Potyguara Alencar |
Por Revista Brasileiros original Paulo Vasconcelos
Servi de cavalo para o Espirito do Pai. e
levantei da pausa mortuária o
ascensorista do Grand Hotel......
Gosto
muito dos que sabem fazer mexer as tripas da palavra, deixa-lá meio muda so com espanto e
assim envergar o texto, fazer nesga com ele, imposturas com o verbo, desalinhar
o encravado oculto, meter pasto no árido. Assim é O Conto modal”, Potyguar Alencar,11Editora, Sp, 2015, ele faz maquinações ambivalentes no texto, para
suportar o pensamento, qu e, para dizer e não apenas assoletrar, oferece um
indizível poético, permitindo demandas ao sentido de quem ler e crer. O
cearense de Itapajé, acandangou-se em Brasília, Santa Maria, Distrito Federal,
onde faz seu doutoramento em Antropologia.
Potyguara Alencar caçou, experimentou a cultura e sua expressões
na palavra e seu discurso em que ler as
cartas da razão desarrazoada dos povos e dai ser um estreante bom
contista; coisas que o biografizam assim em par.
Com a Antropologia e sua mochila literária– olhou, pesquisou territórios tradicionais
pesqueiros e indígenas à movimentos sociais urbanos cairotas no Egito. É depois
dessa organização de matérias etnografáveis que ele se chega ao encontro de uma
“estética modal”-combinatória de unidades vivas de mundos, de suas
significações e do atrevimento ficcional que afeite tudo isso em
contos-poéticos e mesclagem de crônica .
...onde
se nasça, que se nasça numa Apertada Hora.a hedra não tem resguardos,suores em salas
de dar a luz e, embora, seja hedra, coisa hedra, que é um verde de alimentar
calango rabudo, nao posso ficar distante do lajeiro que se apinha dela, do seu tema
morfizante.hedra, coisa mesminha...(Hedra -Alencar,2015)
Poty, se
me permite, é um louco de juízo que ao descontruir sentidos e quebrando
gêneros literários formula, quem sabe uma poesia desconcertante :
E esse monte de pouca imagem do
descontraído, de água e de pouca existência, dormida de corpo onde não se pode
esperançar.(Alencar.2015)
E continua a
quebra tudo, ponto ,parágrafo e todas as regras que surjam inconvenientes para
a soltura do pensar e rabiscar e assim para mais fazer, lá vai ele:
Um doméstico
Não
espere desde ontem, crie alguém. assim, convencido, qualquer um que se crie em
casa será um de você com dentes militados. faça um apresamento de noite,
trazendo alguém para a área coberta do quintal, e que possa surrá-lo até a incompreensão
desse submetido,crie uma gente pessoa, um que seja um outro.esse ali.... .(Alencar.2015)
Não há mais o
que falar dele, senão tomá-lo de vários goles e imergir sobre a sua escrita de raio, alagaroba, cerca, ventania,
olhos e precipitações de novos raios de um texto novo, absurdamente anelante de
tapeçaria fina.
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