JEAN BROC
Sabemos que somos bastante movidos a sexo, não mais como achávamos, mas somos.A mídia da imagem produziu uma enorme erotização,o meio impresso, a fotografia e o cinema fizeram o público, alimentar-se deste sexo midiático, tornando mais faminto o público e de uma sede quase que icontrolável.
A internet , no seu advento e caminhando para uma quase maturidade, ampliou o espectro do sexo, com a imagem em movimento, na interatividade e o corpo tornou-se identidade, como nunca e sexo é ritual sempre"ficado"senão ficante e sem maiores regulações.O sexo no ficar é roto, descartável e produto do ser, mesmo que envolva um segundo sujeito.E o que fica no sujeito ficante? Um poder estatístico de ter ficado, um marketing, uma conspiração a si próprio?
O ser agora é estar ou ter, e logo ficar é estar e ter concomitante.
Agora passa á existir uma idiosincrasia, se é que assim o é, que se resume no seguinte: o jovem, eboutros pegando carona, destacou amor e sexo, antes falavamos de amor como igual a sexo, hoje não mais, de um lado que bom de outro, me questiono sem aqui fazer crítica alguma,é dúvida minha mesmo.
As redes sociais são exemplo disto, deste canal de poder ficar, de congregar corpos, ciberborgs.As imagens de identidade do sujeito são corpo/sexo, um corpo erotizado faminto que busca uma satisfação em que não encontra a água mais pura para saciar a gula da imaginação do sexo.
Há uma hipocrisia nas redes , e na mídia como todo em negar este papel do sexo em seus conteúdos.A publicidade usa o corpo como papel de fundo de suas mensagens, as novelas, o grande irmão e sua derivações, fazem o mesmo.
Baudrillard trabalhou sobre esta questão em diversas obras, mostrando a relação corpo , como ordem de valor, consumo e hiperealidade(a mídia):
"A ética da beleza, que também é a da moda, pode definir-se
como a redução de todos os valores concretos e dos Valores de uso'
do corpo (energético, gestual e sexual), ao único 'valor de permuta'
funcional que, na sua abstração, resume por si só a idéia de corpo
glorioso e realizado" ....
"Da higiene à maquiagem, passando pelo bronzeamento, pelo
desporto e múltiplas 'libertações' da moda,a redescoberta do corpo
passa antes de mais nada pelos objetos. Parece que a única pulsão
verdadeiramente libertada é a 'pulsão de compra'
(BAUDRILLARD, 1985, p. 141 -143)(Sociedade Do Consumo)
O que se esconde atrás desta fome, desta avalanche de sede maior ainda , no dias atuais ?
Será o sexo na atualidade uma pseudo-droga que alimenta a todos e se esconde em nome da sedução que deve(?) estar em todos nós?
Porque a guerra dos sexos entre todos os gêneros e agora entre os ditos heteros- fomentando a homofobia, talvez a do próprio sujeito que a produz contra ele próprio, mas que faz vítimas, e ele se esconde disto como se fora possível.
Quem é homosexual, heterosexual?
Será que esta pergunta, estatísticas dão conta? Penso que não, o sexo é uma montanha enorme e bacana,para se assumir diante de estatísticas do além e por vezes de si próprio.
Quem curou-se(PERGUNTA IDIOTA) DE ALGUM DESEJO DE SEXO HETERO OU HOMO?
Há cura para o desejo?
O que humano é da ordem do desejo e portanto não há cura para nós em sermos humanos.
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