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segunda-feira, 26 de abril de 2010

domingo, 25 de abril de 2010

LIVROS DE MENTIRAS -TECLE AQUI E VEJA FONTE E FOLHEI O LIVRO

Excelente trabajo. Solidos, fuertes poemas,con la carasterítica tristeza endémica'que suele impregnar la poesía de Montealegre --- sabemos que los niños piden pan por la calle, todavía; pero cuando recogido en poema de Montealegre la injusticia pasada por cedazo de tristeza no es alegoría de discurso, sino simple y directo desamparo sin vuelta ni nostalgias, alli, peresente, implacable, el sentimieento puro, allí en la página dejánd(nos) demudados. Dolor demudado, presencia que abunda en ausencia y soledad.Pantalla blanca y negra, ceja rota, penas afincadas para siempre en la memoria. Precioso formato que resulta completamente acorde, poema en blanco y negro de la página que se da vuelta, pantalla en pantalla. Excelente trabajo, de Montealegre y de los editores y productores. Felicitaciones.

sábado, 24 de abril de 2010

Cine PE: Pernambucanos em lugar de honra BU jc on line pe

Cine PE: Pernambucanos em lugar de honra
Publicado em 24.04.2010, às 09h34

Ernesto Barros
ebarros@jc.com.br
Símbolo de uma era em que o cinema reinava absoluto como a melhor diversão, o cine São Luiz volta aos seus dias de glória para abrigar neste fim de semana a IIIª Mostra Pernambuco de Curtas e Longas-metragens, que marca oficialmente a abertura do 14º Cine PE Festival do Audiovisual. Neste sábado e domingo (24 e 25), desfilarão pela tela do São Luiz quinze curtas e três longas da produção audiovisual recente do Estado.

Como a majestosa sala da Rua da Aurora sediou a primeira edição do Cine PE, em março de 1997, os organizadores do festival, o casal Alfredo e Sandra Bertini, estão muito satisfeitos com a volta ao São Luiz. “A gente se emociona muito em ter novamente a oportunidade de retornar a este patrimônio de Pernambuco, para mostrar o que está sendo feito aqui. A competição está a cada dia mais acirrada e a Mostra PE vai exibir filmes tão bons quanto os que estão em competição a partir de segunda no Centro de Convenções”, explicou Sandra.

Nos seus dois primeiros anos, os cineastas pernambucanos não viam com bons olhos a participação na Mostra PE, já que ela era composta pelos filmes que ficaram de fora da competição. Hoje, a relação mudou e quase não há mais protestos. Inclusive, sem ser necessariamente um cala-boca, uma competição com direito a premiação em dinheiro não pode deixar de ser considerada. Para este ano, segundo Alfredo Bertini, a Assembleia Legislativa de Pernambuco confirmou premiações no valor de R$ 10 mil para o melhor longa-metragem e R$ 5 mil e R$ 2 mil para o primeiro e segundo lugares entre os curtas-metragens, respectivamente. O júri da Mostra PE é integrado pelo cineasta carioca Zelito Viana, o programador Marcos César Sampaio de Araújo e a produtora carioca Vera de Paula.

A competição de longas-metragens é composta por três documentários. Em Porta a porta, o cineasta Marcelo Brennand deslocou-se para Gravatá, no Agreste do Estado, para acompanhar os bastidores e a movimentação durante as eleições de 2008, quando os eleitores escolheram vereadores e o prefeito do município. Os outros dois longas são coproduções com o Rio de Janeiro. Nas rodas do choro, de Milena Sá, mapeia o universo do gênero musical a partir de grupos existentes no Recife e na capital fluminense.

Já Travessias, o segundo longa-metragem do jornalista e cineasta carioca Eduardo Souza Lima (o primeiro foi o excelente O Rio de Jano), nasceu de sua experiência em educação na Fundação Roberto Marinho. Durante dois anos, ele acompanhou um projeto educacional desenvolvido entre a FRM e o Governo do Estado, onde se desenrola o cotidiano de uma professora e três alunos na luta por um diploma. “Não é um filme institucional, é um filme sobre a situação da educação em Pernambuco”, explica Eduardo, que desde então se acha meio pernambucano, já que hoje passa mais tempo aqui do que no Rio.

Com quinze filmes em competição, a mostra de curtas traz nove ficções, quatro documentários e uma animação. Entre as ficções, destaques para Tchau e bênção, de Daniel Bandeira, Matriuska, de Pablo Polo e A minha alma é irmã de Deus, de Luci Alcântara, a partir de um história do escritor Raimundo Carrero. “Fiquei muito feliz ao saber que o filme vai passar no São Luiz, que eu amo muito e está lindo”, disse Luci.

Já entre os documentários, vale a pena ficar de olho em Teresa – Cor na primeira pessoa, de Amaro Filho e Marcílio Brandão, e Retratos, de Leo Tabosa e Rafael Negrão, que acaba de ganhar os prêmios de melhor vídeo e melhor direção no Focus Brazil Video Fest, realizado em Fort Lauderdale, na Flórida, sul dos Estados Unidos.

quarta-feira, 21 de abril de 2010

Muito mais PSDB, DEM e PPS: Como negociar com os sindicatos LEIA NOVA e-clique no título

Muito mais PSDB, DEM e PPS: Como negociar com os sindicatos
LEIA NOVA e-clique no título
O estilo PSDB, DEM e PPS de negociar com os sindicatos ficou demonstrado na greve dos professores de São Paulo. Mais um exemplo do jeito muito mais, muito mais mesmo, de ser.








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Morte de Mark Twain, um dos autores mais influentes da literatura mundial, completa 100 anos

O escritor norte-americano Samuel Longhorne Clemens, mais conhecido por seu pseudônimo Mark Twain (1835-1910)BY UOL

"Foi um profundo filósofo com a visão de um profeta", afirmava o jornal "San Francisco Call" após saber da morte do escritor e jornalista Samuel Langhorne Clemens no dia 21 de abril de 1910 - ou Mark Twain, como ficaria conhecido na posteridade.

Seu legado prolífico, com títulos como "As aventuras de Tom Sawyer", "Huckleberry Finn" e "Príncipe e Mendigo", o tornou merecedor do título de "pai da literatura americana", como definiu o escritor William Faulkner em 1955.

Já em seu obituário se considerava que Mark Twain evoluiu de cômico brincalhão a "uma das grandes figuras literárias de seu tempo", embora o reconhecimento de seus contemporâneos não adoçasse seu final, marcado pelas tragédias familiares e a perda de seus entes queridos.
SAIBA MAIS
CAPÍTULO INÉDITO DE MARK TWAIN SERÁ LEILOADO NOS ESTADOS UNIDOS

As origens de Twain dizem muito sobre sua obra posterior: nasceu no dia 30 de novembro de 1835 na cidade de Flórida (Missouri, EUA), mas foi o porto de Hannibal, para onde se transferiu com sua família aos quatro anos, o cenário à beira do Mississipi no qual se inspiram as correrias de Tom e de Huckleberry, em que o autor colocou muitas de suas vivências.

Entre elas, sua relação com a escravidão, que viveu de perto em Mississipi, um estado que a permitia, e em sua própria casa, já que seu pai teve um escravo e um de seus tios teve vários com os quais o jovem Sam passava longas horas escutando contos e cânticos espirituais.

O escritor começou escrevendo artigos jornalísticos, profissão à qual chegou após uma viagem complicada com quase 18 anos que o levou a Nova York, onde colaborou em distintas publicações.

Em 1857 retornou ao Mississipi e após se dedicar a pilotar navios pelo rio, a explosão da guerra civil (1861-1865) o obrigou a abandonar este trabalho e o conduziu rumo a Nevada, onde pretendia dedicar-se a busca de ouro.

Origem do pseudônimo
Voltou em breve ao jornalismo no "Territorial Enterprise", na Virgínia, onde usou pela primeira vez o pseudônimo com o qual passaria à posteridade.

O primeiro ponto de inflexão em sua carreira como escritor chegou em 1865, com a publicação de um conto em diversos periódicos.

Twain conseguiu um êxito notável com este conto, mas ainda mais com seus artigos de viagens, compilados depois em um livro, "Guia para viajantes inocentes" (1869).

Enquanto continuava sua carreira como jornalista e começava a de escritor, Twain se mudou para várias cidades, se casou com Olivia Langdon e teve sua primeira filha, Susy, que morreu aos dois anos de difteria.

Um drama que o levou a se voltar para crítica social antes de se concentrar na ficção pura que, no entanto, sempre teve um forte cenário de realidade que demonstrava a clara vocação antropológica do escritor.




Capa de uma das edições da obra mais famosa de Twain: escritor aliou análise social e delicadeza

Em 1876 chegaram "As aventuras de Tom Sawyer", que ia muito além da literatura infantil e juvenil na qual se enquadrou em um primeiro momento e que apontava a vertente social que o escritor sempre daria a seus livros.

"Príncipe e mendigo" (1881), "Vida no Mississipi" (1883), "Um ianque na corte do rei Artur"" (1889) e aquela que é sem dúvida sua obra mais famosa, "As aventuras de Huckleberry Finn" (1884), na qual satiriza a escravidão predominante nos estados sulinos.

Um questão-chave e polêmica em suas obras, é que se por um lado contêm críticas duras à escravidão, também mantém posturas que alguns críticos consideram ambíguas por seu conteúdo racista.

Entre 1890 e 1900 Twain e sua família se dedicaram a viajar por todo o mundo e o escritor foi testemunha das diferenças sociais, que imortalizou em suas obras e desde 1901 até sua morte foi o presidente da Liga Anti-imperialista.

Uma experiência vital que o fez ter um profundo conhecimento da realidade na qual viveu e que colocou em suas novelas. "Supor está bem, mas descobrir é melhor", afirmou Twain, que sempre quis ser uma testemunha direta.

E esse realismo de seus relatos, com uma linguagem simples e divertida, fez dele um dos escritores mais influentes da literatura americana.

Obra "popular"
Foi o primeiro grande escritor americano que não procedia da costa leste; o primeiro a utilizar uma linguagem que se parecia a que o povo falava na realidade e, sem dúvida, um dos primeiros escritores nos quais a análise social se aliou com a delicadeza.

"Toda a literatura americana começa com ele. Não havia nada antes. Não há nada depois", assinalou Ernest Hemingway.

LBF Digest: Erupting Eyjafjallajökull is Unexpected Boon to Some Authors

LBF Digest: Erupting Eyjafjallajökull is Unexpected Boon to Some AuthorsAPRIL 20, 2010 -
By Liz Bury The London Book Fair 2010 will no doubt go down in publishing folklore as, like the title of an episode of Friends, "the one with the volcano." Monday was to be the busiest day in Earls Court in London, but the aisles were noticeably quiet. Simon Master, former Random House deputy chairman and now adviser to the fair, said overall numbers were down by 30%. Collective country [...]

The London Book Fair 2010 sem dúvida entrará para o folclore que, como o título de um episódio de Friends, "aquele com o vulcão".
Segunda-feira seria o dia mais movimentado em Earls Court em Londres, mas os corredores estavam visivelmente tranquilo. Simon Master, ex-vice-presidente da Random House, e agora conselheiro da feira, disse que os números globais caíram 30%. Coletiva país [...]

sábado, 17 de abril de 2010

Ficção brasileira contemporânea

SINPRO

Por Francisco Bicudo

O contato que os estudantes travam durante o ensino médio com a literatura brasileira e seus mais representativos autores em geral esgota-se com a análise sobre o movimento modernista. Por conta dos mais variados motivos – tempo restrito, estrutura das grades curriculares, excesso de conteúdos, bibliografia mais limitada e escassa, referências e parâmetros estabelecidos pelos exames vestibulares –, o mais comum é que esse percurso não ultrapasse a primeira metade do século XX. Cria-se dessa forma um vácuo, como se a produção literária nacional tivesse parado no tempo, sem consagrar outros estilos e experiências em décadas mais recentes.

O livro Ficção brasileira contemporânea (editora Civilização Brasileira), de Karl Erik Schollhammer, professor-associado do departamento de Letras da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RJ), ajuda a preencher parcela dessa lacuna e se propõe a oferecer “um apanhado de nossa produção ficcional das últimas três décadas, até chegar à produção recente, que tem sido chamada de geração 00”, como destaca a própria apresentação da obra. Ainda na Introdução, o autor escreve que “o livro levanta questões centrais para uma melhor compreensão das transformações que vêm ocorrendo na literatura, dando preferência às obras mais recentes e que ainda não acumularam fortuna crítica”.

O SINPRO-SP trocou algumas ideias por e-mail com Schollhammer (atualmente, o pesquisador está na Dinamarca, onde desenvolve pesquisas financiadas pela Coordenadoria de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior – CAPES). Por isso mesmo, a conversa está muito longe de esgotar o assunto, mas certamente representa um estímulo e uma porta de entrada para o fascinante mundo da ficção nacional contemporânea, que reúne autores tão distintos como Milton Hatoum, Bernardo Carvalho, Marcelino Freire e Cristovão Tezza, apenas para citar alguns dos autores analisados pelo professor da PUC-RJ.

Para o especialista, uma das características que aproxima esses escritores é “um contínuo interesse pelo realismo, o regionalismo, o intimismo existencial e psicológico, o experimentalismo linguístico e a meta-literatura”; no entanto, Schollhammer reconhece também as diferenças e ressalta que se trata de “um grupo heterogêneo” e que “não pretendeu criar uma homogeneidade falsa, quando há diferenças óbvias”.
Leia a entrevista com Karl Erik Schollhammer

Entrevista com Karl Erik Schollhammer, autor de Ficção brasileira contemporânea









Quais as motivações que o levaram a escrever o livro? Por que decidiu estudar os chamados ficcionistas brasileiros contemporâneos?
Minha formação foi em semiótica e literatura comparada, com enfoque na literatura latino-americana, mas há muitos anos venho trabalhando com a ficção brasileira contemporânea, principalmente a narrativa urbana. O livro resultou de um convite do professor Evando Nascimento para inaugurar a nova coleção "Contemporânea", editada pela Civilização Brasileira.

Na obra, o senhor escreve que contemporâneo não é necessariamente sinônimo de atual. Pode explicar essa diferença e relação? Que conceito afinal é esse?
A coleção se propõe a discutir o conceito de contemporâneo e tentei fazer uma distinção que o diferencia da noção de atualidade, no sentido de novidade atual e a partir de uma compreensão do contemporâneo como aquilo que simplesmente compartilha "o mesmo tempo". Minha sugestão é que o contemporâneo, na ficção que abordo, caracteriza-se por uma vontade de interação com os temas de nosso tempo e ao mesmo tempo por uma consciência da dificuldade que essa ambição coloca. Assim, a ficção contemporânea não significa necessariamente uma ficção representativa de seu tempo, mas é muito mais representativa de uma certa dificuldade no convívio e na relação com ele.

Desse grupo que o senhor estuda fazem parte autores que têm pressa e urgência em escrever? Essa é uma característica marcante, definidora, uma novidade? Mas, quando pensamos em literatura, esse não é um problema?
A distância entre escritor e leitor diminuiu em consequência das novas tecnologias. Atualmente, o escrever aparece como uma real possibilidade, e há facilitações para a publicação que abrem espaço para muitos jovens com vontade e talento. O que é uma facilidade, por um lado, é uma responsabilidade nova, de outro. Muitos se precipitam talvez em publicar antes de adquirir maturidade suficiente. De qualquer forma, essa transformação nos modos de produzir e de fazer circular a literatura foi algo muito positivo e que traz desafios aos mecanismos de seleção das editoras, oferecendo uma divulgação rápida de muitos talentos.

A divisão tradicional da literatura brasileira trabalha com a ideia de escolas. Já é possível afirmar que os autores contemporâneos formam e representam uma nova escola?
Acho que a noção de escola não é adequada para caracterizar o que acontece na ficção hoje, ainda que a tradição continue presente e siga sendo uma referência histórica importante e até mesmo fundamental para alguns escritores.

Quais são as características mais marcantes e relevantes desses autores contemporâneos? O que os aproxima?
Tentei mostrar que a impressão imediata e bastante difundida de que a marca da literatura seja a diversidade heterogênea entre os muitos autores que emergiram durante as últimas décadas não deve impedir que se observe certa continuidade de referências sólidas, que não se superaram nem se esvaziaram por completo. Exemplos disso são o contínuo interesse pelo realismo, o regionalismo, o intimismo existencial e psicológico, o experimentalismo linguístico e a meta-literatura. Todos aparecem em formatos reformulados, porém não radicalmente diferentes do que já se conhecia. Acredito que os autores contemporâneos não sentem que a tradição seja um impedimento e não têm pudor de retornar às experiências passadas, com a finalidade de revisar seus projetos e propostas.

Ao mesmo tempo, como podemos considerar que fazem parte do mesmo grupo escritores como Marcelino Freire e Cristovão Tezza, com estilos e propostas tão distintos? Não é um grupo heterogêneo?
Ao assinalar a continuidade entre a literatura de hoje e a produção anterior a ela não estou negando a sua heterogeneidade, apenas tentando mostrar que ela não é absoluta e que há questões herdadas e ainda ativas na escrita dos autores atuais. É um grupo heterogêneo sim e não pretendi criar uma homogeneidade falsa, quando há diferenças óbvias. Cada escritor possui marcas próprias e, num exercício de comparação mais específico entre os dois autores mencionados, é difícil perceber as preocupações que em outro nível os unem, como por exemplo havia entre os diferentes formatos do realismo. Neste caso, refiro-me mais especificamente à escrita performativa de Freire e ao projeto auto-biográfico e memorialista do Tezza.

A partir de quais elementos e recursos esses autores se aproximam do realismo? Afinal, que neo-realismo é esse?
A maioria abre mão do realismo histórico e representativo - que conhecemos do padrão desenvolvido no romance do século 19 e dos realismos críticos das décadas de 1920 e 30 - e propõem formas de realismo que ora trazem a realidade para dentro da obra, em evidências e registros testemunhais, históricos, arquivísticos, biográficos ou auto-biográficos, ora procuram lançar mão de recursos expressivos, com a finalidade de simular efeitos de realidade não apenas como recurso de estilo, mas também com diferentes efeitos visuais, sonoros, enfim, sinestésicos. É nessa perspectiva que se possibilita uma comparação entre autores tão diferentes como Luiz Ruffato, Cristovão Tezza, Fernando Bonassi e Marcelino Freire, entre outros.

Para essa geração, a visibilidade midiática é algo fundamental? Sabem explorar internet e redes sociais? É uma geração midiática, com certo "quê" de publicidade?
A visibilidade midiática é uma realidade poderosa e altamente sedutora. Ela funciona tanto como objeto da ficção quanto como impulso na carreira de muitos escritores. Em alguns casos, além de ser um modo de criar e projetar imagens do autor, ela pode ser também um impulso para criar histórias.

Quais são os assuntos e temas mais recorrentes nessa geração? É uma literatura essencialmente urbana?
Sem dúvida, nas últimas décadas, predominaram os problemas da brutalização da vida, a violência e o crime nas grandes cidades.

Em termos de estilos, de narrativas, de recursos de linguagem, o que podemos destacar?
A fusão entre a literatura e as linguagens provenientes de diferentes meios de expressão talvez seja o traço mais forte. Quando penso em outros meios de expressão, destaco mais especificamente as artes, o cinema, o vídeoclip, a fotografia e até mesmo os games, além também de estilos linguísticos importados de outros discursos, como a publicidade e o jornalismo, por exemplo.

E como se comporta o mercado? Em relação a esses autores, há pressão das editoras para que publiquem periodicamente?
Acho que o mercado literário e o mercado editorial em geral passam por um momento próspero. A ficção nacional representa uma fatia menor, se comparada a de autores internacionais, mas ela já goza de bastante prestígio e está crescendo. Acredito que o mercado seja sensível à inovação e que possui um poder de intervenção significativa nas tendências de venda e de visibilidade.

No livro, o senhor escreve que "tornou-se chique ser autor e nada incomum ganhar espaço na mídia mesmo antes de publicar o primeiro livro". Não é uma temeridade, uma inversão completa de valores? Mais: essa suposta fama não é também efêmera, passageira?
Não acho em si ruim criar um interesse pela literatura através de mecanismos de publicidade e de mídia, como acontece em festivais e eventos literários como a FLIP (Festa Literária Internacional de Paraty), entre muitos outros. As pessoas lêem por motivos incontroláveis e quem somos nós para julgar o motivo do outro. O importante é que o livro hoje não representa mais uma realidade cultural exclusiva, mas forma parte de uma complexa rede de ofertas, sustentada pela mídia e também pelas políticas públicas.

Por fim, já é possível falar em herança e legado desses contemporâneos para a literatura brasileira? Quais seriam?
Acho muito cedo, mas se houver algum legado gostaria que fosse o legado de se reconciliar com a literatura enquanto experiência do possível e do impossível e da ficção enquanto potência de fabulação e criação ficcional.

sexta-feira, 16 de abril de 2010

Os EUA mentem ao falar em desarmamento

Os EUA mentem ao falar em desarmamento, seu sub-solo está recheado de armamentos bem guarnecidos até para satélite, que ismiunção a terra, mas negão; Pergunta porque eles nao permitem ida da ONU PARA VASCULAR SEU SOLO TODO, no entanto apontam outros países ara serem fiscalizados .Ongs Americanas prodesarmamento acusam o seu próprio país. A china e eles -EUA saem em busca dos outros mas ocultam seu segredos , assim como Londres , França e ALEMANHA

Um tesouro no mar de Pernambuco

LEIA MAIS EM HISTÓRIA VIVA
Navio encontrado no litoral do estado esconde, há mais de três séculos, um inestimável tesouro histórico que remonta à presença holandesa no Brasil



Navios do tipo Fluyt
Uma equipe de arqueólogos marinhos, membros da Octopus Association for Marine Archaeology, da Hungria, afirma ter descoberto um tesouro submerso próximo à costa brasileira, estimado no valor de um bilhão de dólares, segundo Attila K. Szaloky, chefe da expedição. Ao que tudo indica, parece tratar-se dos destroços de um cargueiro holandês, o Voetboog, que naufragou no litoral de Pernambuco em 1700.

A caravela de três mastros do tipo Fluyt, pesando 595 toneladas, zarpou do Porto de Batávia (atual Jakarta, na Indonésia) rumo à Holanda mas afundou no caminho, matando seus 109 tripulantes. É possível que o naufrágio tenha ocorrido devido a uma forte tempestade, que arrastou a embarcação em direção aos recifes.

Pertencente a Companhia das Índias Orientais holandesa, o navio levava uma carga preciosa, na forma de seda, especiarias, porcelanas e cerca de 180 mil moedas de ouro holandesas.

Ainda que nem todos os naufrágios tenham sido localizados, especialistas estimam existir mais de 10 mil deles só em águas brasileiras, principalmente na Bahia, no Rio de Janeiro (antigas capitais federais), em Recife (porto comercial de grande importância desde os tempos coloniais), em Santa Catarina (rota do Prata) e no eixo Rio-Santos.

quinta-feira, 15 de abril de 2010

Pesquisa revela que 73% dos pais paulistanos concordam que deveria haver algum tipo de restrição à publicidade infantil por: Instituto Alana

O Projeto Criança e Consumo, do Instituto Alana, encomendou uma pesquisa para o Datafolha para medir a percepção dos pais com filhos entre 3 e 11 anos completos sobre alguns aspectos das propagandas direcionadas às crianças.

O levantamento foi realizado na cidade de São Paulo entre 22 e 23 de janeiro de 2010. Foram ouvidos 411 pais e mães de todas as classes econômicas, com destaque para a classe C, que correspondeu a 52% dos entrevistados. A margem de erro é de 5 pontos percentuais.

Entre as conclusões da pesquisa, está que sete em cada dez pais entrevistados afirmaram serem influenciados pelos filhos na hora da compra, com maior incidência entre os homens. Além disso, o maior influenciador dos pedidos dos filhos, entre sete itens estimulados, são as propagandas, e em seguida estão os personagens ou filmes e programas de TV.

Em relação ao marketing e propaganda voltada às crianças, 73% dos pais concordam que deveria haver restrições.

As principais preocupações em relação aos filhos são evitar a exposição à violência e ter uma alimentação saudável. Sobre esse tema, os pedidos dos filhos por guloseimas é freqüente. Bolachas, refrigerantes e salgadinhos são consumidos mais de uma vez por semana.

Confira a pesquisa completa no site do Projeto Criança e Consumo
http://www.alana.org.br/banco_arquivos/Arquivos/docs/

terça-feira, 13 de abril de 2010

Obama e Arsenal Nuclear



Obama está virando Bush, na questão Nuclear.So eles, dos EUA e Rússia, podem ter arsenal nuclear , por que?
Porque o Iran não pode ter ? Para que os bastardos poderosos possam dominar o mundo?
E Hiroshima, e o Afeganistão ?
Agora o presidente Lula tem que concordar com os Americanos ?
Por que?
Para tomar a benção dos poderosos?
Que é que isso?
Os EUA tem um conceito de terrorismo, que eles nao conseguem se ver também como tal , ou seja como terroristas também no mundo, o mundo que eles querem subordinados a ele.
Eles não conseguem ver a decadência deles enquanto Império que foram.
So Alá talvez dê a noção a eles de fim de Império ou sua decadência e de terroristas que são, Obama que o diga.
Paulo Vasconcelos
Vejam artigo:Instrumento desnecessário e humilhante

SAMUEL PINHEIRO GUIMARÃES
10/4/2010, Folha de S.Paulo, p. 3 e na internet (para assinantes, mas, aqui, deliciosamente grátis) em http://www1.folha.uol.com.br/fsp/opiniao/fz1004201008.htm

O CENTRO da questão é o Tratado de Não Proliferação Nuclear (TNP), cujo objetivo é evitar uma guerra nuclear. A possibilidade de tal conflito não está nos países que não detêm armas nucleares, mas, sim, naqueles que as detêm. Portanto, o principal objetivo do TNP deve ser a eliminação das armas dos países nuclearmente armados: Estados Unidos, Rússia, China, França e Inglaterra.

Há 42 anos esses países se comprometeram a eliminar suas armas, e há 42 anos não cumprem esse compromisso. Ao contrário, aumentaram a eficiência de suas armas nucleares.

Apesar de não terem se desarmado, esses países insistem em forçar os países não nucleares a aceitar obrigações crescentes, criando crescentes restrições à difusão de tecnologia, inclusive para fins pacíficos, a pretexto de evitar a proliferação.
Os países nucleares, ao continuarem a desenvolver suas armas e, portanto, a intimidar os países não nucleares, estimulam a proliferação, pois os países que se sentem mais ameaçados procuram se capacitar. Isso ocorreu com a então União Soviética (1949), com a França (1960) e com a China (1964).

Hoje, diante da inexistência de ameaça de conflito nuclear, o argumento dos países nucleares é a possibilidade de terroristas adquirirem a tecnologia ou as armas.

Essa tecnologia está disponível. A questão é a capacidade de desenvolver industrialmente as armas e os vetores para atingir os alvos.

Nenhum grupo terrorista detém os vetores (mísseis e aviões), nem a estrutura industrial para produzir o urânio enriquecido, nem a técni ca para fabricar detonadores. Por outro lado, os terroristas poderiam obter essas armas justamente onde existem, nos países nucleares.

Nesse contexto se insere o Protocolo Adicional. O TNP prevê que todos os países-membros assinem acordos de salvaguardas com a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), pelos quais os Estados não nucleares submetem a inspeção todas as suas instalações nucleares. O objetivo do acordo é verificar se há, para fins militares, desvio de material nuclear da instalação (reatores, usinas de enriquecimento etc.).

O Brasil tem atividades nucleares exclusivamente para fins pacíficos, como determina a Constituição, e tem um acordo de salvaguardas com a AIEA, que permite à agência inspecionar instalações brasileiras. Tudo com respeito à soberania nacional e a nossos interesses econômicos.

A AIEA, por proposta americana e a pretexto do programa do Iraque, elaborou um modelo de protocolo adiciona l aos acordos de salvaguardas, permitindo a visita de inspetores, sem aviso prévio, a qualquer local do território dos países não nucleares para verificar suspeitas sobre qualquer atividade nuclear, desde pesquisa acadêmica e usinas nucleares até a produção de equipamentos, como ultracentrífugas e reatores.

O Protocolo Adicional constituiria uma violação inaceitável da soberania diante da natureza pacífica das atividades nucleares no Brasil, uma suspeita injustificada sobre nossos compromissos constitucionais e internacionais e uma intromissão em atividades brasileiras na área nuclear.

Essa intromissão causaria graves danos econômicos, quando se consideram as perspectivas brasileiras na produção de combustível nuclear, que terá forte demanda com a necessidade de enfrentar a crise ambiental.

A solução ambiental exige a reforma da matriz energética, tanto nos emissores tradicionais, como os EUA, quanto nos de rápido des envolvimento, como a China e a Índia.

Uma das mais importantes fontes de energia não geradora de gases de efeito estufa é a nuclear. O Brasil tem grandes reservas de urânio, tem o conhecimento do ciclo de enriquecimento do urânio e a capacidade para produzir reatores, ultracentrífugas, pastilhas etc. e, assim, pode vir a atender uma crescente demanda externa.

A preservação do conhecimento tecnológico é, assim, aspecto essencial na área nuclear. Ora, as ultracentrífugas de tecnologia brasileira são as mais eficientes do mundo. Há grande interesse de certos países em ter acesso a suas características, uma das consequências da assinatura do Protocolo Adicional, que, no caso do Brasil, seria um instrumento desnecessário, intrusivo, prejudicial e humilhante.

SAMUEL PINHEIRO GUIMARÃES , 70, diplomata, é ministro de Assuntos Estratégicos. Foi secretário-geral do Ministério das Relações Exteriores (2003-2009).

sábado, 10 de abril de 2010

Hillary Clinton criticou o que chamou de 'regime intransigente' -quais seriam estas intransigências? oculta-se


Cuba não quer normalizar relações, diz Hillary=CLQUE NO TÍTULO E VÁ DIRETO PARA MATÉRIA DA BBC-



A secretária de Estado americana, Hillary Clinton, afirmou, nesta sexta-feira, que os líderes cubanos Raúl Castro, e seu irmão, Fidel, não querem normalizar as relações entre o país e os Estados Unidos.
A BBC Brasil noticiou, os depoimentos de Hillary, mas não esclarece quais as condições que eles dos EUA impõem para a dita intransigência Cubana.
Dizer é fácil,mas não coloca quais são as condições que Cuba exige.Acredito que as exigências dos EUA Impõem uma mudança de forma de governar , o que, portanto, implica em um país-USA-adentrar na ordem e independência, e sua soberania ,como sempre fez junto a vários países-caso do Oriente médio ,para se apontar pouco , no caso de Cuba é querer desaparecer um Regime Socialista, posto de forma libertária , em que antes eles, os americanos usaram e abusaram na época de Batista, subordinando os cubanos como verdadeiros escravos.

quarta-feira, 7 de abril de 2010

Abril Pro Rock divulga programação completa e detalhes do festival este ano

Do JC Online
O Abril Pro Rock divulgou nesta terça-feira (6) sua programação completa. Como já foi anunciado, os shows deste ano acontecem em dois locais:, no Pavilhão do Centro de Convenções, entre os dias 16 e 17; e na Rua do Apolo, no Recife Antigo, numa festa conhecida como APR Club, a partir do dia 15.

A proposta é inédita dentro da história do evento, que completa 18 anos em 2010. O local escolhido para o APR Club é um casarão do Bairro do Recife que já abrigou a academia Jaime Arôuxa. Os ingressos custam R$ 20 (inteira), R$ 10 (meia) e R$ 15 (ingresso social), à venda na Seaway do Paço Alfândega.

No Centro de Convenções, ocorrem os shows principais, com os dois dias de apresentações, como no ano passado. Confira o serviço completo do evento este ano.

APR CLUB | 15.04 – Festa do APR | A partir das 22h

Instituto Mexicano del Sonido | MEX
DJ Dolores | PE
Diversitrônica | PE
DJ Rodrigo Lariu | RJ
DJ Seba | ARG

Pavilhão do Centro de Convenções | 16.04 | Abertura dos portões: 20h

Inner Demons Rise | PE
Alkymenia | PE
The Mullet Monster Mafia | SP
Agent Orange | EUA
Claustrofobia | SP
Eminence | MG
Varukers | Ing
Ratos de Porão | SP
Terra Prima | PE
Blaze Bayley | UK

Pavilhão do Centro de Convenções | 17.04 | Abertura dos portões: 17h

Anjo Gabriel | PE
Mini Box Lunar | AP
Plástico Lunar | SE
Bugs | RN
Vendo 147 | BA
River Raid | PE
Zeca Viana | PE
Instituto Mexicano del Sonido | MEX
Nevilton | PR
Afrika Bambaataa | EUA
Plastique Noir | CE
3naMassa | PE/SP
Wado | AL
Pato Fu | MG

APR CLUB | 20.04 – Noite BBC Radio 3 | A partir das 22h

Orquestra Contemporânea de Olinda | PE
Bongar | PE
Combo Percussivo de Olinda | PE

APR CLUB | 22.04 – Noite Radio Antena 3 | A partir das 22h

The Legendary Tigerman | POR
Dead Combo | POR
Chambaril | PE

APR CLUB | 23.04 – Noite BBC Radio 3 | A partir das 22h

Siba | PE
Alessandra Leão | PE
Ylana | PE

APR CLUB | 24.04 | A partir das 22h

Mundo Livre S/A | PE
Burro Morto | PB
Camarones Orquestra Guitarristica | RN

APR Club | 30.04 | A partir das 22h

Dead Fish | ES
Love Toys | PE

APR Club | 01.05 | A partir das 18h

Dead Fish | ES
Rotten Flies | PB


SERVIÇO | Abril Pro Rock 2010: 18 anos

:: Abril Pro Rock no Pavilhão do Centro de Convenções
Local: Dias 16 e 17 de abril. Abertura dos portões às 20h (dia 16) e 17h (dia 17).
Ingressos: R$ 40 (inteira); R$ 20 (meia-entrada); R$ 25 (ingresso social, com 1 kg de alimento não-perecível
À venda nas lojas Seaway dos shoppings Tacaruna, Plaza e Recife (Seaway da quarta etapa)
Informações: 3421.5380


:: APR Club
Local: Casarão 143, da Rua do Apolo, Bairro do Recife
Dias 15, 20, 22, 23, 24, 30 de abril e 01 de maio a partir das 22h
Ingressos: R$ 20 (inteira), R$ 10 (meia) e R$ 15 (ingresso social)
À venda na Seaway do Shopping Paço Alfândega. Ingressos sociais só na bilheteria do APR Club.
Informações: 3421.5380

:: APR conexão Recife – Rio
Dias 9 e 10 de abril. Teatro Odisséia. A partir das 21h.
Dia 9, sexta - Mundo Livre S/A e Sambê (RJ).
Dia 10, sábado - Instituto Mexicano Del Sonido, DJ Dolores e Tono
Nos dois dias, DJ set com Bruno Pedrosa.
Ingressos: R$ 40 (na hora) e R$ 30 (antecipado).

:: Oficinas de Qualificação do APR
Local: Centro Cultural dos Correios
De 12 a 24 de abril
Gratuitas
Informações: 4101.1551

segunda-feira, 5 de abril de 2010

A literatura brasileira no século 21

A literatura brasileira no século 21
Jornal do Brasil -LEIA MAS LÁ,PRESTIGIE O JORNAL DO BRASIL

RIO - Por volta de fins dos anos 70 do século 20, com a transformação das estruturas da geopolítica mundial, a literatura também passa por mudanças e arranjos que vão afastá-la dos pilares erigidos pelo movimento estruturalista via universidade e crítica literária. Com efeito, o processo de globalização e o consequente desejo de enfraquecimento das linhas demarcatórias entre os países, trazendo a reboque a debilitação do conceito de identidade, e a aplaudida (por muitos) vitória do sujeito, acabam por se manifestar no processo narrativo. Aspectos que evidenciam essa mudança no campo das letras são, entre outros, o esmaecimento das linhas fronteiriças entre os gêneros literários e o surgimento do conceito de economia do livro, com capas chamativas e a super-exposição do autor como parceiro fundamental para a venda da obra-objeto.

Essa ficção passou a ganhar notoriedade a partir dos anos 90, ao usufruir das diversas ferramentas de publicação e de divulgação na web. As categorias literárias e os critérios canônicos foram perdendo nitidez. Clarice Lispector, prenunciando com genialidade o pós-modernismo na literatura brasileira, já refletia, em Água viva, sobre essa questão do definhamento das fronteiras entre os gêneros: “Tentei classificar o livro: notas? Pensamentos? Fragmentos autobiográficos? Cheguei à conclusão que é tudo isso junto” – reflexões de Clarice que, diga-se, vão prefaciar dezenas de romances brasileiros dos anos 80. Essa dessacralização da literatura, às vezes algo cabotina, também teve o apoio de Ana Cristina César, uma das poetas mais emblemáticas dos anos 70/80: “A literatura ficou associada a uma coisa que te dá prestígio, a um artifício para você conquistar pessoas(...) acho isso ridículo”.

A cena literária, sobretudo a partir da década de 90, passa a se caracterizar por uma massificação de escritores, pela democratização criativa usada e abusada por todos, pela consolidação do individualismo, pelo umbiguismo autobiográfico e pelo descaso, às vezes absoluto, com a tradição – “não preciso ler poetas do passado para ser poeta”, ouvia-se pelos corredores das universidades. A classe média, a urbe e os fragmentos comunitários da cidade devoradora são escolhidos como temas e as ansiedades individuais trazidas à frente da cena. O roteiro cinematográfico sai fortalecido. É claro que a narrativa virá vazada em linguagem crua e direta. A violência e a competição desenfreada são moedas correntes. Mas houve uma abertura sadia para mais segmentos sociais e para novos experimentos de linguagem e de estilo. A aproximação com a oralidade não é, porém, a mesma da época dos modernistas em busca de uma identidade nacional: ela agora é a busca do reconhecimento e da fixação do sujeito social.

Alguns acontecimentos relativamente recentes, entretanto, parecem confluir para uma mudança radical do ponto de vista do homem em relação a si mesmo e ao mundo. O iminente colapso ecológico e a crise econômica, a exigir uma reformulação do sistema do capital, incitam dois polos reativos: o do ser agonizante ou melancólico diante das ruínas de um modelo malogrado, e daquele capaz de abandonar a longa fase individualista e buscar uma forma de se reconciliar com o outro e de se harmonizar com o planeta. Se observarmos o panorama literário do fim do primeiro decênio do século 21, podemos constatar que germina, entre muitos de nossos escritores, uma estética que remete para valores estritamente literários, com romances visitando a poética de João Cabral, de Drummond, de Graciliano e até de autores do movimento pré-modernista brasileiro. É uma jovem e dispersa tendência – que talvez se firme ou não. Cabe ao pesquisador arguto primeiro mapeá-la com isenção e, depois, acompanhar seu desenrolar. O que ela seria? Um mero desdobramento da pós-modernidade? Ou estaríamos diante de uma tendência que, agregando tônus, pode vir a superar o pós-moderno?

Qualquer que seja a resposta, o certo é que essa jovem e dispersa tendência, que poderíamos chamar de pós-pós, volta-se para a exposição de relações humanas mais delicadas e consentâneas da necessidade de uma sociedade menos bestializada – sociedade que o pós-moderno, por excesso de individualismo de uma economia liberal vencedora, acabou por priorizar. Do ponto de vista das categorias literárias sente-se o retorno do emprego metafórico e simbólico da linguagem e da poética. A língua portuguesa aparece mais caprichada e são abandonadas a indigência lexical e a oralidade propositalmente vulgarizada. Constata-se o uso mais frequente de técnicas gráficas como o velho travessão, por exemplo, diante da fala dos personagens, refletindo a presença mais assídua do narrador onisciente, além da diminuição drástica do emprego do palavrão e da violência gratuita. A fragmentação do texto e do sujeito, tão tipicamente pós-moderna, parece perder força. As narrativas são mais descritivas, volta insidiosamente o enredo. O regionalismo entra em foco e, então, o conflito campo versus cidade passa a reviver a província como o lugar do homem mais puro, sem o choque da violência e da efemeridade nociva da urbe. O amor – visto, em geral, no pós-moderno como algo piegas – entra devagarzinho em cena no lugar do sexo e da cocaína insaciáveis. As descrições das cenas de extrema violência parecem estancar antes do jorro cinematográfico do sangue.

A brutalidade das narrativas da intitulada Geração 90 vai desaparecer? A classe média, não só os especialistas em letras, vão voltar a ler romances?

Pela relativa diminuição da “fissura” dos blogs, segundo relato de alguns professores, os jovens blogueiros e twitteiros parecem estar se perguntando: “de que adianta uma escrita democratizada, para nós, jovens escritores que buscamos ingressar no mercado editorial, se não atendemos a um mercado de leitores? Só vou me sentir um verdadeiro escritor quando o meu texto no blog for publicado por uma editora” – eis um pensamento que, não raro, ouve-se por aí. Não se pode ainda esquecer do iminente impacto dos leitores de e-books no mercado editorial e as resultantes transformações em todas as esferas que englobam a ficção. Ocorrerá uma maior democratização da literatura? O recente concurso da Academia Brasileira de Letras de contos no Twitter, por exemplo, aumentará o público leitor? Quais as mudanças no fazer ficcional e na recepção das obras literárias?

A ficção brasileira do último decênio aponta novas veredas de composição literária. Cabe ao crítico atentar para os sinais de esgotamento de uma estética violenta, fragmentada e febril e para as consequentes bifurcações estilísticas de um movimento pós-pós-modernismo.

sábado, 3 de abril de 2010

“Semana Marx”.



De 5 a 9 de abril o Setor de Estudos em Cidadania, Trabalho e Teoria Social (SECTS-PPSS) e os programas de Pós-Graduação em Serviço Social, Filosofia e História (CCHLA), com o apoio da ADUFPB, a Universidade Federal da Paraíba, campus de João Pessoa, sediará a “Semana Marx”.

O evento contará com o mini-curso “Iniciação à Leitura de O Capital” e com a mesa-redonda “As tramas de Marx: filosofia, História e Política”. O curso será ministrado a partir das 9h, na Sala 402 do Centro Humanístico (CCHLA), pelo professor Mauro Castelo Branco de Moura, coordenador do Programa de Pós-Graduação em Filosofia da Universidade Federal da Bahia (UFBA) e do Grupo de Trabalho Marxismo da ANPOF (Associação Nacional de Pós-Graduação em Filosofia).

Os interessados podem fazer a inscrição gratuitamente na Secretaria da Pós-Graduação em Serviço Social. As vagas são limitadas.

No decorrer do curso os alunos vão debater as partes mais relevantes do Livro I de O Capital, com ênfase para as duas primeiras seções. Os participantes precisam estar munidos de um exemplar do Livro I, mas de acordo com a organização do evento é possível imprimir uma versão xerografada no ato da inscrição.

Já no dia 8 de abril, a partir das 19 horas, no auditório do Centro de Ciências Sociais Aplicadas (CCSA), será realizada a mesa-redonda “As tramas de Marx: Filosofia, história e política”, com a participação dos professores Mauro Castelo Branco (PPGF-UFBA), Jaldes Reis de Meneses (PPGSS/PPGH-UFPB) e Antônio Rufino (PPGF-UFPB).

A obra

Escrita por um judeu alemão do século XIX, um cosmopolita em plena Era Vitoriana, sob o signo da totalidade, os manuscritos de Marx revolucionaram os campos da política, economia, filosofia e a história. Talvez somente Darwin e Freud, entre os cientistas da modernidade, se igualem em influência a Marx - criaram territórios teóricos e vocabulários novos, incorporados às multifaces da contemporaneidade.

Mais detalhes pelo telefone (83) 3216 7330.

Corrupção - é tudo ou nada!

Alice Jay - Avaaz.org
)

Caros amigos,

Chegou a hora: dia 7 de abril será a votação do Projeto de Lei Ficha Limpa. Nossos deputados têm uma escolha -- votar a favor da lei e remover criminosos da política, ou ficar do lado dos corruptos ao custo de toda a nação.

Não será uma vitória fácil, forças corruptas estão resistindo bravamente – somente uma mobilização massiva poderá vencê-los. Esta é a reta final para pressionar nossos deputados a votarem a favor da política limpa no Brasil -- assine a petição no link abaixo, ela será entregue diretamente ao Congresso:

http://www.avaaz.org/po/brasil_ficha_limpa/?vl

Se a Ficha Limpa passar, candidatos que cometeram crimes sérios como lavagem de dinheiro, tráfico de drogas e assassinato, serão removidos das eleições de outubro. Este pode ser um enorme passo para livrar o Brasil de uma classe política corrupta.

Através de muita pressão popular do Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral e da Avaaz, nós ajudamos a introduzir esta lei e aprová-la para votação. Porém se ela passar, vários partidos políticos irão ver seus candidatos desqualificados das eleições de outubro, portanto muitos vão tentar barrá-la no Congresso. Nós não podemos perder esta oportunidade histórica – vamos mobilizar milhares de brasileiros nesta reta final -- assine a petição abaixo:

http://www.avaaz.org/po/brasil_ficha_limpa/?vl

Em um movimento histórico, mais de 1.6 milhões de brasileiros já levantaram as suas vozes contra a corrupção na política. Nós não podemos perder agora -- cada nome conta – encaminhe este alerta para todos que você conhece!

Com esperança,

Alice, Graziela, Paula, Paul, Ricken, Pascal, Benjamin, Ben e toda a equipe Avaaz

Saiba mais sobre a Ficha Limpa:

Site do Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral:
http://www.mcce.org.br/

Projeto Ficha Limpa deve ser votado pela Câmara dia 7 de abril:
http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia182/2010/03/23/politica,i=181531/PROJETO+FICHA+LIMPA+DEVE+SER+VOTADO+PELA+CAMARA+DIA+7+DE+ABRIL.shtml

Movimento online renue 200 mil brasileiros em torno de campanhas como "Ficha Limpa":
http://ultimosegundo.ig.com.br/brasil/2010/03/09/movimento+online+reune+200+mil+brasileiros+em+torno+de+campanhas+como+ficha+limpa+9421354.html

Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral consegue assinaturas necessárias para levar Projeto Ficha limpa ao Congresso:
http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia182/2009/09/17/politica,i=142687/MOVIMENTO+DE+COMBATE+A+CORRUPCAO+ELEITORAL+CONSEGUE+ASSINATURAS+NECESSARIAS+PARA+LEVAR+PROJETO+FICHA+LIMPA+AO+CONGRESSO.shtml

Autoridade dourada e fascista

FOTO BY A TARDE -SALVADOR -BA

(notícia enviada pelo colaborador do Blog Prof .Ranulfo Cardoso-PB.)
por Jean Wyllys

SALVADOR, BA, 10.03.2010


O sucesso do gaúcho Marcelo Dourado junto às audiências do BBB10 levanta um problema fundamental da vida humana: o desejo - às vezes inconsciente – da maioria por autoridades perversas. A autoridade perversa é, segundo a psicanálise, aquela inevitavelmente masculina, narcisista, pesada, auto-interessada arbitrária e, quase sempre, tirânica. E esse tipo de autoridade tem um apelo misterioso junto às massas.

Freud já tinha dito que nós, seres humanos, temos uma espécie de fome de dominação e de ordem que se acentua nos momentos em que a vida nos parece desordenada e confusa. Partindo dessa proposição freudiana, é possível dizer que a presença dos “coloridos” e de seus simpatizantes no BBB10 e suas “licenciosidades” ou “libertinagens” perturbaram as audiências heterossexuais e tradicionais.

É como se o fato de o programa abrigar um “sapatão”, uma drag queen e uma “bicha” andrógina pós-adolescente, bem como uma desinibida dançarina de boate, uma policial militar boquirrota e que se diz sexualmente desenfreada e um judeu editor de pornografia; é como se o fato de o programa abrigar essa fauna diversa ameaçasse os valores morais das audiências heterossexuais e zelosas da família tradicional; como se derrubasse suas certezas e mergulhasse suas vidas interiores num caos.

Por isso, Marcelo Dourado, ao se opor explicitamente à “licenciosidade” dos coloridos, emergiu como o líder de caráter fascista, que satisfaz a vontade geral de ordem e segurança. Quando as pessoas são assoladas por dúvidas, esse tipo de líder traz a segurança da “verdade”; do que é “verdadeiro” e “certo”, logo, confortável. Não por acaso Dourado cresceu na preferência dessas audiências depois da afirmação de que homens que transam apenas com mulheres não se infectam por HIV, o vírus da AIDS.

Nada mais confortável para uma maioria ameaçada por uma doença ainda incurável que saber que a mesma não lhe pode atingir, mas, apenas aqueles cujos modos de vida ela reprova, ou seja, os homossexuais. Essa afirmação de Dourado é equivocada e preconceituosa, é claro, mas, o líder fascista também se caracteriza por carisma capaz de levar as massas a engolir mentiras como se fossem verdades. Líderes assim são especialmente atraentes para jovens e mulheres, que são a maioria entre as audiências do BBB.

Dourado encarna a totalidade das aspirações da maioria heterossexual, mesmo que as audiências que lhe apóiam não estejam conscientes dessas aspirações (com certeza não estão, por isso, é que procuram justificar seu apoio ao gaúcho e sua identificação com a homofobia do mesmo no fato de ele “dizer as coisas na cara, mesmo as mais desagradáveis”).

Dourado tem as características daquele “ridículo tirano” a que Caetano Veloso se refere na letra de Podres poderes, ou seja, é tirano, mas, é passível de provocar riso. Há, por exemplo, quem ache muita graça em vê-lo arrotar à mesa. Aliás, não foi sobre Caetano Veloso que Marcelo Dourado disse que gostaria de vomitar? Sintomático.. .

Esse tipo de líder permite alguns excessos, mas, sob certas condições prescritas. Por exemplo, Dourado tolera as excentricidades de Serginho desde que ele não fale de suas relações sexuais nem se oponha deliberadamente à ordem heterossexual que ele defende. Ora, é fácil tolerar um gay quando ele tem homofobia internalizada, é despolitizado, está reduzido ao estereótipo da “bicha louca” e, por isso mesmo, justifica a opressão que a maioria heterossexual exerce contra os homossexuais. Logo – e entendam isso de uma vez por todas - o gaúcho não deixa de ser homofóbico por causa dessa aproximação com Sérgio, muito pelo contrário.

Como eu sei que todo líder fascista é auto-interessado, eu não me deixei seduzir pelos elogios de Dourado à minha pessoa, afinal, ele sabe que eu gozo de alguma popularidade e prestígio, logo, não me criticaria abertamente; ao contrário, principalmente quando há um milhão e meio de reais em jogo. Por essa grana, ele sempre faz o jogo de “assoprar depois de morder”, ou seja, de posar de bacana depois de uma cena de fúria homofóbica, como naquela em que xingou Dicésar de “viado”, ressaltando, nesta palavra, toda sua carga negativa (sem contar que oposição “viado” versus “homem”, presente em sua frase para Dicésar, é típica da estupidez homofóbica e machista de quem não quer ver ou finge não saber que todo “viado” também é homem; alguns são até mais homens que o próprio Dourado, no sentido de que sabem conviver com os diferentes e respeitá-los verdadeiramente, sem interesses).

Sua ascensão é parte da histórica necessidade que a maioria tem de verdade, de ordem, de lei e de rei. Mas, ao mesmo tempo, essa necessidade pode resultar na destruição de méritos importantes dos seres humanos, como a democracia, as liberdades civis e o direito de livre expressão das sexualidades e de outros modos de vida que não aqueles celebrados em comerciais de margarina.

E por que venci a quinta edição mesmo sendo gay assumido? Ora, porque todas as minhas outras qualidades ficaram maiores que a minha orientação (era como se as pessoas desculpassem o fato de eu ser gay por ser, ao mesmo tempo, honesto, íntegro, bom e inteligente); porque eu era o único em um grupo majoritariamente heterossexual, logo, não representava uma ameaçava às audiências; e porque minha história de vida se parece com a de todo brasileiro que vence a pobreza através da educação; e porque eu apenas disse que era gay, não vivi minha sexualidade (e foi me comportando assim que consegui negociar minha permanência). Ficou difícil torcer contra mim. No BBB10, a maioria das audiências encontrou as condições ideais para voltar à velha homofobia.


Jean Wyllys é escritor e jornalista

quinta-feira, 1 de abril de 2010

Livraria Cultura desmente boatos de que sairá do Recife Antigo Publicado

Do JC Online

A Livraria Cultura está no Recife desde 2004

Os boatos de que a Livraria Cultura, localizada no Recife Antigo, se mudaria para o Shopping Recife causou muita repercussão no Twitter. A Assessoria de Imprensa da rede de lojas instalada em cinco cidade no País se apressou em desmentir a informação: "Não estamos de mudança de local no Recife", disse.

Segundo a Livraria Cultura, não houve nenhuma conversa com o Shopping Center Recife para a instalação de uma loja no local.

Uma nota divulgada na imprensa local ajudou a dar força ao boato. Segundo o texto, um dos motivos para a mudança seria o volume de vendas da Saraiva Mega Store, que praticamente não tem concorrentes no shopping.

A assessoria informou que, no ano passado, a unidade do Recife teve um crescimento de 15%,que o movimento na loja é satisfatório e que eles "estão satisfeitos com o desempenho no Paço Alfândega".

"Nós estudamos propostas enviadas por shopping centers antes de instalarmos unidades em outras cidades. Soubemos que vão construir um novo shopping no Recife. Talvez o boato possa ter começado a partir disso", afirmou, por telefone, Thaís Arruda, responsável pela Comunicação da Livraria Cultura.

A Livraria Cultura tem nove lojas presentes em cinco cidades no País. No Recife, está presente desde 2004 e foi inaugurada com o Shopping Paço Alfândega.

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