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quarta-feira, 1 de março de 2017

BOCAS APALAVRADAS - uma melancia aberta e um poste entortado

Paulo Vasconcelos ...por R .Brasileiros



As ruas do país, capitais ou não, vêm sendo frequentadas, em grupos pequenos, grandes ou imensos, para dizer algo sobre o atual contexto político. E se fala sempre em mil e milhões com as palavras nas bocas, com álcool para melhor soltar o verbo arretado. E haja língua, gestos, gritos cartazes, bordões. Nestes ajuntamentos, aparecem as palavras orais e escritas como poesia raivosa ou não, sobre o poder. A mídia especialmente: a TV aberta, ou que aborta os fatos, e a cabo, rádios (AM e FM), os jornais, as revistas semanais etc. dizem o que ideologicamente creem, além das redes sociais.

Mas, como disse a moça na porta da lotérica, na praça da Sé: “Tem malandro, tem otário, tem meuzovo e tem as paneleiras da crasse arta, mas tem as empregadas farsas que dá panela à patroa e depois elas reclamam que elas machucaram a panela no fogão”.

Já em outra manifestação, Dona Delzimar, de Pananabiacaba, que veio apoiar Dilma e Lula, pois sonhou com uma melancia aberta e um poste entortado. Isto lhe deu medo e disse: “Vim para gritar minhas palavras de apoio a Democracia. Dilma! Ela fica!”

Do outro lado nas redes sociais, a Cientista Política da UFMG, Drª Mara Telles, diz no seu Face, com seu humor imenso e crítica:

“Passei por aqui só para deixar um Rivotril e uma vassoura para dar voadora naquela turminha que vai dar presente de Páscoa para a titia e, acabado o almoço de domingo, oferece como sobremesa odinhos, ataques e xingueiras nas redes sociais. A Páscoa nasceu para todos, mas o coelhinho só trás ovinhos para quem se comportou direitinho, viu? Antes de rezar no almoço de família, não toque terror nas redes: é feio. Jesus perdoa até ladrão, ele vai perdoar você também, porque ele ama a todos os infelizes. Mas, calúnias e danos morais, a Justiça não perdoa não, viu? Feliz Páscoa e aos Bolsonarinhos que foram bem mauzinhos desejo que Moro não lhes traga seus ovinhos...” (http://bit.ly/1PtWCU5 em 23.03.16, as 13.30)

“Hoje eu tô poética depois de minha visita ontem à Fiesp. Tô fazendo até versinho: ‘Patinho, Patinho, quem é o seu Painho que chocou o seu ovinho, quem é o seu Padrinho? Patinho, Patinho, vem prá rua fazer quaquá, aproveita a manifestação e me diga de qual sonegação veio tanta movimentação?’ Poemas lúdicos para iluminar nossa quarta-feira líquida. E, vocês ingratos, ficam aí detonando Maria Padilha, a Pomba-Gira, mas não sabem que quarta-feira é dia dedicado à nossa Iansã, que Iansã gosta de vermelho e que Lacerda treme no túmulo toda vez que vocês o confundem com Cunha? Bom Dia, Anarquia! Quem não tem cão, caça com Gato, quem não gosta de Democracia, elege um Pato!”

Mas será que Mara viu? Uma cadeirante, filha de militar com aposentadoria do pai, que veio com a neta pintada de amarelo e verde e defende o Bolsonaro, e os militares e a neta de cara roxa não sabe de nada nem empurrar a cadeira, mas grita: “Meu avô, minha vó e viva os milico”.

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