Leiam o que nos diz Elton:
Elton L.L.Souza
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O discurso não verbal das imagens e cores às vezes revela o que o discurso verbal tenta escamotear, como exemplifica esta logomarca : o “Brasil” está escrito todo em branco , sem o colorido multicultural e étnico de nosso povo , revelando a visão elitista dessa mentalidade “Casagrande”, a mesma de certos candidatos à presidência. Tiraram a abóbada azul celeste do céu que nos cobre e horizonta , no lugar colocaram uma esfera de pesado azul metálico a representar uma Ordem e Progresso passando por cima como um rolo compressor autoritário .
Além de projetar uma sinistra sombra, tal esfera tem um lado que não se mostra ,uma face oculta: “Ordem e Progresso” parece ser só uma fachada para esconder o que está atrás e se dissimula.
O corpo esférico azul-masculino, a serviço também do machismo, coloca-se acima da vogal que tem o som mais aberto e colorido que existe no alfabeto, a vogal “a”, a mais feminina das letras, pois indica o feminino na terminação das palavras.
O Brasil não está de pé, ele está meio derrubado, parecendo a esfera sinistra uma bola de ferro que o mantém aprisionado. Excluíram o verde de tal logomarca , fato que revela o que essa mentalidade genocida pensa acerca da floresta onde vivem os índios. Surrupiaram ainda o amarelo, a cor do ouro, símbolo da riqueza comum de todos.
Outro fato revela o discurso antipovo desta logomarca: a bandeira brasileira tem 27 estrelas, cada uma simbolizando um estado e o Distrito Federal. Mas nesta logomarca há apenas 22 estrelas! Não por acaso, excluíram 5 estrelas, todas de estados pobres...
Neste 7 de setembro lembrei de Manoel de Barros e Espinosa quando o poeta e o filósofo dizem quase a mesma coisa: não é livre uma independência que tem algemas. Algemas não são feitas apenas de ferro, algumas são feitas de ódio.
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