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segunda-feira, 19 de setembro de 2022
De vira-lata, virei um homem caranguejo tal qual a metáfora criada pelo escritor Josué de Castro Rennat Said.. FLAGRA DO FACEBOOK 12.09.22
FOTO FACE SEM OUTRO CRÉDITO
https://bit.ly/3BA06rm
Rennatsaid Said
8 h ·
A primeira vez que vi o Recife e suas pontes no inicio da década de 80 foi através de um cartão postal e a cidade me encantou , me enfeitiçou como fez com tantos forasteiros .
Mas uma cidade de cartão postal está longe da realidade, mesmo assim vim para cá de mala e cuia e pelas ruas e becos do centro da cidade fui aprendendo a me tornar pernambucano.
Nasci aos 20 anos na rua Bispo Cardoso Ayres,no incendiário bairro da Boa Vista, numa pensão cheia de ácaros e personagens que iam de loucos, músicos, caixeiros viajantes , fracassados e aspirantes a vadiagem e a bebedeira como eu. Era e fui com muito orgulho um vira-lata.
A poesia do Recife começava nas suas bibliotecas de calçadas, sebistas autodidatas como Melquisedek , Brandão e outros nichos culturais como a famosa livro 7 de Tarcísio apresentavam a cidade para os de fora.
De vira-lata, virei um homem caranguejo tal qual a metáfora criada pelo escritor Josué de Castro e hoje depois de mais de trinta anos continuo fincado na lama desses aterros com a benção dos Santos e dos Orixás.
É de Ledo Ivo o poema abaixo:
Amar mulheres, várias, amar cidades, só uma --- Recife.
E assim mesmo com as suas pontes e os seus rios que cantam
E seus jardins leves como sonâmbulos
E suas esquinas que desdobram os sonhos de Nassaus.
A ligação desta cidade com as águas é outra coisa comovente, Valdemar de Oliveira dizia que no Recife o que não é água, foi água ou lembra a água.
O colar de pedras que defende a cidade das ondas do atlântico possui cerca de 10 km de extensão e divide-se em dois blocos, o primeiro ao sul vai da praia do pina a Boa Viagem (4km), o segundo ao Norte vem do Pina em direção ao Marco Zero (6km) e mesmo na maré alta essa defesa natural é capaz de proteger a cidade contra as ressacas do mar bravio
O historiador Pereira da Costa explica que Arrecifes ou Recifes são a extensa linha de pedras que emerge do oceano e contorna uma grande parte do litoral do Brasil, em maior ou menor distância e que se estende desde as proximidades da Bahia, ao sul, até o Cabo de São Roque no Rio Grande do Norte, ora submergidos , ora ao nível do mar ou pouco mais elevado, oferecendo algumas interrupções cujas aberturas formam barras e entradas para os portos de toda aquela extensão.
Quando Charles Darvin visitou o Recife entre as poucas coisas simpáticas que disse dessa cidade destacou que o objeto mais curioso que observou foi o recife que formava o ancoradouro, assegurou que duvidava de que em todo o mundo houvesse outra estrutura natural que apresentasse aspecto tão artificial como o referido colar de pedras que protege a cidade.
Com essa imensa dádiva da natureza como proteção ,nasce o Recife,inicialmente, como uma praia de pescadores e ancoradouro de Olinda.
O poeta Carlos Pena filho dizia a respeito da fundação do Recife:
“No ponto onde o mar se extingue e as areias se levantam, cavaram seus alicerces na surda sombra da terra e levantaram seus muros do frio sono das pedras.”
Muito antes de ser uma verdadeira planície , o atual sitio urbano do Recife foi um delta de muitos rios que se ligavam através de múltiplos canais
Literalmente, vivemos sobre as águas, como no milagre escrito na bíblia,
No livro Roteiros do Recife de Tadeu Rocha escreve que esta cidade está situada à beira do Atlântico, de clima tropical onde os dias são geralmente mais longos do que as noites, onde o sol quase sempre brilha em um céu muito azul e onde sopra uma brisa do quadrante leste, carregada de odores marinhos.
E onde tem rio tem ilhas e são tantas as ilhas em que vivemos e hoje se ligam por pontes que já nem damos conta, Ilha do Retiro, do Leite, do Maruim, de Joana Bezerra, do Pina, da Boa Vista, de Santo Amaro, de Santo Antônio.
Uma cidade entrecortada de rios, de riachos e córregos.
E foram eles que propiciaram a vida nesta cidade segundo o texto histórico abaixo:
“ No principio, era o Mar, a baía. Onde está localizada a planície flúvio-marinha do Recife, estendia-se da ponta rochosa do Cabo de Santo Agostinho ao Sul, até o sopé das colinas de Olinda ao Norte.
E foram as terras de aluvião trazidas pelas enxurradas dos deltas dos rios Beberibe, Capibaribe, Tejipió, Jaboatão e Pirapama, durante 5 milhões de anos que formaram os arrecifes de corais que detém a fúria do mar.”
Assim, comecemos pelo maior , o mais caudaloso, pelo Cão sem plumas do poeta João Cabral de Melo Neto, o Rio das Capivaras, e iniciemos com essa frase abaixo que entre aspas mostram que não sei a quem pertence, mas provavelmente é de Carlos Pena Filho:
“Capibaribe, meu rio, que vida levamos nós¿ Tu corres, eu rodopio.”
Esse rio hoje tão poluído que já propiciou em outros tempos banhos medicinais e onde as madonas tomavam banhos nus envolve a cidade num grande abraço que se prolonga das colinas da Várzea aos arrecifes do porto, vindo de longe lá das terras do Agreste no planalto da Borborema.
Mas além do Rio das Capivaras, Pernambuco ainda tem, o Beberibe, o Tejipió, o Jaboatão, o Pirapama e muitos outros menores, como o Parnamirim, o Jiquiá, o Jordão, o Pina e mais riachos e córregos,
Para tanta água doce e salgada que se misturam também há as pontes que ligam as misérias e grandezas, as dores e alegrias das gentes de Pernambuco, e também são tantas , tantas, ora construídas pelos invasores holandeses que colocaram um boi para voar, ora pelos colonizadores e seus filhos políticos das famílias abastadas que até hoje se perpetuam no poder, eleições após eleições.
As pontes que ligam vidas e ilhas, península e continente, vai contando aí , ponte velha, da Boa Vista, Giratória, Mauricio de Nassau, Buarque de Macedo, de Sta Isabel, Duarte Coelho, do Limoeiros , de Sto Amaro, do Retiro , da Agamenon Magalhães, da Madalena, do Derby, do Lassere, da Torre , da Caxangá, a motocolombó , tem mais, visse, sobre o canal do Derby ainda tem a do Paiçandu, das fronteiras, a ponte pequena do Derby, tem 3 do Parque Amorim, a do Espinheiro, a da João de Barros, a do Maduro a da Tacaruna , algumas chamadas de travessas e a mais genial de todas foi a ponte do Mangue Beat criada por Chico Science a qual juntou diversos gêneros musicais, unindo ritmos regionais, como o maracatu, o rock, hip hop, funk e a música eletrônica, retomando a metáfora de Josué de Castro do Caranguejo com cérebro para gritar por uma nova consciência de ritmo e de meio ambiente, algo tão grandioso que até hoje continua sendo estudado para se entender sua complexidade.
E eu continuarei por aqui até o mangue e a terra me reclamar de volta.
Viva o Recife e eu nem falei do Frevo, visse, quem sabe noutro texto.
Rennat Said
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Rainha Elizabeth 2ª serviu para "dissimular" colonialismo britânico...BRASIL DE FATO
Rainha Elizabeth 2ª serviu para "dissimular" colonialismo britânico,
Reginaldo Nasser, professor da PUC, destaca que a monarquia cumpre uma função política dentro do colonialismo
Thales Schmidt
Brasil de Fato | São Paulo (SP) | 08 de Setembro de 2022 às 18:00
FOTO POR A.DENNIS AFP https://bit.ly/3B5H2iY
Embora seja lembrada por sua "educação" e "gentileza", a Elizabeth II fez parte de um "jogo político" para que os olhos
não se voltassem para as colônias do Reino Unido. A avaliação é de Reginaldo Nasser, professor de Relações Internacionais da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP).
A mais longeva monarca britânica faleceu aos 96 anos nesta quinta-feira (8). De acordo com o Palácio de Buckingham, a rainha Elizabeth II "morreu em paz". O príncipe Charles, de 73 anos, é o próximo herdeiro do trono e deve ser coroado em breve.
Elizabeth II assumiu o posto de rainha em 1953, em um momento em que o mundo registrava a consolidação dos Estados Unidos como principal potência mundial, mas em que os britânicos ainda desfrutavam de uma longa coleção de colônias. Quando de sua coroação, a lista de colônias britânicas tinha países como Uganda, Quênia, Kuwait, Nigéria e Bahamas.
Ainda assim, destaca o professor da PUC-SP, a família costumava, e costuma, ser lembrada por seu "mundo mágico" de casamentos e batizados amplamente divulgados e festejados.
"A monarquia acabou tendo esse tipo de representação, de um imaginário, e a figura da rainha, acho que era uma ideia de dissimular todas as associações do império britânico. Então por exemplo a guerra com Egito, não foi guerra. Invadiram o Egito. Inglaterra, França e Israel, na guerra do Suez em 1957 [invadiram o Egito]", destaca Nasser. "Mas isso tudo ficava com o primeiro-ministro, a rainha paira sobre o bem e o mal. Então se é uma função política que ela tem nesse momento do colonialismo é justamente não olhar para o colonialismo".
A Estátua de Emancipação em Barbados, antiga colônia britânica. Em 2021, o país da América Central retirou o título de chefe de Estado da rainha Elizabeth II / Joe Raedle / Getty Images via AFP
O pesquisador de relações internacionais também destaca que as práticas coloniais britânicas na virada do século 19 para o 20 foram precursoras ao que os nazistas fizeram na construção da morte em escala industrial na ditadura de Adolf Hitler.
"A Inglaterra fez genocídio, teve campo de concentração, a escravidão nas colônias serviu como acumulação primitiva para desenvolver o capitalismo, mas se olha para quem? Para a Rainha, para as liberdades constitucionais na Inglaterra, que a Inglaterra não é monarquia absoluta, que a Inglaterra lutou contra o nazismo. Aliás, veja a apologia que se faz recentemente ao [Winston] Churchill, vários filmes", destaca o professor da PUC-SP.
Esse "jogo de cumplicidade" e ocultamento feito com a família real deverá ser repetir agora, diz Nasser, para tentar esconder a crise inflacionária que o Reino Unido vive. A inflação no Reino Unido atingiu a maior marca em 40 anos em julho e a recém-empossada nova primeira-ministra, Liz Truss, assume o cargo acossada pelo aumento do custo de vida.
"Agora vão jogar peso nessa discussão da rainha, da sucessão, pode saber que vão ter várias cerimônias, é o que sempre se fez e estão voltado a fazer", diz o pesquisador.
Edição: Arturo Hartmann
quarta-feira, 7 de setembro de 2022
domingo, 4 de setembro de 2022
Brasileiro tentou matar Cristina Kirchner | Entrevista com o ator Pedro CARDOSO ...
SENSACIONAL A ENTREVISTA DO ATOR PEDRO CARDOSO,ACERCA DE MUITAS COISAS ,MAS ENTRE ELAS, O FASCISMO E AS REDES SOCIAIS.
A TECNOLOGIA COMO FORMA DE TORNAR O SUJEITO- UM OBJETO MANIPULÁVEL,TRAZENDO INSEGURANÇA AO SUJEITO-O HOMEM-.
A WEB ATRAVÉS DAS GRANDES BIGTECHS TORNOU-NOS INSEGUROS ,DEPRESSIVOS,
ENFIM O CAPITALISMO CRIOU A MORTALIDADE DA SUBJETIVIDADE.
É A MORTE DOS LAÇOS SOCIAIS E EMPATIA.
PEDRO COMENTA MUITO BEM ISTO TUDO E APOSTA NO SEU LIVRO.
A IMAGEM NOS DEVOROU,PELA SELFTESUDA- SEGUNDO PEDRO, BRAVO..
A TV NOS CAPTUROU PELA PUBLICIDADE E AGORA -VIA WEB-PELAS FALSAS REDES SOCIAIS, NÃO SABBEMOS MAIS QUEM SOMOS.
OS BANCOS NOS DEVORARAM,O FONE É NOSSA IDENTIDADE,UM SIMULACRO DO SOCIAL.
É A MORTE DO SOCIAL,LOGO DO HOMEM.
A MÁQUINA ASSASSINOU O TRABALHADOR, LOGO O DESEMPREGO..
BAUDRILLARD TINHA TODA RAZÃO - HOMEM OBJETO,SIMULACRO E O CONSUMO DE SI MESMO.
SOMOS ENGANADOS, AGORA NÃO MAIS,NEM SABEMOS O QUE SOMOS.
VEJAM O VIDEO ATÉ O FIM ......HAVERÁ UMA PANE, MAS VOLTA,É SO AGUARDAR,POIS FOI DEVIDO A GRAVAÇÃO DA ENTREVISTA COM O PEDRO CARDOSO.
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