Natália Xavier, do Jornal da Paraíba
Relatório divulgado na última quinta-feira (13) pelo Ministério da Educação (MEC) revela que os cursos de graduação da Paraíba estão entre os melhores e piores do país. Nos dois extremos da tabela estão cursos de universidades públicas. A menor nota no Estado foi obtida pelo curso de Filosofia oferecido pela Universidade Estadual da Paraíba (UEPB). Em uma escala que vai até 5, o curso obteve 0,99, sendo o terceiro pior curso de Filosofia do país.
Já na outra ponta da tabela das graduações oferecidas na Paraíba está o curso de Ciências da Computação da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), que obteve 4,11 e é o sexto melhor desta área no Brasil. A nota, que é definida com base Conceito Preliminar de Curso (CPC), é considerada boa quando fica entre 4 e 5. Com nota até 2, o nível é considerado insatisfatório; 3 é razoável. As notas atribuídas aos cursos levam em consideração o desempenho dos universitários no Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade) em 2009, 2008 e 2007, de acordo com o ano em que os universitários do referido curso foram avaliados.
Além da nota do Enade, a nota é definida levando em consideração as informações de infraestrutura e instalações físicas, os recursos didático-pedagógicos e corpo docente oferecidos pelo curso e o Indicador da Diferença entre os Desempenhos Esperado e Observado (IDD).
Na Paraíba, o relatório divulgado pelo MEC inclui 138 cursos de onze universidades públicas e particulares. Entre os cursos que se destacaram negativamente, além de Filosofia na UEPB, também pode ser citado Estatística – também oferecido pela Universidade Estadual, que foi o segundo pior da Paraíba no ranking de todos os cursos avaliados e, com a nota 1,05, foi o pior do país entre os cursos de Estatística. No terceiro lugar entre os piores do Estado aparece um outro curso da Universidade Estadual: Educação Física, que obteve 1,13 e é considerado o oitavo pior do país nesta área.
Ao comentar os números divulgados pelo MEC, a reitora da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), Marlene Alves, lembrou que a instituição tem investido pesado na qualificação, infraestrutura e no projeto pedagógico dos cursos de Filosofia e Estatística. “Estatística é extremamente difícil do ponto de vista da formação, mas temos um corpo docente qualificado com cerca de 33% dos professores com doutorado e o restante com mestrado; temos um acervo bibliográfico muito bom e investido na leitura e produção de texto e matemática básica para suprirmos as deficiências”, observou.
Quanto à graduação em Filosofia, ela destacou que a universidade também tem buscado melhorias. “Iremos conversar e temos investido em recursos humanos, estrutura, e qualificação. A UEPB tem investido muito e vamos fazer uma discussão com o corpo docente para identificar os problemas”, acrescentou Marlene Alves.
Apesar de não estarem entre os piores do Estado, alguns cursos da UFPB também não alcançaram notas satisfatórias, sendo avaliados com médias menores que 2. Exemplos disso são os cursos de Zootecnia, que foi avaliado com 1,95, e de Engenharia de Alimentos, que obteve 1,98. Com relação a estes cursos, o pró-reitor de Graduação da UFPB, Valdir Barbosa, comentou que as providências estão sendo tomadas. “Nós estamos trabalhando com algumas ações junto às coordenações dos cursos para melhorar o desempenho dos estudantes no Enade, que é um dos componentes da nota”, informou o professor, acrescentando que alguns cursos já foram reavaliados e tiveram as notas aumentadas.
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