Com depoimentos já acontecidos, neste fórum , gostaria de destacar os de :Christina Kirchner- Juan Grabois-AR Joana Mortágua,PT,Gustavo Pedro-COL, Dilma Rousseff, Gutemberg Farias-Br e da chilena-Beatriz Sanchez- Chl,esta última denunciando a morte de Camilo Catrillanca, afora os gritos de LULA LIVRE.
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Deixo com vocês a matéria -abaixo da RFI -de Márcio Rezende.
https://bit.ly/2DPkGqX
Diante do avanço da direita no mundo e particularmente na América do Sul, acontece a partir desta segunda-feira (20) em Buenos Aires o primeiro Foro Mundial do Pensamento Crítico. Um dos principais tópicos será o impacto da vitória de Jair Bolsonaro no Brasil que causou surpresa generalizada na região.
Marcio Resende, correspondente da RFI em Buenos Aires
Os ex-presidentes Dilma Rousseff, Cristina Kirchner e José Mujica são as estrelas do encontro que terá ainda os ex-candidatos Fernando Haddad, Manuela D'ávila e Guilherme Boulos. O Foro Mundial do Pensamento Crítico terá mais de 200 convidados expositores entre ex-presidentes de esquerda, intelectuais progressistas internacionais e líderes de movimentos sociais.
Os debates incluem o futuro da democracia, ameaçada pela desigualdade social e pelo surgimento de líderes da extrema direita, o mais ilustrativo de todos é o presidente eleito, Jair Bolsonaro. O Foro pode ser uma oportunidade para a autocrítica da esquerda que soma derrotas eleitorais desde 2015. A reunião é também uma espécie de resposta antecipada à Cúpula de líderes do G20 que vai acontecer na capital argentina dentro de 10 dias.
O evento é organizado pelo Conselho Latino-americano de Ciências Sociais, a CLACSO, e vai até sexta-feira, mas os dois primeiros dias são os que concentram os principais expositores. A ex-presidente Dilma Rousseff abre o encontro com o painel "Democracia, cidadania e estado de exceção".
Também terão destaque os ex-presidentes do Uruguai, José Mujica; da Argentina, Cristina Kirchner; e da Colômbia, Ernesto Samper. Estarão ainda acadêmicos de diversos países e referentes da esquerda mundial como o líder espanhol do Podemos, Pablo Iglesias. O Foro acontece em um pequeno estádio com capacidade para dez mil pessoas, mas são mais de 50 mil inscritos. Muita gente vai acompanhar através de telões do lado de fora.
Vitória de Bolsonaro no Brasil é um dos pontos centrais
A recente vitória de Jair Bolsonaro no Brasil é um dos pontos centrais do evento. As lideranças políticas vão debater o assunto em diversos painéis. Por exemplo, o ex-presidente uruguaio, José Mujica, vai protagonizar o debate "América Latina: medo, esperança e utopia".
Já os candidatos brasileiros derrotados nas últimas eleições, Fernando Haddad, Manuela D'ávila e Guilherme Boulos vão apresentar o painel "Brasil, a esperança vencerá o medo". Há três anos exatamente, desde a vitória de Mauricio Macri aqui na Argentina em 2015, todas as eleições na América do Sul foram ganhas pela direita, mas nenhuma foi tão surpreendente quanto a de Jair Bolsonaro no Brasil.
O Foro do Pensamento Crítico é também apelidado de "Contra-Cúpula" porque nos próximos dias 30 de novembro e 1 de dezembro haverá aqui em Buenos Aires a reunião dos líderes do G20. O evento é uma oportunidade para a esquerda reagir ao crescimento das forças conservadoras e apresentar estratégias que invertam essa tendência. O Foro não é necessariamente uma crítica aos adversários, mas critica as próprias práticas da esquerda. Nesse reconhecimento de erros, aparece a corrupção estrutural, o financiamento ilegal de campanhas e a falta de reformas estruturais depois de mais de 12 anos de governos de esquerda.
O objetivo dos palestrantes será contribuir com soluções aos problemas globais. O evento também pode ajudar a canalizar as propostas de reconstrução e servir como um âmbito para a troca de ideias entre políticos, líderes sociais e acadêmicos. Mais do que o Foro em si, é a vitória da extrema direita que pode ter um efeito de unificação da esquerda, hoje fragmentada. Uma unificação contra o mal maior. Nesse sentido, Jair Bolsonaro aparece como o inimigo favorito para os líderes de esquerda da região porque representa o estereótipo da direita autoritária contra a qual esses líderes de esquerda construíram as suas carreiras políticas.