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Ora ameaça, ora apenas ferramenta, é ilusório ver a IA como externa a nós. Ela é fruto do mesmo aparato que reduz nossa subjetividade a um fluxo previsível. É hora de desertar da timeline e reaver o tempo múltiplo – onde podemos ter voz própria
Publicado 23/06/2023 às 18:04 - Atualizado 23/06/2023 à
Desde o lançamento do ChatGPT1 em novembro de 2022, o debate sobre Inteligência Artificial (IA) reacendeu nas redes. Falar sobre IA está na ordem do dia. Debatemos sobre suas potências e limites, nossos deslumbramentos e medos frente a um sistema, supostamente, inteligente. As análises sobre o tema variam entre a ameaça de sermos dominados por “Alexas” e “Siris” e a impossibilidade de tal domínio, afinal nossa inteligência humana seria única, insuperável. De toda forma, o tom do debate coloca nós (humanos) versus ela (inteligência artificial). Dominados ou superiores, debatemos a IA inebriados por tal dualidade – aliás, característica de uma certa “inteligência humana”.
De um lado a IA é percebida como entidade tecnológica, uma aparição-mágico-maquínica que no futuro próximo dominaria o humano, superando sua inteligência e causando a temida extinção. Do outro, a IA é analisada como “não-inteligência”, como artificialidade-maquínica, que prevê comportamentos a partir de cálculos que jamais poderiam sistematizar aquilo que conhecemos como afetos, amor, ética e moral humana. Poderíamos dizer que as duas versões são e não são possíveis. O famoso é e não é dialético.
Apesar de supostamente antagônicas, ambas versões brindam doses de fetiche. Entre a ameaça de dominação total e a garantia de insuperabilidade humana, tais análises tendem a colocar a IA como se descolada de nós, como se diante de nós, como se fora de nós, passível de uma análise enquanto objeto. Há bastante neblina entre humanos e a IA (às vezes invisível de tão opaca) é preciso atravessar até chegarmos em algo como um espelho. Afinal, a inteligência artificial somos nós.
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