António Damásio por Diario de Noticias PT. FOTO POR https://nyti.ms/3imM57b
O Diário de Notícias de Lisboa,do Global media group, nos oferta uma conversa com o neurocientista A.Damásio,vale comtemplar a leitura- https://bit.ly/3vQu7hh
"Normalmente não penso na morte ou em doenças e trabalho com entusiasmo. Mas aos poucos a pandemia obrigou-me a tomar consciência" O neurocientista português a viver nos Estados Unidos entrou num avião pela primeira vez em ano e meio para vir ao Porto e analisa como a covid-19 está a mudar a vida das pessoas, incluindo a sua. António Damásio fala do teletrabalho, das patentes das vacinas e também da relação entre pandemia e memória.
Leonídio Paulo Ferreira e Pedro Pinheiro (TSF)
04 Junho 2021 — 00:14
António Damásio, 67 anos, neurocientista, um estudioso do cérebro, dos processos que determinam as nossas emoções, os nossos sentimentos, a nossa consciência. Começou por escrever O Erro de Descartes, há já 26 anos. E, de então para cá, publicou vasta obra sobre o comportamento humano. Um trabalho com implicações em várias áreas do saber - não apenas na neurociência, também, por exemplo, na psicologia, na filosofia. Está no Porto para participar no primeiro evento anual da Fundação José Neves e fala aqui sobretudo sobre o impacto da covid-19.
Vive entre Portugal e os Estados Unidos. Como viu a forma como cada um dos países reagiu à pandemia, como a foi combatendo? As reações foram muito diversas, e têm sido diversas dependendo do ponto da pandemia em que temos estado. Ao princípio, tenho a impressão de que a reação foi muito melhor aqui em Portugal e de modo geral na Europa. Os Estados Unidos são uma entidade muito grande, mas houve um menosprezar da gravidade do problema - tem que ver com os líderes - e isso, de facto, atrasou a atitude correta em relação ao problema da pandemia. Aqui na Europa parece que as coisas correram muito melhor e especialmente bem em Portugal. Tenho seguido com cuidado os números de pessoas infetadas, os números de pessoas com casos graves, e não há dúvida de que a reação aqui foi muito correta e que houve várias coisas muito bem feitas. Claro que também houve erros. Tem havido erros em toda a parte. É muito difícil de conciliar aquilo que são interesses sanitários com interesses sociais e políticos em geral, e especialmente tudo o que tem que ver com a economia é um problema grave, porque as pessoas sofrem imenso. Não só com a doença, mas com as consequências da doença em relação ao emprego, em relação a toda a espécie de empresas que não podem fazer o seu trabalho habitual. Há contrastes e há, depois, as coisas que são exatamente as mesmas, que têm que ver com a natureza humana e com o resolver bem ou mal um problema de completa modificação daquilo que é o dia-a-dia. E era um dia-a-dia que há muito tempo corria da mesma maneira e que não tinha sido interrompido nem por guerras graves nem por epidemias.
Mas, no caso de Portugal, em algum momento lhe pareceu termos seguido o caminho errado? Termos passado a mensagem errada aos cidadãos? Isso tenho a impressão de que não posso comentar porque o dia-a-dia que eu sigo é um dia-a-dia longínquo. Apesar de que eu leio normalmente notícias...
Por vezes a distância também melhora a nossa capacidade de observação. Pois. Mas não é mesma coisa que estar no sítio onde as pessoas estão e onde se podem viver mais diretamente as coisas, boas ou más, que acontecem em matéria de decisões. Mas, de um modo geral, tenho a impressão de que os portugueses deviam estar muito satisfeitos com a forma como, até agora, se tem resolvido a situação.
veja mais-texto e vídeos em...https://bit.ly/3vQu7hh
Nenhum comentário:
Postar um comentário