REDES

segunda-feira, 27 de dezembro de 2021

Desmond Tutu, arcebispo da África do Sul, morre aos 90- por DW

 


https://bit.ly/313uhrm


Tutu foi um aliado essencial de Mandela na luta contra o apartheid e presidiu a Comissão de Verdade e Reconciliação na era pós-apartheid. Fundação Nelson Mandela disse que Tutu "era um ser humano extraordinário".

O vencedor do Prêmio Nobel da Paz Desmond Tutu morreu na Cidade do Cabo aos 90 anos, anunciou neste domingo (26/12) o presidente da África do Sul, Cyril Ramaphosa.

Ao lado de Nelson Mandela, Tutu foi uma das vozes mais importantes contra o antigo regime da minoria branca conhecido como apartheid. O clérigo anglicano também chefiou a Comissão de Verdade e Reconciliação do país na era pós-apartheid. Ele era visto por muitos como a consciência de uma nação conturbada.

"Desmond Tutu era um patriota sem paralelo; um líder de princípios e pragmatismo", disse Ramaphosa em um comunicado.

A Fundação Nelson Mandela disse em um comunicado: "Suas contribuições para a luta contra a injustiça, local e globalmente, estão no mesmo nível da profundidade de seu pensamento sobre a construção de futuros libertadores para as sociedades humanas. Ele era um ser humano extraordinário."

Tutu "morreu pacificamente no Oasis Frail Care Center na Cidade do Cabo nesta manhã", disse Ramphela Mamphele, presidente interina de uma fundação dedicada a arquivar os documentos de Tutu e coordenadora do seu escritório. O comunicado, emitido em nome da família de Tutu, não forneceu detalhes sobre a causa da morte.


Leia toda matéria em:https://bit.ly/313uhrm

domingo, 26 de dezembro de 2021

BAHIA -Há 58 cidades totalmente ou parcialmente submersas, diz governador , Rui Costa-por BRASIL 247- Google News

 

https://bit.ly/30ZxdoM


Governador cita “comunidades inteiras rurais e urbanas embaixo d’água”, numa “tragédia nunca vista pela extensão e pela dimensão”

O governador da Bahia, Rui Costa (PT), afirmou em entrevista neste domingo (26) que há 58 cidades totalmente ou parcialmente submersas no Sul do Estado, devido às fortes chuvas ocorridas desde o início do mês de dezembro. 

Já chega a 72 o número de municípios em estado de emergência e ao menos 18 pessoas morreram em decorrência dos alagamentos. Mais de 4,2 mil pessoas estão desabrigadas e 11,2 mil foram desalojados pelas inundações. Neste vídeo, um homem é socorrido de dentro de sua casa com a água na altura do peito e consegue salvar apenas os documentos.

“Já tivemos tragédias muito severas, que levaram vidas de pessoas, mas localizadas em uma ou duas cidades. Estamos falando de 58 cidades que estavam parcialmente ou totalmente submersas, com comunidades inteiras rurais e urbanas embaixo d’água”, descreveu Rui Costa à CNN. 

“Vai desde a região sul, no Vale do Jequiriçá, até a região de Jequié. Hoje quatro cidades do Oeste da Bahia também tiveram alagamento de muitas casas e comunidades”, detalhou o governador.

“É uma tragédia nunca vista pela extensão e pela dimensão. Seja pela quantidade de casas, seja do número de cidades ou pela extensão territorial. Para se ter uma ideia, fechamos o dia operando com nove helicópteros”, continuou.

Neste sábado (25), foi instalada uma base de apoio em Ilhéus, fruto de ação conjunta de vários órgãos federais e estaduais, para socorro aos municípios afetados pelas enchentes. De acordo com Rui Costa, devido à distância, outros pontos serão criados em Itapetinga, Vitória da Conquista, Ipiaú e Santa Inês.

Uma força-tarefa com agentes de segurança pública está atuando na região. Ela é composta por bombeiros militares da Bahia, Espírito Santo, Minas Gerais, São Paulo, Rio Grande do Norte, Maranhão, Paraíba, Sergipe, além das policias Militar da Bahia e da Rodoviária Federal (PRF). Vinte viaturas, 10 aeronaves, oito botes e um barco também foram mobilizados.

Ação federal

O governo federal também está mobilizando diversos órgãos e ministérios em ações de resposta ao desastre natural e reconstrução de infraestrutura danificada. Até o momento, mais de R$ 19 milhões já foram disponibilizados pela Defesa Civil Nacional.


sábado, 25 de dezembro de 2021

NATAL-PARA NÃO DIZER QUE NÃO FALEI DE VIDA/ O ENGANO É ACONCHEGANTE, A POESIA REDIZ


 


 

 

Ilustração POLIDORO   WANSK

Este  corpo

é  terra alumiada em sangue como pedra diluída,

a saliva é esfrega de língua como  Água deserta  em órbitas  escuras,

nada tens senão um corpo advertido pelo outro corpo

e tuas escamas que te entortam  como margens secas

tangem tua fé, inútil, em outro, do além, desde aí negas  a ti o áspero ser que esfregas sobre o outro;

o outro és tu  e assim te derramas como um cão , um cacto, uma verruga, como uma bexiga de

tua pele  e lamentas sobre o altíssimo que transcende teu corpo ,e este deus permanece mudo

e inútil.” P. CAJA

 

 

 P.VASCO

 

 

AH!!!!

Nesta curta crônica falaremos das falácias,do desengano e do sem sentido da vida, e mesmo assim, um aconchego enganoso do existir,isto se tivermos a coragem de nos ver no outro e sermos o outro.Apelaremos à poesia ,aos filósofos/poetas, para auxiliar o tateio do que ansiamos dizer.

 

AQUI!

O homem é o seu próprio engano.Sim, via a linguagem do que liga o que não junta,mas  que o estampou como ser. A cilada foi a salvação para estar e ser pela e na linguagem/PENSAMENTO. Nela o ser adquiriu-se, mas perdeu-se, aliás, não se descobriu nem deu sentido ao que chamou de vida.

As pandemias  nos apontaram muito,mas entre outras coisas, o engano de viver sob a égide de muitos enganos que nos aconchegam, como  as  promessas do espectro político de fármacos que ocupam o poder, o mínimo ou máximo poder ou contra poderes.Na casa, na rua, no lixo econômicos,que flutuam na fartura dos esgotos, não há fora, há apenas O DENTRO, e nos misturamos entre ditos limpos e os sujos.

As técnicas fisgaram o homem, comunicando-se ao nada,, num êxtase inútil de praticidade lambuzada por sangue, descuido,anonimato,um jogo perverso de enganar-se como enforcado que vai aos céus, mas cegos por telas luminosas que deflagra a imagem  ,obtusa forma de estar e dizer ser.A imagem é ausência não presentifica o vulnerável.

O homem quis apartar-se da natureza, mas o engano foi desastroso, ele é e habita-se na pele- NATUREZA. Simulacramos  a todo tempo o que não se pode , a natureza, pois, seria obtuso, gago, sofisma ou idiossincrático .Mesmo  assim o fizemos e ganhamos o aconchego de ser, estar sob e sobre o engano.(Baudrillard)

 

A linguagem arrumou o mundo,(?) e submeteu a natureza humana ao deslize separatista,humanos aqui, não humanos lá.A destruição foi iniciada e a urb  dos bichos de outra estirpe, como assim se acham,pelou a mata,entupiu córregos,rios,poças, degolaram a floresta,com seus animais, plantas, minérios e os seus habitantes vários,plurais..

A religião, o engano dos enganos, escravizou o já escravizado, mas prometendo o contrário, inventou os céus, quando não sabemos da vida ,da terra , da natureza.Sacralizamos o não sacralizado e copiamos fábulas para conter o aconchego da mentira,do engano.O deus levou ao que não é natureza, e Deus é apenas a natureza e suas extensões(Espinoza).A religião criou o obsceno, negou o homem, prometeu o que não tem certeza nem nunca terá(Chico Buarque)

Obsceno não é o homem, é o engano, mas como ele o construiu, ele é o hiper obsceno.

...narciso acha feio o que não é espelho..Caetano V

 

A poesia como engano assumido, sendo LINGUAGEM PURA -arte que grunhe e por grunhir, diz, fala melhor do engano como por NATALIA CORREIA::



 

 

AUTOGÊNESE
N.CORREIA

 

Nascitura estava

sem faca nos dentes
cómoda e impura
de não ter vontade
de bater nas gentes.

Nasce-se em setúbal

nasce-se em pequim
eu sou do açores
(relativamente
naquilo que tenho
de basalto e flores)
mas não é assim:
a gente só nasce
quando somos nós
que temos as dores.

......

Nascitura estava

sorria e jantava
e um beijo me deste
tu Pedro ou Silvestre
turvo namorado
do verão ou de outono
hibernal afecto
casca azul do sono
sem unhas do feto.
 ......
 
nasci de me verem
sempre de soslaio
de eu dizer em junho
e eles em maio
de ser como eles
as vezes por fora
mas nunca por dentro
perfil de uma estátua
que não sou de frente.
 .....
 
Eu nasci de haver
os bairros da lata
do dedo que escapa
dos sapatos rotos
da fome que mata
o que quer nascer
e que o sábio guarda
em frascos de abortos
 
eu nasci de ver
cheirar e ouvir
dum odor a mortos
(judeus enlatados
para caberem mais
mas desinfectados)
pelas chaminés
nazis a sair
de te ver passar
de me despedir
de teus olhos tristes
como se existisses.
 
Nascitura estava
tom de rosa pulcra
eu me declinava
vésper em latim
impura de todos
gostarem de mim.
 

No soslaio,   entre ditos  e feitos  humanos, habitamos a natureza, sendo-a a mesma,e sem facas nos dentes , sob dores fomos enlatados, sem vontades a fazer e a dizer, senão pelo império dos que TEM e dizem que sabem ou são religiosos, mas possuem PODER.

Nascemos das dores,mas achamos que essa é a única forma de nascer,já diz a falsa religiosidade.Pragas e castigos são cognomes para o engano de ser, e nos aconchegamos mortalmente.O engano é que não nos vemos nem de perfil, que dirá de frente.

Cheiramos a morte e achamos o odor fragrância,cadáveres nem enlatados, mas expostos nas ruas,calçadas e becos são,como begonhas silvestres,rosas roxas, amarelas, azuis de fungos e mel.

Nascituro sou, estou?

Passa ao lado e dentro do todo o lixo que aconhega, a fome,  as gorduras  que se  metem em cadáveres vivos , monitorados VIVOS,em morros, condomínios, sepulcros de fantasmas, em praças,jardins,futebol, na mídia-deus da rosa pulcra,e a tudo isto chamamos VITÓRIA NOSSA DE CADA DIA- CLARICE LISPECTOR.

Somos apodrecidos e nos comemos como moscas, vermes,virus,somos religiosamente antropofágicos  sem urros ou canções, senão da peste de ser e estar no humano, cantando o que as canções gorjeiam  em catedrais ou templos de deus e do diabo, sob a égide de estereótipos de encantamentos e glórias do dinheiro declinado em novo latim para não ser sabido.

Somos muitos...mortos/vivos,iguais em tudo na vida/morte

....e que diferença faz que esse oceano esgoto/ vida num o vazio cresça ou não seus cabedais se nenhuma ponte mesmo é de vencê-lo capaz?

....é difícil defender,só com palavras, a vida, ainda mais quando ela é
esta que vê ou desvê fervorosamente inútil,mas nascer engana.

 (parodiando) J C DE MELO NETO -

 

Somos o vértice do quadrado triangulado ao avesso,somos o oco da palavra silenciada ,cotovelo de carreteis de morte a que chamamos vida.

 

Narciso acha feio o que não é espelho...

CAETANO VELOSO




MAS QUE NATAL, QUEM NASCEU?

JÁ MORREU?

segunda-feira, 6 de dezembro de 2021

Rafael Duarte: Kast, o “Bolsonaro chileno”, é ainda mais cruel que o original; ele se vê como imagem e semelhança de Pinochet - POR VIOMUNDO-

 


VIOMUNDO-https://bit.ly/315OqwT-      NOS OFERTA UM MATERIAL SINTÉTICO, CLARO E DESCRITIVO DE MAIS UM FASCISTAS NA AMÉRICA LATINA A QUERER BEBER ÁGUA NO PODER CHILENO . TENDO RESPALDO NAS ELEIÇÕES.,ISTO É INCRÍVEL!.SUAS APROXIMAÇÕES DE PERFIL COM O PRESIDENTE ATUAL BRASILEIRO É GRANDE E NOS DEIXA COM TEMOR PARA RESULTADOS DO SEGUNDO TURNO DAS ELEIÇÕES CHILENAS.P.VASCONCELOS

https://bit.ly/315OqwT

Na última semana de campanha, o ultradireitista afirmou não ter dúvidas de que se Pinochet estivesse vivo, votaria nele, Kast



DEMOCRACIA

Quem é José Antônio Kast, o “Bolsonaro chileno” ainda mais cruel que o original

Por Rafael Duarte*, Agência Saiba Mais/Coletivo ComunicaSul

O ultradireitista José Antônio Kast terminou o 1º turno das eleições do Chile neste domingo (21) à frente de todos os seis concorrentes, com 28,9% dos votos, e vai disputar o 2º turno com Gabriel Boric, um dos líderes dos levantes populares de 2019, votado por 25,8% dos chilenos.

A diferença entre os dois foi de apenas 2,1%, ou 146.313 votos, o que deixa indefinido o nome do sucessor de Sebástian Piñera que sairá das urnas em 19 de dezembro.

O resultado surpreendeu especialistas e a esquerda, especialmente porque as eleições de 2021 são as primeiras após as manifestações que obrigaram o atual presidente Sebástian Piñera a demitir todo o Ministério, revogar o reajuste no preço do transporte e a convocar um plebiscito para mudar a Constituição.

A participação dos chilenos no 1º turno foi a maior desde 2012, quando o Congresso aprovou o fim do voto obrigatório. Ao todo, 7,1 milhões de eleitores foram às urnas para escolher o presidente, senadores, deputados e membros dos conselhos regionais. Proporcionalmente, a participação foi de 47,3%.

Essa é a segunda vez que Kast disputa a presidência do Chile. Em 2017, ficou em 4º lugar com 7,9% dos votos. No 2º turno, apoiou o atual presidente Sebástian Piñera, de quem espera reciprocidade agora.

Nas eleições deste ano, o candidato governista Sebástian Sichel foi o 4º mais votado, com 12,8%, mesmo percentual de Franco Parisi Fernandez, outro concorrente que teve resultado surpreendente. Surfando na antipolítica, Parisi fez a campanha pelas redes sociais morando dos Estados Unidos.

No Chile, ele é alvo de ações milhonárias que lhe cobram pagamento de pensão alimentícia para dois filhos, além de acusado em outras ações por supostos crimes de fraude e lavagem de dinheiro.

Quem é José Antônio Kast

Advogado e defensor da ditadura de Augusto Pinochet, o candidato pelo Partido Republicano do Chile José Antônio Kast nasceu em Santiago e tem 55 anos de idade. Ultradireitista, é considerado uma espécie de “Bolsonaro chileno” pela visão ideológica estreita, o forte discurso nacionalista e a disseminação de ódio contra minorias sociais como estratégia política.

Um dos principais alvos do ultradireitista é o povo Mapuche, etinia indígena que mais resiste à escalada de violência do Estado chileno que avança há várias décadas sobre os limites do território do grupo.

O anticomunismo, a situação de Cuba e da Venezuela estão sempre na ponta da língua do extremista:

– Existe uma situação que faz diferença com o que ocorre em Cuba, Venezuela e Nicarágua. Acredito que o que aconteceu na Nicarágua reflete plenamente o que não aconteceu no Chile (com Pinochet): foram realizadas eleições democráticas e não foram travados adversários políticos. Isso faz a diferença fundamental”, disse já na reta final de campanha.

...

Kast também foi uma das vozes que mais criminalizou os manifestantes dos protestos que sacudiram o Chile há dois anos e fez campanha contra o plebiscito no qual 78,2% dos chilenos que foram às urnas decidiu mudar a Constituição do país, atualmente em processo de elaboração.

O texto atual, que define os limites de direitos e deveres dos chilenos, foi aprovada em 1980, ainda sob o regime de Pinochet, que permaneceu no poder entre 1973 e 1990.

Sobre o discurso de ódio, o professor de jornalismo da PUC de Valparaíso Pedro Santander destaca que há um exército organizado por ultradireitistas nas redes sociais para atacar a elaboração da nova Constituinte e especialmente a acadêmica mapuche Elisa Loncon, que lidera o processo. Santander criou um grupo com linguistas, estrangeiros e jornalistas para monitorar as redes sociais:

– Detectamos que 8.048 contas de usuários únicos que, só em agosto, participaram dos ataques, são de ultradireita e participaram do rechaço ao plebiscito. E isso não é pouco porque participam de forma constante, incisiva. São contas que já estavam operando desde o plebiscito, em julho deste ano. São militantes, ativistas atacando. São ligados à ultradireita, hoje apoiando a candidato do José Antonio Kast. O objetivo dos ataques contra Elisa Loncón é sua condição de mapuche e de mulher. A convenção representa os 9 povos orginários, mas só atacam os mapuches, não atacam os demais. É um discurso de ódio com caráter misógino e racista”, ressaltou.

Programa de governo de Kast é mais excludente que o de Bolsonaro

Além do discurso de ódio e da promessa de reduzir o tamanho do Estado e garantir mais poder para as polícias e para as Forças Armadas, outros pontos aproximam Kast e Jair Bolsonaro, especialmente na área social, o que reforçam o apelido de “Bolsonaro chileno”.

No programa de governo do ultradireitista, há promessas que nem o presidente do Brasil foi capaz de fazer antes de executá-las, a exemplo como o fechamento do Instituto Nacional dos Direitos Humanos (pág.26), a extinção do Ministério da Mulher (pág. 170), a revogação da lei que permite o aborto (pág. 171) e o fechamento da Faculdade Latinoamericana de Ciências Sociais (FLACSO).

Kast também propõe incentivos para cursos de preparação de matrimônios e subsídios para planos de saúde somente para casais formados por um homem e uma mulher (pág. 172).

No campo previdenciário, Kast diz, com todas as letras no programa de governo que “a melhor forma de melhorar as pensões é aumentar a idade da aposentadoria” (pág.71). E mais: “Subir a idade de aposentadoria das mulheres” (pág.97).

Origem na Alemanha nazista e devoção a Pinochet

Kast se vê como imagem e semelhança de Pinochet. Tanto que, na última semana de campanha, o ultradireitista afirmou não ter dúvidas de que se estivesse vivo, o ditador votaria nele.

A ligação entre as duas famílias também é política. Um dos nove irmãos do presidenciável, Miguel Kast, foi nomeado para a presidência do Banco Central do governo Pinochet em 1982, mas renunciou ao cargo poucos meses depois.

De acordo com reportagem publicada pelo portal chileno Interferência, a família Kast-Rist veio para o Chile após a derrota da Alemanha na Segunda Guerra Mundial e teve grande influência na transformação ideológica da direita a partir dos anos 70.

O patriarca do clã, Michael Kast Shindele, foi ex-tenente do Exército da Alemanha nazista e lutou na França, no front russo, na península da Criméia, e depois – a partir de 1944- na Itália, até a invasão do aliados e o armistício que o surpreendeu em Trento.

Na política chilena, os Kasts ainda contam com Felipe Kast, sobrinho do atual candidato à presidente, ocupando uma cadeira no Senado até 2026.

Mais fascismo

Recentemente, Kast voltou a criar polêmica ao afirmar não ter havido prisão política durante a ditadura pinochetista.

No entanto, relatórios das comissões da Verdade instaladas no Chile em 1991, 2001, 2004 e 2011 provam o contrário.

A ditadura matou pelo menos 3.216 pessoas, torturou 38.254 chilenos, roubou pelo menos 7 milhões de hectares de camponeses e indígenas, demitiu 230 mil trabalhadores e exilou aproximadamente 200 mil compatriotas.

As declarações negacionistas foram rebatidas pelo diretor-executivo do Museu da Memória e dos Direitos Humanos Francisco Estéban. À agência Saiba Mais/ComunicaSul, ele comparou Kast com Bolsonaro:

– É preciso ver que o vínculo entre Kast e Bolsonaro é um vínculo que existe, não necessariamente porque se querem muito bem, mas porque os dois têm a mesma visão ideológica, o que aqui chamamos de fascismo. E que se manifesta através de um forte nacionalismo em nome do que se cometeram inúmeras violações contra os Direitos Humanos no Chile. Ao mesmo tempo, Kast e Bolsonaro se apresentam como uma alternativa de liberdade, mesmo sendo o contrário, já que tanto um como o outro representam alternativas atentatórias contra a liberdade”, afirmou.

“Mais polido, menos tosco”, destaca cientista política

A cientista política venezuelana e professora da faculdade de Economia, Governo e Comunicação da Universidade Central do Chile Neida Colmenares Mejías também vê uma relação muito estreita entre Kast e o presidente brasileiro. Mas pontua diferenças, especialmente sobre a forma do discurso.

Para ela, “Kast é um Bolsonaro mais polido, menos tosco”, o que o ajuda a avançar sobre setores da direita após a derrocada de políticos tradicionais nas manifestações de 2019:

– Em seu discurso, uma diferença entre Kast e Bolsonaro é que o Kast não se apresenta como antipolítico, assim como outros candidatos. Ele se mostra como alguém capaz de suprir a necessidade cotidiana, é dono de um discurso muito simples, pragmático. Capaz de resolver a vilolência que Piñera não conseguiu controlar, ataca imigrantes pobres, foca na questão da previdência, que afeta muita gente. E Kast também ocupa um espaço vazio no setor da direita porque os politicos tradicionais saíram muito golpeados das manifestações de 2019”, diz.

Na comunicação de Kast com o publico estão presentes os valores da família, da religião e ataques à diversidade sexual e às questão de gênero que, na visão da cientista política, vai precisar se adaptar para atrair mais eleitores no 2º turno:

– Há setores da direita no Chile mais liberais, que defendem a liberdade sexual e de gênero. Pensando numa segunda volta, Kast vai precisar se mostrar disponível para abrir o discurso e sentar com outros setores da direita”, opina.

* Esta reportagem foi elaborada pela Agência Saiba Mais/Coletivo ComunicaSul, com o patrocínio do Barão de Itararé, Agência Carta Maior, jornal Hora do Povo, Diálogos do Sul, Apeoesp Sudoeste Centro, Intersindical, Sintrajufe-RS, Sinjusc, Sindicato dos Bancários do RN, Sicoob, Agência Sindical e 152 contribuições individuais.

LEIA A MATÉRIA ORIGINAL EM  VIOMUNDO E FAÇA SEU APOIO A MESMA,PRECISAMOS DA MÍDIA ALTERNATIVA PARA ALTERNATIVAS MIDIÁTICAS:

VÁ ATÉ: https://bit.ly/315OqwT

quinta-feira, 2 de dezembro de 2021

Luis Almagro y EEUU reconocen a Xiomara Castro como la nueva presidenta de Honduras por NODAL-

 


                         https://bit.ly/3EhI3oH






VIVA   HONDURAS! 

https://bit.ly/3EhI3oH

Luis Almagro y otros líderes mundiales felicitan a Xiomara Castro por su triunfo en las urnas

Xiomara Castro, quien continúa a la cabeza de los resultados presidenciales tras las elecciones generales en Honduras sigue recibiendo reconocimientos nacionales e internacionales. Tras que su principal contrincante político , Nasry Asfura, aceptara su derrota y la visitara personalmente en su casa para felicitarla por su triunfo, varios líderes mundiales también se pronunciaron para expresar su respaldo a la que sería la primera mujer en gobernar a Honduras.

Luis Almagro,secretario general de la Organización de Estados Americanos (OEA), utilizó su cuenta de Twitter para expresar su deseo de trabajar en conjunto con ella.

“Felicitamos a @XiomaraCastroZ por su victoria en las elecciones presidenciales de #Honduras. Esperamos trabajar y cooperar pronto con la presidenta electa en temas de democracia, derechos humanos, desarrollo sostenible y seguridad multidimensional”, expresó.

LEIA TODA MATÉRIA E PRESTIGIE NODAL- 

https://bit.ly/3EhI3oH

sexta-feira, 26 de novembro de 2021

O colonialismo digital e o convite à impotência- OUTRAS PALAVRAS

 





OUTRAS PALAVRAS NOS BRINDA UM CAPÍTULO DO LIVRO ACIMA.COM UMA CHAMADA

ATIVA SOBRE O COLONIALISMO ALGORÍTIMICO,DESFRUTEM....P VASCONCELOS

https://bit.ly/3HYxIAm

Num mundo em que o controle e manipulação de dados serão cada vez mais decisivos, Brasil cede às ofertas da Big Data e compromete seu futuro tecnológico. Novo livro lança alerta e sugere, como alternativa, a soberania algorítmica


OUTRASPALAVRAS

Publicado 25/11/2021 às 20:10 - Atualizado 25/11/2021 às 20:17    

Este texto é um dos capítulos de Colonialismo de dados: como opera a trincheira algorítmica na guerra neoliberal, organizado por João Francisco Cassino, Joyce Souza e Sérgio Amadeu da Silveira, livro recém-lançado pela Editora Autonomia Literária, parceira editorial de Outras Palavras. Quem apoia o jornalismo de profundidade e sem catracas de Outras Palavras tem 25% de desconto. Saiba como

Um importante anúncio do Poder Judiciário paulista apareceu no noticiário especializado, em fevereiro de 2019. Indicava que os processos judiciais do estado de São Paulo, o mais populoso e mais rico do Brasil, seriam entregues à chamada nuvem da Microsoft. O objetivo seria hospedar na empresa estadunidense uma plataforma digital que agregaria serviços de inteligência artificial e permitiria o registro, o arquivamento e a tramitação de todos os processos do maior tribunal do país. A matéria de um relevante jornal econômico brasileiro destacava a importância dos aspectos positivos do armazenamento em nuvem. O presidente do Tribunal de Justiça de São Paulo afirmou ao jornal: “será o primeiro [Tribunal] do país a tomar esse caminho – e um dos poucos no mundo”. (18)

Sites e especialistas destacavam a ação inovadora do Judiciário paulista e o valor do projeto da chamada Plataforma de Justiça Digital, que seria de 1,32 bilhão de reais,(19) com dispensa de licitação. (20) A comunicação social do tribunal divulgou, no dia 20 de fevereiro de 2019, que “ao final de cinco anos, o custo fixo anual do TJ com o sistema judicial terá redução de 40%, além de eliminar a necessidade de alto investimento na renovação de Data Center”.(21) A dimensão do contrato e suas implicações eram gigantescas, o que levou o presidente mundial da Microsoft, Satya Nadella, a vir ao Brasil dias antes da assinatura do contrato para se reunir com o presidente do tribunal paulista. Segundo a assessoria de comunicação do Judiciário, o executivo da corporação fundada por Bill Gates afirmou que “a tecnologia é o meio, não é atividade fim. O fim é o que se faz com a tecnologia. E o sonho do TJSP de transformar essa plataforma de serviços aos cidadãos é revolucionário”. Nadella se comprometeu a colocar as melhores cabeças da Microsoft para atuar no projeto do tribunal.

Nenhum veículo, colunista, parlamentar questionou a entrega dos dados dos processos civis, criminais, empresariais, de crianças e adolescentes, de contenciosos judiciais de milhões de pessoas e milhares de empresas para a nuvem de uma das maiores plataformas estadunidenses, com interesses econômicos, financeiros, comerciais e geopolíticos no Brasil. Essa era uma não-questão. Também não foi perguntado se esses recursos, caso fossem empregados em empresas e centros de pesquisa brasileiros, não gerariam ganhos importantes não somente para a sociedade, para o desenvolvimento de inteligência local, como também para o próprio tribunal.

Apesar da inexistência de questionamentos na opinião pública, o Conselho Nacional de Justiça (22) proibiu a execução do contrato com o argumento principal de que o acordo com a Microsoft iria na “contramão de privilegiar um sistema único para tramitação processual”,(23) uma vez que os tribunais brasileiros estariam buscando um desenvolvimento integrado para a digitalização e tramitação de processos. Curiosamente, o destaque não foi a proteção de dados sensíveis da população, nem mesmo a necessidade de avançar a inteligência nacional na área de inteligência artificial.

Este capítulo começou pelo relato desse caso inconcluso por ser exemplar na caracterização de uma série de não-questões para boa parte dos pesquisadores acadêmicos, formadores de opinião, influencers, lideranças políticas e movimentos sociais que envolvem a colonialidade ampliada pelas tecnologias. Aqui pretendo trazer a hipótese de que essas não-questões ou críticas ofuscadas escondem um epistemicídio, tal qual Sueli Carneiro, inspirada em Boaventura de Sousa Santos, tratou dos mecanismos constituídos para negar a existência do racismo no país e as reflexões e saberes dos negros. O epistemicídio não recai somente à racialidade, também integra o regime de verdade da colonialidade que está justaposto com práticas acríticas e normalizadas pelas infraestruturas de submissão que se baseiam na alienação técnica e são fundamentais para o ordenamento neoliberal em uma sociedade fortemente dataficada.

Quais seriam as questões importantes encobertas e ofuscadas, tornadas não-questões, pela colonialidade em um cenário de capitalismo informacional, organizado em uma economia de dados neoliberal? Primeiro, a dúvida sobre a crença de que as empresas e plataformas digitais são neutras e que não interferem em nosso cotidiano, exceto para nos servir. Segundo, a interrogação sobre a inexistência de consequências negativas locais e nacionais na utilização das estruturas tecnológicas das plataformas, uma vez que elas respeitariam os contratos. Terceiro, a avaliação de que as implicações sobre a coleta massiva de dados nos países centrais da plataformização tecnológica possuem os mesmos efeitos econômicos, políticos e socialmente moduladores que nos países periféricos. Quarto, a indagação sobre se seria possível apostar no avanço de uma inteligência computacional local, na soberania algorítmica e no conhecimento tecnológico como um bem comum livre.

Colonialidade e neoliberalismo

Para muitos pensadores críticos, o colonialismo histórico acabou, mas a colonialidade se mantém e pode ser empiricamente mapeada e constatada. O sociólogo peruano Anibal Quijano definiu a colonialidade como um dos principais elementos do padrão mundial de poder capitalista. A colonialidade foi construída sobre classificações raciais e étnicas das populações e está associada à expansão da modernidade e de sua racionalidade, a partir da Europa. Ela se mantém por meios materiais, por mentalidades e por relações de subordinação, sujeição e de inferiorização de modos de vida, de saberes e de conhecimentos. (24)

A colonialidade se apresenta como a imposição de modelos de pensamento, de agenciamentos, de comportamentos que negam ou desvalorizam epistemes, modos de aprender e conhecer das comunidades e das sociedades não ricas, também expulsa do que deve ser considerado normal à ideia de autonomia, de busca por caminhos diferentes, de toda tentativa daqueles que fogem aos interesses da economia e das suas principais corporações. Como aponta Paola Ricaurte, (25) em uma sociedade baseada em dados, a colonialidade de poder é realizada e amplificada também por meio de dados e das suas tecnologias de tratamento.

A partir dessa perspectiva, é possível notar que o avanço do ordenamento neoliberal ampliou e aprofundou a colonialidade. Sem dúvida, existem diversas definições de neoliberalismo que extrapolam sua dimensão tão somente econômica ou sua categorização como mera atualização do velho liberalismo. O neoliberalismo é uma conduta e um modo de pensar que coloca o mercado acima de todas as demais dimensões da vida. Mais do que isso, a doutrina neoliberal se empenha em definir as empresas como elemento crucial da existência e a concorrência como o objetivo maior de qualquer agregado humano.

Michel Foucault, ao analisar a constituição do neoliberalismo, com base nas vertentes alemã (ordoliberal) e estadunidense, em O nascimento da biopolítica, percebeu sua implicação na disciplina das condutas e em uma visão de mundo, indo além da reformatação dos governos para atuar em função das empresas. Laval e Dardot, inspirados em Foucault, detectaram que o neoliberalismo é a forma atual de nossa existência e que se impõe como o ordenamento do capitalismo contemporâneo. Alicerçados no marxismo, David Harvey, Gérard Duménil e Dominique Lévy consideraram a neoliberalização como a dinâmica geral do capital que opera em benefício das camadas mais altas de renda, resultante do compromisso entre as classes capitalistas e a camada superior da classe gerencial, sob a hegemonia financeira. Wendy Brown observou que o neoliberalismo coloca a legitimidade do Estado subordinada à capacidade de servir a racionalidade econômica, solapando o vínculo entre capitalismo e democracia, subordinando tudo, principalmente a lógica do Estado, às empresas e à sua rentabilidade. Pesquisadores de inspirações tanto marxista quanto foucaultiana identificam que o neoliberal desloca a empresa para o centro de gravidade da existência e faz do Estado seu maior serviçal. Nesse sentido, as relações contratuais entre capital e trabalho se tornam relações entre empresas de variados tamanhos, inclusive, empresas de um único funcionário, que é o seu próprio dono.

A dinâmica neoliberal reforça a colonialidade. Primeiro, a boa cartilha neoliberal manda que as empresas privadas assumam todas as atividades econômicas. Assim, cabe ao Estado assegurar que essas empresas assumam a criação, execução e manutenção do máximo de ações possíveis. Segundo, o ethos da concorrência manda apostar no menor preço com a melhor qualidade – esta nem sempre exigida. Terceiro, o desenvolvimento virá da escolha e do consumo dos melhores produtos e serviços, independentemente de outros valores ou princípios, como local de produção e benefícios sociais. Assim, para o neoliberal não seria sustentável a opção de criar e manter serviços executados pelo Estado, nem gastar recursos que deveriam ser investidos em empresas privadas, muito menos tentar soluções custosas de desenvolver localmente o que pode ser obtido globalmente. O neoliberalismo utiliza com anabolizantes a teoria das vantagens comparativas de David Ricardo.

Assim, países periféricos devem se empenhar em comprar os melhores produtos e serviços pelo menor preço. O uso é subentendido como o passaporte para o avanço econômico. A invenção, o domínio da técnica, deve se concentrar nas grandes empresas que possuem capital para essa atividade. Seria demasiadamente irracional e custoso criar outros produtos e soluções próprias, pois isso iria se confrontar com a ideia de obter o melhor pelo mais econômico. Quase todo documento de uso de tecnologia digital, da nomeada transformação digital dos Estados, enaltece a redução de custos. Essa lógica reforça a colonialidade, uma vez que a margem de manobra e as opções para encontrar outras saídas longe da compra de produtos e serviços das grandes corporações dos países ricos seriam muito pequenas ou inexistentes.

No cenário das tecnologias da informação e no capitalismo digital, Dan Schiller, já no fim do século XX, havia detectado que, embaladas pelo neoliberalismo, as infraestruturas do ciberespaço, os sistemas de telecomunicações, foram completamente orientadas para o mercado e o fortalecimento de corporações transnacionais. Schiller via, entre outras consequências, que a expansão da internet nos levaria ao aprofundamento do consumismo em escala transnacional e ao domínio até das estruturas e processos educacionais dos países pobres. O que ocorreu no início de 2020 com o Sistema de Seleção Unificada, SiSU, do Ministério da Educação (MEC), é um exemplo cabal do reforço mútuo da relação entre o neoliberalismo e a colonialidade, bem como das tendências apontadas por Schiller.

O SiSU é um sistema informatizado, criado em 2010, pelo qual as instituições públicas de ensino superior ofertam suas vagas conforme as notas obtidas pelas pessoas que participaram do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). A direção do MEC decidiu entregar os dados do SiSU para serem processados na nuvem da Microsoft, chamada Azure. Ou seja, hospedou os dados do desempenho escolar de milhões de estudantes brasileiros para serem tratados na plataforma estadunidense.(26) O principal argumento foi o do alto custo em manter esses dados em um data center do próprio. Além disso, segundo a Rede Nacional de Pesquisa, a solução da Microsoft atendeu 1,8 milhão de estudantes, que realizaram 3,5 milhões de inscrições, com 210 mil usuários conectados ao mesmo tempo, perfazendo 7 mil inscrições por minuto e a média de 1,5 milhão de acessos diários. Outro importante argumento é de que, além de aumentar a segurança do processo, espera-se uma economia de aproximadamente 22 milhões de reais em cinco anos de projeto.

Dados dos estudantes que cursaram o ensino médio, como a renda familiar bruta mensal de cada um, os valores recebidos em diversos programas sociais, a nota no Enem, as médias populacionais relacionadas à cor declarada e a deficiências, entre outras informações sensíveis, foram entregues à plataforma Microsoft Azure. Não consta dos debates públicos ou entre gestores do governo a constatação de que a corporação estadunidense de tecnologia possui interesses econômicos no país e na própria área educacional brasileira, nem que, provavelmente, hospedou os dados em servidores localizados nos Estados Unidos, em sua denominada nuvem pública. O acesso e a manipulação desses dados não aparecem como problema. As notas das autoridades não destacam nem mesmo a importância das normas contratuais específicas de proteção de dados de adolescentes.

No contexto da governamentalidade neoliberal, a construção de uma solução infraestrutural para a hospedagem de dados e a implementação de frameworks de inteligência artificial do próprio MEC e das universidades brasileiras não é considerada razoável. A economia imediata, a entrega de atividades antes executadas pelo Estado a empresas privadas, a crença em contratos e em um padrão moral isento de interesses geoestratégicos e negociais conformam um regime de verdade da gestão pública neoliberal. Assim, os primados da boa conduta neoliberal inundam as cartilhas de boas práticas da gestão pública e reforçam a dependência das práticas econômicas das grandes plataformas, das big techs. Os princípios neoliberais reforçam a colonialidade, esse padrão de poder mundial que surgiu há mais de quinhentos anos.

A colonialidade trabalha preferencialmente o tempo imediato. As soluções sempre devem estar prontas, a dromoaptidão (27), a velocidade acelerada das soluções ofertadas pelas plataformas é enaltecida. As corporações sempre estão prontas a nos servir, serão mais rápidas do que construir um caminho de aprendizado e de fortalecimento das inteligências locais. No contexto da colonialidade, o colonizado, a inteligência coletiva local, nunca está pronto, apto, capacitado para enfrentar um problema sem recorrer a uma corporação da matriz. O neoliberalismo se aconchega na colonialidade.

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