final pago pelo consumidor (em termos de porcentagem) fica com os produtores (oficinas/fornecedores) e quanto fica com o varejo, a C&A afirma seguir "os valores que são praticados pelo mercado".
"É importante ressaltar que o preço de venda não se justifica unicamente com a produção da peça, mas inclui várias despesas na operação como impostos, salários, logística, infraestrutura", adiciona a empresa.
A Karvin foi procurada para se pronunciar sobre o caso e prometeu atender a reportagem. Após o primeiro contato, porém, a representante da empresa não foi mais encontrada nos diversos telefones mantidos pela fornecedora de peças de vestuário com base no bairro do Bom Retiro.
Com relação aos gastos com publicidade (recentes campanhas da C&A foram protagonizadas por estrelas internacionais da música pop) e à possibilidade de deslocar parte desses recursos para recompensar aqueles que trabalham na cadeia produtiva dos produtos vendidos nas lojas, a C&A se restringiu apenas a declarar que "esta informação [sobre publicidade] não é pública" e que a mesma é "considerada estratégica para a companhia".
Vistorias
Desde 2006, conforme números divulgados pela C&A, a Socam já realizou mais de 6 mil visitas em fornecedores e subcontratados. Em casos de infrações graves (como o trabalho de imigrantes ilegais e o trabalho infantil), informa a C&A, a Socam pode cancelar de imediato as compras do fornecedor. Assim como no caso da CSV, podem ser propostos planos de ação corretivo para as partes auditadas, com um prazo determinado para cumprimento. O descumprimento do plano no prazo, sustenta a companhia, também pode implicar na suspensão do fornecimento para a rede.
Neste período, cerca de 100 fornecedores foram bloqueados pela Socam, ou seja, tiveram o fornecimento suspenso. "As oficinas (subcontratados) não são bloqueadas pela Socam, mas pelo fornecedor, que é responsável pelos seus subcontratados", completa a rede. Por "uma questão de relação comercial com nossos fornecedores", a C&A - que se coloca publicamente como "pioneira no Brasil, entre as empresas de varejo de moda, a possuir uma organização [específica, como a Socam]" - prefere não divulgar a quantidade de planos de ação elaborados junto a fornecedores e subcontratadas.
Detalhe de um dos alojamentos: inadequação e exposição a doenças (Foto: Maurício Hashizume)
A adesão ao “Código de Conduta” e às “Condições Gerais de Fornecimento” - que contêm cláusulas que exigem o cumprimento da legislação trabalhista vigente - é uma das premissas para que uma confecção se torne fornecedora, reforça a C&A. "Cabe ao fornecedor a decisão de escolha de sua rede de subcontratados. Porém, estes devem ser listados e informados à empresa, previamente ao início da relação comercial com a C&A. Também é de responsabilidade do fornecedor manter sua lista de oficinas subcontratadas atualizada. Tanto o fornecedor quanto a Socam realizam as vistorias nas oficinas", emenda. Estima-se que o investimento na área tenha somado R$ 7 milhões. Somente em 2009, teriam realizadas 2,1 mil vistorias.
Em 2007, a C&A, assim como a Marisa e outras empresas do ramo, assinou um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) com o Ministério Público do Trabalho (MPT) com o compromisso de evitar ligações comerciais com oficinas de costura envolvidas com a exploração de trabalho análogo à escravidão e viabilizar auditorias períódicas de suas cadeias produtivas.
Convidadas a fazer parte do Pacto Contra a Precarização, e pelo Emprego e Trabalho Decentes - Setor das Confecções, contudo, a C&A não aderiu. "A assinatura ao pacto deve ser analisada considerando o setor como um todo, e não somente com adesões pontuais, que não irão produzir os resultados almejados", rebate a rede. "A C&A não acredita que a adesão de uma só companhia poderá surtir efeitos reais no setor. É preciso um esforço conjunto e estamos em contato constante com os demais players do nosso setor de modo a conseguir um esforço conjunto neste sentido".
A implantação de um sistema de certificação com vistas a garantir melhores condições de trabalho nas cadeias produtivas está sendo dictuida no âmbito da Associação Brasileira do Varejo Têxtil (Abeim) - que engloba outras redes como a própria Marisa, Riachuelo e Renner. Uma das consultorias envolvidas na iniciativa é a internacional Bureau Veritas, também citada no relatório de fiscalização do caso que envolveu diretamente a Marisa.
Para fazer vistorias semelhantes aos que a Socam faz para a C&A (até em cumprimento ao TAC celebrado com o MPT em 2007), a Marisa contratou a empresa Bureau Veritas, fundada na Bélgica em 1928. Na avaliação que fez das condições gerais de trabalho na trinca de fornecedores formada por Dranys, Elle Sete e Gerson de Almeida (que tinham contrato com a Marisa e subcontrataram a CSV) em maio e setembro de 2009, a consultoria aprovou incondicionalmente as instalações das fornecedoras que cuidavam mais do arremate das peças, a despeito dos diversos problemas (como risco de incêndio, desorganização do ambiente e falta de ventilação) verificados pela operação fiscal, que visitou todos os participantes da cadeia produtiva.
Mesmo sem visitar as terceirizadas (que fazem a parte mais substantiva do processo: transformam cortes de tecidos em peças de vestuário quase prontas) da Dranys/Elle Sete/Gerson de Almeida, os auditores da Bureau Veritas atestaram que, no quadro geral, as auditadas "atendiam" as condições de regularidade quanto à ausência de trabalho forçado. Contatada pela reportagem, a consultoria optou por não se pronunciar sobre o caso.
Repercussões
Quase três meses depois da fiscalização e mais de 45 dias após a divulgação na Repórter Brasil, o flagrante de trabalho escravo de imigrantes envolvendo as lojas Marisa continua gerando repercussões.
Advogados da Marisa negociam o estabelecimento de novos padrões de conduta para evitar a ocorrência de novos flagrantes e contribuir para qualificar as condições de trabalho no conjunto da cadeia das confecções.
Sindicato dos Comerciários organizou protesto contra a Marisa em Fortaleza (CE) (Foto: SEC)
"Estamos envidando todos os esforços possíveis e imagináveis para reunir o maior número de pessoas em torno desse caso com a finalidade de atingirmos um grau correto e positivo de eficácia da nossa ação fiscal. Por isso, toda a movimentação para trazermos os mais diversos órgãos públicos e entidades da sociedade civil", comenta Renato Bignami, da SRTE/SP, que esteve à frente da operação que rastreou a cadeia produtiva a partir da oficina CSV
A punição apenas da Marisa, salienta Renato, não pode ser considerada satisfatória. "É necessário buscarmos soluções para que esse caso não volte a se repetir e para corrigirmos um processo crônico de fuga para a clandestinidade, informalidade e irregularidade que se abateu sobre esse setor", complementa. A OIT, o Instituto Ethos e a Abeim conversam para estabelecer processos de responsabilidade social que possam consolidar avanços no setor.
Paralelamente, os participantes do Pacto Contra a Precarização e Pelo Emprego e Trabalho Decentes se reuniram no auditoria da Defensoria Pública da União (DPU), na última segunda-feira (3), para fazer avaliações e dar continuidade ao processo de articulação por melhorias para os trabalhadores do setor. Estiveram presentes representantes do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) e das associações de coreanos, bolivianos e paraguaios, além do Sindicato das Costureiras de São Paulo e Osasco, dos Sindicatos das Indústrias do Vestuário no Estado de São Paulo (Sindivestuário), do Serviço Pastoral do Migrante (SPM), do Centro de Apoio ao Migrante (Cami), da Secretaria Nacional de Justiça (SNJ), da Receita Federal, da Organização Internacional do Trabalho (OIT), da Comissão Municipal de Direitos Humanos (CMDH), da ONG Repórter Brasil e da Procuradoria Regional do Trabalho 2ª Região (PRT-2), na pessoa de Vera Lúcia Carlos, propositora dos TACs firmados com as redes varejistas.
Em Brasília (DF), a deputada federal Janete Capiberibe (PSB-AP) levou o caso aos colegas parlamentares em pronunciamento no Plenário da Câmara, no dia 7 de abril. Após fazer menção à fiscalização da oficina CSV, a congressista propôs boicote à Marisa "até que sejam garantidos os direitos trabalhistas de todos os colaboradores e melhor distribuição do lucro".
Dois dias depois, o Sindicato dos Comerciários de Fortaleza (CE) organizou um protesto contra o trabalho escravo de imigrantes em frente à loja da Marisa no centro da capital cearense. Os sindicalistas chamaram a atenção de populares e distribuíram exemplares da edição do jornal Brasil de Fato que reproduziu conteúdo publicado pela Repórter Brasil.
De acordo com Romildo Miranda, do sindicato e da Confederação Nacional dos Trabalhadores no Comércio e Serviços (Contracs), houve uma reunião com enviados da rede de varejo Marisa há cerca de 15 dias em que a questão foi tratada. "Segundo eles [da empresa], a questão foi resolvida. Mas não paramos por aqui. Se ficarmos sabendo de mais denúncias, voltaremos a nos mobilizar. Não paramos por aqui", destacou o sindicalista.
Condições encontradas na oficina de costura CSV
Nenhum dos que operavam máquinas na oficina CSV tinha Carteira de Trabalho e Previdência Social (CTPS) assinada e pelo menos um deles sequer estava regularizado junto à Polícia Federal (PF). Foram apreendidos cadernos com anotações de "taxas" ilegais de "passagem", "fronteira" e "documentos") e registros de "salários" de R$ 202 e de R$ 247, menos da metade do salário mínimo (R$ 510) e menos de um terço do piso da categoria (R$ 766).
A estrutura (instalações elétricas, móveis etc.) da oficina não seguia os padrões mínimos exigidos. Uma criança, filha de uma das costureiras, estava exposta a acidentes com o maquinário. A jornada de trabalho começava às 7h e chegava até às 21h. As refeições eram preparadas improvisadamente nos fundos do mesmo cortiço do local de trabalho. O irmão do dono da oficina permanecia o tempo todo junto com os trabalhadores, atuando como "vigia".
Em apenas um cômodo mal iluminado nos fundos de um dos "alojamentos", construído para ser uma cozinha, sete pessoas dormiam em três beliches e uma cama avulsa. Infiltrações, umidade excessiva, falta de circulação de ar, mau cheiro e banheiros precários completavam o cenário. Não havia separação adequada das diversas famílias alojadas na mesma construção.
Na avaliação da médica e auditora fiscal Teresinha Aparecida Dias Ramos, que fez parte da comitiva e checou até a receita médica de uma das trabalhadoras que apresentava uma doença de pele, as vítimas de trabalho escravo na CSV estavam expostas a distúrbios respiratórios, problemas ergonômicos, e justamente a enfermidades dermatológicas, além das condições psicossociais indesejáveis, por causa do medo constante.
*O jornalista da Repórter Brasil acompanhou a fiscalização da SRTE/SP como parte dos compromissos assumidos no Pacto Contra a Precarização e pelo Emprego e Trabalho Decentes em São Paulo - Cadeia Produtiva das Confecções
quinta-feira, 6 de maio de 2010
Zé Ramalho e Sá & Guarabira regravam 'Let It Be'
Zé Ramalho, Sá & Guarabyra, os pernambucanos da banda Profiterolis, entre outros artistas de diferentes gerações e estilos, reuniram-se em torno de um acontecimento marcante da história do rock: o último disco dos Beatles, Let it Be. Lançado em 1970, o LP em que foram registradas canções como a faixa-título, Get Back, I’ve Got a Feeling Don’t Let Me Down, foi regravado, com novos arranjos, por artistas/fãs brasileiros, e está saindo pelo selo Discobertas por ocasião de seu 40.º aniversário.
Foi em abril de 70 que se deu o que aficionados de todo o planeta temiam: o anúncio da dissolução do quarteto, em caráter irrevogável. Em maio, com um longa-metragem que documentava o processo de ensaios, a EMI inglesa lançaria Let it Be, já gravado num clima de desavença. Presença constante nas listas dos melhores de todos os tempos, o álbum foi objeto de adoração de muitos brasileiros.
"O filme dos Beatles no meu cinema interior começa em I Wanna Hold Your Hand e termina em Let it Be. Para mim, Let it Be é o fundo musical que acompanha a rolagem dos letreiros na tela. Só quem acompanhou passo a passo a história, aprendeu, cresceu junto, pode sentir quão triste foi saber que estavam separados", diz Guarabyra, que gravou com o parceiro Sá a faixa-título do volume 1 do projeto Beatles’70. Zé Rodrix participaria, mas morreu em maio de 2009, quando a data da ida ao estúdio estava sendo marcada.
Zé Ramalho canta The Long and Winding Road e Isn’t It a Pity. O mais reverente dos beatlemaníacos, segundo o criador do projeto, o produtor Marcelo Froes - "é capaz de cantar qualquer música de qualquer disco" -, Zé, de 60 anos, foi bem influenciado pela banda inglesa na juventude. Ouve até hoje, e tem predileção pelas canções de George Harrison, como Isn’t It a Pity. "São mais acústicas e contêm mensagens espirituais, que para uns é caretice, mas para mim são de grande beleza!"
O cantor e compositor paraibano é entusiasta de iniciativas como a de Froes. Participou das regravações do Álbum Branco, em 2008, e Abbey Road, em 2009, por ocasião de seus 40 anos, lançados pela Discobertas e que reuniu cantores e bandas do País todo. Rodrigo Santos, baixista do Barão Vermelho, é outro que disse sim à convocação. Gravou com a cantora Marília Bessy a faixa For You Blue. "Eu gosto de tudo que sai de Beatles, tocado em ritmo de choro, com orquestra... É tão melódico e rico que é muito difícil alguém estragar. Acho legal ouvir as canções em outra época, de outra maneira."
-----leia mais na fonte O ESTADAO CLQUE NO TÍTULO
Foi em abril de 70 que se deu o que aficionados de todo o planeta temiam: o anúncio da dissolução do quarteto, em caráter irrevogável. Em maio, com um longa-metragem que documentava o processo de ensaios, a EMI inglesa lançaria Let it Be, já gravado num clima de desavença. Presença constante nas listas dos melhores de todos os tempos, o álbum foi objeto de adoração de muitos brasileiros.
"O filme dos Beatles no meu cinema interior começa em I Wanna Hold Your Hand e termina em Let it Be. Para mim, Let it Be é o fundo musical que acompanha a rolagem dos letreiros na tela. Só quem acompanhou passo a passo a história, aprendeu, cresceu junto, pode sentir quão triste foi saber que estavam separados", diz Guarabyra, que gravou com o parceiro Sá a faixa-título do volume 1 do projeto Beatles’70. Zé Rodrix participaria, mas morreu em maio de 2009, quando a data da ida ao estúdio estava sendo marcada.
Zé Ramalho canta The Long and Winding Road e Isn’t It a Pity. O mais reverente dos beatlemaníacos, segundo o criador do projeto, o produtor Marcelo Froes - "é capaz de cantar qualquer música de qualquer disco" -, Zé, de 60 anos, foi bem influenciado pela banda inglesa na juventude. Ouve até hoje, e tem predileção pelas canções de George Harrison, como Isn’t It a Pity. "São mais acústicas e contêm mensagens espirituais, que para uns é caretice, mas para mim são de grande beleza!"
O cantor e compositor paraibano é entusiasta de iniciativas como a de Froes. Participou das regravações do Álbum Branco, em 2008, e Abbey Road, em 2009, por ocasião de seus 40 anos, lançados pela Discobertas e que reuniu cantores e bandas do País todo. Rodrigo Santos, baixista do Barão Vermelho, é outro que disse sim à convocação. Gravou com a cantora Marília Bessy a faixa For You Blue. "Eu gosto de tudo que sai de Beatles, tocado em ritmo de choro, com orquestra... É tão melódico e rico que é muito difícil alguém estragar. Acho legal ouvir as canções em outra época, de outra maneira."
-----leia mais na fonte O ESTADAO CLQUE NO TÍTULO
quarta-feira, 5 de maio de 2010
Expansão de universidades amplia déficit de doutores
SERÁ, , SERÁ, AH!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! (grifo MEU)
A expansão das universidades públicas promovida pelo governo federal aprofundou um antigo problema das instituições: a dificuldade de se contratar professores com doutorado. A carência é maior nas Regiões Norte e Centro-Oeste. Apenas neste ano, as federais de Rondônia (Unir), Pará (UFPA) e Amazonas (Ufam) tiveram de reabrir concursos públicos para docentes por falta de inscritos qualificados.
Não há dados nacionais sobre o tamanho do déficit de doutores e mestres, mas, para suprir a demanda, a Andifes (Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior) lançou em dezembro de 2008 um plano de estímulo a novos programas de pós-graduação.
Uma comissão com representantes dos Ministérios da Educação (MEC), do Desenvolvimento e da Ciência e Tecnologia foi formada em julho de 2009 para implantar o PAPG (Programa de Apoio à Pós-Graduação), mas, até agora, poucas ações concretas foram tomadas.
"Por causa do Reuni (programa do governo federal de expansão das universidades, lançado em 2003) foram abertas entre 10 mil e 12 mil vagas para professores. E nós queremos que todos sejam doutores", afirmou Ana Deyse Dorea, vice-presidente da Andifes. "O País não estava preparado e, em especial, os câmpus localizados no interior têm enfrentado dificuldades para preencher todas as vagas com doutores." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
A expansão das universidades públicas promovida pelo governo federal aprofundou um antigo problema das instituições: a dificuldade de se contratar professores com doutorado. A carência é maior nas Regiões Norte e Centro-Oeste. Apenas neste ano, as federais de Rondônia (Unir), Pará (UFPA) e Amazonas (Ufam) tiveram de reabrir concursos públicos para docentes por falta de inscritos qualificados.
Não há dados nacionais sobre o tamanho do déficit de doutores e mestres, mas, para suprir a demanda, a Andifes (Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior) lançou em dezembro de 2008 um plano de estímulo a novos programas de pós-graduação.
Uma comissão com representantes dos Ministérios da Educação (MEC), do Desenvolvimento e da Ciência e Tecnologia foi formada em julho de 2009 para implantar o PAPG (Programa de Apoio à Pós-Graduação), mas, até agora, poucas ações concretas foram tomadas.
"Por causa do Reuni (programa do governo federal de expansão das universidades, lançado em 2003) foram abertas entre 10 mil e 12 mil vagas para professores. E nós queremos que todos sejam doutores", afirmou Ana Deyse Dorea, vice-presidente da Andifes. "O País não estava preparado e, em especial, os câmpus localizados no interior têm enfrentado dificuldades para preencher todas as vagas com doutores." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
USP ameaça multar grevista que fizer piquete no campus
USP ameaça multar grevista que fizer piquete no campus
BY FOLHA DE SP
Sob a ameaça de multa da reitoria, funcionários da USP (Universidade de São Paulo) devem entrar em greve a partir de hoje. Os servidores reivindicam aumento salarial de 16% mais R$ 200 e o repasse de 6% dado aos professores da instituição em fevereiro deste ano.
A paralisação deve afetar serviços como o ônibus circular, o restaurante universitário, laboratórios, museus, bibliotecas e setores administrativos.
A reitoria diz ter obtido uma liminar na Justiça que fixa multa de R$ 1.000 por dia, caso o movimento cause transtornos -como colocação de piquetes e bloqueios de acesso-, e afirma que não haverá o pagamento dos dias não trabalhados.
O diretor de base do Sintusp (Sindicato dos Trabalhadores da USP), Magno de Carvalho, disse que a liminar não enfraquece o movimento e que o início da greve está mantido.
"Não estamos intimidados com essas ameaças. Nos últimos anos, essa coisa de liminar e multa é comum. Amanhã [hoje], na primeira hora da greve, vamos votar o cerco do prédio da reitoria e o fechamento dos outros prédios", afirmou.
De acordo com ele, os piquetes são feitos para não distinguir os funcionários que entraram em greve e os que não entraram e evitar perseguições.
"Com o prédio fechado, não é possível descontar do salário pelo ponto e evitamos que os funcionários sejam ameaçados e perseguidos. Essas ameaças nunca intimidaram os trabalhadores", disse o diretor.
Procurada pela reportagem da Folha, a reitoria da USP não quis comentar as declarações.
Segundo a instituição, as reivindicações ainda não foram avaliadas, o que deve começar a ocorrer no encontro entre os reitores e os dirigentes dos sindicatos de professores e servidores das universidades estaduais paulistas (USP, Unesp e Unicamp) no dia 11. A greve foi aprovada no fim de abril.
No ano passado, uma greve iniciada por funcionários da USP, também em 5 de maio, ganhou a adesão de professores e estudantes um mês depois, após a Polícia Militar ter sido chamada pela então reitora, Suely Vilela, para impedir piquetes dos servidores em prédios como a reitoria.
A greve durou 57 dias e foi marcada por um conflito que deixou ao menos dez feridos entre a Força Tática da Polícia Militar, de um lado, e estudantes e funcionários, do outro.
A paralisação terminou em 22 de junho sem que as principais reivindicações da categoria fossem atendidas.
(Folha de S.Paulo)
BY FOLHA DE SP
Sob a ameaça de multa da reitoria, funcionários da USP (Universidade de São Paulo) devem entrar em greve a partir de hoje. Os servidores reivindicam aumento salarial de 16% mais R$ 200 e o repasse de 6% dado aos professores da instituição em fevereiro deste ano.
A paralisação deve afetar serviços como o ônibus circular, o restaurante universitário, laboratórios, museus, bibliotecas e setores administrativos.
A reitoria diz ter obtido uma liminar na Justiça que fixa multa de R$ 1.000 por dia, caso o movimento cause transtornos -como colocação de piquetes e bloqueios de acesso-, e afirma que não haverá o pagamento dos dias não trabalhados.
O diretor de base do Sintusp (Sindicato dos Trabalhadores da USP), Magno de Carvalho, disse que a liminar não enfraquece o movimento e que o início da greve está mantido.
"Não estamos intimidados com essas ameaças. Nos últimos anos, essa coisa de liminar e multa é comum. Amanhã [hoje], na primeira hora da greve, vamos votar o cerco do prédio da reitoria e o fechamento dos outros prédios", afirmou.
De acordo com ele, os piquetes são feitos para não distinguir os funcionários que entraram em greve e os que não entraram e evitar perseguições.
"Com o prédio fechado, não é possível descontar do salário pelo ponto e evitamos que os funcionários sejam ameaçados e perseguidos. Essas ameaças nunca intimidaram os trabalhadores", disse o diretor.
Procurada pela reportagem da Folha, a reitoria da USP não quis comentar as declarações.
Segundo a instituição, as reivindicações ainda não foram avaliadas, o que deve começar a ocorrer no encontro entre os reitores e os dirigentes dos sindicatos de professores e servidores das universidades estaduais paulistas (USP, Unesp e Unicamp) no dia 11. A greve foi aprovada no fim de abril.
No ano passado, uma greve iniciada por funcionários da USP, também em 5 de maio, ganhou a adesão de professores e estudantes um mês depois, após a Polícia Militar ter sido chamada pela então reitora, Suely Vilela, para impedir piquetes dos servidores em prédios como a reitoria.
A greve durou 57 dias e foi marcada por um conflito que deixou ao menos dez feridos entre a Força Tática da Polícia Militar, de um lado, e estudantes e funcionários, do outro.
A paralisação terminou em 22 de junho sem que as principais reivindicações da categoria fossem atendidas.
(Folha de S.Paulo)
terça-feira, 4 de maio de 2010
36 softwares públicos estão disponíveis na web
36 softwares públicos estão disponíveis na web
Já imaginou criar um software e, após meses de trabalho, disponibilizá-lo na internet para que qualquer pessoa interessada possa testá-lo e aprimorá-lo? Essa é a proposta do Portal do Software Público Brasileiro.
Contando com cerca de 70 mil pessoas, o portal se mantém há 3 anos e possui 36 ferramentas completamente gratuitas disponíveis a qualquer pessoa que queira testá-las e sugerir melhorias.
Entre os usuários do portal há pequenas e grandes empresas privadas, órgãos do governo e até mesmo igrejas.
O primeiro software a chegar ao portal foi o Cacic, desenvolvido por técnicos da Empresa de Tecnologia e Informações da Previdência Social (Dataprev) para gerar inventários. O mesmo tipo de software na época (2004) custaria em torno de R$ 3 milhões. Em 2005, o software foi colocado na internet.
Os softwares públicos disponíveis seguem os mais diversos ramos. É possível encontrar desde softwares para gestão escolar, como o i-Educar, até auxílio à área médica, como é o caso do Invesalius, que transforma imagens de tomografia e ressonância em conteúdo com profundidade 3D.
Gostou da novidade? Para participar como colaborador, basta preencher o cadastro em "Prestadores de Serviço". Porém, se sua pretenção é disponibilizar um software, saiba que antes será necessário registrar o software como livre no Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI).
segunda-feira, 3 de maio de 2010
American way
Gianni Carta, de Londres
O debate televisivo é outro sinal da americanização da política britânica
O diretor e professor de jornalismo on-line na City University de Londres, Chris Brauer, acredita que estas podem ser as últimas eleições gerais dominadas pela velha mídia.
CartaCapital: Alguns observadores previam que esta eleição seria dominada pela nova mídia, mas
a televisão e os jornais tiveram o impacto mais significativo no público...
Chris Brauer: Foi uma previsão prematura. Mas a mídia on-line vai predominar na próxima eleição. No atual pleito, os debates na tevê surtiram o maior impacto. Em grande parte, isso deveu-se ao fato de esses terem sido os primeiros debates televisados entre líderes de partidos políticos antes de uma eleição geral. O Reino Unido está chegando incrivelmente atrasado a esse formato. No ano passado, houve debates televisados em eleições no Irã, no Afeganistão e na Mongólia. Ao mesmo tempo, os diários, que têm perdido leitores e anunciantes, também voltaram a influenciar um maior número de leitores.
CC: Concorda que televisão é ainda a única tecnologia para alcançar tantas pessoas num único dia?
CB: No Reino Unido, o acesso à tevê e à internet é muito semelhante. Da população, 80% tem acesso à banda larga de alta velocidade.
CC: Então, por que blogs, o Twitter e as redes sociais não se tornaram uma plataforma política crucial, como na última eleição nos Estados Unidos?
CB: O acesso on-line permanece a plataforma-chave para quem tem menos de 35 anos. Algumas estatísticas em relação ao número de tweets durante os debates são fenomenais. Mas sabemos que a maioria vem de uma limitada fatia altamente politizada da população. O efeito viral social ocorrido nos EUA foi aplicado aqui em diferentes áreas, algumas mais bem-sucedidos do que outras. Mas, claro, nenhuma provocou aqui um efeito semelhante ao fenômeno Obama. Fundamental é envolver o público. Para envolver o eleitorado, você precisa de uma marca. Obama é como um rock star.
CC: Estamos rumando para uma americanização do reinado, segundo a qual a personalidade do candidato vale ouro?
CB: A americanização da política britânica começou com Tony Blair. O ex-premier introduziu os spin doctors (estrategistas marqueteiros que por vezes distorcem a notícia em favor de seus clientes). Alistair Campbell (jornalista) tornou-se a voz mais poderosa do governo anterior. Os debates de televisão são somente parte desse processo.
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O debate televisivo é outro sinal da americanização da política britânica
O diretor e professor de jornalismo on-line na City University de Londres, Chris Brauer, acredita que estas podem ser as últimas eleições gerais dominadas pela velha mídia.
CartaCapital: Alguns observadores previam que esta eleição seria dominada pela nova mídia, mas
a televisão e os jornais tiveram o impacto mais significativo no público...
Chris Brauer: Foi uma previsão prematura. Mas a mídia on-line vai predominar na próxima eleição. No atual pleito, os debates na tevê surtiram o maior impacto. Em grande parte, isso deveu-se ao fato de esses terem sido os primeiros debates televisados entre líderes de partidos políticos antes de uma eleição geral. O Reino Unido está chegando incrivelmente atrasado a esse formato. No ano passado, houve debates televisados em eleições no Irã, no Afeganistão e na Mongólia. Ao mesmo tempo, os diários, que têm perdido leitores e anunciantes, também voltaram a influenciar um maior número de leitores.
CC: Concorda que televisão é ainda a única tecnologia para alcançar tantas pessoas num único dia?
CB: No Reino Unido, o acesso à tevê e à internet é muito semelhante. Da população, 80% tem acesso à banda larga de alta velocidade.
CC: Então, por que blogs, o Twitter e as redes sociais não se tornaram uma plataforma política crucial, como na última eleição nos Estados Unidos?
CB: O acesso on-line permanece a plataforma-chave para quem tem menos de 35 anos. Algumas estatísticas em relação ao número de tweets durante os debates são fenomenais. Mas sabemos que a maioria vem de uma limitada fatia altamente politizada da população. O efeito viral social ocorrido nos EUA foi aplicado aqui em diferentes áreas, algumas mais bem-sucedidos do que outras. Mas, claro, nenhuma provocou aqui um efeito semelhante ao fenômeno Obama. Fundamental é envolver o público. Para envolver o eleitorado, você precisa de uma marca. Obama é como um rock star.
CC: Estamos rumando para uma americanização do reinado, segundo a qual a personalidade do candidato vale ouro?
CB: A americanização da política britânica começou com Tony Blair. O ex-premier introduziu os spin doctors (estrategistas marqueteiros que por vezes distorcem a notícia em favor de seus clientes). Alistair Campbell (jornalista) tornou-se a voz mais poderosa do governo anterior. Os debates de televisão são somente parte desse processo.
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Líder do Talibã paquistanês aparece vivo e ameaça os EUA
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Hakimullah Mehsud, que era dado como morto desde janeiro, disse que atacará "os Estados americanos em suas principais cidades"
Hakimullah Mehsud, que era dado como morto desde janeiro, disse que atacará "os Estados americanos em suas principais cidades"
domingo, 2 de maio de 2010
sábado, 1 de maio de 2010
Campina Grande, a cidade dos inventores
Borborema cria produtos úteis e exporta para o resto do país
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Ronaldo Pedro (foto), da empresa Mastec Informática, e Joaquim Neto são inventores do aterramento sem fio Foto: Xico Morais/DB/D.A Press
O campinense Joaquim Neto é um bom exemplo da capacidade das pessoas em transformar elementos naturais em instrumentos úteis para a humanidade. Na década de 80, ele inventou o bloqueador para telefone fixo. O invento fez bastante sucesso na época e só foi superado pelo avanço tecnológico. Também foi ele quem criou as capinhas para CD em TNT, com a qual os paraibanos já estão totalmente familiarizados. Elas protegem os CDs contra arranhões e rendem a seu inventor uma renda em torno de R$ 2 mil por mês. O invento, simples, mas extremamente útil, tem uma produção diária de 500 unidades e é comercializado em outros estados brasileiros. Ele é um dos inventores que fazem de Campina Grande um celeiro criação de produtos para o resto do país.
Um dos inventos que mais orgulha Joaquim é o aterramento eletrônico, que ele desenvolveu juntamente com Ronaldo Pedro, da empresa Mastec Informática. Trata-se de uma peça, como um adaptador, que substitui o fio terra para computadores.
Segundo Joaquim, o aterramento eletrônico é mais barato e mais prático que o fio terra, mas tem a mesma eficiência. "Ele evita todo o trabalho de instalação de fios nas residências e escritórios, que eleva os custos, inclusive, da mão de obra de instalação, e protege o equipamento contra danos por problemas elétricos, fazendo a correta polarização dos equipamentos que precisam da funcionalidade do fio terra", explica.
Essa tecnologia, totalmente campinense, já está sendo usada em praticamente todo o país e outra vantagem dela é a possibilidade de usar a peça em vários pontos de um ambiente, já que o adaptador é portátil. "Usando o fio terra, ele fica fixo no ponto onde foi instalado e para usar o computador é necessário plugar o equipamento nesse ponto fixo. Já o aterramento eletrônico permite que o computador seja ligado em qualquer outra tomada do ambiente, utilizando o adaptador, porque a peça é que vai fazer todo o trabalho como se fosse um fio terra", ressalta Ronaldo Pedro.
As universidades também são um berço de inventores. A Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), por exemplo, se destaca nesse cenário. Da instituição já surgiram criações como a máquina para reciclar cartuchos jato de tinta, de autoria de Luciano Piquet; o taxímetro eletrônico digital, patenteado pela professora Fátima Vieira; o display monociclo móvel, de Marconi Coutinho de Oliveira.
Outra criação oriunda da universidade que já ganhou destaque em concursos de inovações foi a mesa portátil para notebook, de autoria da professora Luize Brasilino, em parceria com os professores Herbert Rocha e Itamar Ferreira. A criação, já patenteada, em breve entrará em fase de negociação para produção em série. O invento proporciona mais conforto para o usuário do laptop, melhor ângulo de visibilidade, evita dores lombares, facilita a digitação e é de fácil manuseio.
Segundo Eudes Fernandes, responsável pelo setor de patentes da UFCG, a importância das invenções está nos conhecimentos adquiridos pela sociedade e na forma como uma criação pode facilitar a vida das pessoas. Para ele, a partir de um invento o cotidiano das pessoas pode ser modificado para melhor, desde os aspectos estruturais até as questões de saúde.
Em Campina Grande, existem cerca de 50 inventores detentores de criações industriais. Viver exclusivamente das invenções ainda é um sonho, como explica Eudes Fernandes. "Aqui na cidade, a exemplo do que acontece em todo o Brasil, não há a cultura de proteger as criações. Isso impede que o inventor se dedique somente a pensar novas criações, exceto quando se consegue criar algo de forte apelo popular, o que garante algum retorno financeiro mais significativo", diz.
Fonte: www.diariodaborborema.com.br
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Ronaldo Pedro (foto), da empresa Mastec Informática, e Joaquim Neto são inventores do aterramento sem fio Foto: Xico Morais/DB/D.A Press
O campinense Joaquim Neto é um bom exemplo da capacidade das pessoas em transformar elementos naturais em instrumentos úteis para a humanidade. Na década de 80, ele inventou o bloqueador para telefone fixo. O invento fez bastante sucesso na época e só foi superado pelo avanço tecnológico. Também foi ele quem criou as capinhas para CD em TNT, com a qual os paraibanos já estão totalmente familiarizados. Elas protegem os CDs contra arranhões e rendem a seu inventor uma renda em torno de R$ 2 mil por mês. O invento, simples, mas extremamente útil, tem uma produção diária de 500 unidades e é comercializado em outros estados brasileiros. Ele é um dos inventores que fazem de Campina Grande um celeiro criação de produtos para o resto do país.
Um dos inventos que mais orgulha Joaquim é o aterramento eletrônico, que ele desenvolveu juntamente com Ronaldo Pedro, da empresa Mastec Informática. Trata-se de uma peça, como um adaptador, que substitui o fio terra para computadores.
Segundo Joaquim, o aterramento eletrônico é mais barato e mais prático que o fio terra, mas tem a mesma eficiência. "Ele evita todo o trabalho de instalação de fios nas residências e escritórios, que eleva os custos, inclusive, da mão de obra de instalação, e protege o equipamento contra danos por problemas elétricos, fazendo a correta polarização dos equipamentos que precisam da funcionalidade do fio terra", explica.
Essa tecnologia, totalmente campinense, já está sendo usada em praticamente todo o país e outra vantagem dela é a possibilidade de usar a peça em vários pontos de um ambiente, já que o adaptador é portátil. "Usando o fio terra, ele fica fixo no ponto onde foi instalado e para usar o computador é necessário plugar o equipamento nesse ponto fixo. Já o aterramento eletrônico permite que o computador seja ligado em qualquer outra tomada do ambiente, utilizando o adaptador, porque a peça é que vai fazer todo o trabalho como se fosse um fio terra", ressalta Ronaldo Pedro.
As universidades também são um berço de inventores. A Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), por exemplo, se destaca nesse cenário. Da instituição já surgiram criações como a máquina para reciclar cartuchos jato de tinta, de autoria de Luciano Piquet; o taxímetro eletrônico digital, patenteado pela professora Fátima Vieira; o display monociclo móvel, de Marconi Coutinho de Oliveira.
Outra criação oriunda da universidade que já ganhou destaque em concursos de inovações foi a mesa portátil para notebook, de autoria da professora Luize Brasilino, em parceria com os professores Herbert Rocha e Itamar Ferreira. A criação, já patenteada, em breve entrará em fase de negociação para produção em série. O invento proporciona mais conforto para o usuário do laptop, melhor ângulo de visibilidade, evita dores lombares, facilita a digitação e é de fácil manuseio.
Segundo Eudes Fernandes, responsável pelo setor de patentes da UFCG, a importância das invenções está nos conhecimentos adquiridos pela sociedade e na forma como uma criação pode facilitar a vida das pessoas. Para ele, a partir de um invento o cotidiano das pessoas pode ser modificado para melhor, desde os aspectos estruturais até as questões de saúde.
Em Campina Grande, existem cerca de 50 inventores detentores de criações industriais. Viver exclusivamente das invenções ainda é um sonho, como explica Eudes Fernandes. "Aqui na cidade, a exemplo do que acontece em todo o Brasil, não há a cultura de proteger as criações. Isso impede que o inventor se dedique somente a pensar novas criações, exceto quando se consegue criar algo de forte apelo popular, o que garante algum retorno financeiro mais significativo", diz.
Fonte: www.diariodaborborema.com.br
quinta-feira, 29 de abril de 2010
GENTILEZA É BOM
segunda-feira, 26 de abril de 2010
GENTILEZA É BOM
GENTILEZA É BOM, FAZ BEM E NOS AJUDA A VIVER; SEJA GENTIL PARA TERMOS UMA VIDA MELHOR
domingo, 25 de abril de 2010
LIVROS DE MENTIRAS -TECLE AQUI E VEJA FONTE E FOLHEI O LIVRO
Excelente trabajo. Solidos, fuertes poemas,con la carasterítica tristeza endémica'que suele impregnar la poesía de Montealegre --- sabemos que los niños piden pan por la calle, todavía; pero cuando recogido en poema de Montealegre la injusticia pasada por cedazo de tristeza no es alegoría de discurso, sino simple y directo desamparo sin vuelta ni nostalgias, alli, peresente, implacable, el sentimieento puro, allí en la página dejánd(nos) demudados. Dolor demudado, presencia que abunda en ausencia y soledad.Pantalla blanca y negra, ceja rota, penas afincadas para siempre en la memoria. Precioso formato que resulta completamente acorde, poema en blanco y negro de la página que se da vuelta, pantalla en pantalla. Excelente trabajo, de Montealegre y de los editores y productores. Felicitaciones.
sábado, 24 de abril de 2010
Cine PE: Pernambucanos em lugar de honra BU jc on line pe
Cine PE: Pernambucanos em lugar de honra
Publicado em 24.04.2010, às 09h34
Ernesto Barros
ebarros@jc.com.br
Símbolo de uma era em que o cinema reinava absoluto como a melhor diversão, o cine São Luiz volta aos seus dias de glória para abrigar neste fim de semana a IIIª Mostra Pernambuco de Curtas e Longas-metragens, que marca oficialmente a abertura do 14º Cine PE Festival do Audiovisual. Neste sábado e domingo (24 e 25), desfilarão pela tela do São Luiz quinze curtas e três longas da produção audiovisual recente do Estado.
Como a majestosa sala da Rua da Aurora sediou a primeira edição do Cine PE, em março de 1997, os organizadores do festival, o casal Alfredo e Sandra Bertini, estão muito satisfeitos com a volta ao São Luiz. “A gente se emociona muito em ter novamente a oportunidade de retornar a este patrimônio de Pernambuco, para mostrar o que está sendo feito aqui. A competição está a cada dia mais acirrada e a Mostra PE vai exibir filmes tão bons quanto os que estão em competição a partir de segunda no Centro de Convenções”, explicou Sandra.
Nos seus dois primeiros anos, os cineastas pernambucanos não viam com bons olhos a participação na Mostra PE, já que ela era composta pelos filmes que ficaram de fora da competição. Hoje, a relação mudou e quase não há mais protestos. Inclusive, sem ser necessariamente um cala-boca, uma competição com direito a premiação em dinheiro não pode deixar de ser considerada. Para este ano, segundo Alfredo Bertini, a Assembleia Legislativa de Pernambuco confirmou premiações no valor de R$ 10 mil para o melhor longa-metragem e R$ 5 mil e R$ 2 mil para o primeiro e segundo lugares entre os curtas-metragens, respectivamente. O júri da Mostra PE é integrado pelo cineasta carioca Zelito Viana, o programador Marcos César Sampaio de Araújo e a produtora carioca Vera de Paula.
A competição de longas-metragens é composta por três documentários. Em Porta a porta, o cineasta Marcelo Brennand deslocou-se para Gravatá, no Agreste do Estado, para acompanhar os bastidores e a movimentação durante as eleições de 2008, quando os eleitores escolheram vereadores e o prefeito do município. Os outros dois longas são coproduções com o Rio de Janeiro. Nas rodas do choro, de Milena Sá, mapeia o universo do gênero musical a partir de grupos existentes no Recife e na capital fluminense.
Já Travessias, o segundo longa-metragem do jornalista e cineasta carioca Eduardo Souza Lima (o primeiro foi o excelente O Rio de Jano), nasceu de sua experiência em educação na Fundação Roberto Marinho. Durante dois anos, ele acompanhou um projeto educacional desenvolvido entre a FRM e o Governo do Estado, onde se desenrola o cotidiano de uma professora e três alunos na luta por um diploma. “Não é um filme institucional, é um filme sobre a situação da educação em Pernambuco”, explica Eduardo, que desde então se acha meio pernambucano, já que hoje passa mais tempo aqui do que no Rio.
Com quinze filmes em competição, a mostra de curtas traz nove ficções, quatro documentários e uma animação. Entre as ficções, destaques para Tchau e bênção, de Daniel Bandeira, Matriuska, de Pablo Polo e A minha alma é irmã de Deus, de Luci Alcântara, a partir de um história do escritor Raimundo Carrero. “Fiquei muito feliz ao saber que o filme vai passar no São Luiz, que eu amo muito e está lindo”, disse Luci.
Já entre os documentários, vale a pena ficar de olho em Teresa – Cor na primeira pessoa, de Amaro Filho e Marcílio Brandão, e Retratos, de Leo Tabosa e Rafael Negrão, que acaba de ganhar os prêmios de melhor vídeo e melhor direção no Focus Brazil Video Fest, realizado em Fort Lauderdale, na Flórida, sul dos Estados Unidos.
Publicado em 24.04.2010, às 09h34
Ernesto Barros
ebarros@jc.com.br
Símbolo de uma era em que o cinema reinava absoluto como a melhor diversão, o cine São Luiz volta aos seus dias de glória para abrigar neste fim de semana a IIIª Mostra Pernambuco de Curtas e Longas-metragens, que marca oficialmente a abertura do 14º Cine PE Festival do Audiovisual. Neste sábado e domingo (24 e 25), desfilarão pela tela do São Luiz quinze curtas e três longas da produção audiovisual recente do Estado.
Como a majestosa sala da Rua da Aurora sediou a primeira edição do Cine PE, em março de 1997, os organizadores do festival, o casal Alfredo e Sandra Bertini, estão muito satisfeitos com a volta ao São Luiz. “A gente se emociona muito em ter novamente a oportunidade de retornar a este patrimônio de Pernambuco, para mostrar o que está sendo feito aqui. A competição está a cada dia mais acirrada e a Mostra PE vai exibir filmes tão bons quanto os que estão em competição a partir de segunda no Centro de Convenções”, explicou Sandra.
Nos seus dois primeiros anos, os cineastas pernambucanos não viam com bons olhos a participação na Mostra PE, já que ela era composta pelos filmes que ficaram de fora da competição. Hoje, a relação mudou e quase não há mais protestos. Inclusive, sem ser necessariamente um cala-boca, uma competição com direito a premiação em dinheiro não pode deixar de ser considerada. Para este ano, segundo Alfredo Bertini, a Assembleia Legislativa de Pernambuco confirmou premiações no valor de R$ 10 mil para o melhor longa-metragem e R$ 5 mil e R$ 2 mil para o primeiro e segundo lugares entre os curtas-metragens, respectivamente. O júri da Mostra PE é integrado pelo cineasta carioca Zelito Viana, o programador Marcos César Sampaio de Araújo e a produtora carioca Vera de Paula.
A competição de longas-metragens é composta por três documentários. Em Porta a porta, o cineasta Marcelo Brennand deslocou-se para Gravatá, no Agreste do Estado, para acompanhar os bastidores e a movimentação durante as eleições de 2008, quando os eleitores escolheram vereadores e o prefeito do município. Os outros dois longas são coproduções com o Rio de Janeiro. Nas rodas do choro, de Milena Sá, mapeia o universo do gênero musical a partir de grupos existentes no Recife e na capital fluminense.
Já Travessias, o segundo longa-metragem do jornalista e cineasta carioca Eduardo Souza Lima (o primeiro foi o excelente O Rio de Jano), nasceu de sua experiência em educação na Fundação Roberto Marinho. Durante dois anos, ele acompanhou um projeto educacional desenvolvido entre a FRM e o Governo do Estado, onde se desenrola o cotidiano de uma professora e três alunos na luta por um diploma. “Não é um filme institucional, é um filme sobre a situação da educação em Pernambuco”, explica Eduardo, que desde então se acha meio pernambucano, já que hoje passa mais tempo aqui do que no Rio.
Com quinze filmes em competição, a mostra de curtas traz nove ficções, quatro documentários e uma animação. Entre as ficções, destaques para Tchau e bênção, de Daniel Bandeira, Matriuska, de Pablo Polo e A minha alma é irmã de Deus, de Luci Alcântara, a partir de um história do escritor Raimundo Carrero. “Fiquei muito feliz ao saber que o filme vai passar no São Luiz, que eu amo muito e está lindo”, disse Luci.
Já entre os documentários, vale a pena ficar de olho em Teresa – Cor na primeira pessoa, de Amaro Filho e Marcílio Brandão, e Retratos, de Leo Tabosa e Rafael Negrão, que acaba de ganhar os prêmios de melhor vídeo e melhor direção no Focus Brazil Video Fest, realizado em Fort Lauderdale, na Flórida, sul dos Estados Unidos.
quinta-feira, 22 de abril de 2010
BAUDRILLARD: DO TEXTO AO PRETEXTO
2ªEDIÇÃO BAUDRILLARD: DO TEXTO AO PRETEXTO
DE PAULO A C VASCONCELOS EDITORA ALEXA CULTURAL
Disponível na AMAZON..https://amzn.to/35hy5mf
A República Globo.
A República Globo.Vejam o que é Mídia e seu poder no país, por isto Chavez fica de olho neles
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