No domingo (15), aconteceu a premiação do 31º Troféu HQmix — o Oscar dos quadrinhos brasileiros. Nele, uma série de autores, roteiristas, ilustradores, coloristas, letristas, jornalistas e pesquisadores foram homenageados por seus projetos ao longo do ano.
Esse troféu envolve muita gente e muitas obras, mas sempre foi visto como uma premiação conservadora e tradicional. O diferencial, em 2019, foi justamente a premiação de várias mulheres, quadrinistas negros e da comunidade LGBT. Uma luta já antiga dentro do mercado das histórias em quadrinhos (HQs).
Ao todo, foram 10 categorias com mulheres que receberam o prêmio e mais de 20 foram indicadas. E dentro do nicho das HQs aqui no Brasil, isso nunca aconteceu antes. Foi a primeira vez que as obras delas foram, de fato, premiadas. Na hora de subir ao palco e pegar a estatueta, muitas tiveram discursos inspiradores e feministas.
"É importante lembrar que eu sou uma mulher e estou ganhando esse prêmio. Vocês podem nos chamar para outras coisas que não sejam falar 'como é ser mulher nos quadrinhos', falamos também de política, de roteiro, de desenho, de projeto editorial. Enfim. Nos chamem para falar além disso", disse Jéssica Groke, uma das vencedoras da noite.
Criado em 1989 por João Gualberto Costa e José Alberto Lovetro, o HQmix recebeu esse nome por relembrar a seção sobre quadrinhos que os dois possuíam no programa TV Mix 4, da Gazeta, que era apresentado pelo Serginho Groisman. Ele é apresentador do prêmio desde a primeira edição.
Todos os anos, o design do troféu — uma estatueta dourada, que muda a cada edição e é produzida por um escultor convidado — veio em comemoração aos 150 do personagem Nhô Quim, desenvolvido pelo cartunista Ângelo Agostini.
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