Macron não é um centrista. É um direitista outsider, um banqueiro que participou de um governo do Partido Socialista. Participar de um governo deste naipe não dá garantia a ninguém do carimbo "socialista". Kassab e tantos outros participaram dos governos petistas, sem que tenham nenhuma dose igualitária em suas veias azuis. O PS decretou guerra contra a Síria e os franceses, orgulhosos, se acomodam no Estado de Guerra, com as metralhadoras presentes nos espaços públicos e invasões da privacidade em nome do combate ao ISI. Não há nada o que comemorar quando a única opção possível é votar num banqueiro pelo Medo que a direita radical-racial representa. Há inúmeras responsabilidades pela ascensão da Direita Radical na Europa. Contudo, não se pode descartar que as indiferenciações entre os governos sociais-democratas com os governos neoliberais tenha responsabilidade nisso. Um dos principais estudiosos dos sistemas partidários já havia alertado para esta hipótese explicativa: centrismo em excesso leva ao surgimento de extremos, uma vez que as ideologias deixam de ser atalhos importantes. Macron não é um centrista, como diz a mídia. É o pior entre os piores. Mas, é a única escolha possível. Uma pena que a França tenha que se decidir entre o Wall Street Francês e o Nacionalismo populista e anti-imigração. É o que temos. E a social-democracia européia, tanto quanto a latino-americana, faz que não vê que ela também é em alguma medida responsável pela catástrofe que se instala na Europa e que se esparrama pelo mundo. Na França, que amanhã vença o mal menor e ainda assim será o pior.
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