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quarta-feira, 21 de abril de 2010
Morte de Mark Twain, um dos autores mais influentes da literatura mundial, completa 100 anos
O escritor norte-americano Samuel Longhorne Clemens, mais conhecido por seu pseudônimo Mark Twain (1835-1910)BY UOL
"Foi um profundo filósofo com a visão de um profeta", afirmava o jornal "San Francisco Call" após saber da morte do escritor e jornalista Samuel Langhorne Clemens no dia 21 de abril de 1910 - ou Mark Twain, como ficaria conhecido na posteridade.
Seu legado prolífico, com títulos como "As aventuras de Tom Sawyer", "Huckleberry Finn" e "Príncipe e Mendigo", o tornou merecedor do título de "pai da literatura americana", como definiu o escritor William Faulkner em 1955.
Já em seu obituário se considerava que Mark Twain evoluiu de cômico brincalhão a "uma das grandes figuras literárias de seu tempo", embora o reconhecimento de seus contemporâneos não adoçasse seu final, marcado pelas tragédias familiares e a perda de seus entes queridos.
SAIBA MAIS
CAPÍTULO INÉDITO DE MARK TWAIN SERÁ LEILOADO NOS ESTADOS UNIDOS
As origens de Twain dizem muito sobre sua obra posterior: nasceu no dia 30 de novembro de 1835 na cidade de Flórida (Missouri, EUA), mas foi o porto de Hannibal, para onde se transferiu com sua família aos quatro anos, o cenário à beira do Mississipi no qual se inspiram as correrias de Tom e de Huckleberry, em que o autor colocou muitas de suas vivências.
Entre elas, sua relação com a escravidão, que viveu de perto em Mississipi, um estado que a permitia, e em sua própria casa, já que seu pai teve um escravo e um de seus tios teve vários com os quais o jovem Sam passava longas horas escutando contos e cânticos espirituais.
O escritor começou escrevendo artigos jornalísticos, profissão à qual chegou após uma viagem complicada com quase 18 anos que o levou a Nova York, onde colaborou em distintas publicações.
Em 1857 retornou ao Mississipi e após se dedicar a pilotar navios pelo rio, a explosão da guerra civil (1861-1865) o obrigou a abandonar este trabalho e o conduziu rumo a Nevada, onde pretendia dedicar-se a busca de ouro.
Origem do pseudônimo
Voltou em breve ao jornalismo no "Territorial Enterprise", na Virgínia, onde usou pela primeira vez o pseudônimo com o qual passaria à posteridade.
O primeiro ponto de inflexão em sua carreira como escritor chegou em 1865, com a publicação de um conto em diversos periódicos.
Twain conseguiu um êxito notável com este conto, mas ainda mais com seus artigos de viagens, compilados depois em um livro, "Guia para viajantes inocentes" (1869).
Enquanto continuava sua carreira como jornalista e começava a de escritor, Twain se mudou para várias cidades, se casou com Olivia Langdon e teve sua primeira filha, Susy, que morreu aos dois anos de difteria.
Um drama que o levou a se voltar para crítica social antes de se concentrar na ficção pura que, no entanto, sempre teve um forte cenário de realidade que demonstrava a clara vocação antropológica do escritor.
Capa de uma das edições da obra mais famosa de Twain: escritor aliou análise social e delicadeza
Em 1876 chegaram "As aventuras de Tom Sawyer", que ia muito além da literatura infantil e juvenil na qual se enquadrou em um primeiro momento e que apontava a vertente social que o escritor sempre daria a seus livros.
"Príncipe e mendigo" (1881), "Vida no Mississipi" (1883), "Um ianque na corte do rei Artur"" (1889) e aquela que é sem dúvida sua obra mais famosa, "As aventuras de Huckleberry Finn" (1884), na qual satiriza a escravidão predominante nos estados sulinos.
Um questão-chave e polêmica em suas obras, é que se por um lado contêm críticas duras à escravidão, também mantém posturas que alguns críticos consideram ambíguas por seu conteúdo racista.
Entre 1890 e 1900 Twain e sua família se dedicaram a viajar por todo o mundo e o escritor foi testemunha das diferenças sociais, que imortalizou em suas obras e desde 1901 até sua morte foi o presidente da Liga Anti-imperialista.
Uma experiência vital que o fez ter um profundo conhecimento da realidade na qual viveu e que colocou em suas novelas. "Supor está bem, mas descobrir é melhor", afirmou Twain, que sempre quis ser uma testemunha direta.
E esse realismo de seus relatos, com uma linguagem simples e divertida, fez dele um dos escritores mais influentes da literatura americana.
Obra "popular"
Foi o primeiro grande escritor americano que não procedia da costa leste; o primeiro a utilizar uma linguagem que se parecia a que o povo falava na realidade e, sem dúvida, um dos primeiros escritores nos quais a análise social se aliou com a delicadeza.
"Toda a literatura americana começa com ele. Não havia nada antes. Não há nada depois", assinalou Ernest Hemingway.
"Foi um profundo filósofo com a visão de um profeta", afirmava o jornal "San Francisco Call" após saber da morte do escritor e jornalista Samuel Langhorne Clemens no dia 21 de abril de 1910 - ou Mark Twain, como ficaria conhecido na posteridade.
Seu legado prolífico, com títulos como "As aventuras de Tom Sawyer", "Huckleberry Finn" e "Príncipe e Mendigo", o tornou merecedor do título de "pai da literatura americana", como definiu o escritor William Faulkner em 1955.
Já em seu obituário se considerava que Mark Twain evoluiu de cômico brincalhão a "uma das grandes figuras literárias de seu tempo", embora o reconhecimento de seus contemporâneos não adoçasse seu final, marcado pelas tragédias familiares e a perda de seus entes queridos.
SAIBA MAIS
CAPÍTULO INÉDITO DE MARK TWAIN SERÁ LEILOADO NOS ESTADOS UNIDOS
As origens de Twain dizem muito sobre sua obra posterior: nasceu no dia 30 de novembro de 1835 na cidade de Flórida (Missouri, EUA), mas foi o porto de Hannibal, para onde se transferiu com sua família aos quatro anos, o cenário à beira do Mississipi no qual se inspiram as correrias de Tom e de Huckleberry, em que o autor colocou muitas de suas vivências.
Entre elas, sua relação com a escravidão, que viveu de perto em Mississipi, um estado que a permitia, e em sua própria casa, já que seu pai teve um escravo e um de seus tios teve vários com os quais o jovem Sam passava longas horas escutando contos e cânticos espirituais.
O escritor começou escrevendo artigos jornalísticos, profissão à qual chegou após uma viagem complicada com quase 18 anos que o levou a Nova York, onde colaborou em distintas publicações.
Em 1857 retornou ao Mississipi e após se dedicar a pilotar navios pelo rio, a explosão da guerra civil (1861-1865) o obrigou a abandonar este trabalho e o conduziu rumo a Nevada, onde pretendia dedicar-se a busca de ouro.
Origem do pseudônimo
Voltou em breve ao jornalismo no "Territorial Enterprise", na Virgínia, onde usou pela primeira vez o pseudônimo com o qual passaria à posteridade.
O primeiro ponto de inflexão em sua carreira como escritor chegou em 1865, com a publicação de um conto em diversos periódicos.
Twain conseguiu um êxito notável com este conto, mas ainda mais com seus artigos de viagens, compilados depois em um livro, "Guia para viajantes inocentes" (1869).
Enquanto continuava sua carreira como jornalista e começava a de escritor, Twain se mudou para várias cidades, se casou com Olivia Langdon e teve sua primeira filha, Susy, que morreu aos dois anos de difteria.
Um drama que o levou a se voltar para crítica social antes de se concentrar na ficção pura que, no entanto, sempre teve um forte cenário de realidade que demonstrava a clara vocação antropológica do escritor.
Capa de uma das edições da obra mais famosa de Twain: escritor aliou análise social e delicadeza
Em 1876 chegaram "As aventuras de Tom Sawyer", que ia muito além da literatura infantil e juvenil na qual se enquadrou em um primeiro momento e que apontava a vertente social que o escritor sempre daria a seus livros.
"Príncipe e mendigo" (1881), "Vida no Mississipi" (1883), "Um ianque na corte do rei Artur"" (1889) e aquela que é sem dúvida sua obra mais famosa, "As aventuras de Huckleberry Finn" (1884), na qual satiriza a escravidão predominante nos estados sulinos.
Um questão-chave e polêmica em suas obras, é que se por um lado contêm críticas duras à escravidão, também mantém posturas que alguns críticos consideram ambíguas por seu conteúdo racista.
Entre 1890 e 1900 Twain e sua família se dedicaram a viajar por todo o mundo e o escritor foi testemunha das diferenças sociais, que imortalizou em suas obras e desde 1901 até sua morte foi o presidente da Liga Anti-imperialista.
Uma experiência vital que o fez ter um profundo conhecimento da realidade na qual viveu e que colocou em suas novelas. "Supor está bem, mas descobrir é melhor", afirmou Twain, que sempre quis ser uma testemunha direta.
E esse realismo de seus relatos, com uma linguagem simples e divertida, fez dele um dos escritores mais influentes da literatura americana.
Obra "popular"
Foi o primeiro grande escritor americano que não procedia da costa leste; o primeiro a utilizar uma linguagem que se parecia a que o povo falava na realidade e, sem dúvida, um dos primeiros escritores nos quais a análise social se aliou com a delicadeza.
"Toda a literatura americana começa com ele. Não havia nada antes. Não há nada depois", assinalou Ernest Hemingway.
LBF Digest: Erupting Eyjafjallajökull is Unexpected Boon to Some Authors
LBF Digest: Erupting Eyjafjallajökull is Unexpected Boon to Some AuthorsAPRIL 20, 2010 -
By Liz Bury The London Book Fair 2010 will no doubt go down in publishing folklore as, like the title of an episode of Friends, "the one with the volcano." Monday was to be the busiest day in Earls Court in London, but the aisles were noticeably quiet. Simon Master, former Random House deputy chairman and now adviser to the fair, said overall numbers were down by 30%. Collective country [...]
The London Book Fair 2010 sem dúvida entrará para o folclore que, como o título de um episódio de Friends, "aquele com o vulcão".
Segunda-feira seria o dia mais movimentado em Earls Court em Londres, mas os corredores estavam visivelmente tranquilo. Simon Master, ex-vice-presidente da Random House, e agora conselheiro da feira, disse que os números globais caíram 30%. Coletiva país [...]
By Liz Bury The London Book Fair 2010 will no doubt go down in publishing folklore as, like the title of an episode of Friends, "the one with the volcano." Monday was to be the busiest day in Earls Court in London, but the aisles were noticeably quiet. Simon Master, former Random House deputy chairman and now adviser to the fair, said overall numbers were down by 30%. Collective country [...]
The London Book Fair 2010 sem dúvida entrará para o folclore que, como o título de um episódio de Friends, "aquele com o vulcão".
Segunda-feira seria o dia mais movimentado em Earls Court em Londres, mas os corredores estavam visivelmente tranquilo. Simon Master, ex-vice-presidente da Random House, e agora conselheiro da feira, disse que os números globais caíram 30%. Coletiva país [...]
sábado, 17 de abril de 2010
Ficção brasileira contemporânea
SINPRO
Por Francisco Bicudo
O contato que os estudantes travam durante o ensino médio com a literatura brasileira e seus mais representativos autores em geral esgota-se com a análise sobre o movimento modernista. Por conta dos mais variados motivos – tempo restrito, estrutura das grades curriculares, excesso de conteúdos, bibliografia mais limitada e escassa, referências e parâmetros estabelecidos pelos exames vestibulares –, o mais comum é que esse percurso não ultrapasse a primeira metade do século XX. Cria-se dessa forma um vácuo, como se a produção literária nacional tivesse parado no tempo, sem consagrar outros estilos e experiências em décadas mais recentes.
O livro Ficção brasileira contemporânea (editora Civilização Brasileira), de Karl Erik Schollhammer, professor-associado do departamento de Letras da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RJ), ajuda a preencher parcela dessa lacuna e se propõe a oferecer “um apanhado de nossa produção ficcional das últimas três décadas, até chegar à produção recente, que tem sido chamada de geração 00”, como destaca a própria apresentação da obra. Ainda na Introdução, o autor escreve que “o livro levanta questões centrais para uma melhor compreensão das transformações que vêm ocorrendo na literatura, dando preferência às obras mais recentes e que ainda não acumularam fortuna crítica”.
O SINPRO-SP trocou algumas ideias por e-mail com Schollhammer (atualmente, o pesquisador está na Dinamarca, onde desenvolve pesquisas financiadas pela Coordenadoria de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior – CAPES). Por isso mesmo, a conversa está muito longe de esgotar o assunto, mas certamente representa um estímulo e uma porta de entrada para o fascinante mundo da ficção nacional contemporânea, que reúne autores tão distintos como Milton Hatoum, Bernardo Carvalho, Marcelino Freire e Cristovão Tezza, apenas para citar alguns dos autores analisados pelo professor da PUC-RJ.
Para o especialista, uma das características que aproxima esses escritores é “um contínuo interesse pelo realismo, o regionalismo, o intimismo existencial e psicológico, o experimentalismo linguístico e a meta-literatura”; no entanto, Schollhammer reconhece também as diferenças e ressalta que se trata de “um grupo heterogêneo” e que “não pretendeu criar uma homogeneidade falsa, quando há diferenças óbvias”.
Leia a entrevista com Karl Erik Schollhammer
Entrevista com Karl Erik Schollhammer, autor de Ficção brasileira contemporânea
Quais as motivações que o levaram a escrever o livro? Por que decidiu estudar os chamados ficcionistas brasileiros contemporâneos?
Minha formação foi em semiótica e literatura comparada, com enfoque na literatura latino-americana, mas há muitos anos venho trabalhando com a ficção brasileira contemporânea, principalmente a narrativa urbana. O livro resultou de um convite do professor Evando Nascimento para inaugurar a nova coleção "Contemporânea", editada pela Civilização Brasileira.
Na obra, o senhor escreve que contemporâneo não é necessariamente sinônimo de atual. Pode explicar essa diferença e relação? Que conceito afinal é esse?
A coleção se propõe a discutir o conceito de contemporâneo e tentei fazer uma distinção que o diferencia da noção de atualidade, no sentido de novidade atual e a partir de uma compreensão do contemporâneo como aquilo que simplesmente compartilha "o mesmo tempo". Minha sugestão é que o contemporâneo, na ficção que abordo, caracteriza-se por uma vontade de interação com os temas de nosso tempo e ao mesmo tempo por uma consciência da dificuldade que essa ambição coloca. Assim, a ficção contemporânea não significa necessariamente uma ficção representativa de seu tempo, mas é muito mais representativa de uma certa dificuldade no convívio e na relação com ele.
Desse grupo que o senhor estuda fazem parte autores que têm pressa e urgência em escrever? Essa é uma característica marcante, definidora, uma novidade? Mas, quando pensamos em literatura, esse não é um problema?
A distância entre escritor e leitor diminuiu em consequência das novas tecnologias. Atualmente, o escrever aparece como uma real possibilidade, e há facilitações para a publicação que abrem espaço para muitos jovens com vontade e talento. O que é uma facilidade, por um lado, é uma responsabilidade nova, de outro. Muitos se precipitam talvez em publicar antes de adquirir maturidade suficiente. De qualquer forma, essa transformação nos modos de produzir e de fazer circular a literatura foi algo muito positivo e que traz desafios aos mecanismos de seleção das editoras, oferecendo uma divulgação rápida de muitos talentos.
A divisão tradicional da literatura brasileira trabalha com a ideia de escolas. Já é possível afirmar que os autores contemporâneos formam e representam uma nova escola?
Acho que a noção de escola não é adequada para caracterizar o que acontece na ficção hoje, ainda que a tradição continue presente e siga sendo uma referência histórica importante e até mesmo fundamental para alguns escritores.
Quais são as características mais marcantes e relevantes desses autores contemporâneos? O que os aproxima?
Tentei mostrar que a impressão imediata e bastante difundida de que a marca da literatura seja a diversidade heterogênea entre os muitos autores que emergiram durante as últimas décadas não deve impedir que se observe certa continuidade de referências sólidas, que não se superaram nem se esvaziaram por completo. Exemplos disso são o contínuo interesse pelo realismo, o regionalismo, o intimismo existencial e psicológico, o experimentalismo linguístico e a meta-literatura. Todos aparecem em formatos reformulados, porém não radicalmente diferentes do que já se conhecia. Acredito que os autores contemporâneos não sentem que a tradição seja um impedimento e não têm pudor de retornar às experiências passadas, com a finalidade de revisar seus projetos e propostas.
Ao mesmo tempo, como podemos considerar que fazem parte do mesmo grupo escritores como Marcelino Freire e Cristovão Tezza, com estilos e propostas tão distintos? Não é um grupo heterogêneo?
Ao assinalar a continuidade entre a literatura de hoje e a produção anterior a ela não estou negando a sua heterogeneidade, apenas tentando mostrar que ela não é absoluta e que há questões herdadas e ainda ativas na escrita dos autores atuais. É um grupo heterogêneo sim e não pretendi criar uma homogeneidade falsa, quando há diferenças óbvias. Cada escritor possui marcas próprias e, num exercício de comparação mais específico entre os dois autores mencionados, é difícil perceber as preocupações que em outro nível os unem, como por exemplo havia entre os diferentes formatos do realismo. Neste caso, refiro-me mais especificamente à escrita performativa de Freire e ao projeto auto-biográfico e memorialista do Tezza.
A partir de quais elementos e recursos esses autores se aproximam do realismo? Afinal, que neo-realismo é esse?
A maioria abre mão do realismo histórico e representativo - que conhecemos do padrão desenvolvido no romance do século 19 e dos realismos críticos das décadas de 1920 e 30 - e propõem formas de realismo que ora trazem a realidade para dentro da obra, em evidências e registros testemunhais, históricos, arquivísticos, biográficos ou auto-biográficos, ora procuram lançar mão de recursos expressivos, com a finalidade de simular efeitos de realidade não apenas como recurso de estilo, mas também com diferentes efeitos visuais, sonoros, enfim, sinestésicos. É nessa perspectiva que se possibilita uma comparação entre autores tão diferentes como Luiz Ruffato, Cristovão Tezza, Fernando Bonassi e Marcelino Freire, entre outros.
Para essa geração, a visibilidade midiática é algo fundamental? Sabem explorar internet e redes sociais? É uma geração midiática, com certo "quê" de publicidade?
A visibilidade midiática é uma realidade poderosa e altamente sedutora. Ela funciona tanto como objeto da ficção quanto como impulso na carreira de muitos escritores. Em alguns casos, além de ser um modo de criar e projetar imagens do autor, ela pode ser também um impulso para criar histórias.
Quais são os assuntos e temas mais recorrentes nessa geração? É uma literatura essencialmente urbana?
Sem dúvida, nas últimas décadas, predominaram os problemas da brutalização da vida, a violência e o crime nas grandes cidades.
Em termos de estilos, de narrativas, de recursos de linguagem, o que podemos destacar?
A fusão entre a literatura e as linguagens provenientes de diferentes meios de expressão talvez seja o traço mais forte. Quando penso em outros meios de expressão, destaco mais especificamente as artes, o cinema, o vídeoclip, a fotografia e até mesmo os games, além também de estilos linguísticos importados de outros discursos, como a publicidade e o jornalismo, por exemplo.
E como se comporta o mercado? Em relação a esses autores, há pressão das editoras para que publiquem periodicamente?
Acho que o mercado literário e o mercado editorial em geral passam por um momento próspero. A ficção nacional representa uma fatia menor, se comparada a de autores internacionais, mas ela já goza de bastante prestígio e está crescendo. Acredito que o mercado seja sensível à inovação e que possui um poder de intervenção significativa nas tendências de venda e de visibilidade.
No livro, o senhor escreve que "tornou-se chique ser autor e nada incomum ganhar espaço na mídia mesmo antes de publicar o primeiro livro". Não é uma temeridade, uma inversão completa de valores? Mais: essa suposta fama não é também efêmera, passageira?
Não acho em si ruim criar um interesse pela literatura através de mecanismos de publicidade e de mídia, como acontece em festivais e eventos literários como a FLIP (Festa Literária Internacional de Paraty), entre muitos outros. As pessoas lêem por motivos incontroláveis e quem somos nós para julgar o motivo do outro. O importante é que o livro hoje não representa mais uma realidade cultural exclusiva, mas forma parte de uma complexa rede de ofertas, sustentada pela mídia e também pelas políticas públicas.
Por fim, já é possível falar em herança e legado desses contemporâneos para a literatura brasileira? Quais seriam?
Acho muito cedo, mas se houver algum legado gostaria que fosse o legado de se reconciliar com a literatura enquanto experiência do possível e do impossível e da ficção enquanto potência de fabulação e criação ficcional.
Por Francisco Bicudo
O contato que os estudantes travam durante o ensino médio com a literatura brasileira e seus mais representativos autores em geral esgota-se com a análise sobre o movimento modernista. Por conta dos mais variados motivos – tempo restrito, estrutura das grades curriculares, excesso de conteúdos, bibliografia mais limitada e escassa, referências e parâmetros estabelecidos pelos exames vestibulares –, o mais comum é que esse percurso não ultrapasse a primeira metade do século XX. Cria-se dessa forma um vácuo, como se a produção literária nacional tivesse parado no tempo, sem consagrar outros estilos e experiências em décadas mais recentes.
O livro Ficção brasileira contemporânea (editora Civilização Brasileira), de Karl Erik Schollhammer, professor-associado do departamento de Letras da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RJ), ajuda a preencher parcela dessa lacuna e se propõe a oferecer “um apanhado de nossa produção ficcional das últimas três décadas, até chegar à produção recente, que tem sido chamada de geração 00”, como destaca a própria apresentação da obra. Ainda na Introdução, o autor escreve que “o livro levanta questões centrais para uma melhor compreensão das transformações que vêm ocorrendo na literatura, dando preferência às obras mais recentes e que ainda não acumularam fortuna crítica”.
O SINPRO-SP trocou algumas ideias por e-mail com Schollhammer (atualmente, o pesquisador está na Dinamarca, onde desenvolve pesquisas financiadas pela Coordenadoria de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior – CAPES). Por isso mesmo, a conversa está muito longe de esgotar o assunto, mas certamente representa um estímulo e uma porta de entrada para o fascinante mundo da ficção nacional contemporânea, que reúne autores tão distintos como Milton Hatoum, Bernardo Carvalho, Marcelino Freire e Cristovão Tezza, apenas para citar alguns dos autores analisados pelo professor da PUC-RJ.
Para o especialista, uma das características que aproxima esses escritores é “um contínuo interesse pelo realismo, o regionalismo, o intimismo existencial e psicológico, o experimentalismo linguístico e a meta-literatura”; no entanto, Schollhammer reconhece também as diferenças e ressalta que se trata de “um grupo heterogêneo” e que “não pretendeu criar uma homogeneidade falsa, quando há diferenças óbvias”.
Leia a entrevista com Karl Erik Schollhammer
Entrevista com Karl Erik Schollhammer, autor de Ficção brasileira contemporânea
Quais as motivações que o levaram a escrever o livro? Por que decidiu estudar os chamados ficcionistas brasileiros contemporâneos?
Minha formação foi em semiótica e literatura comparada, com enfoque na literatura latino-americana, mas há muitos anos venho trabalhando com a ficção brasileira contemporânea, principalmente a narrativa urbana. O livro resultou de um convite do professor Evando Nascimento para inaugurar a nova coleção "Contemporânea", editada pela Civilização Brasileira.
Na obra, o senhor escreve que contemporâneo não é necessariamente sinônimo de atual. Pode explicar essa diferença e relação? Que conceito afinal é esse?
A coleção se propõe a discutir o conceito de contemporâneo e tentei fazer uma distinção que o diferencia da noção de atualidade, no sentido de novidade atual e a partir de uma compreensão do contemporâneo como aquilo que simplesmente compartilha "o mesmo tempo". Minha sugestão é que o contemporâneo, na ficção que abordo, caracteriza-se por uma vontade de interação com os temas de nosso tempo e ao mesmo tempo por uma consciência da dificuldade que essa ambição coloca. Assim, a ficção contemporânea não significa necessariamente uma ficção representativa de seu tempo, mas é muito mais representativa de uma certa dificuldade no convívio e na relação com ele.
Desse grupo que o senhor estuda fazem parte autores que têm pressa e urgência em escrever? Essa é uma característica marcante, definidora, uma novidade? Mas, quando pensamos em literatura, esse não é um problema?
A distância entre escritor e leitor diminuiu em consequência das novas tecnologias. Atualmente, o escrever aparece como uma real possibilidade, e há facilitações para a publicação que abrem espaço para muitos jovens com vontade e talento. O que é uma facilidade, por um lado, é uma responsabilidade nova, de outro. Muitos se precipitam talvez em publicar antes de adquirir maturidade suficiente. De qualquer forma, essa transformação nos modos de produzir e de fazer circular a literatura foi algo muito positivo e que traz desafios aos mecanismos de seleção das editoras, oferecendo uma divulgação rápida de muitos talentos.
A divisão tradicional da literatura brasileira trabalha com a ideia de escolas. Já é possível afirmar que os autores contemporâneos formam e representam uma nova escola?
Acho que a noção de escola não é adequada para caracterizar o que acontece na ficção hoje, ainda que a tradição continue presente e siga sendo uma referência histórica importante e até mesmo fundamental para alguns escritores.
Quais são as características mais marcantes e relevantes desses autores contemporâneos? O que os aproxima?
Tentei mostrar que a impressão imediata e bastante difundida de que a marca da literatura seja a diversidade heterogênea entre os muitos autores que emergiram durante as últimas décadas não deve impedir que se observe certa continuidade de referências sólidas, que não se superaram nem se esvaziaram por completo. Exemplos disso são o contínuo interesse pelo realismo, o regionalismo, o intimismo existencial e psicológico, o experimentalismo linguístico e a meta-literatura. Todos aparecem em formatos reformulados, porém não radicalmente diferentes do que já se conhecia. Acredito que os autores contemporâneos não sentem que a tradição seja um impedimento e não têm pudor de retornar às experiências passadas, com a finalidade de revisar seus projetos e propostas.
Ao mesmo tempo, como podemos considerar que fazem parte do mesmo grupo escritores como Marcelino Freire e Cristovão Tezza, com estilos e propostas tão distintos? Não é um grupo heterogêneo?
Ao assinalar a continuidade entre a literatura de hoje e a produção anterior a ela não estou negando a sua heterogeneidade, apenas tentando mostrar que ela não é absoluta e que há questões herdadas e ainda ativas na escrita dos autores atuais. É um grupo heterogêneo sim e não pretendi criar uma homogeneidade falsa, quando há diferenças óbvias. Cada escritor possui marcas próprias e, num exercício de comparação mais específico entre os dois autores mencionados, é difícil perceber as preocupações que em outro nível os unem, como por exemplo havia entre os diferentes formatos do realismo. Neste caso, refiro-me mais especificamente à escrita performativa de Freire e ao projeto auto-biográfico e memorialista do Tezza.
A partir de quais elementos e recursos esses autores se aproximam do realismo? Afinal, que neo-realismo é esse?
A maioria abre mão do realismo histórico e representativo - que conhecemos do padrão desenvolvido no romance do século 19 e dos realismos críticos das décadas de 1920 e 30 - e propõem formas de realismo que ora trazem a realidade para dentro da obra, em evidências e registros testemunhais, históricos, arquivísticos, biográficos ou auto-biográficos, ora procuram lançar mão de recursos expressivos, com a finalidade de simular efeitos de realidade não apenas como recurso de estilo, mas também com diferentes efeitos visuais, sonoros, enfim, sinestésicos. É nessa perspectiva que se possibilita uma comparação entre autores tão diferentes como Luiz Ruffato, Cristovão Tezza, Fernando Bonassi e Marcelino Freire, entre outros.
Para essa geração, a visibilidade midiática é algo fundamental? Sabem explorar internet e redes sociais? É uma geração midiática, com certo "quê" de publicidade?
A visibilidade midiática é uma realidade poderosa e altamente sedutora. Ela funciona tanto como objeto da ficção quanto como impulso na carreira de muitos escritores. Em alguns casos, além de ser um modo de criar e projetar imagens do autor, ela pode ser também um impulso para criar histórias.
Quais são os assuntos e temas mais recorrentes nessa geração? É uma literatura essencialmente urbana?
Sem dúvida, nas últimas décadas, predominaram os problemas da brutalização da vida, a violência e o crime nas grandes cidades.
Em termos de estilos, de narrativas, de recursos de linguagem, o que podemos destacar?
A fusão entre a literatura e as linguagens provenientes de diferentes meios de expressão talvez seja o traço mais forte. Quando penso em outros meios de expressão, destaco mais especificamente as artes, o cinema, o vídeoclip, a fotografia e até mesmo os games, além também de estilos linguísticos importados de outros discursos, como a publicidade e o jornalismo, por exemplo.
E como se comporta o mercado? Em relação a esses autores, há pressão das editoras para que publiquem periodicamente?
Acho que o mercado literário e o mercado editorial em geral passam por um momento próspero. A ficção nacional representa uma fatia menor, se comparada a de autores internacionais, mas ela já goza de bastante prestígio e está crescendo. Acredito que o mercado seja sensível à inovação e que possui um poder de intervenção significativa nas tendências de venda e de visibilidade.
No livro, o senhor escreve que "tornou-se chique ser autor e nada incomum ganhar espaço na mídia mesmo antes de publicar o primeiro livro". Não é uma temeridade, uma inversão completa de valores? Mais: essa suposta fama não é também efêmera, passageira?
Não acho em si ruim criar um interesse pela literatura através de mecanismos de publicidade e de mídia, como acontece em festivais e eventos literários como a FLIP (Festa Literária Internacional de Paraty), entre muitos outros. As pessoas lêem por motivos incontroláveis e quem somos nós para julgar o motivo do outro. O importante é que o livro hoje não representa mais uma realidade cultural exclusiva, mas forma parte de uma complexa rede de ofertas, sustentada pela mídia e também pelas políticas públicas.
Por fim, já é possível falar em herança e legado desses contemporâneos para a literatura brasileira? Quais seriam?
Acho muito cedo, mas se houver algum legado gostaria que fosse o legado de se reconciliar com a literatura enquanto experiência do possível e do impossível e da ficção enquanto potência de fabulação e criação ficcional.
sexta-feira, 16 de abril de 2010
Os EUA mentem ao falar em desarmamento
Os EUA mentem ao falar em desarmamento, seu sub-solo está recheado de armamentos bem guarnecidos até para satélite, que ismiunção a terra, mas negão; Pergunta porque eles nao permitem ida da ONU PARA VASCULAR SEU SOLO TODO, no entanto apontam outros países ara serem fiscalizados .Ongs Americanas prodesarmamento acusam o seu próprio país. A china e eles -EUA saem em busca dos outros mas ocultam seu segredos , assim como Londres , França e ALEMANHA
Um tesouro no mar de Pernambuco
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Navio encontrado no litoral do estado esconde, há mais de três séculos, um inestimável tesouro histórico que remonta à presença holandesa no Brasil
Navios do tipo Fluyt
Uma equipe de arqueólogos marinhos, membros da Octopus Association for Marine Archaeology, da Hungria, afirma ter descoberto um tesouro submerso próximo à costa brasileira, estimado no valor de um bilhão de dólares, segundo Attila K. Szaloky, chefe da expedição. Ao que tudo indica, parece tratar-se dos destroços de um cargueiro holandês, o Voetboog, que naufragou no litoral de Pernambuco em 1700.
A caravela de três mastros do tipo Fluyt, pesando 595 toneladas, zarpou do Porto de Batávia (atual Jakarta, na Indonésia) rumo à Holanda mas afundou no caminho, matando seus 109 tripulantes. É possível que o naufrágio tenha ocorrido devido a uma forte tempestade, que arrastou a embarcação em direção aos recifes.
Pertencente a Companhia das Índias Orientais holandesa, o navio levava uma carga preciosa, na forma de seda, especiarias, porcelanas e cerca de 180 mil moedas de ouro holandesas.
Ainda que nem todos os naufrágios tenham sido localizados, especialistas estimam existir mais de 10 mil deles só em águas brasileiras, principalmente na Bahia, no Rio de Janeiro (antigas capitais federais), em Recife (porto comercial de grande importância desde os tempos coloniais), em Santa Catarina (rota do Prata) e no eixo Rio-Santos.
Navio encontrado no litoral do estado esconde, há mais de três séculos, um inestimável tesouro histórico que remonta à presença holandesa no Brasil
Navios do tipo Fluyt
Uma equipe de arqueólogos marinhos, membros da Octopus Association for Marine Archaeology, da Hungria, afirma ter descoberto um tesouro submerso próximo à costa brasileira, estimado no valor de um bilhão de dólares, segundo Attila K. Szaloky, chefe da expedição. Ao que tudo indica, parece tratar-se dos destroços de um cargueiro holandês, o Voetboog, que naufragou no litoral de Pernambuco em 1700.
A caravela de três mastros do tipo Fluyt, pesando 595 toneladas, zarpou do Porto de Batávia (atual Jakarta, na Indonésia) rumo à Holanda mas afundou no caminho, matando seus 109 tripulantes. É possível que o naufrágio tenha ocorrido devido a uma forte tempestade, que arrastou a embarcação em direção aos recifes.
Pertencente a Companhia das Índias Orientais holandesa, o navio levava uma carga preciosa, na forma de seda, especiarias, porcelanas e cerca de 180 mil moedas de ouro holandesas.
Ainda que nem todos os naufrágios tenham sido localizados, especialistas estimam existir mais de 10 mil deles só em águas brasileiras, principalmente na Bahia, no Rio de Janeiro (antigas capitais federais), em Recife (porto comercial de grande importância desde os tempos coloniais), em Santa Catarina (rota do Prata) e no eixo Rio-Santos.
quinta-feira, 15 de abril de 2010
Pesquisa revela que 73% dos pais paulistanos concordam que deveria haver algum tipo de restrição à publicidade infantil por: Instituto Alana
O Projeto Criança e Consumo, do Instituto Alana, encomendou uma pesquisa para o Datafolha para medir a percepção dos pais com filhos entre 3 e 11 anos completos sobre alguns aspectos das propagandas direcionadas às crianças.
O levantamento foi realizado na cidade de São Paulo entre 22 e 23 de janeiro de 2010. Foram ouvidos 411 pais e mães de todas as classes econômicas, com destaque para a classe C, que correspondeu a 52% dos entrevistados. A margem de erro é de 5 pontos percentuais.
Entre as conclusões da pesquisa, está que sete em cada dez pais entrevistados afirmaram serem influenciados pelos filhos na hora da compra, com maior incidência entre os homens. Além disso, o maior influenciador dos pedidos dos filhos, entre sete itens estimulados, são as propagandas, e em seguida estão os personagens ou filmes e programas de TV.
Em relação ao marketing e propaganda voltada às crianças, 73% dos pais concordam que deveria haver restrições.
As principais preocupações em relação aos filhos são evitar a exposição à violência e ter uma alimentação saudável. Sobre esse tema, os pedidos dos filhos por guloseimas é freqüente. Bolachas, refrigerantes e salgadinhos são consumidos mais de uma vez por semana.
Confira a pesquisa completa no site do Projeto Criança e Consumo
http://www.alana.org.br/banco_arquivos/Arquivos/docs/
O levantamento foi realizado na cidade de São Paulo entre 22 e 23 de janeiro de 2010. Foram ouvidos 411 pais e mães de todas as classes econômicas, com destaque para a classe C, que correspondeu a 52% dos entrevistados. A margem de erro é de 5 pontos percentuais.
Entre as conclusões da pesquisa, está que sete em cada dez pais entrevistados afirmaram serem influenciados pelos filhos na hora da compra, com maior incidência entre os homens. Além disso, o maior influenciador dos pedidos dos filhos, entre sete itens estimulados, são as propagandas, e em seguida estão os personagens ou filmes e programas de TV.
Em relação ao marketing e propaganda voltada às crianças, 73% dos pais concordam que deveria haver restrições.
As principais preocupações em relação aos filhos são evitar a exposição à violência e ter uma alimentação saudável. Sobre esse tema, os pedidos dos filhos por guloseimas é freqüente. Bolachas, refrigerantes e salgadinhos são consumidos mais de uma vez por semana.
Confira a pesquisa completa no site do Projeto Criança e Consumo
http://www.alana.org.br/banco_arquivos/Arquivos/docs/
terça-feira, 13 de abril de 2010
Obama e Arsenal Nuclear
Obama está virando Bush, na questão Nuclear.So eles, dos EUA e Rússia, podem ter arsenal nuclear , por que?
Porque o Iran não pode ter ? Para que os bastardos poderosos possam dominar o mundo?
E Hiroshima, e o Afeganistão ?
Agora o presidente Lula tem que concordar com os Americanos ?
Por que?
Para tomar a benção dos poderosos?
Que é que isso?
Os EUA tem um conceito de terrorismo, que eles nao conseguem se ver também como tal , ou seja como terroristas também no mundo, o mundo que eles querem subordinados a ele.
Eles não conseguem ver a decadência deles enquanto Império que foram.
So Alá talvez dê a noção a eles de fim de Império ou sua decadência e de terroristas que são, Obama que o diga.
Paulo Vasconcelos
Vejam artigo:Instrumento desnecessário e humilhante
SAMUEL PINHEIRO GUIMARÃES
10/4/2010, Folha de S.Paulo, p. 3 e na internet (para assinantes, mas, aqui, deliciosamente grátis) em http://www1.folha.uol.com.br/fsp/opiniao/fz1004201008.htm
O CENTRO da questão é o Tratado de Não Proliferação Nuclear (TNP), cujo objetivo é evitar uma guerra nuclear. A possibilidade de tal conflito não está nos países que não detêm armas nucleares, mas, sim, naqueles que as detêm. Portanto, o principal objetivo do TNP deve ser a eliminação das armas dos países nuclearmente armados: Estados Unidos, Rússia, China, França e Inglaterra.
Há 42 anos esses países se comprometeram a eliminar suas armas, e há 42 anos não cumprem esse compromisso. Ao contrário, aumentaram a eficiência de suas armas nucleares.
Apesar de não terem se desarmado, esses países insistem em forçar os países não nucleares a aceitar obrigações crescentes, criando crescentes restrições à difusão de tecnologia, inclusive para fins pacíficos, a pretexto de evitar a proliferação.
Os países nucleares, ao continuarem a desenvolver suas armas e, portanto, a intimidar os países não nucleares, estimulam a proliferação, pois os países que se sentem mais ameaçados procuram se capacitar. Isso ocorreu com a então União Soviética (1949), com a França (1960) e com a China (1964).
Hoje, diante da inexistência de ameaça de conflito nuclear, o argumento dos países nucleares é a possibilidade de terroristas adquirirem a tecnologia ou as armas.
Essa tecnologia está disponível. A questão é a capacidade de desenvolver industrialmente as armas e os vetores para atingir os alvos.
Nenhum grupo terrorista detém os vetores (mísseis e aviões), nem a estrutura industrial para produzir o urânio enriquecido, nem a técni ca para fabricar detonadores. Por outro lado, os terroristas poderiam obter essas armas justamente onde existem, nos países nucleares.
Nesse contexto se insere o Protocolo Adicional. O TNP prevê que todos os países-membros assinem acordos de salvaguardas com a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), pelos quais os Estados não nucleares submetem a inspeção todas as suas instalações nucleares. O objetivo do acordo é verificar se há, para fins militares, desvio de material nuclear da instalação (reatores, usinas de enriquecimento etc.).
O Brasil tem atividades nucleares exclusivamente para fins pacíficos, como determina a Constituição, e tem um acordo de salvaguardas com a AIEA, que permite à agência inspecionar instalações brasileiras. Tudo com respeito à soberania nacional e a nossos interesses econômicos.
A AIEA, por proposta americana e a pretexto do programa do Iraque, elaborou um modelo de protocolo adiciona l aos acordos de salvaguardas, permitindo a visita de inspetores, sem aviso prévio, a qualquer local do território dos países não nucleares para verificar suspeitas sobre qualquer atividade nuclear, desde pesquisa acadêmica e usinas nucleares até a produção de equipamentos, como ultracentrífugas e reatores.
O Protocolo Adicional constituiria uma violação inaceitável da soberania diante da natureza pacífica das atividades nucleares no Brasil, uma suspeita injustificada sobre nossos compromissos constitucionais e internacionais e uma intromissão em atividades brasileiras na área nuclear.
Essa intromissão causaria graves danos econômicos, quando se consideram as perspectivas brasileiras na produção de combustível nuclear, que terá forte demanda com a necessidade de enfrentar a crise ambiental.
A solução ambiental exige a reforma da matriz energética, tanto nos emissores tradicionais, como os EUA, quanto nos de rápido des envolvimento, como a China e a Índia.
Uma das mais importantes fontes de energia não geradora de gases de efeito estufa é a nuclear. O Brasil tem grandes reservas de urânio, tem o conhecimento do ciclo de enriquecimento do urânio e a capacidade para produzir reatores, ultracentrífugas, pastilhas etc. e, assim, pode vir a atender uma crescente demanda externa.
A preservação do conhecimento tecnológico é, assim, aspecto essencial na área nuclear. Ora, as ultracentrífugas de tecnologia brasileira são as mais eficientes do mundo. Há grande interesse de certos países em ter acesso a suas características, uma das consequências da assinatura do Protocolo Adicional, que, no caso do Brasil, seria um instrumento desnecessário, intrusivo, prejudicial e humilhante.
SAMUEL PINHEIRO GUIMARÃES , 70, diplomata, é ministro de Assuntos Estratégicos. Foi secretário-geral do Ministério das Relações Exteriores (2003-2009).
sábado, 10 de abril de 2010
Hillary Clinton criticou o que chamou de 'regime intransigente' -quais seriam estas intransigências? oculta-se
Cuba não quer normalizar relações, diz Hillary=CLQUE NO TÍTULO E VÁ DIRETO PARA MATÉRIA DA BBC-
A secretária de Estado americana, Hillary Clinton, afirmou, nesta sexta-feira, que os líderes cubanos Raúl Castro, e seu irmão, Fidel, não querem normalizar as relações entre o país e os Estados Unidos.
A BBC Brasil noticiou, os depoimentos de Hillary, mas não esclarece quais as condições que eles dos EUA impõem para a dita intransigência Cubana.
Dizer é fácil,mas não coloca quais são as condições que Cuba exige.Acredito que as exigências dos EUA Impõem uma mudança de forma de governar , o que, portanto, implica em um país-USA-adentrar na ordem e independência, e sua soberania ,como sempre fez junto a vários países-caso do Oriente médio ,para se apontar pouco , no caso de Cuba é querer desaparecer um Regime Socialista, posto de forma libertária , em que antes eles, os americanos usaram e abusaram na época de Batista, subordinando os cubanos como verdadeiros escravos.
quarta-feira, 7 de abril de 2010
Abril Pro Rock divulga programação completa e detalhes do festival este ano
Do JC Online
O Abril Pro Rock divulgou nesta terça-feira (6) sua programação completa. Como já foi anunciado, os shows deste ano acontecem em dois locais:, no Pavilhão do Centro de Convenções, entre os dias 16 e 17; e na Rua do Apolo, no Recife Antigo, numa festa conhecida como APR Club, a partir do dia 15.
A proposta é inédita dentro da história do evento, que completa 18 anos em 2010. O local escolhido para o APR Club é um casarão do Bairro do Recife que já abrigou a academia Jaime Arôuxa. Os ingressos custam R$ 20 (inteira), R$ 10 (meia) e R$ 15 (ingresso social), à venda na Seaway do Paço Alfândega.
No Centro de Convenções, ocorrem os shows principais, com os dois dias de apresentações, como no ano passado. Confira o serviço completo do evento este ano.
APR CLUB | 15.04 – Festa do APR | A partir das 22h
Instituto Mexicano del Sonido | MEX
DJ Dolores | PE
Diversitrônica | PE
DJ Rodrigo Lariu | RJ
DJ Seba | ARG
Pavilhão do Centro de Convenções | 16.04 | Abertura dos portões: 20h
Inner Demons Rise | PE
Alkymenia | PE
The Mullet Monster Mafia | SP
Agent Orange | EUA
Claustrofobia | SP
Eminence | MG
Varukers | Ing
Ratos de Porão | SP
Terra Prima | PE
Blaze Bayley | UK
Pavilhão do Centro de Convenções | 17.04 | Abertura dos portões: 17h
Anjo Gabriel | PE
Mini Box Lunar | AP
Plástico Lunar | SE
Bugs | RN
Vendo 147 | BA
River Raid | PE
Zeca Viana | PE
Instituto Mexicano del Sonido | MEX
Nevilton | PR
Afrika Bambaataa | EUA
Plastique Noir | CE
3naMassa | PE/SP
Wado | AL
Pato Fu | MG
APR CLUB | 20.04 – Noite BBC Radio 3 | A partir das 22h
Orquestra Contemporânea de Olinda | PE
Bongar | PE
Combo Percussivo de Olinda | PE
APR CLUB | 22.04 – Noite Radio Antena 3 | A partir das 22h
The Legendary Tigerman | POR
Dead Combo | POR
Chambaril | PE
APR CLUB | 23.04 – Noite BBC Radio 3 | A partir das 22h
Siba | PE
Alessandra Leão | PE
Ylana | PE
APR CLUB | 24.04 | A partir das 22h
Mundo Livre S/A | PE
Burro Morto | PB
Camarones Orquestra Guitarristica | RN
APR Club | 30.04 | A partir das 22h
Dead Fish | ES
Love Toys | PE
APR Club | 01.05 | A partir das 18h
Dead Fish | ES
Rotten Flies | PB
SERVIÇO | Abril Pro Rock 2010: 18 anos
:: Abril Pro Rock no Pavilhão do Centro de Convenções
Local: Dias 16 e 17 de abril. Abertura dos portões às 20h (dia 16) e 17h (dia 17).
Ingressos: R$ 40 (inteira); R$ 20 (meia-entrada); R$ 25 (ingresso social, com 1 kg de alimento não-perecível
À venda nas lojas Seaway dos shoppings Tacaruna, Plaza e Recife (Seaway da quarta etapa)
Informações: 3421.5380
:: APR Club
Local: Casarão 143, da Rua do Apolo, Bairro do Recife
Dias 15, 20, 22, 23, 24, 30 de abril e 01 de maio a partir das 22h
Ingressos: R$ 20 (inteira), R$ 10 (meia) e R$ 15 (ingresso social)
À venda na Seaway do Shopping Paço Alfândega. Ingressos sociais só na bilheteria do APR Club.
Informações: 3421.5380
:: APR conexão Recife – Rio
Dias 9 e 10 de abril. Teatro Odisséia. A partir das 21h.
Dia 9, sexta - Mundo Livre S/A e Sambê (RJ).
Dia 10, sábado - Instituto Mexicano Del Sonido, DJ Dolores e Tono
Nos dois dias, DJ set com Bruno Pedrosa.
Ingressos: R$ 40 (na hora) e R$ 30 (antecipado).
:: Oficinas de Qualificação do APR
Local: Centro Cultural dos Correios
De 12 a 24 de abril
Gratuitas
Informações: 4101.1551
O Abril Pro Rock divulgou nesta terça-feira (6) sua programação completa. Como já foi anunciado, os shows deste ano acontecem em dois locais:, no Pavilhão do Centro de Convenções, entre os dias 16 e 17; e na Rua do Apolo, no Recife Antigo, numa festa conhecida como APR Club, a partir do dia 15.
A proposta é inédita dentro da história do evento, que completa 18 anos em 2010. O local escolhido para o APR Club é um casarão do Bairro do Recife que já abrigou a academia Jaime Arôuxa. Os ingressos custam R$ 20 (inteira), R$ 10 (meia) e R$ 15 (ingresso social), à venda na Seaway do Paço Alfândega.
No Centro de Convenções, ocorrem os shows principais, com os dois dias de apresentações, como no ano passado. Confira o serviço completo do evento este ano.
APR CLUB | 15.04 – Festa do APR | A partir das 22h
Instituto Mexicano del Sonido | MEX
DJ Dolores | PE
Diversitrônica | PE
DJ Rodrigo Lariu | RJ
DJ Seba | ARG
Pavilhão do Centro de Convenções | 16.04 | Abertura dos portões: 20h
Inner Demons Rise | PE
Alkymenia | PE
The Mullet Monster Mafia | SP
Agent Orange | EUA
Claustrofobia | SP
Eminence | MG
Varukers | Ing
Ratos de Porão | SP
Terra Prima | PE
Blaze Bayley | UK
Pavilhão do Centro de Convenções | 17.04 | Abertura dos portões: 17h
Anjo Gabriel | PE
Mini Box Lunar | AP
Plástico Lunar | SE
Bugs | RN
Vendo 147 | BA
River Raid | PE
Zeca Viana | PE
Instituto Mexicano del Sonido | MEX
Nevilton | PR
Afrika Bambaataa | EUA
Plastique Noir | CE
3naMassa | PE/SP
Wado | AL
Pato Fu | MG
APR CLUB | 20.04 – Noite BBC Radio 3 | A partir das 22h
Orquestra Contemporânea de Olinda | PE
Bongar | PE
Combo Percussivo de Olinda | PE
APR CLUB | 22.04 – Noite Radio Antena 3 | A partir das 22h
The Legendary Tigerman | POR
Dead Combo | POR
Chambaril | PE
APR CLUB | 23.04 – Noite BBC Radio 3 | A partir das 22h
Siba | PE
Alessandra Leão | PE
Ylana | PE
APR CLUB | 24.04 | A partir das 22h
Mundo Livre S/A | PE
Burro Morto | PB
Camarones Orquestra Guitarristica | RN
APR Club | 30.04 | A partir das 22h
Dead Fish | ES
Love Toys | PE
APR Club | 01.05 | A partir das 18h
Dead Fish | ES
Rotten Flies | PB
SERVIÇO | Abril Pro Rock 2010: 18 anos
:: Abril Pro Rock no Pavilhão do Centro de Convenções
Local: Dias 16 e 17 de abril. Abertura dos portões às 20h (dia 16) e 17h (dia 17).
Ingressos: R$ 40 (inteira); R$ 20 (meia-entrada); R$ 25 (ingresso social, com 1 kg de alimento não-perecível
À venda nas lojas Seaway dos shoppings Tacaruna, Plaza e Recife (Seaway da quarta etapa)
Informações: 3421.5380
:: APR Club
Local: Casarão 143, da Rua do Apolo, Bairro do Recife
Dias 15, 20, 22, 23, 24, 30 de abril e 01 de maio a partir das 22h
Ingressos: R$ 20 (inteira), R$ 10 (meia) e R$ 15 (ingresso social)
À venda na Seaway do Shopping Paço Alfândega. Ingressos sociais só na bilheteria do APR Club.
Informações: 3421.5380
:: APR conexão Recife – Rio
Dias 9 e 10 de abril. Teatro Odisséia. A partir das 21h.
Dia 9, sexta - Mundo Livre S/A e Sambê (RJ).
Dia 10, sábado - Instituto Mexicano Del Sonido, DJ Dolores e Tono
Nos dois dias, DJ set com Bruno Pedrosa.
Ingressos: R$ 40 (na hora) e R$ 30 (antecipado).
:: Oficinas de Qualificação do APR
Local: Centro Cultural dos Correios
De 12 a 24 de abril
Gratuitas
Informações: 4101.1551
segunda-feira, 5 de abril de 2010
A literatura brasileira no século 21
A literatura brasileira no século 21
Jornal do Brasil -LEIA MAS LÁ,PRESTIGIE O JORNAL DO BRASIL
RIO - Por volta de fins dos anos 70 do século 20, com a transformação das estruturas da geopolítica mundial, a literatura também passa por mudanças e arranjos que vão afastá-la dos pilares erigidos pelo movimento estruturalista via universidade e crítica literária. Com efeito, o processo de globalização e o consequente desejo de enfraquecimento das linhas demarcatórias entre os países, trazendo a reboque a debilitação do conceito de identidade, e a aplaudida (por muitos) vitória do sujeito, acabam por se manifestar no processo narrativo. Aspectos que evidenciam essa mudança no campo das letras são, entre outros, o esmaecimento das linhas fronteiriças entre os gêneros literários e o surgimento do conceito de economia do livro, com capas chamativas e a super-exposição do autor como parceiro fundamental para a venda da obra-objeto.
Essa ficção passou a ganhar notoriedade a partir dos anos 90, ao usufruir das diversas ferramentas de publicação e de divulgação na web. As categorias literárias e os critérios canônicos foram perdendo nitidez. Clarice Lispector, prenunciando com genialidade o pós-modernismo na literatura brasileira, já refletia, em Água viva, sobre essa questão do definhamento das fronteiras entre os gêneros: “Tentei classificar o livro: notas? Pensamentos? Fragmentos autobiográficos? Cheguei à conclusão que é tudo isso junto” – reflexões de Clarice que, diga-se, vão prefaciar dezenas de romances brasileiros dos anos 80. Essa dessacralização da literatura, às vezes algo cabotina, também teve o apoio de Ana Cristina César, uma das poetas mais emblemáticas dos anos 70/80: “A literatura ficou associada a uma coisa que te dá prestígio, a um artifício para você conquistar pessoas(...) acho isso ridículo”.
A cena literária, sobretudo a partir da década de 90, passa a se caracterizar por uma massificação de escritores, pela democratização criativa usada e abusada por todos, pela consolidação do individualismo, pelo umbiguismo autobiográfico e pelo descaso, às vezes absoluto, com a tradição – “não preciso ler poetas do passado para ser poeta”, ouvia-se pelos corredores das universidades. A classe média, a urbe e os fragmentos comunitários da cidade devoradora são escolhidos como temas e as ansiedades individuais trazidas à frente da cena. O roteiro cinematográfico sai fortalecido. É claro que a narrativa virá vazada em linguagem crua e direta. A violência e a competição desenfreada são moedas correntes. Mas houve uma abertura sadia para mais segmentos sociais e para novos experimentos de linguagem e de estilo. A aproximação com a oralidade não é, porém, a mesma da época dos modernistas em busca de uma identidade nacional: ela agora é a busca do reconhecimento e da fixação do sujeito social.
Alguns acontecimentos relativamente recentes, entretanto, parecem confluir para uma mudança radical do ponto de vista do homem em relação a si mesmo e ao mundo. O iminente colapso ecológico e a crise econômica, a exigir uma reformulação do sistema do capital, incitam dois polos reativos: o do ser agonizante ou melancólico diante das ruínas de um modelo malogrado, e daquele capaz de abandonar a longa fase individualista e buscar uma forma de se reconciliar com o outro e de se harmonizar com o planeta. Se observarmos o panorama literário do fim do primeiro decênio do século 21, podemos constatar que germina, entre muitos de nossos escritores, uma estética que remete para valores estritamente literários, com romances visitando a poética de João Cabral, de Drummond, de Graciliano e até de autores do movimento pré-modernista brasileiro. É uma jovem e dispersa tendência – que talvez se firme ou não. Cabe ao pesquisador arguto primeiro mapeá-la com isenção e, depois, acompanhar seu desenrolar. O que ela seria? Um mero desdobramento da pós-modernidade? Ou estaríamos diante de uma tendência que, agregando tônus, pode vir a superar o pós-moderno?
Qualquer que seja a resposta, o certo é que essa jovem e dispersa tendência, que poderíamos chamar de pós-pós, volta-se para a exposição de relações humanas mais delicadas e consentâneas da necessidade de uma sociedade menos bestializada – sociedade que o pós-moderno, por excesso de individualismo de uma economia liberal vencedora, acabou por priorizar. Do ponto de vista das categorias literárias sente-se o retorno do emprego metafórico e simbólico da linguagem e da poética. A língua portuguesa aparece mais caprichada e são abandonadas a indigência lexical e a oralidade propositalmente vulgarizada. Constata-se o uso mais frequente de técnicas gráficas como o velho travessão, por exemplo, diante da fala dos personagens, refletindo a presença mais assídua do narrador onisciente, além da diminuição drástica do emprego do palavrão e da violência gratuita. A fragmentação do texto e do sujeito, tão tipicamente pós-moderna, parece perder força. As narrativas são mais descritivas, volta insidiosamente o enredo. O regionalismo entra em foco e, então, o conflito campo versus cidade passa a reviver a província como o lugar do homem mais puro, sem o choque da violência e da efemeridade nociva da urbe. O amor – visto, em geral, no pós-moderno como algo piegas – entra devagarzinho em cena no lugar do sexo e da cocaína insaciáveis. As descrições das cenas de extrema violência parecem estancar antes do jorro cinematográfico do sangue.
A brutalidade das narrativas da intitulada Geração 90 vai desaparecer? A classe média, não só os especialistas em letras, vão voltar a ler romances?
Pela relativa diminuição da “fissura” dos blogs, segundo relato de alguns professores, os jovens blogueiros e twitteiros parecem estar se perguntando: “de que adianta uma escrita democratizada, para nós, jovens escritores que buscamos ingressar no mercado editorial, se não atendemos a um mercado de leitores? Só vou me sentir um verdadeiro escritor quando o meu texto no blog for publicado por uma editora” – eis um pensamento que, não raro, ouve-se por aí. Não se pode ainda esquecer do iminente impacto dos leitores de e-books no mercado editorial e as resultantes transformações em todas as esferas que englobam a ficção. Ocorrerá uma maior democratização da literatura? O recente concurso da Academia Brasileira de Letras de contos no Twitter, por exemplo, aumentará o público leitor? Quais as mudanças no fazer ficcional e na recepção das obras literárias?
A ficção brasileira do último decênio aponta novas veredas de composição literária. Cabe ao crítico atentar para os sinais de esgotamento de uma estética violenta, fragmentada e febril e para as consequentes bifurcações estilísticas de um movimento pós-pós-modernismo.
Jornal do Brasil -LEIA MAS LÁ,PRESTIGIE O JORNAL DO BRASIL
RIO - Por volta de fins dos anos 70 do século 20, com a transformação das estruturas da geopolítica mundial, a literatura também passa por mudanças e arranjos que vão afastá-la dos pilares erigidos pelo movimento estruturalista via universidade e crítica literária. Com efeito, o processo de globalização e o consequente desejo de enfraquecimento das linhas demarcatórias entre os países, trazendo a reboque a debilitação do conceito de identidade, e a aplaudida (por muitos) vitória do sujeito, acabam por se manifestar no processo narrativo. Aspectos que evidenciam essa mudança no campo das letras são, entre outros, o esmaecimento das linhas fronteiriças entre os gêneros literários e o surgimento do conceito de economia do livro, com capas chamativas e a super-exposição do autor como parceiro fundamental para a venda da obra-objeto.
Essa ficção passou a ganhar notoriedade a partir dos anos 90, ao usufruir das diversas ferramentas de publicação e de divulgação na web. As categorias literárias e os critérios canônicos foram perdendo nitidez. Clarice Lispector, prenunciando com genialidade o pós-modernismo na literatura brasileira, já refletia, em Água viva, sobre essa questão do definhamento das fronteiras entre os gêneros: “Tentei classificar o livro: notas? Pensamentos? Fragmentos autobiográficos? Cheguei à conclusão que é tudo isso junto” – reflexões de Clarice que, diga-se, vão prefaciar dezenas de romances brasileiros dos anos 80. Essa dessacralização da literatura, às vezes algo cabotina, também teve o apoio de Ana Cristina César, uma das poetas mais emblemáticas dos anos 70/80: “A literatura ficou associada a uma coisa que te dá prestígio, a um artifício para você conquistar pessoas(...) acho isso ridículo”.
A cena literária, sobretudo a partir da década de 90, passa a se caracterizar por uma massificação de escritores, pela democratização criativa usada e abusada por todos, pela consolidação do individualismo, pelo umbiguismo autobiográfico e pelo descaso, às vezes absoluto, com a tradição – “não preciso ler poetas do passado para ser poeta”, ouvia-se pelos corredores das universidades. A classe média, a urbe e os fragmentos comunitários da cidade devoradora são escolhidos como temas e as ansiedades individuais trazidas à frente da cena. O roteiro cinematográfico sai fortalecido. É claro que a narrativa virá vazada em linguagem crua e direta. A violência e a competição desenfreada são moedas correntes. Mas houve uma abertura sadia para mais segmentos sociais e para novos experimentos de linguagem e de estilo. A aproximação com a oralidade não é, porém, a mesma da época dos modernistas em busca de uma identidade nacional: ela agora é a busca do reconhecimento e da fixação do sujeito social.
Alguns acontecimentos relativamente recentes, entretanto, parecem confluir para uma mudança radical do ponto de vista do homem em relação a si mesmo e ao mundo. O iminente colapso ecológico e a crise econômica, a exigir uma reformulação do sistema do capital, incitam dois polos reativos: o do ser agonizante ou melancólico diante das ruínas de um modelo malogrado, e daquele capaz de abandonar a longa fase individualista e buscar uma forma de se reconciliar com o outro e de se harmonizar com o planeta. Se observarmos o panorama literário do fim do primeiro decênio do século 21, podemos constatar que germina, entre muitos de nossos escritores, uma estética que remete para valores estritamente literários, com romances visitando a poética de João Cabral, de Drummond, de Graciliano e até de autores do movimento pré-modernista brasileiro. É uma jovem e dispersa tendência – que talvez se firme ou não. Cabe ao pesquisador arguto primeiro mapeá-la com isenção e, depois, acompanhar seu desenrolar. O que ela seria? Um mero desdobramento da pós-modernidade? Ou estaríamos diante de uma tendência que, agregando tônus, pode vir a superar o pós-moderno?
Qualquer que seja a resposta, o certo é que essa jovem e dispersa tendência, que poderíamos chamar de pós-pós, volta-se para a exposição de relações humanas mais delicadas e consentâneas da necessidade de uma sociedade menos bestializada – sociedade que o pós-moderno, por excesso de individualismo de uma economia liberal vencedora, acabou por priorizar. Do ponto de vista das categorias literárias sente-se o retorno do emprego metafórico e simbólico da linguagem e da poética. A língua portuguesa aparece mais caprichada e são abandonadas a indigência lexical e a oralidade propositalmente vulgarizada. Constata-se o uso mais frequente de técnicas gráficas como o velho travessão, por exemplo, diante da fala dos personagens, refletindo a presença mais assídua do narrador onisciente, além da diminuição drástica do emprego do palavrão e da violência gratuita. A fragmentação do texto e do sujeito, tão tipicamente pós-moderna, parece perder força. As narrativas são mais descritivas, volta insidiosamente o enredo. O regionalismo entra em foco e, então, o conflito campo versus cidade passa a reviver a província como o lugar do homem mais puro, sem o choque da violência e da efemeridade nociva da urbe. O amor – visto, em geral, no pós-moderno como algo piegas – entra devagarzinho em cena no lugar do sexo e da cocaína insaciáveis. As descrições das cenas de extrema violência parecem estancar antes do jorro cinematográfico do sangue.
A brutalidade das narrativas da intitulada Geração 90 vai desaparecer? A classe média, não só os especialistas em letras, vão voltar a ler romances?
Pela relativa diminuição da “fissura” dos blogs, segundo relato de alguns professores, os jovens blogueiros e twitteiros parecem estar se perguntando: “de que adianta uma escrita democratizada, para nós, jovens escritores que buscamos ingressar no mercado editorial, se não atendemos a um mercado de leitores? Só vou me sentir um verdadeiro escritor quando o meu texto no blog for publicado por uma editora” – eis um pensamento que, não raro, ouve-se por aí. Não se pode ainda esquecer do iminente impacto dos leitores de e-books no mercado editorial e as resultantes transformações em todas as esferas que englobam a ficção. Ocorrerá uma maior democratização da literatura? O recente concurso da Academia Brasileira de Letras de contos no Twitter, por exemplo, aumentará o público leitor? Quais as mudanças no fazer ficcional e na recepção das obras literárias?
A ficção brasileira do último decênio aponta novas veredas de composição literária. Cabe ao crítico atentar para os sinais de esgotamento de uma estética violenta, fragmentada e febril e para as consequentes bifurcações estilísticas de um movimento pós-pós-modernismo.
sábado, 3 de abril de 2010
“Semana Marx”.
De 5 a 9 de abril o Setor de Estudos em Cidadania, Trabalho e Teoria Social (SECTS-PPSS) e os programas de Pós-Graduação em Serviço Social, Filosofia e História (CCHLA), com o apoio da ADUFPB, a Universidade Federal da Paraíba, campus de João Pessoa, sediará a “Semana Marx”.
O evento contará com o mini-curso “Iniciação à Leitura de O Capital” e com a mesa-redonda “As tramas de Marx: filosofia, História e Política”. O curso será ministrado a partir das 9h, na Sala 402 do Centro Humanístico (CCHLA), pelo professor Mauro Castelo Branco de Moura, coordenador do Programa de Pós-Graduação em Filosofia da Universidade Federal da Bahia (UFBA) e do Grupo de Trabalho Marxismo da ANPOF (Associação Nacional de Pós-Graduação em Filosofia).
Os interessados podem fazer a inscrição gratuitamente na Secretaria da Pós-Graduação em Serviço Social. As vagas são limitadas.
No decorrer do curso os alunos vão debater as partes mais relevantes do Livro I de O Capital, com ênfase para as duas primeiras seções. Os participantes precisam estar munidos de um exemplar do Livro I, mas de acordo com a organização do evento é possível imprimir uma versão xerografada no ato da inscrição.
Já no dia 8 de abril, a partir das 19 horas, no auditório do Centro de Ciências Sociais Aplicadas (CCSA), será realizada a mesa-redonda “As tramas de Marx: Filosofia, história e política”, com a participação dos professores Mauro Castelo Branco (PPGF-UFBA), Jaldes Reis de Meneses (PPGSS/PPGH-UFPB) e Antônio Rufino (PPGF-UFPB).
A obra
Escrita por um judeu alemão do século XIX, um cosmopolita em plena Era Vitoriana, sob o signo da totalidade, os manuscritos de Marx revolucionaram os campos da política, economia, filosofia e a história. Talvez somente Darwin e Freud, entre os cientistas da modernidade, se igualem em influência a Marx - criaram territórios teóricos e vocabulários novos, incorporados às multifaces da contemporaneidade.
Mais detalhes pelo telefone (83) 3216 7330.
Corrupção - é tudo ou nada!
Alice Jay - Avaaz.org
)
Caros amigos,
Chegou a hora: dia 7 de abril será a votação do Projeto de Lei Ficha Limpa. Nossos deputados têm uma escolha -- votar a favor da lei e remover criminosos da política, ou ficar do lado dos corruptos ao custo de toda a nação.
Não será uma vitória fácil, forças corruptas estão resistindo bravamente – somente uma mobilização massiva poderá vencê-los. Esta é a reta final para pressionar nossos deputados a votarem a favor da política limpa no Brasil -- assine a petição no link abaixo, ela será entregue diretamente ao Congresso:
http://www.avaaz.org/po/brasil_ficha_limpa/?vl
Se a Ficha Limpa passar, candidatos que cometeram crimes sérios como lavagem de dinheiro, tráfico de drogas e assassinato, serão removidos das eleições de outubro. Este pode ser um enorme passo para livrar o Brasil de uma classe política corrupta.
Através de muita pressão popular do Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral e da Avaaz, nós ajudamos a introduzir esta lei e aprová-la para votação. Porém se ela passar, vários partidos políticos irão ver seus candidatos desqualificados das eleições de outubro, portanto muitos vão tentar barrá-la no Congresso. Nós não podemos perder esta oportunidade histórica – vamos mobilizar milhares de brasileiros nesta reta final -- assine a petição abaixo:
http://www.avaaz.org/po/brasil_ficha_limpa/?vl
Em um movimento histórico, mais de 1.6 milhões de brasileiros já levantaram as suas vozes contra a corrupção na política. Nós não podemos perder agora -- cada nome conta – encaminhe este alerta para todos que você conhece!
Com esperança,
Alice, Graziela, Paula, Paul, Ricken, Pascal, Benjamin, Ben e toda a equipe Avaaz
Saiba mais sobre a Ficha Limpa:
Site do Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral:
http://www.mcce.org.br/
Projeto Ficha Limpa deve ser votado pela Câmara dia 7 de abril:
http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia182/2010/03/23/politica,i=181531/PROJETO+FICHA+LIMPA+DEVE+SER+VOTADO+PELA+CAMARA+DIA+7+DE+ABRIL.shtml
Movimento online renue 200 mil brasileiros em torno de campanhas como "Ficha Limpa":
http://ultimosegundo.ig.com.br/brasil/2010/03/09/movimento+online+reune+200+mil+brasileiros+em+torno+de+campanhas+como+ficha+limpa+9421354.html
Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral consegue assinaturas necessárias para levar Projeto Ficha limpa ao Congresso:
http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia182/2009/09/17/politica,i=142687/MOVIMENTO+DE+COMBATE+A+CORRUPCAO+ELEITORAL+CONSEGUE+ASSINATURAS+NECESSARIAS+PARA+LEVAR+PROJETO+FICHA+LIMPA+AO+CONGRESSO.shtml
)
Caros amigos,
Chegou a hora: dia 7 de abril será a votação do Projeto de Lei Ficha Limpa. Nossos deputados têm uma escolha -- votar a favor da lei e remover criminosos da política, ou ficar do lado dos corruptos ao custo de toda a nação.
Não será uma vitória fácil, forças corruptas estão resistindo bravamente – somente uma mobilização massiva poderá vencê-los. Esta é a reta final para pressionar nossos deputados a votarem a favor da política limpa no Brasil -- assine a petição no link abaixo, ela será entregue diretamente ao Congresso:
http://www.avaaz.org/po/brasil_ficha_limpa/?vl
Se a Ficha Limpa passar, candidatos que cometeram crimes sérios como lavagem de dinheiro, tráfico de drogas e assassinato, serão removidos das eleições de outubro. Este pode ser um enorme passo para livrar o Brasil de uma classe política corrupta.
Através de muita pressão popular do Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral e da Avaaz, nós ajudamos a introduzir esta lei e aprová-la para votação. Porém se ela passar, vários partidos políticos irão ver seus candidatos desqualificados das eleições de outubro, portanto muitos vão tentar barrá-la no Congresso. Nós não podemos perder esta oportunidade histórica – vamos mobilizar milhares de brasileiros nesta reta final -- assine a petição abaixo:
http://www.avaaz.org/po/brasil_ficha_limpa/?vl
Em um movimento histórico, mais de 1.6 milhões de brasileiros já levantaram as suas vozes contra a corrupção na política. Nós não podemos perder agora -- cada nome conta – encaminhe este alerta para todos que você conhece!
Com esperança,
Alice, Graziela, Paula, Paul, Ricken, Pascal, Benjamin, Ben e toda a equipe Avaaz
Saiba mais sobre a Ficha Limpa:
Site do Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral:
http://www.mcce.org.br/
Projeto Ficha Limpa deve ser votado pela Câmara dia 7 de abril:
http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia182/2010/03/23/politica,i=181531/PROJETO+FICHA+LIMPA+DEVE+SER+VOTADO+PELA+CAMARA+DIA+7+DE+ABRIL.shtml
Movimento online renue 200 mil brasileiros em torno de campanhas como "Ficha Limpa":
http://ultimosegundo.ig.com.br/brasil/2010/03/09/movimento+online+reune+200+mil+brasileiros+em+torno+de+campanhas+como+ficha+limpa+9421354.html
Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral consegue assinaturas necessárias para levar Projeto Ficha limpa ao Congresso:
http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia182/2009/09/17/politica,i=142687/MOVIMENTO+DE+COMBATE+A+CORRUPCAO+ELEITORAL+CONSEGUE+ASSINATURAS+NECESSARIAS+PARA+LEVAR+PROJETO+FICHA+LIMPA+AO+CONGRESSO.shtml
Autoridade dourada e fascista
FOTO BY A TARDE -SALVADOR -BA
(notícia enviada pelo colaborador do Blog Prof .Ranulfo Cardoso-PB.)
por Jean Wyllys
SALVADOR, BA, 10.03.2010
O sucesso do gaúcho Marcelo Dourado junto às audiências do BBB10 levanta um problema fundamental da vida humana: o desejo - às vezes inconsciente – da maioria por autoridades perversas. A autoridade perversa é, segundo a psicanálise, aquela inevitavelmente masculina, narcisista, pesada, auto-interessada arbitrária e, quase sempre, tirânica. E esse tipo de autoridade tem um apelo misterioso junto às massas.
Freud já tinha dito que nós, seres humanos, temos uma espécie de fome de dominação e de ordem que se acentua nos momentos em que a vida nos parece desordenada e confusa. Partindo dessa proposição freudiana, é possível dizer que a presença dos “coloridos” e de seus simpatizantes no BBB10 e suas “licenciosidades” ou “libertinagens” perturbaram as audiências heterossexuais e tradicionais.
É como se o fato de o programa abrigar um “sapatão”, uma drag queen e uma “bicha” andrógina pós-adolescente, bem como uma desinibida dançarina de boate, uma policial militar boquirrota e que se diz sexualmente desenfreada e um judeu editor de pornografia; é como se o fato de o programa abrigar essa fauna diversa ameaçasse os valores morais das audiências heterossexuais e zelosas da família tradicional; como se derrubasse suas certezas e mergulhasse suas vidas interiores num caos.
Por isso, Marcelo Dourado, ao se opor explicitamente à “licenciosidade” dos coloridos, emergiu como o líder de caráter fascista, que satisfaz a vontade geral de ordem e segurança. Quando as pessoas são assoladas por dúvidas, esse tipo de líder traz a segurança da “verdade”; do que é “verdadeiro” e “certo”, logo, confortável. Não por acaso Dourado cresceu na preferência dessas audiências depois da afirmação de que homens que transam apenas com mulheres não se infectam por HIV, o vírus da AIDS.
Nada mais confortável para uma maioria ameaçada por uma doença ainda incurável que saber que a mesma não lhe pode atingir, mas, apenas aqueles cujos modos de vida ela reprova, ou seja, os homossexuais. Essa afirmação de Dourado é equivocada e preconceituosa, é claro, mas, o líder fascista também se caracteriza por carisma capaz de levar as massas a engolir mentiras como se fossem verdades. Líderes assim são especialmente atraentes para jovens e mulheres, que são a maioria entre as audiências do BBB.
Dourado encarna a totalidade das aspirações da maioria heterossexual, mesmo que as audiências que lhe apóiam não estejam conscientes dessas aspirações (com certeza não estão, por isso, é que procuram justificar seu apoio ao gaúcho e sua identificação com a homofobia do mesmo no fato de ele “dizer as coisas na cara, mesmo as mais desagradáveis”).
Dourado tem as características daquele “ridículo tirano” a que Caetano Veloso se refere na letra de Podres poderes, ou seja, é tirano, mas, é passível de provocar riso. Há, por exemplo, quem ache muita graça em vê-lo arrotar à mesa. Aliás, não foi sobre Caetano Veloso que Marcelo Dourado disse que gostaria de vomitar? Sintomático.. .
Esse tipo de líder permite alguns excessos, mas, sob certas condições prescritas. Por exemplo, Dourado tolera as excentricidades de Serginho desde que ele não fale de suas relações sexuais nem se oponha deliberadamente à ordem heterossexual que ele defende. Ora, é fácil tolerar um gay quando ele tem homofobia internalizada, é despolitizado, está reduzido ao estereótipo da “bicha louca” e, por isso mesmo, justifica a opressão que a maioria heterossexual exerce contra os homossexuais. Logo – e entendam isso de uma vez por todas - o gaúcho não deixa de ser homofóbico por causa dessa aproximação com Sérgio, muito pelo contrário.
Como eu sei que todo líder fascista é auto-interessado, eu não me deixei seduzir pelos elogios de Dourado à minha pessoa, afinal, ele sabe que eu gozo de alguma popularidade e prestígio, logo, não me criticaria abertamente; ao contrário, principalmente quando há um milhão e meio de reais em jogo. Por essa grana, ele sempre faz o jogo de “assoprar depois de morder”, ou seja, de posar de bacana depois de uma cena de fúria homofóbica, como naquela em que xingou Dicésar de “viado”, ressaltando, nesta palavra, toda sua carga negativa (sem contar que oposição “viado” versus “homem”, presente em sua frase para Dicésar, é típica da estupidez homofóbica e machista de quem não quer ver ou finge não saber que todo “viado” também é homem; alguns são até mais homens que o próprio Dourado, no sentido de que sabem conviver com os diferentes e respeitá-los verdadeiramente, sem interesses).
Sua ascensão é parte da histórica necessidade que a maioria tem de verdade, de ordem, de lei e de rei. Mas, ao mesmo tempo, essa necessidade pode resultar na destruição de méritos importantes dos seres humanos, como a democracia, as liberdades civis e o direito de livre expressão das sexualidades e de outros modos de vida que não aqueles celebrados em comerciais de margarina.
E por que venci a quinta edição mesmo sendo gay assumido? Ora, porque todas as minhas outras qualidades ficaram maiores que a minha orientação (era como se as pessoas desculpassem o fato de eu ser gay por ser, ao mesmo tempo, honesto, íntegro, bom e inteligente); porque eu era o único em um grupo majoritariamente heterossexual, logo, não representava uma ameaçava às audiências; e porque minha história de vida se parece com a de todo brasileiro que vence a pobreza através da educação; e porque eu apenas disse que era gay, não vivi minha sexualidade (e foi me comportando assim que consegui negociar minha permanência). Ficou difícil torcer contra mim. No BBB10, a maioria das audiências encontrou as condições ideais para voltar à velha homofobia.
Jean Wyllys é escritor e jornalista
(notícia enviada pelo colaborador do Blog Prof .Ranulfo Cardoso-PB.)
por Jean Wyllys
SALVADOR, BA, 10.03.2010
O sucesso do gaúcho Marcelo Dourado junto às audiências do BBB10 levanta um problema fundamental da vida humana: o desejo - às vezes inconsciente – da maioria por autoridades perversas. A autoridade perversa é, segundo a psicanálise, aquela inevitavelmente masculina, narcisista, pesada, auto-interessada arbitrária e, quase sempre, tirânica. E esse tipo de autoridade tem um apelo misterioso junto às massas.
Freud já tinha dito que nós, seres humanos, temos uma espécie de fome de dominação e de ordem que se acentua nos momentos em que a vida nos parece desordenada e confusa. Partindo dessa proposição freudiana, é possível dizer que a presença dos “coloridos” e de seus simpatizantes no BBB10 e suas “licenciosidades” ou “libertinagens” perturbaram as audiências heterossexuais e tradicionais.
É como se o fato de o programa abrigar um “sapatão”, uma drag queen e uma “bicha” andrógina pós-adolescente, bem como uma desinibida dançarina de boate, uma policial militar boquirrota e que se diz sexualmente desenfreada e um judeu editor de pornografia; é como se o fato de o programa abrigar essa fauna diversa ameaçasse os valores morais das audiências heterossexuais e zelosas da família tradicional; como se derrubasse suas certezas e mergulhasse suas vidas interiores num caos.
Por isso, Marcelo Dourado, ao se opor explicitamente à “licenciosidade” dos coloridos, emergiu como o líder de caráter fascista, que satisfaz a vontade geral de ordem e segurança. Quando as pessoas são assoladas por dúvidas, esse tipo de líder traz a segurança da “verdade”; do que é “verdadeiro” e “certo”, logo, confortável. Não por acaso Dourado cresceu na preferência dessas audiências depois da afirmação de que homens que transam apenas com mulheres não se infectam por HIV, o vírus da AIDS.
Nada mais confortável para uma maioria ameaçada por uma doença ainda incurável que saber que a mesma não lhe pode atingir, mas, apenas aqueles cujos modos de vida ela reprova, ou seja, os homossexuais. Essa afirmação de Dourado é equivocada e preconceituosa, é claro, mas, o líder fascista também se caracteriza por carisma capaz de levar as massas a engolir mentiras como se fossem verdades. Líderes assim são especialmente atraentes para jovens e mulheres, que são a maioria entre as audiências do BBB.
Dourado encarna a totalidade das aspirações da maioria heterossexual, mesmo que as audiências que lhe apóiam não estejam conscientes dessas aspirações (com certeza não estão, por isso, é que procuram justificar seu apoio ao gaúcho e sua identificação com a homofobia do mesmo no fato de ele “dizer as coisas na cara, mesmo as mais desagradáveis”).
Dourado tem as características daquele “ridículo tirano” a que Caetano Veloso se refere na letra de Podres poderes, ou seja, é tirano, mas, é passível de provocar riso. Há, por exemplo, quem ache muita graça em vê-lo arrotar à mesa. Aliás, não foi sobre Caetano Veloso que Marcelo Dourado disse que gostaria de vomitar? Sintomático.. .
Esse tipo de líder permite alguns excessos, mas, sob certas condições prescritas. Por exemplo, Dourado tolera as excentricidades de Serginho desde que ele não fale de suas relações sexuais nem se oponha deliberadamente à ordem heterossexual que ele defende. Ora, é fácil tolerar um gay quando ele tem homofobia internalizada, é despolitizado, está reduzido ao estereótipo da “bicha louca” e, por isso mesmo, justifica a opressão que a maioria heterossexual exerce contra os homossexuais. Logo – e entendam isso de uma vez por todas - o gaúcho não deixa de ser homofóbico por causa dessa aproximação com Sérgio, muito pelo contrário.
Como eu sei que todo líder fascista é auto-interessado, eu não me deixei seduzir pelos elogios de Dourado à minha pessoa, afinal, ele sabe que eu gozo de alguma popularidade e prestígio, logo, não me criticaria abertamente; ao contrário, principalmente quando há um milhão e meio de reais em jogo. Por essa grana, ele sempre faz o jogo de “assoprar depois de morder”, ou seja, de posar de bacana depois de uma cena de fúria homofóbica, como naquela em que xingou Dicésar de “viado”, ressaltando, nesta palavra, toda sua carga negativa (sem contar que oposição “viado” versus “homem”, presente em sua frase para Dicésar, é típica da estupidez homofóbica e machista de quem não quer ver ou finge não saber que todo “viado” também é homem; alguns são até mais homens que o próprio Dourado, no sentido de que sabem conviver com os diferentes e respeitá-los verdadeiramente, sem interesses).
Sua ascensão é parte da histórica necessidade que a maioria tem de verdade, de ordem, de lei e de rei. Mas, ao mesmo tempo, essa necessidade pode resultar na destruição de méritos importantes dos seres humanos, como a democracia, as liberdades civis e o direito de livre expressão das sexualidades e de outros modos de vida que não aqueles celebrados em comerciais de margarina.
E por que venci a quinta edição mesmo sendo gay assumido? Ora, porque todas as minhas outras qualidades ficaram maiores que a minha orientação (era como se as pessoas desculpassem o fato de eu ser gay por ser, ao mesmo tempo, honesto, íntegro, bom e inteligente); porque eu era o único em um grupo majoritariamente heterossexual, logo, não representava uma ameaçava às audiências; e porque minha história de vida se parece com a de todo brasileiro que vence a pobreza através da educação; e porque eu apenas disse que era gay, não vivi minha sexualidade (e foi me comportando assim que consegui negociar minha permanência). Ficou difícil torcer contra mim. No BBB10, a maioria das audiências encontrou as condições ideais para voltar à velha homofobia.
Jean Wyllys é escritor e jornalista
quinta-feira, 1 de abril de 2010
Livraria Cultura desmente boatos de que sairá do Recife Antigo Publicado
Do JC Online
A Livraria Cultura está no Recife desde 2004
Os boatos de que a Livraria Cultura, localizada no Recife Antigo, se mudaria para o Shopping Recife causou muita repercussão no Twitter. A Assessoria de Imprensa da rede de lojas instalada em cinco cidade no País se apressou em desmentir a informação: "Não estamos de mudança de local no Recife", disse.
Segundo a Livraria Cultura, não houve nenhuma conversa com o Shopping Center Recife para a instalação de uma loja no local.
Uma nota divulgada na imprensa local ajudou a dar força ao boato. Segundo o texto, um dos motivos para a mudança seria o volume de vendas da Saraiva Mega Store, que praticamente não tem concorrentes no shopping.
A assessoria informou que, no ano passado, a unidade do Recife teve um crescimento de 15%,que o movimento na loja é satisfatório e que eles "estão satisfeitos com o desempenho no Paço Alfândega".
"Nós estudamos propostas enviadas por shopping centers antes de instalarmos unidades em outras cidades. Soubemos que vão construir um novo shopping no Recife. Talvez o boato possa ter começado a partir disso", afirmou, por telefone, Thaís Arruda, responsável pela Comunicação da Livraria Cultura.
A Livraria Cultura tem nove lojas presentes em cinco cidades no País. No Recife, está presente desde 2004 e foi inaugurada com o Shopping Paço Alfândega.
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A Livraria Cultura está no Recife desde 2004
Os boatos de que a Livraria Cultura, localizada no Recife Antigo, se mudaria para o Shopping Recife causou muita repercussão no Twitter. A Assessoria de Imprensa da rede de lojas instalada em cinco cidade no País se apressou em desmentir a informação: "Não estamos de mudança de local no Recife", disse.
Segundo a Livraria Cultura, não houve nenhuma conversa com o Shopping Center Recife para a instalação de uma loja no local.
Uma nota divulgada na imprensa local ajudou a dar força ao boato. Segundo o texto, um dos motivos para a mudança seria o volume de vendas da Saraiva Mega Store, que praticamente não tem concorrentes no shopping.
A assessoria informou que, no ano passado, a unidade do Recife teve um crescimento de 15%,que o movimento na loja é satisfatório e que eles "estão satisfeitos com o desempenho no Paço Alfândega".
"Nós estudamos propostas enviadas por shopping centers antes de instalarmos unidades em outras cidades. Soubemos que vão construir um novo shopping no Recife. Talvez o boato possa ter começado a partir disso", afirmou, por telefone, Thaís Arruda, responsável pela Comunicação da Livraria Cultura.
A Livraria Cultura tem nove lojas presentes em cinco cidades no País. No Recife, está presente desde 2004 e foi inaugurada com o Shopping Paço Alfândega.
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quarta-feira, 31 de março de 2010
Sistema Integrado de Bibliotecas Pergamum
Sistema Integrado de Bibliotecas Pergamum
Integrada nos processos para a melhoria da qualidade do ensino no país, a Interdidática abriga as empresas que mais se destacam no mercado da educação e da tecnologia, em sua área de exposição.
Presente ao evento, a Pergamum é um Sistema Integrado de Bibliotecas. Um software de gerenciamento de centros de informações desenvolvido pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná, que permite catalogar qualquer tipo de obra, em qualquer tipo de suporte, utilizando padrões internacionais, como o AACR2, Z39.50 e o formato MARC21.
O sistema possui facilidades como circulação de materiais com acesso a renovação, reserva e solicitação de empréstimo via web, consulta ao catálogo com acervo digital permitindo a recuperação das obras na íntegra, processo de aquisição de materiais com interação on-line com professores e mais de 200 relatórios disponíveis para utilização.
Entre os mais recentes lançamentos da empresa está o Pergamum THOT, software para consulta a grandes redes bibliográficas.
Integrada nos processos para a melhoria da qualidade do ensino no país, a Interdidática abriga as empresas que mais se destacam no mercado da educação e da tecnologia, em sua área de exposição.
Presente ao evento, a Pergamum é um Sistema Integrado de Bibliotecas. Um software de gerenciamento de centros de informações desenvolvido pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná, que permite catalogar qualquer tipo de obra, em qualquer tipo de suporte, utilizando padrões internacionais, como o AACR2, Z39.50 e o formato MARC21.
O sistema possui facilidades como circulação de materiais com acesso a renovação, reserva e solicitação de empréstimo via web, consulta ao catálogo com acervo digital permitindo a recuperação das obras na íntegra, processo de aquisição de materiais com interação on-line com professores e mais de 200 relatórios disponíveis para utilização.
Entre os mais recentes lançamentos da empresa está o Pergamum THOT, software para consulta a grandes redes bibliográficas.
segunda-feira, 29 de março de 2010
Após polêmica, Abril Pro Rock retorna ao Centro de Convenções
http://tipoyplay.blig.ig.com.br/2004/03/forgotten-boys.html
Do JC Online
Depois de muita polêmica, o Abril Pro Rock confirmou: vai voltar a ser realizado no Pavilhão do Centro de Convenções, em Olinda. O anúncio foi feito pelo perfil do festival no Twitter e no site oficial. Antes, os shows estavam marcados para acontecerem no terreno da Fábrica Tacaruna.
Segundo comunicado oficial, a decisão de voltar ao Centro de Convenções foi tomada nesta manhã de sexta-feira (26). "O APR não quer ser pivô de polêmicas pré-existentes", diz um post.
» Querem transformar o APR num vilão, reclama produtor do festival
» Abril Pro Rock inscreve em oficinas de qualificação musical
» Confira a programação completa dos shows principais
Uma liminar do Ministério Público proibe shows de grande porte na Fábrica Tacaruna. O produtor Paulo André se defendeu afirmando que o festival diminiu e que espera apenas 3 mil pessoas. ""Querem fazer o APR de vilão em algo que ele não tem nada a ver. Outros festivais já utilizaram o local e nunca surgiu essa discussão", reclamou André, em entrevista ao JC Online.
"Diante da situação judicial entre a Procuradoria Geral do Estado de Pernambuco e o Ministério Público, a decisão sensata foi voltar ao Cecon", disse organizadores do Abril Pro Rock em nota oficial. As datas, no entanto, estão mantidas: os shows principais acontecem nos dias 16 e 17 de abril, no Centro de Convenções. O APR Club, novidade este ano, traz shows menores para uma casa na Rua do Apolo, Recife Antigo, nos finais de semana de abril, começando dia 9.
No APR Club já estão confirmados, Daniel Peixoto (ex-Montage), Killer on The Dancefloor, Dead Fish, Mundo Livre SA, Camarones Orquestra Guitarrística, Burro Morto, e os portugueses, Dead Combo e Legendary Tiger Man. Prometido para esta sexta, o festival adiou para segunda-feira a programação completa do APR Club.
Do JC Online
Depois de muita polêmica, o Abril Pro Rock confirmou: vai voltar a ser realizado no Pavilhão do Centro de Convenções, em Olinda. O anúncio foi feito pelo perfil do festival no Twitter e no site oficial. Antes, os shows estavam marcados para acontecerem no terreno da Fábrica Tacaruna.
Segundo comunicado oficial, a decisão de voltar ao Centro de Convenções foi tomada nesta manhã de sexta-feira (26). "O APR não quer ser pivô de polêmicas pré-existentes", diz um post.
» Querem transformar o APR num vilão, reclama produtor do festival
» Abril Pro Rock inscreve em oficinas de qualificação musical
» Confira a programação completa dos shows principais
Uma liminar do Ministério Público proibe shows de grande porte na Fábrica Tacaruna. O produtor Paulo André se defendeu afirmando que o festival diminiu e que espera apenas 3 mil pessoas. ""Querem fazer o APR de vilão em algo que ele não tem nada a ver. Outros festivais já utilizaram o local e nunca surgiu essa discussão", reclamou André, em entrevista ao JC Online.
"Diante da situação judicial entre a Procuradoria Geral do Estado de Pernambuco e o Ministério Público, a decisão sensata foi voltar ao Cecon", disse organizadores do Abril Pro Rock em nota oficial. As datas, no entanto, estão mantidas: os shows principais acontecem nos dias 16 e 17 de abril, no Centro de Convenções. O APR Club, novidade este ano, traz shows menores para uma casa na Rua do Apolo, Recife Antigo, nos finais de semana de abril, começando dia 9.
No APR Club já estão confirmados, Daniel Peixoto (ex-Montage), Killer on The Dancefloor, Dead Fish, Mundo Livre SA, Camarones Orquestra Guitarrística, Burro Morto, e os portugueses, Dead Combo e Legendary Tiger Man. Prometido para esta sexta, o festival adiou para segunda-feira a programação completa do APR Club.
domingo, 28 de março de 2010
Falta "neurônio" ao ensino superior, diz FHC Ana Okada Em São Paulo
Atualizado às 11h39 by uol
Para que haja uma reinvenção do atual ensino superior brasileiro, "falta neurônio", afirmou o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso durante palestra na ESPM (Escola Superior de Propaganda e Marketing), ocorrida na quarta-feira (24). Para ele, as universidades devem ser as responsáveis por trazer novos modelos culturais de pensamento para a sociedade e, assim, gerar mudança e progresso no país.
"Se a universidade não for capaz de criar modelos de convivência eficientes, nós não vamos ter uma sociedade decente. E vamos ter uma economia horrorosa", disse o político e acadêmico que governou o Brasil entre 1995 e 2002.
FHC explica que a universidade no Brasil ainda tem dificuldades em participar ativamente das decisões e mudanças da sociedade. "A capacidade da universidade [brasileira] de dialogar e difundir valores é muito ruim. A produção acadêmica brasileira cresce muito, já estamos superando Espanha e Itália, mas em patentes a situação ainda é complicada", diz. Ele cita os Estados Unidos como um país em que a atuação dos acadêmicos é bastante valorizada.
* O que você acha que falta ao ensino superior brasileiro? Opine
Meritocracia
O ex-presidente aponta o incentivo pelo mérito como uma das ações para a melhoria da educação. Ele cita o sucesso do ensino na China e o salto econômico dado pelo país como exemplo: "A China virou uma escola [para o mundo], em que todo mundo tenta aprender".
Ele contrasta a escola chinesa e a brasileira: enquanto a primeira tem a família do aluno como ponto de apoio e o incentiva a ser o melhor; no ensino brasileiro, boa parte dos pais não têm como ser base dos estudantes, uma vez que eles não foram à escola.
Para FHC, o fato de ser recente é a razão para que sistemas de avaliação do ensino ainda sejam rejeitados pelos docentes: "Hoje se tem uma greve em São Paulo em parte contra isso. Até hoje não se aceita que haja incentivo pecuniário para quem for melhor", diz.
"Não acredito que a meritocracia possa substituir a democracia [na China], mas acho que é preciso prestar atenção, pois ela pode significar um grande desafio: além de ter uma força econômica, [o país] baseia suas grandes decisões num sistema de mérito", afirmou.
Gasto melhor
O ex-presidente também defende que o formato do ensino superior brasileiro e o prestígio dele na sociedade precisam ser revistos. "Nas universidades da Inglaterra e da França a situação econômica não é tão diversa daqui, o que é diferente é a posição na sociedade, o professor é valorizado", aponta.
"Se quisermos pensar estrategicamente, temos que ter um gasto melhor. Não é aumento de salário, mas um gasto para melhorar a cabeça das pessoas. É preciso olhar o qualitativo."
Para que haja uma reinvenção do atual ensino superior brasileiro, "falta neurônio", afirmou o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso durante palestra na ESPM (Escola Superior de Propaganda e Marketing), ocorrida na quarta-feira (24). Para ele, as universidades devem ser as responsáveis por trazer novos modelos culturais de pensamento para a sociedade e, assim, gerar mudança e progresso no país.
"Se a universidade não for capaz de criar modelos de convivência eficientes, nós não vamos ter uma sociedade decente. E vamos ter uma economia horrorosa", disse o político e acadêmico que governou o Brasil entre 1995 e 2002.
FHC explica que a universidade no Brasil ainda tem dificuldades em participar ativamente das decisões e mudanças da sociedade. "A capacidade da universidade [brasileira] de dialogar e difundir valores é muito ruim. A produção acadêmica brasileira cresce muito, já estamos superando Espanha e Itália, mas em patentes a situação ainda é complicada", diz. Ele cita os Estados Unidos como um país em que a atuação dos acadêmicos é bastante valorizada.
* O que você acha que falta ao ensino superior brasileiro? Opine
Meritocracia
O ex-presidente aponta o incentivo pelo mérito como uma das ações para a melhoria da educação. Ele cita o sucesso do ensino na China e o salto econômico dado pelo país como exemplo: "A China virou uma escola [para o mundo], em que todo mundo tenta aprender".
Ele contrasta a escola chinesa e a brasileira: enquanto a primeira tem a família do aluno como ponto de apoio e o incentiva a ser o melhor; no ensino brasileiro, boa parte dos pais não têm como ser base dos estudantes, uma vez que eles não foram à escola.
Para FHC, o fato de ser recente é a razão para que sistemas de avaliação do ensino ainda sejam rejeitados pelos docentes: "Hoje se tem uma greve em São Paulo em parte contra isso. Até hoje não se aceita que haja incentivo pecuniário para quem for melhor", diz.
"Não acredito que a meritocracia possa substituir a democracia [na China], mas acho que é preciso prestar atenção, pois ela pode significar um grande desafio: além de ter uma força econômica, [o país] baseia suas grandes decisões num sistema de mérito", afirmou.
Gasto melhor
O ex-presidente também defende que o formato do ensino superior brasileiro e o prestígio dele na sociedade precisam ser revistos. "Nas universidades da Inglaterra e da França a situação econômica não é tão diversa daqui, o que é diferente é a posição na sociedade, o professor é valorizado", aponta.
"Se quisermos pensar estrategicamente, temos que ter um gasto melhor. Não é aumento de salário, mas um gasto para melhorar a cabeça das pessoas. É preciso olhar o qualitativo."
sábado, 27 de março de 2010
Milhões de pessoas apagarão as luzes na Hora do Planeta
Centenas de locais mundialmente famosos, como a Torre Eiffel ou a o la Cidade Proibida, ficarão às escuras neste sábado durante a Hora do Planeta, uma ação destinada a promover a luta contra o aquecimento climático durante o qual se prevê a participação de milhões de pessoas. Esta quarta edição, que acontece três meses depois do fracasso da cúpula do clima de Copenhague, promete ser a mais seguida, com 125 países participantes ante os 88 do ano anterior, anunciaram os organizadores.
"A acolhida dada à Hora do Planeta foi imensa. A taxa de respota é muito superior ao ano passado", afirmou com satisfação o fundador do movimento, Andy Ridley. "Supõe-se que a operação Hora do Planeta vai ultrapassar as fronteiras geográficas e econômicas", acrescentou.
O movimento nasceu em Sydney em 2007, quando 2,2 milhões de pessoas permaneceram às escuras durante 60 minutos para sensibilizar a opinião pública sobre o consumo excessivo de eletricidade e a poluição por dióxido de carbono. Organizada pelo Fundo Mundial para a Natureza (WWF), a operação adquiriu uma dimensão mundial em 2008 e no sábado, às 20h30 locais (9h30 GMT), mais de 1,2 mil edifícios apagarão suas luzes.
Muitas multinacionais como o Google, Coca-Cola, Hilton, McDonalds, Canon, HSBC ou Ikea aceitaram participar no apagão pelo bem do planeta. Sydney será, pela diferança horária, a primeira a mergulhar na escuridão, com o apagar das luzes da Ópera. Depois as luzes serão apagadas nas Pirâmides do Egito, a Fontana de Trevi e a Torre de Pisa, na Itália, ou a Torre Eiffel de Paris.
Em Pequim, a Cidade Proibida e o emblemático Ninho do Pássaro, estádio dos Jogos Olímpicos de 2008, também ficarão às escuras. Estes apagões adquirem um significado especial neste país, símbolo de um crescimento econômico fulgurante acompanhado de uma contaminação que ostenta o título de maior poluente do mundo. No Japão, o Memorial da Paz de Hiroshima participará na operação enquanto que os grupos Sony, Sharp e Asahi apagarão suas luzes em Tóquio. Em Dubai, a Burj Khalifa, a maior torre do mundo, sumirá na escuridão.
Em dezembro, a Conferência de Copenhague, sob patrocínio da ONU, desembocou em um acordo de mínimos entre 30 países, dos 192 participantes. acordo fixa como objetivo limitar a dois graus a elevação média da temperatura do planeta, mas é impreciso sobre como se conseguirá ao não cifrar objetivos a curto prazo (2020) nem a médio (2050).
Os grandes países em desenvolvimento, como a China e a Índia, se negam a aceitar obrigações vinculantes e consideram que os objetivos dos países industrializados estão muito longe de sua responsabilidade na poluição do planeta.
"A acolhida dada à Hora do Planeta foi imensa. A taxa de respota é muito superior ao ano passado", afirmou com satisfação o fundador do movimento, Andy Ridley. "Supõe-se que a operação Hora do Planeta vai ultrapassar as fronteiras geográficas e econômicas", acrescentou.
O movimento nasceu em Sydney em 2007, quando 2,2 milhões de pessoas permaneceram às escuras durante 60 minutos para sensibilizar a opinião pública sobre o consumo excessivo de eletricidade e a poluição por dióxido de carbono. Organizada pelo Fundo Mundial para a Natureza (WWF), a operação adquiriu uma dimensão mundial em 2008 e no sábado, às 20h30 locais (9h30 GMT), mais de 1,2 mil edifícios apagarão suas luzes.
Muitas multinacionais como o Google, Coca-Cola, Hilton, McDonalds, Canon, HSBC ou Ikea aceitaram participar no apagão pelo bem do planeta. Sydney será, pela diferança horária, a primeira a mergulhar na escuridão, com o apagar das luzes da Ópera. Depois as luzes serão apagadas nas Pirâmides do Egito, a Fontana de Trevi e a Torre de Pisa, na Itália, ou a Torre Eiffel de Paris.
Em Pequim, a Cidade Proibida e o emblemático Ninho do Pássaro, estádio dos Jogos Olímpicos de 2008, também ficarão às escuras. Estes apagões adquirem um significado especial neste país, símbolo de um crescimento econômico fulgurante acompanhado de uma contaminação que ostenta o título de maior poluente do mundo. No Japão, o Memorial da Paz de Hiroshima participará na operação enquanto que os grupos Sony, Sharp e Asahi apagarão suas luzes em Tóquio. Em Dubai, a Burj Khalifa, a maior torre do mundo, sumirá na escuridão.
Em dezembro, a Conferência de Copenhague, sob patrocínio da ONU, desembocou em um acordo de mínimos entre 30 países, dos 192 participantes. acordo fixa como objetivo limitar a dois graus a elevação média da temperatura do planeta, mas é impreciso sobre como se conseguirá ao não cifrar objetivos a curto prazo (2020) nem a médio (2050).
Os grandes países em desenvolvimento, como a China e a Índia, se negam a aceitar obrigações vinculantes e consideram que os objetivos dos países industrializados estão muito longe de sua responsabilidade na poluição do planeta.
sexta-feira, 26 de março de 2010
AREIA VERMELHA -ILHA PB
Em uma reunião realizada no auditório da Superintendência de Administração do Meio Ambiente (Sudema), representantes da Capitania dos Portos, Prefeitura de Cabedelo, Polícia Militar Ambiental, e da própria Sudema, discutiram assuntos relacionados com ações de segurança e organização das atividades de lazer no Parque Estadual Marinho de Areia Vermelha.
Durante a reunião, ficou decidido que pontos como ordenamento, disciplinamento, ocupação e usufruto da Unidade de Conservação devem ter mais atuação dos gestores, principalmente a Sudema. O cadastramento das embarcações de transporte de passageiros foi um tópico discutido e defendido e que a Prefeitura de Cabedelo cumprisse as normas estabelecidas anteriormente.
Foi debatido, também, a realização de um seminário para preparação dos donos de barcos que comercializam e transportam os visitantes, seus marinheiros, guias, garçons, cozinheiros e seguranças para um melhor relacionamento com os frequentadores, além de preparação de panfletos plastificados para leitura e devolução, elaborados pelo órgão ambiental com a normatização da área, como também a confecção de cartazes de orientação dos banhistas, por parte dos proprietários de catamarãs para serem afixados em locais visíveis e a recolocação das bóias de sinalização na área de reclusão dos corais por parte da Polícia Ambiental.
Cumprimento do TAC
Com relação ao cumprimento do Termo de Compromisso Ajustamento de Conduta (TAC) dos bares, ficou acordado em estender o prazo para até a conclusão do plano de manejo da área. Em contrapartida, os bares deverão padronizar suas mesas com guarda-sol igual, bem como oferecer sacolas aos visitantes.
Após a conclusão do Zoneamento Ecológico Econômico da área foi proposta a participação de estudantes do curso de Biologia da Universidade Federal da Paraíba para, através de convênio, auxiliar no monitoramento com explicações expositivas do mundo marinho às crianças que forem com os pais à Unidade de Conservação.
quinta-feira, 25 de março de 2010
Em um mundo de extrema perfeição, ser normal é feio.
“Uma série extraordinária.” – Kirkus Reviews
“Uma narrativa de tirar o fôlego.” – Booklist
Em um mundo de extrema perfeição, ser normal é feio.
Tally Youngblood é feia. Não, isso não significa que ela é alguma aberração da natureza. Não. Ela simplesmente ainda não completou 16 anos. Em Vila Feia, os adolescentes ficam presos em alojamentos até o aniversário de 16 anos, quando recebem um grande presente do governo: uma operação plástica como nunca vista antes na história da humanidade. Suas feições são corrigidas à perfeição, a pele é trocada por outra, sem imperfeições ou – nem pense nisso – espinhas, seus ossos são substituídos por uma liga artificial, mais leve e resistente, os olhos se tornam grandes e os lábios, cheios e volumosos. Em suma, aos 16 anos todos ficam perfeitos.
Tally mal pode esperar pelo seu aniversário. Depois da operação, vai finalmente deixar Vila Feia e se mudar para Nova Perfeição, onde os perfeitos vivem, bebem, pulam de paraquedas, voam a bordo de suas pranchas magnéticas, e se divertem (o tempo todo). Mas, enquanto espera que as poucas semanas até completar 16 anos passem, Tally precisa se distrair.
Uma noite, ela conhece Shay, uma feia que não está nem um pouco ansiosa para completar 16 anos. Pelo contrário: Shay pretende fugir dos limites da cidade e se juntar à Fumaça, um grupo de foras-da-lei que sobrevive retirando seu sustento da natureza.
Para Tally, isso é uma maluquice. Quem iria querer ficar feio para sempre, ou se arriscaria a voltar para a natureza e queimar árvores para se aquecer, em vez de viver com conforto em Nova Perfeição e se divertir à beça? Mas, quando sua amiga desaparece, os Especiais, autoridade máxima deste novo mundo, propõem um acordo com Tally: se unir a eles contra os enfumaçados ou ficar feia para sempre. A escolha de Tally irá mudar o mundo para sempre.
quarta-feira, 24 de março de 2010
Vídeo: Gramático Evanildo Bechara conversa com o JC Online
Vídeo: Gramático Evanildo Bechara conversa com o JC Online
Do JC Online-Recife Pe
O gramático e membro da Academia Brasileira de Letras, Evanildo Bechara, está no Recife para participar de palestras. O JC Online conversou com ele na Aliança Francesa do Derby, zona central da cidade, onde palestrou sobre o abolicionista Joaquim Nabuco.
Bechara, que é um dos maiores especialistas da Língua Portuguesa, fala sobre sobre o ensino do português, certo e errado da língua, critica erros gramaticais da imprensa, entre outros. Confira:
A seguir o professor fala sobre o novo acordo ortográfico da Língua Portuguesa, Portugal e também Joaquim Nabuco. Assista:
Evanildo Bechara é conhecido pela sua "Moderna Gramática Portuguesa", que é reeditada desde 1961. É professor titular e emérito da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) e da Universidade Federal Fluminense (UFF), e passou períodos lecionando nas universidades de Colônia, na Alemanha, e Coimbra, em Portugal, onde é doutor honor
Do JC Online-Recife Pe
O gramático e membro da Academia Brasileira de Letras, Evanildo Bechara, está no Recife para participar de palestras. O JC Online conversou com ele na Aliança Francesa do Derby, zona central da cidade, onde palestrou sobre o abolicionista Joaquim Nabuco.
Bechara, que é um dos maiores especialistas da Língua Portuguesa, fala sobre sobre o ensino do português, certo e errado da língua, critica erros gramaticais da imprensa, entre outros. Confira:
A seguir o professor fala sobre o novo acordo ortográfico da Língua Portuguesa, Portugal e também Joaquim Nabuco. Assista:
Evanildo Bechara é conhecido pela sua "Moderna Gramática Portuguesa", que é reeditada desde 1961. É professor titular e emérito da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) e da Universidade Federal Fluminense (UFF), e passou períodos lecionando nas universidades de Colônia, na Alemanha, e Coimbra, em Portugal, onde é doutor honor
terça-feira, 23 de março de 2010
Diversidade do Festival Nação Cultural une Nando Reis e caboclinhos em Goiana-PE
Do JC Online
Nando Reis é atração na Terra dos Caboclinhos neste sábado
Nando Reis é atração na Terra dos Caboclinhos neste sábado
Foi anunciada, nesta segunda-feira (22), a programação do Festival Pernambuco Nação Cultural da Mata Norte, que tem na cidade de Goiana o start para um evento que contemplará 11 municípios da Mata, Agreste e Sertão do Estado. Segundo a Fundarpe (Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco), o circuito valoriza não só as manifestações típicas de cada local, mas também o desenvolvimento sustentável e a economia.
A partir desta quarta-feira, a chamada Terra dos Caboclinhos abre as portas para sete dias de diversidade cultural: do tradicional Encontro de Caboclinhos a show pop com o cantor Nando Reis, a agenda contempla cortejos pelas ruas do centro, oficinas, Fórum Regional de Cultura e muitos shows em palcos pela cidade. Tudo com entrada franca.
Durante o festival, a cidade reinaugura seu Cine-teatro Polytheama, que passou dois anos fechado e abre as portas com programação de artes cênicas e de cinema. Foram R$ 2 milhões investidos nas obras do espaço, que passa a oferecer 220 lugares para o público, a partir do dia 26.
CONFIRA A PROGRAMAÇÃO:
»Quarta, 24
FÓRUM REGIONAL DE CULTURA DA MATA NORTE
A partir das 9h
Local: Sesi
»Quinta, 25
OFICINAS
Local: Faculdade Autarquia Municipal de Ensino Superior de Goiana
Oficinas Institucionais
- Gestão e Prestação de Contas – Pontos de Cultura
25 de março
9h às 12h e 14h às 17h
OFICINAS DE FORMAÇÃO CIDADÃ
- Cultura, Direito e Diversidade
25 de março
9h às 12h e 14h às 18h
OFICINAS DE LINGUAGEM
- Pífano
25, 26 e 29 de março
14h às 17h
-Mamulengo
25 a 30 de março
14h às 18h
- Papel Machê
25 a 30 de março
14h às 18h
PALCO PERNAMBUCO NAÇÃO CULTURAL
A partir das 20h
Local: Avenida Nunes Machado
Observa e Toca – Seletiva Mata Norte
»Sexta, 26
OFICINAS
Local: Faculdade Autarquia Municipal de Ensino Superior de Goiana
Oficinas Institucionais
- Birô Pontos de Cultura
9h às 12h e 14h às 17h
Oficina de Formação Cidadã
- Maracatus e Caboclinhos: estratégias de resistência e afirmação do povo negro em Pernambuco
19h às 21h
ENCONTRO REGIONAL DE COMUNICAÇÃO
14h30
Local: Sesi
PALCO PERNAMBUCO NAÇÃO CULTURAL
A partir das 20h
Local: Avenida Nunes Machado
Observa e Toca – Seletiva Mata Norte
Encerramento com show de Josildo Sá
TEATRO
20h
A Chegada da Prostituta no Céu
»Sábado, 27
CORTEJOS
A partir das 7h
Local: Concentração na entrada da cidade
Clube Carnavalesco Misto Lenhadores de Goiana
Filarmônica 28 de Junho
Orquestra de Frevo Revoltosa
Orquestra Popular da Mata Norte
A partir das 16h
Orquestra Euterpina Juvenil Nazareno (CapaBode)
Bloco Caravana Andaluza
Maracatu Carnavalesco Misto Leão Coroado
Maracatu Burras Vencedoras
Pretinhas do Congo de Goiana
Orquestra 22 de Novembro
Associação Musical Euterpina de Timbaúba
Programação do Cine-teatro Polytheama
CINEMA
18h (Classificação: livre)
Curtas-metragens:
- A Cambinda do Cumbe, de Luiz Hélio Barreto
- O Homem da Mata, de Antônio Carrilho
- Fuloresta do Samba, de Marcelo Pinheiro
- CINENAZA - Mais Cultura em Nazaré da Mata, de Cléber Amorim e Waston Ferreira
- O Rei do Coco, de João Marcelo Ferraz
19h30 (Classificação: 18 anos)
- Baixio das Bestas, de Claudio Assis
PALCO PERNAMBUCO NAÇÃO CULTURAL
A partir das 20h
Local: Avenida Nunes Machado
Banda Musical Saboeira
Família Salustiano e a Rabeca Encantada
Ticuqueiros
Nando Reis
»Domingo, 28
CORTEJOS
A partir das 16h
Local: Concentração na entrada da cidade
Maracatu Estrela Brilhante de Recife
Maracatu Leão Dourado
Maracatu Estrela da Tarde
Boi Jardim
Maracatu Leão Vencedor de Chã de Alegria
Maracatu Coração Nazareno
Cavalo Marinho Estrela Brilhante de Condado
PALCO PERNAMBUCO NAÇÃO CULTURAL
A partir das 17h
Local: Avenida Nunes Machado
Palavra Cantada
Sociedade Musical Curica
Sérgio Cassiano
Fim de Feira
TEATRO
17h
Guerreiros da Bagunça
CINEMA
17h (Classificação: livre)
Curtas:
- A Quase Tragédia de Mané, ou O Bode que ia Dando Bode
- A Revolta do Boêmio, de Elthon Taurino
- Coco de Yá, de Charles Wolf
- Maracatu Maracatus, de Marcelo Gomes
- Olé Laurinda, o canto das raspadeiras de mandioca, Everaldo Costa Santana
20h (Classificação: 18 anos)
- Amigos de Risco, de Daniel Bandeira
»Segunda, 29
OFICINAS
Local: Faculdade Autarquia Municipal de Ensino Superior de Goiana
Oficinas Institucionais
- Educação Patrimonial
29 de março
9h às 12h e 14h às 18h
- Elaboração de Projetos
29 e 30 de março
9h às 12h e 14h às 18h
Oficina Formação Cidadã
- Quilombolas Catucá
14h às 17h
PROGRAMAÇÃO DO CINE-TEATRO POLYTHEAMA
Oficina
- Indústrias Criativas
19h às 21h
PALCO PERNAMBUCO NAÇÃO CULTURAL
A partir das 20h
Local: Avenida Nunes Machado
Desafio de Cantadores
»Terça, 30
Oficinas Institucionais
- Elaboração de Projetos
29 e 30 de março
9h às 12h e 14h às 18h
- Funcultura
30 de março
14h às 18h
A partir das 17h
Local: Concentração na entrada da cidade
Encontro de Caboclinhos
Oficinas de formação cidadã
- Heroínas de Tejucupapo
30 de março
19h às 21h
- A Dinâmica da Interculturalidade Popular
30 de março
19h às 21h
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PEC do Trabalho Escravo pode continuar "esquecida" na Câmara
BY REPÓRTER BRASIL
À espera de votação no Plenário há quase 6 anos (após aprovação em 1º turno em 2004), a emenda que prevê o confisco de terras de escravagistas corre sério risco de "perecer" engavetada por mais uma legislatura
Por Rodrigo Rocha e Maurício Hashizume
A Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 438/2001, que prevê a expropriação da terra em que ficar comprovada a exploração de trabalho escravo e tem apoio de um abaixo-assinado com mais de 168 mil adesões, se tornou quase um sinônimo do combate à escravidão contemporânea.
À espera de votação no Plenário da Câmara dos Deputados há quase seis anos (após aprovação em primeiro turno em agosto de 2004), a PEC do Trabalho Escravo corre sério risco de "perecer" engavetada por mais uma legislatura caso não seja "ressuscitada" pelas lideranças da Casa até 5 de abril, quando se encerra o prazo acordado até aqui para a escolha (ou descarte completo) de emendas que ainda poderão ser apreciadas em 2010.
Como a definição da agenda de votações está a cargo do Colégio de Líderes, a Repórter Brasil entrou em contato com as principais lideranças na Câmara Federal e com a presidência da Casa legislativa para aferir as chances reais de desbloqueio do andamento da PEC 438/2001.
No ano passado, o presidente da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP), chegou a anunciar planos para colocar a PEC do Trabalho Escravo em votação. Desta vez, porém, ele prefere a cautela absoluta. Por meio de sua assessoria de imprensa, declarou apenas que decidiu não se manifestar porque essa decisão deverá ser tomada pelo Colégio de Líderes e que, por esse motivo, não emitirá opinião sobre o mérito de PEC alguma antes que isso ocorra.
Outras 62 PECs também aguardam votação pelo pleno. A assessoria de imprensa da Presidência da Câmara reitera ainda que são votadas, em média, três PECs por ano. Estima-se que, se a opção pelas votações prevalecer, serão priorizadas no máximo quatro emendas para 2010.
Líder do governo, Cândido Vacarezza (PT-SP) vem se posicionando contra a votação de PECs em ano eleitoral. À imprensa, ressalvou, contudo, que o governo tende a apoiar a apreciação da PEC do Trabalho Escravo, vez que a mesma já foi votada em primeiro turno. Ocorre que, diante do alvoroço generalizado da Copa do Mundo de futebol em junho, as probabilidades de votação de emendas - que exigem ao menos 308 votos (3/5 do total de 513) favoráveis para aprovação - caem substancialmente.
Já o discurso de Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), líder do bloco PMDB/PTC, dá a medida do real interesse pelo tema na maior bancada (91 deputados). A assessoria do parlamentar informou à reportagem que a PEC 438/2001 não está na pauta de discussão no momento. A matéria só fará parte do rol de pedidos do PMDB junto ao Colégio de Líderes, continua a assessoria, caso a maioria dos membros da bancada decida votar a favor da mesma. Essa súbita preferência, quando matérias mais "populares" - como a emenda dos donos de cartórios e a do aumento para policiais civis e militares - seguem pendentes, dificilmente deve se concretizar.
"A PEC do Trabalho Escravo é um compromisso da bancada do PT. Mas, pragmaticamente, acho bem difícil que a emensa seja votada ainda este ano", coloca Fernando Ferro (PT-PE), atual líder da bancada petista (77 integrantes). De acordo com ele, a última vez que a possibilidade de votação da proposta em plenário foi aventada no Colégio de Líderes se deu em meados de 2009. "Mais recentemente, sequer foi discutida", complementa.
Fernando Ferro atribui a estagnação da PEC em questão diretamente à resistência "muito forte" da bancada ruralista, pautada pelos interesses dos proprietários rurais. Daniel Almeida (PCdoB-BA), que lidera o bloco PSB/PCdoB/PMN/PRB (50 deputados) no Congresso Nacional, também aponta a emenda que intensifica a punição contra quem explora trabalho escravo como prioridade, pois "mexer no patrimônio é sempre eficiente no Brasil". Para o congressista, os ruralistas "relutam em admitir que existem práticas incompatíveis com a legislação nas fazendas brasileiras".
A resposta mais surpreendente encaminhada à Repórter Brasil foi a de João Almeida (PSDB-BA), líder de 57 políticas e políticos tucanos. Perguntado sobre a PEC do Trabalho Escravo, o congressista admitiu que "desconhece" a proposta, até porque, conforme a sua assessoria, a emenda não foi colocada em debate nas reuniões de lideranças das quais participou.
Eleito pela quinta vez seguida como deputado federal, João Almeida é geólogo e ocupa uma das cadeiras da Casa desde 1991. O desconhecimento acerca da PEC surpreende por dois motivos. Nos últimos anos, fiscalizações têm recorrentemente libertado trabalhadores em fazendas na Bahia, que também assiste à migração e ao aliciamento de muita mão de obra para outras regiões. E em 2004, o líder do PSDB fez parte, como suplente, da comissão especial que tratou justamente da PEC 438/2001.
A assessoria de Paulo Bornhausen (DEM-SC), que lidera 55 deputados do partido, afirma que o tema ainda não foi avaliado, pois a PEC do Trabalho Escravo ainda não entrou em pauta de votação. Somente quando isso acontecer, a proposta deve passar por análise técnica da liderança do partido. Ainda segundo a assessoria, o DEM - que abriga contingente significativo de ruralistas - costuma priorizar as pautas de autoria de sua bancada.
Há na oposição, entretanto, quem veja pessoalmente a PEC com bons olhos. Gustavo Fruet (PSDB-PR), que assumiu a liderança da minoria na semana passada, declarou apoiar a matéria, como parlamentar. Na condição de líder, ele ainda averiguará o andamento das negociações acerca da escolha do que poderá ou não ser submetido à votação no Plenário, mas tem frisado que prefere as propostas direcionadas ao interesse geral da sociedade.
Gustavo Fruet, aliás, faz parte da Frente Parlamentar Mista pela Erradicação do Trabalho Escravo, que foi registrada oficialmente no último dia 10 de março e tem atualmente 195 membros da Câmara dos Deputados e 55 integrantes do Senado Federal. Um dos principais objetivos da articulação consiste na aprovação da PEC do Trabalho Escravo - classificada pelo senador José Nery (PSOL-PA), presidente da Frente Parlamentar, como "segunda Lei Áurea".
A aprovação da PEC 438/2001 aparece como uma das metas de curto prazo do I Plano Nacional para a Erradicação do Trabalho Escravo, lançado em 2003, e consta novamente como meta de curto prazo do II Plano Nacional para a Erradicação do Trabalho Escravo, de 2008.
A matéria já passou pelo Senado em 2003. Se for aprovada em segundo turno pela Câmara, a emenda retornará ao Senado por causa das modificações promovidas pelos deputados. A primeira proposição de confisco de terras dos escravagistas é de autoria do deputado Paulo Rocha (PT-PA) e foi apresentada originalmente em 1995, há 15 anos. Ela foi apensada à PEC 438/2001, do senador Ademir Andrade (PSB-PA).
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À espera de votação no Plenário há quase 6 anos (após aprovação em 1º turno em 2004), a emenda que prevê o confisco de terras de escravagistas corre sério risco de "perecer" engavetada por mais uma legislatura
Por Rodrigo Rocha e Maurício Hashizume
A Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 438/2001, que prevê a expropriação da terra em que ficar comprovada a exploração de trabalho escravo e tem apoio de um abaixo-assinado com mais de 168 mil adesões, se tornou quase um sinônimo do combate à escravidão contemporânea.
À espera de votação no Plenário da Câmara dos Deputados há quase seis anos (após aprovação em primeiro turno em agosto de 2004), a PEC do Trabalho Escravo corre sério risco de "perecer" engavetada por mais uma legislatura caso não seja "ressuscitada" pelas lideranças da Casa até 5 de abril, quando se encerra o prazo acordado até aqui para a escolha (ou descarte completo) de emendas que ainda poderão ser apreciadas em 2010.
Como a definição da agenda de votações está a cargo do Colégio de Líderes, a Repórter Brasil entrou em contato com as principais lideranças na Câmara Federal e com a presidência da Casa legislativa para aferir as chances reais de desbloqueio do andamento da PEC 438/2001.
No ano passado, o presidente da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP), chegou a anunciar planos para colocar a PEC do Trabalho Escravo em votação. Desta vez, porém, ele prefere a cautela absoluta. Por meio de sua assessoria de imprensa, declarou apenas que decidiu não se manifestar porque essa decisão deverá ser tomada pelo Colégio de Líderes e que, por esse motivo, não emitirá opinião sobre o mérito de PEC alguma antes que isso ocorra.
Outras 62 PECs também aguardam votação pelo pleno. A assessoria de imprensa da Presidência da Câmara reitera ainda que são votadas, em média, três PECs por ano. Estima-se que, se a opção pelas votações prevalecer, serão priorizadas no máximo quatro emendas para 2010.
Líder do governo, Cândido Vacarezza (PT-SP) vem se posicionando contra a votação de PECs em ano eleitoral. À imprensa, ressalvou, contudo, que o governo tende a apoiar a apreciação da PEC do Trabalho Escravo, vez que a mesma já foi votada em primeiro turno. Ocorre que, diante do alvoroço generalizado da Copa do Mundo de futebol em junho, as probabilidades de votação de emendas - que exigem ao menos 308 votos (3/5 do total de 513) favoráveis para aprovação - caem substancialmente.
Já o discurso de Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), líder do bloco PMDB/PTC, dá a medida do real interesse pelo tema na maior bancada (91 deputados). A assessoria do parlamentar informou à reportagem que a PEC 438/2001 não está na pauta de discussão no momento. A matéria só fará parte do rol de pedidos do PMDB junto ao Colégio de Líderes, continua a assessoria, caso a maioria dos membros da bancada decida votar a favor da mesma. Essa súbita preferência, quando matérias mais "populares" - como a emenda dos donos de cartórios e a do aumento para policiais civis e militares - seguem pendentes, dificilmente deve se concretizar.
"A PEC do Trabalho Escravo é um compromisso da bancada do PT. Mas, pragmaticamente, acho bem difícil que a emensa seja votada ainda este ano", coloca Fernando Ferro (PT-PE), atual líder da bancada petista (77 integrantes). De acordo com ele, a última vez que a possibilidade de votação da proposta em plenário foi aventada no Colégio de Líderes se deu em meados de 2009. "Mais recentemente, sequer foi discutida", complementa.
Fernando Ferro atribui a estagnação da PEC em questão diretamente à resistência "muito forte" da bancada ruralista, pautada pelos interesses dos proprietários rurais. Daniel Almeida (PCdoB-BA), que lidera o bloco PSB/PCdoB/PMN/PRB (50 deputados) no Congresso Nacional, também aponta a emenda que intensifica a punição contra quem explora trabalho escravo como prioridade, pois "mexer no patrimônio é sempre eficiente no Brasil". Para o congressista, os ruralistas "relutam em admitir que existem práticas incompatíveis com a legislação nas fazendas brasileiras".
A resposta mais surpreendente encaminhada à Repórter Brasil foi a de João Almeida (PSDB-BA), líder de 57 políticas e políticos tucanos. Perguntado sobre a PEC do Trabalho Escravo, o congressista admitiu que "desconhece" a proposta, até porque, conforme a sua assessoria, a emenda não foi colocada em debate nas reuniões de lideranças das quais participou.
Eleito pela quinta vez seguida como deputado federal, João Almeida é geólogo e ocupa uma das cadeiras da Casa desde 1991. O desconhecimento acerca da PEC surpreende por dois motivos. Nos últimos anos, fiscalizações têm recorrentemente libertado trabalhadores em fazendas na Bahia, que também assiste à migração e ao aliciamento de muita mão de obra para outras regiões. E em 2004, o líder do PSDB fez parte, como suplente, da comissão especial que tratou justamente da PEC 438/2001.
A assessoria de Paulo Bornhausen (DEM-SC), que lidera 55 deputados do partido, afirma que o tema ainda não foi avaliado, pois a PEC do Trabalho Escravo ainda não entrou em pauta de votação. Somente quando isso acontecer, a proposta deve passar por análise técnica da liderança do partido. Ainda segundo a assessoria, o DEM - que abriga contingente significativo de ruralistas - costuma priorizar as pautas de autoria de sua bancada.
Há na oposição, entretanto, quem veja pessoalmente a PEC com bons olhos. Gustavo Fruet (PSDB-PR), que assumiu a liderança da minoria na semana passada, declarou apoiar a matéria, como parlamentar. Na condição de líder, ele ainda averiguará o andamento das negociações acerca da escolha do que poderá ou não ser submetido à votação no Plenário, mas tem frisado que prefere as propostas direcionadas ao interesse geral da sociedade.
Gustavo Fruet, aliás, faz parte da Frente Parlamentar Mista pela Erradicação do Trabalho Escravo, que foi registrada oficialmente no último dia 10 de março e tem atualmente 195 membros da Câmara dos Deputados e 55 integrantes do Senado Federal. Um dos principais objetivos da articulação consiste na aprovação da PEC do Trabalho Escravo - classificada pelo senador José Nery (PSOL-PA), presidente da Frente Parlamentar, como "segunda Lei Áurea".
A aprovação da PEC 438/2001 aparece como uma das metas de curto prazo do I Plano Nacional para a Erradicação do Trabalho Escravo, lançado em 2003, e consta novamente como meta de curto prazo do II Plano Nacional para a Erradicação do Trabalho Escravo, de 2008.
A matéria já passou pelo Senado em 2003. Se for aprovada em segundo turno pela Câmara, a emenda retornará ao Senado por causa das modificações promovidas pelos deputados. A primeira proposição de confisco de terras dos escravagistas é de autoria do deputado Paulo Rocha (PT-PA) e foi apresentada originalmente em 1995, há 15 anos. Ela foi apensada à PEC 438/2001, do senador Ademir Andrade (PSB-PA).
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segunda-feira, 22 de março de 2010
Exploração dos meios digitais na Educação
by INTEWRDIDÁTICA
A importância da reforma dos sistemas educativos é apontada pelas organizações internacionais como uma prioridade na preparação dos cidadãos para a sociedade pós-moderna. Especialistas brasileiros e do exterior estarão no Seminário de Tecnologia da Interdidática.
Vinda de Portugal, a professora doutora Maria João Gomes tratará dos Portifólios Digitais: das Aprendizegens dos Alunos ao Desenvolvimento Profissional dos Professores. No contexto educacional e escolar, os portifólios podem ser utilizados com focos diferenciados: centrados na escola, assumindo-se como meio de apresentação e publicitação da própria escola,; centrados nos alunos, constituindo-se como estratégia de promoção de aprendizagens e/ou de avaliação; e centrados nos professores, constituindo-se como instrumento/processo de desenvolvimento profissional e/ou de avaliação de desempenho.
Será discutido o potencial dos portifólios, particularmente dos digitais, considerando os três focos de análise referidos e reportando-nos a contextos e situações concretas de exploração dos mesmos.
Doutora em Educação, na especialidade de Tecnologia Educativa, Maria João Gomes é Professora e Diretora-Adjunta do Departamento de Estudos Curriculares e Tecnologia Educativa do Instituto de Educação da Universidade do Minho, em Portugal. Tem lecionado no âmbito de diversos cursos de graduação e pós-graduação, nomeadamente as unidades curriculares de “Educação e Tecnologias Multimídia” e “Ensino a Distância e E-Learning”. Autora de mais de sessenta textos na área das tecnologias da informação e comunicação na educação, entre livros, artigos e comunicações em eventos científicos. Atualmente é Diretora da Revista Eletrônica “Educação, Formação & Tecnologias” e membro do conselho de redação da “Revista Portuguesa de Educação”.
A importância da reforma dos sistemas educativos é apontada pelas organizações internacionais como uma prioridade na preparação dos cidadãos para a sociedade pós-moderna. Especialistas brasileiros e do exterior estarão no Seminário de Tecnologia da Interdidática.
Vinda de Portugal, a professora doutora Maria João Gomes tratará dos Portifólios Digitais: das Aprendizegens dos Alunos ao Desenvolvimento Profissional dos Professores. No contexto educacional e escolar, os portifólios podem ser utilizados com focos diferenciados: centrados na escola, assumindo-se como meio de apresentação e publicitação da própria escola,; centrados nos alunos, constituindo-se como estratégia de promoção de aprendizagens e/ou de avaliação; e centrados nos professores, constituindo-se como instrumento/processo de desenvolvimento profissional e/ou de avaliação de desempenho.
Será discutido o potencial dos portifólios, particularmente dos digitais, considerando os três focos de análise referidos e reportando-nos a contextos e situações concretas de exploração dos mesmos.
Doutora em Educação, na especialidade de Tecnologia Educativa, Maria João Gomes é Professora e Diretora-Adjunta do Departamento de Estudos Curriculares e Tecnologia Educativa do Instituto de Educação da Universidade do Minho, em Portugal. Tem lecionado no âmbito de diversos cursos de graduação e pós-graduação, nomeadamente as unidades curriculares de “Educação e Tecnologias Multimídia” e “Ensino a Distância e E-Learning”. Autora de mais de sessenta textos na área das tecnologias da informação e comunicação na educação, entre livros, artigos e comunicações em eventos científicos. Atualmente é Diretora da Revista Eletrônica “Educação, Formação & Tecnologias” e membro do conselho de redação da “Revista Portuguesa de Educação”.
domingo, 21 de março de 2010
Por la economía, el arte contemporáneo en la Argentina aún es frágil"
ENTREVISTA ROBERT STORR DECANO DE ARTES DE LA UNIVERSIDAD DE YAL
by REVIST A`N EL CLARIN AR
"
Según el experto estadounidense, el mundo del arte ahora le presta atención a Latinoamérica.
Por: Mercedes Pérez Bergliaffa
ESPECIAL PARA CLARIN
STORR. "El arte hace dos cosas: cristaliza pensamientos y también crea algo nuevo en el mundo."
De ojos claros y mirada oculta, dueño de una enorme estatura, el prestigioso curador Robert Storr engaña: en persona, parece cualquier cosa menos poderoso. Y esto, en el mundo del arte, es señal de inteligencia. Nadie imaginaría, al verlo pasar, que este señor de unos cincuenta y pico de años, de hablar tranquilo y humor calmo, fue el primer norteamericano en dirigir la Bienal de Arte de Venecia, la más prestigiosa del mundo. Y que estuvo situado en el "ránking" del arte (sí, en el arte contemporáneo también hay "top 5") como una de las diez personas más influyentes del mundo.
Luego de pasar una semana en la Argentina invitado por la sede local de la Universidad de Yale (institución donde enseña) y a sólo horas de volver a sus pagos, Storr se entrevistó con Clarín al final de un día ajetreado en el que dictó, al hilo, dos largas conferencias, una en el MALBA y otra en el Museo Nacional de Bellas Artes.
¿Qué es lo que tiene el arte que lo hace tan interesante para usted?
Creo que el arte hace dos cosas: en primer término, cristaliza pensamientos. Es un lugar en el que los pensamientos comienzan a tener forma. Y también crea algo nuevo en el mundo, algo que nunca jamás ha sido visto antes, que nunca jamás antes existió.
¿Dónde encuentra, en el mundo del arte, los mayores prejuicios?
La mayoría, en el mundo académico, más que en la producción de un trabajo curatorial y de exhibición. Pero tanto en un mundo como en el otro hay prejuicios. Y también hay mentiras. Esto pasa porque el arte está conectado con el poder y con el dinero. Y por supuesto que hay gente que miente para poder acceder a algo de eso.
Es la tercera vez que nos visita. ¿Por qué viajó anteriormente?
Vine a principios de los 90 con una beca de la Fundación Antorchas, a conocer el país y su panorama artístico. Y en 2006, a propósito de la Bienal de Venecia que me tocó dirigir (la de 2007). Ese año estuve dos semanas en Argentina, hablando con Guillermo Kuitca (quien fue "el" artista argentino invitado oficialmente a participar de la Bienal). También vi muchos trabajos de artistas que me gustaron, pero no tenía suficiente espacio en Venecia para exhibirlos. Ahora estoy recordando lo que vi y conocí y guardándolo para una futura exhibición.
Ahora estuvo visitando Rosario. ¿Por qué eligió ir a esa ciudad?
Fui para que la artista Graciela Carnevale me hablara sobre "Tucumán arde".
¿Cómo ve el arte contemporáneo local?
Creo que, en algunas áreas, el arte contemporáneo aquí es todavía una estructura frágil, debido a la economía del país y todo lo que se relaciona con ella. Aunque también hay instituciones que hacen acciones fuertes y que están establecidas hace mucho tiempo. Por ejemplo, el Museo Nacional de Bellas Artes. El MALBA también es fantástico. Y los proyectos que se hicieron con las becas Kuitca fueron fuertes en su momento, porque ayudaron al nuevo arte y a los artistas que estaban por venir al sistema. Sé que la comunidad internacional, desde hace un par de décadas, sigue de cerca lo que pasa en Latinoamérica respecto del arte, específicamente en Argentina, Brasil, Venezuela, Uruguay y Chile. Estos son países-claves y hay mucha atención puesta en el arte que se produce. Por eso, cualquier cosa que ocurra aquí de ahora en más no va a ocurrir en una aislamiento tan grande. En síntesis, creo que Argentina es un lugar donde poner el ojo y considerar. Hay mucha historia y muchas cosas buenas, pero creo que en el arte, las piezas todavía no se ensamblaron, no se juntaron. Ahora es el momento, el punto donde podrían y deberían hacerlo. Pero, ya sabe, quizás yo esté equivocado, dado que soy extranjero.
Tamañ
sexta-feira, 19 de março de 2010
Luta por legitimação
Quase sete anos depois da edição da lei que torna obrigatórios os conteúdos de história e cultura africanas e afro-brasileiras, os negros continuam lutando pelo reconhecimento de suas contribuições culturais e por aceitação no espaço escolar
Rachel Cardoso
O Supremo Tribunal Federal será palco, no primeiro semestre deste ano, de debates sobre as cotas raciais em universidades - divisor de opiniões sobre a chaga do racismo no país. O fato de o tema ter chegado a tal instância é um indício de sua efervescência na sociedade. É a primeira vez na história nacional que o assunto marca presença na mais alta corte federal. Mas chega com atraso de pelo menos duas décadas em relação a países de passado igualmente escravista, como os Estados Unidos, onde uma agenda pós-racial, em que a educação tem papel de destaque na promoção da igualdade social, desaguou na eleição do primeiro presidente negro do país, o democrata Barack Obama. Por aqui, o martelo da Corte pode funcionar como um divisor de águas para as políticas públicas na medida em que poderá significar a admissão do racismo e constituir-se no primeiro passo para o reconhecimento dos prejuízos que ele produz, além de afirmar a constitucionalidade ou não das medidas de ações afirmativas.
É nesse cenário que aparece hoje a questão da inserção social do negro, quadro que ganha contornos próprios no ambiente escolar, espaço ora de ratificação de preconceitos, ora de inflexão de costumes e visões. Trata-se de uma situação complexa, cujas raízes estão diretamente relacionadas a uma cultura da ignorância. De modo geral, faltam conhecimento, referência e memória à população em geral, dentro e fora da sala de aula. "Percebemos muitas atrocidades no contato diário com os professores que nos visitam", diz a coordenadora do Núcleo de Educação do Museu AfroBrasil, Renata Felinto. "Muitos educadores tratam as leis que incluem a história afro-brasileira no currículo escolar como modismo. Em função disso, quase nada mudou."
Ainda está presente no imaginário coletivo a imagem do homem negro como indolente, mas ao mesmo tempo mais forte do que os outros, o que teria sido a causa de sua escolha para a escravidão. Confundido com a malandragem no passado, está associado à criminalidade nos dias de hoje, avalia a educadora. "No cotidiano, o senso comum é que o negro é sempre um suspeito em potencial. As mulheres, por sua vez, são vistas como úteis para prestar serviços domésticos como babás, empregadas e cozinheiras, feias, porque fora do padrão de beleza branco", lembra Renata.
Não há percepção coletiva de que o histórico de falta de oportunidades leva ao reforço do estigma. O que explica em parte a ideologia do branqueamento. Vide o caso do escritor Machado de Assis, que, mulato, perdeu, para alguns, contato com seu universo de origem. "Quanto mais erudito menos negro", explica Renata. "Símbolos como a capoeira, a feijoada, o carnaval, o samba e até as mulatas são destacados como diferenciais da cultura brasileira no exterior, mas internamente ninguém assume a própria origem e o que se exalta é sempre a ascendência europeia."
Até quando o assunto é samba há polêmica. É consensual a importância do negro e de seu universo festivo e religioso na formação daquela que viria a ser considerada a música símbolo do país. Nessa linha, o samba é visto como um movimento de continuidade e afirmação dos valores culturais negros, uma cultura não oficial e alternativa, que seria uma forma de resistência cultural ao modo de produção dominante da sociedade do início do século 20. Mas há quem lembre a expropriação cultural do negro, exemplificada na estratégia da sociedade branca dominante, que enfraqueceu o caráter étnico das associações carnavalescas dos negros e do próprio samba como gênero musical, impedindo que se tornassem elementos de construção de uma consciência negra. Como aponta o historiador Marcos Napolitano em A síncope das ideias (Perseu Abramo, 2007), o samba foi objeto de disputa simbólica assim que se constituiu como fenômeno da indústria cultural, ainda nos anos 30 do século passado. De um lado, o governo Vargas buscando apropriar-se dos símbolos populares e associá-los ao trabalho; de outro, os sambistas que transitavam nas margens do sistema e cantavam a vida boêmia....leia mais-MATÉRIA INTEIRA = clicando no título-UOL-
Rachel Cardoso
O Supremo Tribunal Federal será palco, no primeiro semestre deste ano, de debates sobre as cotas raciais em universidades - divisor de opiniões sobre a chaga do racismo no país. O fato de o tema ter chegado a tal instância é um indício de sua efervescência na sociedade. É a primeira vez na história nacional que o assunto marca presença na mais alta corte federal. Mas chega com atraso de pelo menos duas décadas em relação a países de passado igualmente escravista, como os Estados Unidos, onde uma agenda pós-racial, em que a educação tem papel de destaque na promoção da igualdade social, desaguou na eleição do primeiro presidente negro do país, o democrata Barack Obama. Por aqui, o martelo da Corte pode funcionar como um divisor de águas para as políticas públicas na medida em que poderá significar a admissão do racismo e constituir-se no primeiro passo para o reconhecimento dos prejuízos que ele produz, além de afirmar a constitucionalidade ou não das medidas de ações afirmativas.
É nesse cenário que aparece hoje a questão da inserção social do negro, quadro que ganha contornos próprios no ambiente escolar, espaço ora de ratificação de preconceitos, ora de inflexão de costumes e visões. Trata-se de uma situação complexa, cujas raízes estão diretamente relacionadas a uma cultura da ignorância. De modo geral, faltam conhecimento, referência e memória à população em geral, dentro e fora da sala de aula. "Percebemos muitas atrocidades no contato diário com os professores que nos visitam", diz a coordenadora do Núcleo de Educação do Museu AfroBrasil, Renata Felinto. "Muitos educadores tratam as leis que incluem a história afro-brasileira no currículo escolar como modismo. Em função disso, quase nada mudou."
Ainda está presente no imaginário coletivo a imagem do homem negro como indolente, mas ao mesmo tempo mais forte do que os outros, o que teria sido a causa de sua escolha para a escravidão. Confundido com a malandragem no passado, está associado à criminalidade nos dias de hoje, avalia a educadora. "No cotidiano, o senso comum é que o negro é sempre um suspeito em potencial. As mulheres, por sua vez, são vistas como úteis para prestar serviços domésticos como babás, empregadas e cozinheiras, feias, porque fora do padrão de beleza branco", lembra Renata.
Não há percepção coletiva de que o histórico de falta de oportunidades leva ao reforço do estigma. O que explica em parte a ideologia do branqueamento. Vide o caso do escritor Machado de Assis, que, mulato, perdeu, para alguns, contato com seu universo de origem. "Quanto mais erudito menos negro", explica Renata. "Símbolos como a capoeira, a feijoada, o carnaval, o samba e até as mulatas são destacados como diferenciais da cultura brasileira no exterior, mas internamente ninguém assume a própria origem e o que se exalta é sempre a ascendência europeia."
Até quando o assunto é samba há polêmica. É consensual a importância do negro e de seu universo festivo e religioso na formação daquela que viria a ser considerada a música símbolo do país. Nessa linha, o samba é visto como um movimento de continuidade e afirmação dos valores culturais negros, uma cultura não oficial e alternativa, que seria uma forma de resistência cultural ao modo de produção dominante da sociedade do início do século 20. Mas há quem lembre a expropriação cultural do negro, exemplificada na estratégia da sociedade branca dominante, que enfraqueceu o caráter étnico das associações carnavalescas dos negros e do próprio samba como gênero musical, impedindo que se tornassem elementos de construção de uma consciência negra. Como aponta o historiador Marcos Napolitano em A síncope das ideias (Perseu Abramo, 2007), o samba foi objeto de disputa simbólica assim que se constituiu como fenômeno da indústria cultural, ainda nos anos 30 do século passado. De um lado, o governo Vargas buscando apropriar-se dos símbolos populares e associá-los ao trabalho; de outro, os sambistas que transitavam nas margens do sistema e cantavam a vida boêmia....leia mais-MATÉRIA INTEIRA = clicando no título-UOL-
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