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sem-terra vai estrear na próxima segunda-feira (17), às 9h, em plena Rodovia Transamazônica. O diretor teatral suíço Milo Rau preparou nova versão de
Antígona, de Sófocles, ao lado do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra
Assim, segundo os responsáveis pela peça, o ponto alto de Antígona na Amazônia é a encenação do próprio massacre, no mesmo local, a chamada Curva do S. E fará parte da cerimônia anual em memória dos mortos no massacre de Eldorado dos Carajás (PA),
em 17 de abri de 1996, quando 21 trabalhadores rurais foram assassinados por policiais.
O papel de Antígona caberá à atriz e ativista Kay Sara. O coro é formado por sobreviventes e famílias, que vivem no
Assentamento 17 de abril. O vidente cego Tirésias, da peça original, será vivido pelo ambientalista e escritor Ailton
Krenak.
Temporada europeia
Depois da encenação na Amazônia, a peça faz sua estreia mundial em Gante (Bélgica),
em 13 de maio. De 19 a 21, estará em Amsterdã. Participa do Festival de Viena (25 a 27) e segue para Frankfurt (Alemanha), de 1º a 4 de junho. Antígona também tem
apresentações em Douai/Arras (França), em Roterdã (Holanda, dia 17) e Avignon
(França), de 16 a 24 de julho. O trabalho será visto também na Suíça, Itália, Polônia,
Portugal e Espanha.
Na peça, Creonte, que assume o poder em Tebas após uma sucessão de conflitos, não permite o enterro de Polinice, irmão de Antígona. Esta reage à arbitrariedade e ao
desrespeito às leis divinas, correndo risco de morte. Segundo os responsáveis pela
encenação atual, Milo Rau e sua equipe veem uma espécie de “fim de jogo” global no
Pará, na Amazônia por extensão. Onde o futuro da humanidade é que está em jogo.
Com Antígona na Amazônia, o diretor conclui uma trilogia de mitos. Antes, havia encenado Orestes em Mosul (Iraque, antiga capital do Estado Islâmico), e
O Novo Evangelho, no sul da Itália, filme de 2020 exibido na mostra Ecofalante.
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