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O avanço da COVID-19 no Brasil representa um risco para a saúde das populações indígenas e preocupa liderança dos povos originários ouvida pela Sputnik Brasil.
Boletim divulgado pelo Ministério da Saúde nesta segunda-feira (23) informa que o Brasil tem 1.891 casos confirmados de COVID-19 e 34 mortes foram causadas pela enfermidade.
Ainda não existem informações segmentadas sobre os impactos da pandemia nas populações indígenas do Brasil, que totalizam 817,9 mil pessoas e 305 etnias, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O médico sanitarista e professor da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) Douglas Rodrigues avalia que a população indígena pode ser duramente atingida pela pandemia. Ele trabalha há mais de três décadas com comunidades indígenas da Amazônia.
"A forma de viver dos índios, coletivamente, casas comunitárias, compartilhamento de objetos. As condições precárias de saneamento das aldeias, tudo isso contribui para que esse vírus, se entrar em uma comunidade indígena, pode ter consequências bastante severas e contaminar bastante pessoas em curtíssimo prazo de tempo", diz Rodrigues à Sputnik Brasil.
O professor da Unifesp diz que o orçamento da saúde da população indígena foi "duramente atingido" pelo corte de recursos e o governo de Jair Bolsonaro chegou a ensaiar cancelar o Subsistema de Atenção à Saúde Indígena, braço do SUS destinado aos povos indígenas. Diante da pressão, contudo, o Governo Federal recuou da medida.
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