Trago um relato de um intelectual que demonstra a escravidão branca que vivemos e os desmandos de um golpe que se esparrama pelas torres dos poderes podres deste país.A indignação solapa a população, que aflita e depressiva, estagnada pelo medo convive com : o desgoverno, a falta de um mínimo ético nos poderes que se dizem da república.Há um golpe a cada dia!
POR EMERSON LOPES.SP
JORNALISTA PUC .SP
por Facebook em 30.06.2017
Eu e minha família, que sempre moramos na periferia, não somos ninguém neste país. Talvez o diploma universitário que conquistei a duras penas tenha ampliado minha visão sobre várias aspectos da vida.
Dito isto, gostaria de entender o que há de democrático e republicano em uma casta formada pelos altos escalões dos três poderes que governam basicamente para si e para a ponta da pirâmide, formada por banqueiros e alguns empresários.
Mais uma coisa: temos nos perguntado por que tanta apatia do brasileiro diante deste terremoto pelo qual o país está passando?
De repente comecei a pensar na maioria da população que, diante da crise, teme por seus empregos e seu futuro. Então, nação em desenvolvimento que somos, não sobra aos brasileiros comuns muito tempo e espaço para ir protestar na Câmara dos Vereadores, na Assembléia Legislativa Estadual, na sede da prefeitura ou do governo estadual.
Pensar em viajar à distante Brasília é quase ficção para estes personagens que saem de casa de segunda à sexta 5h30 da manhã para entrar entre 7 e 9h em seus trabalhos alienantes, nos quais permanecerão por cerca de 8 horas, para depois enfrentar congestionamentos e transportes públicos superlotados na volta para a casa ou na ida para seus estudos noturnos, para chegar em casa por volta da meia-noite.
Em qual momento estes indivíduos com esta rotina terão condições de se aprofundarem nas notícias e artigos sobre a política e a economia brasileiras? O que lhes resta são manchetes da internet e as notícias-pílulas dos telejornais e a comprovação de que algo não vai bem quando vão ao mercado, à padaria, ao açougue, à farmácia ou à feira livre, assim como quando chegam as contas mensais de água, luz, gás, telefone, etc..
Percepção comprovada, vem a raiva imediata direcionada à classe política e nada mais, já que o cansaço da semana extingue qualquer energia para pensar em uma saída democrática e republicana com o apoio dos vizinhos, amigos e familiares.
Há a necessidade do descanso do corpo e da mente, seja no churrasco com cerveja e pagode ou simplesmente curtindo esposa/marido e filhos ou assistindo ao futebol. Pois, segunda-feira começa tudo de novo...
sexta-feira, 30 de junho de 2017
segunda-feira, 19 de junho de 2017
Inriba da palavra- Dicionário do Nordeste- Fred Navarro
Pois é, palavra é o que nos rodeia, a toda hora, todo instante e diz feito trovão. Autores resgataram em nossa literatura a fala popular: J.L do Rego, G. Ramos e J.G Rosa, M. de Andrade,A. Suassuna, R.Carrero e Zé da Luz, entre outros, sem falar nos cordelistas, pioneiros de nossa língua. Fred pesquisou esses e outros autores, no uso inclusivo de sua obra.
Todavia, o autor apura, para além do registrado na literatura, capturando-as em campo, sistematizando-as na área- lexicográfica, semântica, , cujo resultado é o retrato da boca sonora do Brasil, do Nordeste.
A obra é o Dicionário do Nordeste, CEPE, PE, 2013 .Obra volumosa(796pgs), um estudo sistêmico de várias regiões do Brasil/Nordeste, com prefácio do gramático da ALB, I. Bechara.
O autor, diferentemente do seu livro anterior, Assim falava Lampião”,E.Liberdade,SP,1998, acresce detalhamento de variáveis sistêmicas aos verbetes, como convenções, dicionários, classificação gramatical, siglas dos estados etc..
Aluada.adj.PB.Menstruada,de boi,com as regras.DPPB-
Depois deste verbete, colocamos alguns outros, soltos, tomadas de empréstimo de Navarro, as palavras com sentido que dou e me identifico na minha`` história de vida:
Aviar, como forma de apressar..Avia Maria..vamos Maria
Ancho.fulano ta todo ancho, cheio de si.
Frocado- pessoa toda cheia de si, empertigado.
Ingicar-engicar, implicar..oia tais ingicando,né.
Ingresia, coisa não clara ininteligível, que ingresia é essa que tai dizendo?
Latomia, barulho , esses cachosrros estão numa latomia!
Librinar..neblinar, eita começou a librina.
Mandchuria antiga zona do meretrício de Joao Pessoa.
Pei-buf...toma lá da cá, ai ele pei-buf falou.
Peitica, implicação, repetição..Tai com uma petica, só fala nisso.
Passo para Fred estas, pra findar :pilacacete- pílula Alkazter e assustado, festa feita de improviso, C.Grande,PB.
……………………
quinta-feira, 1 de junho de 2017
HÁ UM POETA NA PRANCHA DO PARANÁ
Luiz Felipe Leprevost nasceu em 21/03/1979, Curitiba - PR, onde vive. É formado em artes cênicas pela CAL (Casa de artes de Laranjeiras – RJ). Prosador e poeta. Já trabalhou como ator, bailarino contemporâneo, diretor teatral, dramaturgo, músico, compositor e interprete.
Ele é um machado poético múltiplo de linguagens apuradas desfiando por entre as artes gerais uma perfomance inédita de um joven que tem ganas por ser vario e na densidade poética tem maestria. Sua literatura , seja na prosa ou poesía, mescla-se como que se chama de pop, prefiro dizer uma lirica nova.
Sua construcão poética asssuta-nos, mas dá o que beber em intensidade:
com cadência/da estrela cadente/decadente
caiu/pra sempre… (caiu in Fôlego (2002)
Seu prefaciador, Edival Perrini, também poeta ,aponta em
em Fôlego (2002):”queremos entender o não entendível.Aí começa o trabalho de descontrução”, tão presente e tão norte da poesía..”e assim assoletramos com sede esses poemas Leprevost:
como a rede dos pescadores/pode aprosionar/um mar tão grande?( Fôlego 2002)
Ou em outro poema:
Cordas vão e voltam cordas voam em volta cordas em vão envoltas cordas arrebentam (Fôlego (2002)
E mais outros:
E enfim encontro o futuro
Estrada onde os lírios não são borracha de pneus
Esfarelado no asfalto( Ode mundana,2006)
E este:
Teu medo tem digitais traduzidas/lambe a ferida das patas, teme amputá-las/e não quer ferir a lingua/el é didático,prático conciso/palestra sobre o não eito,adestra os desejos,molesta os dejetos….( Ode mundana,2006)
Um novo poema inédito:
…..a primeira dama caindo no choro
o presidiário aprendendo a fazer tricô
o doutorando indo caçar na rua na madruga fria
o gótico cheirando rapé no cemitério ao meio-dia
um irmão encontrando alguém pra odiar fora da família
o latifundiário chegando no mar com um pranchão debaixo do sovaco
a jornalista ardendo de amor por um mundo que não volta
tentando atravessar a linha do horizonte que foge
o ator pornô fazendo sua festa de aniversário de 74 anos
o religioso fundamentalista prestando vestibular pra história
a costureira costurando um rasgo na própria carne
o mau hálito da manhã de uma cidade imutável…..
Sua mais recente obra é o livro de contos Salvar os pássaros (2013, ed. Encrenca). Também é autor do romance E se contorce igual um dragãozinho ferido, Ed. Arte e Letra. 2011finalista do Prêmio SESC/Record de Literatura, 2010,. Publicou ainda Ode mundana (2006, Editora Medusa - poemas). Inverno dentro dos tímpanos (2008, Kafka Edições - contos), Barras antipânico e barrinha de cereal (2009, Editora Medusa - contos) e Manual de putz sem pesares (2011, Editora Medusa – contos).
Integra as antologias de poesia Roteiro da poesia brasileira, anos 2000, Global Editora e Peso Pena, publicada pela editora Black Demon Press. No momento trabalha em seu novo romance Dias Nublados.
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