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sexta-feira, 30 de junho de 2017

SOBRE O RETORNO DE AÉCIO: uma casta formada pelos altos escalões dos três poderes

Trago um relato de um intelectual que demonstra  a escravidão branca que vivemos e os desmandos de um golpe que se esparrama pelas torres dos poderes podres deste país.A indignação solapa a população, que aflita e depressiva,  estagnada pelo medo convive com : o desgoverno, a falta de um mínimo ético nos poderes que se dizem da república.Há um golpe a cada dia!

POR EMERSON LOPES.SP
JORNALISTA PUC .SP
por Facebook em 30.06.2017
Eu e minha família, que sempre moramos na periferia, não somos ninguém neste país. Talvez o diploma universitário que conquistei a duras penas tenha ampliado minha visão sobre várias aspectos da vida. 

Dito isto, gostaria de entender o que há de democrático e republicano em uma casta formada pelos altos escalões dos três poderes que governam basicamente para si e para a ponta da pirâmide, formada por banqueiros e alguns empresários. 

Mais uma coisa: temos nos perguntado por que tanta apatia do brasileiro diante deste terremoto pelo qual o país está passando? 

De repente comecei a pensar na maioria da população que, diante da crise, teme por seus empregos e seu futuro. Então, nação em desenvolvimento que somos, não sobra aos brasileiros comuns muito tempo e espaço para ir protestar na Câmara dos Vereadores, na Assembléia Legislativa Estadual, na sede da prefeitura ou do governo estadual. 

Pensar em viajar à distante Brasília é quase ficção para estes personagens que saem de casa de segunda à sexta 5h30 da manhã para entrar entre 7 e 9h em seus trabalhos alienantes, nos quais permanecerão por cerca de 8 horas, para depois enfrentar congestionamentos e transportes públicos superlotados na volta para a casa ou na ida para seus estudos noturnos, para chegar em casa por volta da meia-noite. 

Em qual momento estes indivíduos com esta rotina terão condições de se aprofundarem nas notícias e artigos sobre a política e a economia brasileiras? O que lhes resta são manchetes da internet e as notícias-pílulas dos telejornais e a comprovação de que algo não vai bem quando vão ao mercado, à padaria, ao açougue, à farmácia ou à feira livre, assim como quando chegam as contas mensais de água, luz, gás, telefone, etc.. 

Percepção comprovada, vem a raiva imediata direcionada à classe política e nada mais, já que o cansaço da semana extingue qualquer energia para pensar em uma saída democrática e republicana com o apoio dos vizinhos, amigos e familiares. 

Há a necessidade do descanso do corpo e da mente, seja no churrasco com cerveja e pagode ou simplesmente curtindo esposa/marido e filhos ou assistindo ao futebol. Pois, segunda-feira começa tudo de novo...

segunda-feira, 19 de junho de 2017

Inriba da palavra- Dicionário do Nordeste- Fred Navarro




Pois é, palavra é o que nos rodeia, a toda hora, todo instante e diz  feito trovão. Autores resgataram em nossa literatura a fala popular: J.L do Rego, G. Ramos e J.G Rosa, M. de Andrade,A. Suassuna, R.Carrero e Zé da Luz, entre outros, sem falar nos cordelistas, pioneiros de nossa língua. Fred  pesquisou esses  e outros autores, no uso inclusivo de sua obra.  
Todavia, o autor apura, para além do registrado na literatura, capturando-as em campo, sistematizando-as na área- lexicográfica, semântica, , cujo resultado é o retrato da boca sonora do Brasil, do Nordeste. 
A obra é o Dicionário do Nordeste, CEPE, PE, 2013 .Obra volumosa(796pgs), um estudo sistêmico de várias  regiões do Brasil/Nordeste, com prefácio do gramático da ALB, I. Bechara. 
O autor, diferentemente do seu livro anterior, Assim falava Lampião”,E.Liberdade,SP,1998, acresce detalhamento de variáveis sistêmicas aos verbetes, como convenções, dicionários, classificação gramatical, siglas dos estados etc.. 

Aluada.adj.PB.Menstruada,de boi,com as regras.DPPB- 

Depois deste verbete, colocamos alguns outros, soltos, tomadas de empréstimo de Navarro, as palavras com sentido que dou e me identifico na minha`` história de vida: 

Aviar, como forma de apressar..Avia Maria..vamos Maria 
Ancho.fulano ta todo ancho, cheio de si. 
Frocado- pessoa toda cheia de si, empertigado. 
Ingicar-engicarimplicar..oia tais ingicando,né. 
Ingresia, coisa não clara ininteligível,  que ingresia é essa que tai dizendo? 
Latomiabarulho , esses cachosrros estão numa latomia! 
Librinar..neblinareita começou a librina. 
Mandchuria antiga zona do meretrício de Joao Pessoa. 
Pei-buf...toma lá da cá, ai ele pei-buf falou. 
Peitica, implicação, repetição..Tai com uma petica, só fala nisso. 
Passo para Fred  estas, pra findar :pilacacete- pílula Alkazter e assustado, festa feita de improviso, C.Grande,PB. 







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quinta-feira, 1 de junho de 2017

HÁ UM POETA NA PRANCHA DO PARANÁ



Luiz Felipe Leprevost nasceu em 21/03/1979, Curitiba - PR, onde vive. É formado em artes cênicas pela CAL (Casa de artes de Laranjeiras – RJ). Prosador e poeta.  trabalhou como atorbailarino contemporâneodiretor teatral, dramaturgo, músico, compositor e interprete. 
Ele é um machado poético múltiplo de linguagens apuradas desfiando por entre as artes gerais uma perfomance inédita de um joven que tem ganas por ser vario e na densidade poética tem maestria. Sua literatura , seja na prosa ou poesía, mescla-se como que se chama de pop, prefiro dizer uma lirica nova. 
Sua construcão poética asssuta-nos, mas  o que beber em intensidade: 

com cadência/da estrela cadente/decadente 
caiu/pra sempre (caiu in  Fôlego (2002) 

Seu prefaciadorEdival Perrinitambém poeta ,aponta  em
em Fôlego (2002):”queremos entender o não entendível.Aí começa  o trabalho de descontrução”, tão presente e tão norte da poesía..”e assim assoletramos com sede esses poemas Leprevost: 

como a rede dos pescadores/pode aprosionar/um mar tão grande?( Fôlego 2002) 
Ou em outro poema: 

Cordas vão e voltam cordas voam em volta cordas em vão envoltas cordas    arrebentam (Fôlego (2002) 
 E mais outros: 
  
 E enfim encontro o futuro 
  
 Estrada onde os lírios não são borracha de pneus 
 Esfarelado no asfalto( Ode mundana,2006) 
                                                                   
E este: 
Teu medo tem digitais traduzidas/lambe a ferida das patas, teme amputá-las/e não quer ferir a lingua/el é didático,prático conciso/palestra sobre o não eito,adestra os desejos,molesta os dejetos….Ode mundana,2006) 

Um novo poema inédito: 

…..a primeira dama caindo no choro 
presidiário aprendendo a fazer tricô 
doutorando indo caçar na rua na madruga fria 
o gótico cheirando rapé no cemitério ao meio-dia 
um irmão encontrando alguém pra odiar fora da família 
latifundiário chegando no mar com um pranchão debaixo do sovaco 
jornalista ardendo de amor por um mundo que não volta 
tentando atravessar a linha do horizonte que foge 
ator pornô fazendo sua festa de aniversário de 74 anos 
o religioso fundamentalista prestando vestibular pra história 
costureira costurando um rasgo na própria carne 
mau hálito da manhã de uma cidade imutável….. 

Sua mais recente obra é o livro de contos Salvar os pássaros (2013, ed. Encrenca). Também é autor do romance E se contorce igual um dragãozinho ferido, Ed. Arte e Letra. 2011finalista do Prêmio SESC/Record de Literatura, 2010,. Publicou ainda Ode mundana (2006, Editora Medusa - poemas). Inverno dentro dos tímpanos (2008, Kafka Edições - contos), Barras antipânico e barrinha de cereal (2009, Editora Medusa - contos) e Manual de putz sem pesares (2011, Editora Medusa – contos). 
Integra as antologias de poesia Roteiro da poesia brasileira, anos 2000, Global Editora e Peso Pena, publicada pela editora Black Demon Press. No momento trabalha em seu novo romance Dias Nublados.