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domingo, 26 de setembro de 2021

Humanidade que transborda em duas escritoras: CLARICE LISPECTOR E LOURDES RAMALHO -OUTRAS PALAVRAS

 

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Matéria controversa mas com fio que ao final se torna claro, duas escritoras, duas mulheres, ávidas por literatura. Leia em OUTRAS PALAVRAS


Humanidade que transborda em duas escritoras

Uma é laureada; outra, ignorada pela crítica. Mas Clarice Lispector e Lourdes Ramalho têm mais que o centenário em comum. Em suas obras, há a busca pelos fios de suas origens judaicas e a justiça social no reencontro com o humano


Por Ezilda Melo1

“Há mulheres na vida real que são grandes genitoras de gerações de ideias, processos, genealogias, criaturas, períodos da sua própria arte, sempre se tornando mais sábias e se manifestando dessa forma”. Clarissa Pinkola Estés. In: A ciranda das mulheres sábias

Em dezembro de 2020, em homenagem ao centenário de Clarice Lispector, 36 autores da área jurídica fizeram nascer a coletânea “Por uma estética jusliterária clariciana: diálogos entre Direito, Literatura e Arte”. Nesse breve ensaio, propomos algumas linhas aproximativas entre Clarice Lispector e Lourdes Ramalho, festeja teatróloga paraibana que também completou o centenário ano passado.

A vida se conta no instante do ocorrido e para além da memória de que se deixa tocar. Rememorar 100 anos é lembrar, apontar um farol, um porto, um caminho, uma dimensão, é reflexão, é singularidade, inscrição, exercício de interpretação. Organizar uma obra jurídica tomando como fio condutor a literatura de Clarice Lispector para homenageá-la em seu centenário é, antes de mais nada, um sinal de reconhecimento, seja pela escritora, mulher, artista, pensadora, intelectual, jornalista, mãe, pessoa, que deixou um legado.

Uma família em fuga do antissemitismo no leste europeu, aportou em Maceió com uma criança nascida em 1920. Clarice, um dos maiores nomes da literatura brasileira, chegou ao Brasil para fugir da morte, da perseguição, da marca ancestral de separação da fraternidade entre as pessoas no mundo. Os fatos marcantes da vida pessoal da escritora giram em torno de mudanças e deslocamentos, de perseverança e pioneirismo, de textos e palavras que nos levam à outra dimensão. Viveu 57 e cada década de sua vida poderia ser retratada em filmes de época que prendem os espectadores do início ao fim.

Uma escritora sertaneja, que passou parte de sua vida produzindo sobre a influência das ibéricas, mouras e judaicas2 no Nordeste, foi Lourdes Ramalho que nasceu em agosto de 1920, na cidade de Jardim do Seridó, no sertão potiguar. Ela e Clarice possuem em comum, para além da literatura, e do centenário, a origem judaica. Um paralelo sobre as fases distintas da entrada dos judeus no Brasil e sua influência na literatura brasileira, ainda não tem investigação completa, apesar do trabalho de Regina Igel3 sobre a produção literária dos judeus no Brasil nos últimos cem anos, destacando a temática judaica, que não foi o foco principal da obra de Lourdes Ramalho, nem de Clarice, por exemplo, já que nenhuma das duas se converteu ao judaísmo.

Lourdes Ramalho investigou sua origem genealógica e descobriu que seus ascendentes chegaram ainda no século XVII e praticavam a religião judaica no mais absoluto sigilo, no interior de suas casas, transmitindo o judaísmo secreta e oralmente, propiciando que reconheçamos o mimetismo, silenciamento e não pertencimento das mulheres habitantes do sertão potiguar e paraibano, herdeiras do judaísmo. Lourdes Ramalho destacou que no Estado da Paraíba, nasceu a lenda da jovem Branca Dias, que aos 18 anos foi acusada4 de judaísmo e queimada pela Inquisição. Apesar da grande quantidade de obras, a produção de Lourdes Ramalho continua desconhecida do grande público brasileiro, apesar de valorizada em Portugal e Espanha, o que por si só é demonstrativo do silêncio das mulheres na escrita especialmente quando se fala de um espaço geográfico discriminado historicamente como é o caso do sertão nordestino, onde o destaque que se tem é para a autoria masculina. Para ter reconhecimento dentro da literatura brasileira não se pode exigir a masculinidade hetenormativa, a branquitude, as condições econômicas, nem que os escritores morem e sejam publicados apenas no eixo Rio-São Paulo.

Quem também fala sobre essa “clandestinidade”, no prefácio da obra inédita “Chã dos Esquecidos”, edição comemorativa do centenário de Lourdes Ramalho, é sua biógrafa Valéria Andrade5. Diante da necessidade de valorização e visibilidade da escrita feminina, o referencial literário da escritora Lourdes Ramalho serviu para verificação de formação identitária da mulher sertaneja, seja a retirante, a cigana, a negra estuprada, as tantas mulheres que possuem voz, vida, lamúrias, tristezas, reivindicações. Ao ampliarmos o olhar para um feminismo literário que trata das narrativas das mulheres, de modo que olhe para a história cada uma e de seus corpos e as violências institucionalizadas sobre elas é ampliar o debate e as fontes de representação sobre os direitos das mulheres.

E, mais do que isso, entender que até dentro de pequenos grupos, as mulheres são diversas e quando falamos de uma, é necessário que nos perguntemos criticamente, assim como nos lembra Sueli Carneiro, de que mulheres estamos falando?  As mulheres sertanejas pobres, negras, da zona rural, ciganas, judias do sertão são uma pluralidade de mulheres que foram silenciadas, seja pela escrita dos escritores regionalistas que as enquadraram dentro de dois arquétipos (santa-pecadora), seja pela própria falta de reivindicação de seus direitos humanos e isso se encontra dentro de uma leitura histórica dos direitos das mulheres que tem a inquisição e a expulsão dos judeus da Europa como fundante para entender essa formação identitária que a escritora Lourdes Ramalho apresenta no conjunto de sua obra.

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segunda-feira, 20 de setembro de 2021

"Assistimos a situações de profunda cobardia e de deserção humana à conta da pandemia" DN-PORTUGAL

 





Miguel Sousa Tavares estava há sete anos sem escrever um romance mas a pandemia obrigou-o a voltar à ficção com Último Olhar

© Diana Quintela / Global Imagens

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O DIÁRIO DE NOTÍCIAS -PORTUGAL-LISBOA GMG-João Céu e Silva-NOS OFERECE UMA ENTREVISTA COM MIGUEL S.TAVARES ,face seu novo livro.


João Céu e Silva

O personagem principal do novo romance de Miguel Sousa Tavares recusa ser um "estorvo" só porque é velho. O retrato de um crime social a que se assistiu há poucos meses em Portugal e noutros países, quando as autoridades puseram os idosos fora da lista dos prioritários para a vacinação em nome de uma eutanásia etária. Um personagem que já vivera a Guerra Civil espanhola e estivera nos campos de concentração alemães, tragédias a que sobreviveu.



"Daqui a uns anos, não sei se seremos capazes de lembrar aquilo porque passámos nestes últimos meses de tão surreal que é: as máscaras, a distância social, as pessoas trancadas em casa, os filhos sem poderem ir à escola, o teletrabalho, o não nos cumprimentarmos nem abraçarmos." Quem o diz é Miguel Sousa Tavares, que acaba de publicar um novo romance, Último Olhar, onde a pandemia é a personagem principal, rodeada de outras que constroem com as suas vidas um retrato de uma situação mundial que surgiu de forma inesperada. Por isso mesmo afirma: "As verdadeiras tragédias vêm sempre sem aviso."

Logo à primeira página está a origem do romance: "O veneno da China". Para o autor não é difícil concluir: "Se não fosse a covid, este livro não existia. Foi um "romance imprevisto", afinal há sete anos que não publicava um." Revela que tem dois ou três encravados: "Não consigo planear romances, mas neste fui como que obrigado a escrever a partir do momento em que percebi que era mais do que uma epidemia sanitária, que era também moral. Achei que um romance ia mais direto ao coração das pessoas do que outro registo." Além do vírus e dos seus efeitos sobre a sociedade, o protagonista é Pablo. Um "velho" que atravessou a Guerra Civil de Espanha, esteve num campo de concentração durante a II Guerra Mundial, e que leva os leitores do princípio ao fim com a sua história de vida. Pelo meio, meia dúzia de personagens desenham o que a humanidade tem assistido e vivido desde há ano e meio.

Há uma particularidade narrativa que se destaca na segunda metade de Último Olhar, as passagens onde o sexo são um cenário frequente. Para Sousa Tavares, que recusa caracterizar essas páginas como eróticas mas sim de sexo mesmo, a resposta é simples: "Aconteceu naturalmente e acho que o sexo também é um sinal de vida. Além de que vinha a propósito, fazia sentido e humanizava. Se não viesse, não punha." Justifica: "O livro tem muita coisa sobre morte." Em sua defesa recorda as palavras de Millôr Fernandes quando escreveu uma crítica sobre o Equador e questionava os escritores brasileiros dizendo "O Miguel escreve sobre sexo sem medo porque na vida também há sexo". A situação mais inesperada, confessa, é a "cena de sexo no campo de concentração, de que nunca ninguém se lembraria". Como "veio a propósito", a pergunta que fez foi "porque não?"

É um romance que se passa em Espanha. Quis distanciar-se da nossa realidade?
Não foi esse o caso, antes porque o detonador do romance é um acontecimento passado em Espanha: o apedrejamento de um autocarro que levava idosos infetados pela covid. A partir daí senti necessidade de o situar de forma correta.

A covid será o segundo grande acontecimento deste início de século a seguir ao 11 de Setembro de 2001?
Sim, sem dúvida, o 11 de Setembro e a covid serão os dois momentos disruptores deste milénio. Eu comecei a escrever o romance em março de 2020, no início da pandemia, e esse acontecimento em Espanha veio ao encontro daquilo que antevi: que os velhos iriam ser as grandes vítimas e que a sociedade estava pronta a descartá-los. Foi essa perceção que me fez pensar que existe um lado de instinto de sobrevivência que estabelece uma fronteira muito ténue com a barbárie. Que foi muito nítido nesta pandemia e mesmo em Portugal, pois após o Presidente e o primeiro-ministro terem falado sobre a questão, foi preciso que o almirante das vacinas se impusesse para que os velhos passassem à frente de todas as corporações que estavam a ser vacinadas antes: polícias, bombeiros, militares, magistrados, etc.. Foi preciso que alguém dissesse "não" e que o primeiro critério deveria ser o de salvar vidas e, portanto, aqueles que mais morriam por causa do vírus: os velhos.

Uma situação impensável?
Sim. Foi estabelecido tacitamente que os velhos não iam para os hospitais ocupar camas necessárias porque vão morrer de qualquer maneira e também não iam ser vacinados porque há poucas vacinas e temos de começar pelos que têm mais hipótese de sobreviver. Foi a partir desse momento que pensei: "então a nossa sociedade investiu tanto em prolongar a vida das pessoas e chega a um ponto em que descarta os mais velhos e só quer que fiquem trancados em casa ou nos lares, sem acesso aos filhos e netos, porque se saírem à rua são um perigo público?" Que raio de sociedade é esta que construímos?

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segunda-feira, 13 de setembro de 2021

sexta-feira, 10 de setembro de 2021

El capitalismo camina hacia el tecnofeudalismo PAG12 -AR

                                                 FOTO POR https://bit.ly/3x9RthK


O Jornal PÁGINA12- AR- POR- A. ZAIAT NOS OFERECE UMA LÚCIDA PONDERAÇÃO COM SEUS ARGUMENTOS FORTES FACE O CAPITALISMO-NEOLIBERALISMO E AS TECNOLOGIAS,SEU INSTRUMENTAL DE CONTROLE E RENTISMO



Alarma en las potencias occidentales y hasta en el FMI por el poder cada vez más impresionante de las grandes corporaciones

El capitalismo camina hacia el tecnofeudalismo

Mientras la derecha política y mediática local repite eslóganes y prejuicios contra el Estado, el debate mundial apunta a fortalecerlo, ya no sólo por el papel central ocupado en la pandemia, sino para enfrentar el avance despiadado de los gigantes del mundo digital. Señales para la economía argentina acerca de la necesidad de intervenir sobre empresas que abusan de la posición dominante de mercado.

Por Alfredo Zaiat  PAGINA 12 AR.

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Tres ideas se están debatiendo en los máximos niveles políticos de las potencias, que necesariamente deberían tener influencia en países periféricos como Argentina:

1. Las multinacionales contabilizan ganancias extraordinarias y, para financiar a un Estado que ha destinado muchos recursos para atender la pandemia, deben pagar un impuesto adicional.

2. La posición dominante de grandes empresas monopólicas u oligopólicas deriva en aumentos de precios excesivos y en ausencia de competencia.

3. El cada vez mayor poder de mercado y financiero de las grandes empresas está limitando la efectividad de tradicionales instrumentos de política monetaria, como la suba de la tasa de interés por parte de las bancas centrales para atender tensiones inflacionarias.

No se trata de diagnósticos y propuestas de una plataforma de gobiernos de izquierda, sino que es la reacción de un sistema estatal que, desde su origen, estuvo aliado y, a la vez, condicionado por las corporaciones, pero ahora las firmas dominantes directamente se están independizando de ese circuito político y de control económico tradicional.

Esta emancipación se expresa en la utilización de guaridas fiscales para pagar poco o nada de impuestos en los países de origen; los aumentos de precios por encima del promedio luego de eliminar por absorción a la competencia; y la abundancia de recursos financieros líquidos que hace que no les importe la estrategia monetaria de las bancas centrales.

Son más grandes que el Estado

La pandemia dejó al descubierto la actual fase histórica del capitalismo concentrado cuando, por primera vez, una extraordinaria crisis económica-financiera global no afectó en forma negativa el negocio bursátil.

Por el contrario, el índice promedio de las principales bolsas mundiales está en niveles record, mientras las economías se derrumbaron y están tratando de recuperar lo perdido, la desocupación se ha disparado y el drama sanitario y social ha sido fulminante.

Este comportamiento divergente entre la economía real y la evolución de las cotizaciones de grandes firmas es uno –no el único- factor que refleja la nueva etapa del capitalismo. En ésta se está desvinculando la histórica asociación entre los Estados y las corporaciones dominantes del sistema de organización tradicional de las fuerzas de producción.

Las tres menciones arriba indicadas sobre las multinacionales sólo son la reacción del mundo político de las potencias, en especial las de Occidente, para tratar de no ver disminuida la capacidad de intervención e influencia de los Estados o, en los hechos, la pretensión de no perder importancia en las relaciones de poder.

Cuál será el legado de la pandemia

No deja de sorprender el análisis rústico de economistas locales, con sus habituales amplificadores, dedicados a debilitar y desacreditar el rol del Estado en la economía.

Hasta la revista conservadora The Economist se hace eco de la nueva etapa y del papel central que está ocupando el Estado, espacio que aspira a preservar pese a la expansión de las corporaciones globales, en especial las vinculadas al negocio digital.

En el texto "Después de la enfermedad. El largo adiós a la covid-19" se asegura que, con la vacuna, están surgiendo destellos de vida poscovid, pero se advierte que existen dos cuestiones claras. Una, que la última fase de la pandemia será prolongada y dolorosa, y dos, que la covid-19 dejará atrás el mundo conocido.

Ese mundo nuevo que presenta The Economist seguiría el patrón establecido por pandemias pasadas, identificando tres cambios, definidos por el sociólogo y médico greco-estadounidense Nicholas Christakis de la Universidad de Yale:

1. La amenaza colectiva impulsa un crecimiento del poder estatal.

2. El vuelco de la vida cotidiana conduce a la búsqueda de sentido.

3. La cercanía de la muerte que trae precaución mientras la enfermedad se agita estimula la audacia cuando ha pasado.

La gente se atrinchera con el Estado

El artículo describe que cuando la población de los países ricos se refugiaba en sus casas durante los cierres, el Estado se atrincheró con ellos.

Detalla que durante la pandemia, los gobiernos han sido el principal canal de información, los que establecieron las reglas, fueron la fuente principal de dinero en efectivo y, finalmente, se han convertido en los proveedores exclusivos de vacunas.

Calcula que los Estados de los países ricos pagaron 90 centavos por cada dólar de producción perdida.

Menciona que existe un vigoroso debate académico sobre si los encierros "valieron la pena, pero el legado de la pandemia del gran Estado ya está a la vista".

Apunta en forma crítica –vale recordar que The Economist es una fuente destacada del conservadurismo- que "sólo hay que mirar los planes de gastos de la administración Biden". Para concluir que "cualquiera que sea el problema (desigualdad, crecimiento económico lento, seguridad de las cadenas de suministro), un Estado más grande y más activista parece ser la solución preferida".

Hasta el FMI se sorprende del poder de las corporaciones

Algo está cambiando en el marco analítico, por lo menos en la voluntad de reflexionar sobre la dinámica de la economía en la fase de la globalización pospandemia.

Un reciente documento del Fondo Monetario Internacional "Taming Market Power Could (also) Help Monetary Policy", de los investigadores Romain Duval, Davide Furceri y Marina M. Tavares, explica que, ante la amenaza de la inflación, las bancas centrales de los países desarrollados están estudiando aplicar la receta conocida: subir la tasa de interés.

Esta medida es lo que la ortodoxia local está reclamando que haga el Banco Central, para imitar al resto de las autoridades monetarias de la región que ya subieron las tasas.

Como se sabe, el alza de las tasas incrementa la renta de inversores y encarece el crédito, una forma de restringir así la demanda y, por lo tanto, controlar los precios. Es la receta monetarista clásica.

La idea de la suba de la tasa de interés, además, busca influir sobre las expectativas futuras de consumidores y empresas y, de ese modo, lograr eficacia en la política monetaria contractiva.

Sin embargo, esos economistas del Fondo se sorprendieron con un factor que, aseguran, el análisis convencional pasa por alto: el poder de mercado de las grandes empresas.

La investigación que presentaron revela que empresas cada vez más grandes y poderosas están haciendo de la política monetaria una herramienta menos efectiva para administrar la economía.

Lo dicen para países ricos, pero se puede extender a economías en desarrollo con mercados muy concentrados, en los cuales operan empresas con posición dominante y abundantes recursos financieros (en Argentina, por ejemplo, corporaciones de telecomunicaciones con ramificaciones en medios de comunicación).

Apple y Google tienen tanto dinero en efectivo que son Amo y Señor

El estudio del FMI describe que las empresas con mayor poder de mercado responden menos a las acciones de la política monetaria debido a que contabilizan ganancias abultadas.

Esas utilidades, que se incrementaron pese a la tragedia de la pandemia o, para ser precisos, las aumentaron gracias a la pandemia, hacen que esas empresas sean menos sensibles a los cambios en las condiciones de acceso al financiamiento por decisiones de las bancas centrales.

Esos economistas fondomonetaristas ponen por ejemplo que, en marzo de 2021, Apple tenía más de 200.000 millones de dólares en efectivo y en inversiones en acciones y bonos, mientras que Alphabet (Google) tenía más de 150.000 millones de dólares.


O sea, esas empresas tienen un colchón de efectivo tan grande que pueden decidir inversiones y otros proyectos sin preocuparse por la facilidad con la que podrían acceder a otras fuentes de financiación. Es decir, dejan de depender de cuál es la tasa de interés de referencia que fija la banca central.

En cambio, las empresas que enfrentan mayores restricciones crediticias, como pymes o firmas con un margen de rentabilidad reducido, quedan condicionadas por la política monetaria.

Por lo tanto, la investigación concluye que "el poder de mercado excesivo también puede obstaculizar la capacidad de las bancas centrales para estimular la actividad económica durante las recesiones y enfriarla durante las expansiones". Lo dice el FMI, no un economista de izquierda.

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quarta-feira, 1 de setembro de 2021

Brasil | Sin indígenas no hay Amazonas – Por Soledad Barruti -NODAL

 


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El Brasil anti-indígenas de Bolsonaro avanza con el afán de rematar la selva más importante del mundo, Amazonas. Allí viven pueblos como los awa guajá: de los últimos cazadores recolectores, con formas de vida que regeneran la biodiversidad en vez de liquidarla, y un sistema de organización que los había mantenido a salvo de la pandemia. En los últimos días tras recibir un apoyo inusual de la compañía Vale S.A. salieron de su territorio y hoy están aislados, enfermos, duelando a uno de sus miembros más queridos, y pidiendo una asistencia que no llega.

Se llamaba relatos de reparación desde la selva en ruinas. Sucedía en el mismo lugar, Maranhao, un estado del noreste de Brasil donde Amazonas empieza y también donde ha estallado su destrucción.

Maranhao es la frontera más deforestada de ese paraíso de plantas y animales y pueblos que se está acabando. El lugar donde más brasileros viven en extrema pobreza y uno de los dos estados donde más ha crecido la violencia en el último año.

Esa historia sin embargo proponía narrar algo que también acontecía. Un pasaje luminoso en medio del horror que viven los pueblos indígenas desde hace demasiados años, recrudecido en los últimos tres por un presidente que está haciendo lo posible por acabar con ellos: Jair Messias Bolsonaro.

Esa historia era, como esta, sobre los indígenas awa guajá que viven en esa selva. Son cazadores recolectores, parte de los últimos grupos del mundo con esas formas de vida siempre en movimiento, andada. Hay un número indeterminado de ellos que todavía permanecen aislados: no ignoran que hay una sociedad ordenada tras un Estado, se niegan a relacionarse con ella y han ganado ese derecho. Otros, unos cuatrocientos, viven bajo la categoría de recientemente contactados: tras haber padecido una cantidad de violencias que implicaron el asesinato de sus familias, su persecución y cercamiento, hoy viven agrupados en aldeas desde donde establecen las estrategias defensivas para no perderse, para no dejar de ser awás.

Son sobrevivientes y viven en cuatro aldeas ubicadas en sus tres territorios demarcados: Guajá (en Tierra Indígena Alto Turiaçu), Juriti (en Tierra Indígena Awa) y Awá y Tiracambú (en Tierra Indígena Carú). Que estén demarcados quiere decir que, si bien no dejan de pertenecer al Estado brasilero, ellos tienen derecho exclusivo a vivir ahí y a valerse del lugar con todo lo que contiene. También a tomar todas las decisiones y organizarse.

Esa historia empezaba así, y esta también lo hará.

En marzo de 2020 con el registro vivo sobre sus cuerpos del exterminio biológico que provocaron a sus parientes enfermedades como la malaria y la neumonía, ni bien supieron de la Covid-19 los awa guajá contactados cerraron sus aldeas. Nadie podía entrar ni salir salvo que hubiera una emergencia. Llegado ese caso fijaron espacios de aislamiento obligatorio: 14 días en una casa destinada para tal fin. Buscaron permanecer a salvo de quienes portan las dolencias, los karaís (como llaman a los blancos).

Durante esos largos meses recuperaron la fluidez de muchas de sus prácticas interrumpidas a diario en normalidad donde son forzados primero a vivir en esas aldeas y luego a recibir visitas constantes. En su aislamiento por pandemia volvieron a llenar sus horas de caminatas y caza. Así reencontraron sus ritmos, sus silencios, su alimentación, su salud, sus cantos.

Conocer esas vidas contemporáneas a las nuestras en este tiempo de colapso en que extinguimos nuestras posibilidades de permanecer en el planeta Tierra, puede servir para evidenciar de una manera rotunda que hay hoy otras formas relacionales posibles a las que muchos de nosotros asumimos. Formas que no rompen lo vivo sino que se entraman con ello, lo guardianan y preservan. Como escribe el antropólogo Eduardo Viveiros de Castro, estos pueblos son “islas de humanidad que permanecen encima de la superficie de sumersión de este océano blanco y homogéneo en su composición política (estado nacional), económica (capitalismo) y cultural (cristianismo)”.

Durante la pandemia, los awa guajá abrieron nuevos parajes para sí mismos, espacios de reencuentro hechos de selva. Y lograron permanecer a salvo: no tuvieron dentro de las aldeas ni un caso de coronavirus en todo 2020, tampoco un año más tarde cuando Brasil, gestionado bajo un plan sanitario más parecido a la total propagación del virus que a su contención, llegaba al medio millón de muertos.

Pero en julio de 2021, producto del avance de un gobierno que es un peligro para la humanidad toda, la Covid-19 llegó a sus tierras.

Cuando el virus llegó

En tierra awa guajá y, en sólo 17 días, el virus mató a un hombre. Un awá guajá de ojos dulces y una sonrisa extática. Un hombre de edad misteriosa pero ya avanzada llamado Karapiru. Unos cuatro días más tarde de esa muerte -los que tardó el gobierno en testar al resto de los indígenas- hubo 36 casos positivos, 11 casos en Tiracambu y 25 casos en la aldea Awa. Los testeos no se repitieron. Hoy la mayoría de ellos permanecen aislados y en un estado desesperante: no cuentan con asistencia alimentaria adecuada ni productos de higiene. No están protegidos, ni ellos ni sus tierras.

“La situación es muy difícil -resume Tatuxia’a uno de los líderes-. Necesitamos un médico en la puerta de cada aldea (actualmente hay uno solo para cuatro aldeas distantes hasta por 6 horas). Necesitamos máscaras, alcohol en gel y alimentos. Si no lo hacen las personas van a morir. En las tierras están entrando invasores, matan a los animales, se llevan la madera, y nosotros no podemos salir de acá a defenderlas”.

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