domingo, 31 de julho de 2011
Morre Estamira, personagem-título de premiado documentário brasileiro
Ela estava internada desde terça (26), no Hospital Miguel Couto, no Rio.
Filme dirigido por Marcos Prado mostrou cotidiano da catadora de lixo.
Do G1 RJ
Estamira Gomes de Sousa, personagem-título do premiado documentário brasileiro "Estamira", morreu no início da noite desta quinta-feira (28), no Rio.
Segundo a Secretaria municipal de Saúde, Estamira, de 70 anos, estava internada no Hospital Miguel Couto, na Gávea, Zona Sul da cidade, desde a última terça-feira (26) e morreu com consequência de uma septicemia (infecção generalizada).
Marcos Prado, diretor do documentário, falou sobre o convívio com a catadora de lixo, que também era diabética, e que há mais de 20 anos trabalhava no aterro sanitário em Gramacho, localizado no município de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense.
"Foi fascinante. Ela era quase que uma profetisa dos dias atuais, uma pessoa muito legítima. Jamais montamos suas frases na edição. Todos os discursos incluídos no filme são contínuos. Ela acreditava ter a missão de trazer os princípios éticos básicos para as pessoas que viviam fora do lixo onde ela viveu por 22 anos. Para ela, o verdadeiro lixo são os valores falidos em que vive a sociedade", comentou Prado.
Ernani, um dos três filhos deixados por Estamira, ainda não sabe exatamente qual será o destino do corpo da mãe. "Estamos querendo fazer o sepultamento no Cemitério do Caju, onde minha avó foi enterrada, mas ainda não tive muito tempo para resolver essas coisas. Por isso, não sei quando será o enterro".
Negligência
Tanto Ernani quanto o diretor Marco Prado, que ajudou na internação da catadora, acusam o hospital de negligência. "Ela foi inadequadamente atendida. Ficou literalmente abandonada nos corredores do hospital sem nenhum tipo de atendimento, só com o filho como testemunha. E isso quando já existia o diagnóstico de infecção generalizada. A indignação é grande. E é triste saber que outras Estamiras vão morrer pelo mesmo descaso", destacou o cineasta.
Procurada pelo G1, a Secretaria municipal de Saúde negou as acusações e afirmou que em momento algum a paciente foi acomodada em um dos corredores do hospital, onde, segundo a administração da unidade, é proibido internar pacientes.
sexta-feira, 29 de julho de 2011
Beatriz Rondon
Vejam o que faz esta mulher disfarçada de protetora da Ecologia.Cliquem no título e vá a matéria e vídeo.
Começou o declínio do império?
Por UNISINOS
Parece que nada mais resta para os norte-americanos do que um cenário de austeridade que questiona o seu estilo de vida e alimenta riscos de tensões sociais e políticas. O comentário é de Mario Rapoport e Noemí Brenta, autores do livro Las grandes crisis del capitalismo contemporáneo (sem tradução para o português), em artigo para o Página/12, 25-07-2011. A tradução é do Cepat.
Eis o artigo.
Começou o declínio do império? É muito cedo para afirmar, mas o modelo econômico dos Estados Unidos, com sérios problemas, parece ter encontrado seu limite e se encaminha para um doloroso ajuste. O déficit fiscal dos EUA retornou na primeira administração de George W. Bush, após o superávit herdado de Clinton. O aumento do déficit com Bush está associado ao gasto militar, que passou de 371 a 735 bilhões entre 2000 e 2008 e aos cortes de impostos para os ricos.
Desde a crise do subprime, a transferência para a área social necessária para atender parcialmente o desemprego e a pobreza aumentou o gasto público; mas aumentou ainda muito mais com os planos de resgates de Bush e Obama de 700 e 900 bilhões de dólares, respectivamente, para os bancos e empresas em dificuldades. Para piorar, a recessão reduziu a arrecadação de impostos em 2008 e 2009, agravando o déficit fiscal. Embora em 2010 o produto dos EUA tenha crescido 2,9 por cento, o desemprego é superior a 9 por cento, um nível muito alto em um país com baixa proteção social, ao mesmo tempo umas 200 mil famílias por mês perderam suas casas pelo não pagamento de suas hipotecas.
As receitas do governo federal em 2010 chegaram apenas a três quartos de suas despesas, o déficit acumulado e o aumento contínuo da dívida pública, que desde maio excedeu o máximo autorizado pelo Congresso chegou a 14,3 trilhões dólares, equivalente ao produto bruto estadunidense. Ainda que Obama consiga negociar colocando em marcha o ajuste das contas públicas, reduzindo o gasto com programas sociais e aumentando os impostos (menos isenções para os ricos e, provavelmente, um IVA nacional), o resultado imediato dessas medidas será a redução da produção e do emprego com risco de agravamento dos conflitos sociais.
Contudo, esse seria o “melhor cenário”, supondo que o ajuste realmente funcione e reduza o déficit, ou seja, que a reforma tributária compense a queda de arrecadação. Lembramos que quando em setembro de 2001 o governo argentino apresentou o “déficit zero”, a arrecadação de impostos baixou uns 30 por cento no trimestre posterior, aumentando o déficit fiscal e o produto interno em 11 por cento. O sofrimento humano foi ofertado no altar dos credores como prova da vontade de se pagar a qualquer custo, mas essa estratégia não trouxe recompensas para o bem estar geral e tampouco evitou o default. Até aqui, nada de novo sob o sol.
O Federal Reserve tampouco pode continuar injetando dólares em quantidade como vinha fazendo até agora, não apenas porque os juros são quase zero, mas também porque, por outro lado, os dólares emitidos se voltam contra os títulos do Tesouro, que são por sua vez dívida pública. A superliquidez em dólares alimenta bolhas nos mercados especulativos mundiais, entre eles, os de matérias primas (que sobem, além disso, por outros fatores) debilitando o dólar e este é um é um dos objetivos procurado pelo governo dos EUA, já que melhora a competitividade de suas exportações e encarece suas importações, aliviando também o déficit do comércio exterior desse país. Mas o principal mercado dos Estados Unidos que é a União Europeia também se encontra com problemas e a principal moeda contra a qual o dólar precisa se enfraquecer, que é euro, tampouco consegue “ficar de pé”, e até mesmo a sua sobrevivência está ameaçada. Tudo isso configura um terreno de fortes turbulências no sistema monetário internacional.
Durante trinta anos, os Estados Unidos subsidiaram o crédito não apenas do aumento do consumo das famílias – que se endividaram enquanto caia sua renda e agora já não podem nem fazer frente aos seus passivos e tampouco continuar se endividando ou consumido –, como também de um aparato militar desmesurado em relação as demais potências mundiais que estende o seu poderio por todo o planeta para proteger os interesses estratégicos estadunidenses e de suas empresas e investimentos. Mas agora, o atoleiro da economia americana coloca em xeque o dólar como refúgio seguro.
Além das grandes compras de títulos do Tesouro por parte do Fed, os grandes investidores estrangeiros, começando pela China (os outros mais importantes são Japão, Alemanha e Grã-Bretanha), já começam a olhar com desconfiança a emissão de títulos do Tesouro americano por sua baixa remuneração e os riscos que começam apresentar. Uma inflação em dólares liquidificaria o valor real da dívida estadunidense, mas o mundo mudou desde os anos 70 e 80, quando isso era possível.
O peso dos BRIC, a intensificação do comércio Sul-Sul, a amarga experiência da dívida externa e das crises na América Latina, Ásia e Rússia, tornam muito mais difícil para os Estados Unidos aliviar sua carga transferindo o ajuste para a periferia. Tampouco os Estados Unidos pode contar com a ajuda do Japão, como aconteceu nos anos 80 a partir dos acordos monetários que leveram à crise o país asiático que já leva vinte anos de dificuldades econômicas, sua divída é de 200% do PIB e, além disso, enfrenta os percalços do terremoto.
Em novembro de 2010, Dagong, a qualificadora oficial da China diminuiu o rating da dívida dos Estados Unidos de AA para A +, afirmando que "falhas graves no desenvolvimento econômico dos Estados Unidos e seu modelo de administração levarão a uma recessão de longo prazo de sua economia, reduzindo os fundamentos do seu crédito soberano” e que a política de dinheiro fácil do Reserve Federal, em busca de uma tendência de depreciar o dólar contra os interesses dos credores, indica o declínio das intenções do governo dos EUA para pagar sua dívida.
Poucos meses depois, em abril, a Standard & Poors também qualificou de negativo o panorama da dívida americana, com base no risco real de que os decisões políticas podem não chegar a um acordo sobre o déficit orçamentário, debilitando seu perfil fiscal em comparação com outros países cuja dívida é avaliado como AAA. Parece que nada mais resta para os norte-americanos do que um cenário de austeridade que questiona o seu estilo de vida e alimenta risco de tensões sociais e políticas e políticas em um país que faz tempo que não encontrava tão dividido.
segunda-feira, 25 de julho de 2011
A MÍDIA DIZ E SE EXECUTA: AMY WINEHOUSE MORREU: É PRECISO CHORAR, É PRECISO VENDER
Foto: EPA/LAURENT GILLIERON
AMY EST MORTE
Assim a mídia vende e ri, nos lucros do choro do espetáculo que ela produziu, e quer mais lucro , já que agora, ela a cantora está morta.
Tudo tem que vender, desde seu sucesso, as suas estrepolias, bêbada,chapada, e assim , ela a mídia, faz seu avatar, para mais faturar e não entrar no esquecimento.
Seus produtores tem que rápido tirar proveito, para lucrar.Solta música inédita.Promete breve mais, pois quem morreu foi o lucro, ou irá morrer, agora ainda é UTI, mesmo morta e congelada na burocracia britânica, e em favor da midia e da Indústria a que ela está vinculada.
ELA ZOMBOU DAS PATRICINHAS , MAS ELA FOI A PATRCINHA, NOVA DA MÍDIA produzida para ser novo modelo de PATRICINHA.
A mídia é como o lixo, nada se perde , tudo se transforma.
AMY EST MORTE
Assim a mídia vende e ri, nos lucros do choro do espetáculo que ela produziu, e quer mais lucro , já que agora, ela a cantora está morta.
Tudo tem que vender, desde seu sucesso, as suas estrepolias, bêbada,chapada, e assim , ela a mídia, faz seu avatar, para mais faturar e não entrar no esquecimento.
Seus produtores tem que rápido tirar proveito, para lucrar.Solta música inédita.Promete breve mais, pois quem morreu foi o lucro, ou irá morrer, agora ainda é UTI, mesmo morta e congelada na burocracia britânica, e em favor da midia e da Indústria a que ela está vinculada.
ELA ZOMBOU DAS PATRICINHAS , MAS ELA FOI A PATRCINHA, NOVA DA MÍDIA produzida para ser novo modelo de PATRICINHA.
A mídia é como o lixo, nada se perde , tudo se transforma.
domingo, 24 de julho de 2011
Altamiro Borges: Auto-regulação da mídia não funciona
Altamiro Borges: Auto-regulação da mídia não funciona: "Por José Dirceu, em seu blog : Há pelo menos cinco décadas a Grã Bretanha vive uma experiência de amor e ódio com seus tablóides, os princ..."
Altamiro Borges: Murdoch não é exceção; é a regra na mídia
Altamiro Borges: Murdoch não é exceção; é a regra na mídia: "Por Gabriel Brito, no sítio Correio da Cidadania : Os últimos dias chacoalharam o Reino Unido com um escândalo nos moldes em que seus famo..."
Amy Winehouse
Amy Winehouse REUTERS/Andrew Winning
Um signo da Juventude se vai vitimada pelo seu desencontro interno.
Afora isto, ou como consequência, seu álcool e drogas como sua bengala.
E quem não os tem algum?
Mas , o fato é que se foi uma grande cantora marco de uma época de tantos desencontros da humanidade, e entre os jovens.
Seu desencanto com a vida foi fatal.
Um signo da Juventude se vai vitimada pelo seu desencontro interno.
Afora isto, ou como consequência, seu álcool e drogas como sua bengala.
E quem não os tem algum?
Mas , o fato é que se foi uma grande cantora marco de uma época de tantos desencontros da humanidade, e entre os jovens.
Seu desencanto com a vida foi fatal.
terça-feira, 19 de julho de 2011
REDE GLOBO não se Manca e invade
Mídia não se manca,comete invasões de privacidade.Isto é REDE GLOBO.
Caco Barcelos comete invasão de privacidade.Crianças drogadas põe a mídia no seu lugar,não aceita.
Onde anda o ECA e o Conselho Tutelar?
Profissão repórter desliza
Isto é desumano,desleal antiético
Isto é o poder de impacto para Audiência em nome do querer ajudar, que ajuda é esta?
Onde está o Ministério Público diante do Poder da Globo?
Ao editar corta a democracia da fala dos sujeitos.
O direito de repudiar a mídia na fala é cortado.
Caco Barcelos comete invasão de privacidade.Crianças drogadas põe a mídia no seu lugar,não aceita.
Onde anda o ECA e o Conselho Tutelar?
Profissão repórter desliza
Isto é desumano,desleal antiético
Isto é o poder de impacto para Audiência em nome do querer ajudar, que ajuda é esta?
Onde está o Ministério Público diante do Poder da Globo?
Ao editar corta a democracia da fala dos sujeitos.
O direito de repudiar a mídia na fala é cortado.
segunda-feira, 18 de julho de 2011
Jornais em versão digital no Brasil ...O GLOBO
O jornal o Globo - versão digital não está funcionando no IPAD ,pelo menos no meu e mais 3 amigos
Nos demais,como JB,Rio,já em SP o Estadão está bem,em Pe o Diário de Pernambuco é show,idem Zero Hora no Rs .
Quem TE viu, quem TE ver o grupo GLOBO!!!!
Nos demais,como JB,Rio,já em SP o Estadão está bem,em Pe o Diário de Pernambuco é show,idem Zero Hora no Rs .
Quem TE viu, quem TE ver o grupo GLOBO!!!!
A cidade de São Paulo e outras cidades nas férias Escolares
Nada como estudar, mas o que isto implica?
Um fluxo grandioso, entre profissionais da área, pais e alunos.
Os fornecedores de Colégios e Universidades se multiplicam na cidade, do que fornece o giz , ao data show, alimentos, produtos de limpeza etc.
Por outro lado estando em férias uma série de profissionais paralisam suas atividades, como médicos, dentistas,psicólogos, terapeutas etc...
A cidade ganha um novo clima, de mais tranquilidade, desde o trânsito a qualidade do ar e da convivência.
Ontem flagrei uma rosa nascendo em pleno canteiro central da Paulista(AV) SP.
Desta feita, temos mais tempo para olhar, enxergar a vida e seus seres , coisas pessoas etc...
No Rio , aonde estive recentemente, é a mesma coisa, praias mais vazias, claro alido ao clima, o frio.
A vida é mais leve com a cidade em baixo movimento.
Um fluxo grandioso, entre profissionais da área, pais e alunos.
Os fornecedores de Colégios e Universidades se multiplicam na cidade, do que fornece o giz , ao data show, alimentos, produtos de limpeza etc.
Por outro lado estando em férias uma série de profissionais paralisam suas atividades, como médicos, dentistas,psicólogos, terapeutas etc...
A cidade ganha um novo clima, de mais tranquilidade, desde o trânsito a qualidade do ar e da convivência.
Ontem flagrei uma rosa nascendo em pleno canteiro central da Paulista(AV) SP.
Desta feita, temos mais tempo para olhar, enxergar a vida e seus seres , coisas pessoas etc...
No Rio , aonde estive recentemente, é a mesma coisa, praias mais vazias, claro alido ao clima, o frio.
A vida é mais leve com a cidade em baixo movimento.
quinta-feira, 14 de julho de 2011
Reportagem: Como as crianças consomem pornografia
Reportagem: Como as crianças consomem pornografia: "Elas encontram, consomem, partilham – e até produzem – conteúdos sexuais"
O sonho americano já aconteceu?
Tiago Bartolomeu Costa IPSILON PT
Pela segunda vez em Portugal, os nova-iorquinos TEAM apresentam uma deambulação poética e desencantada pelos mitos americanos. Os que eles construíram e os que nós aceitámos
Quando encontrámos Rachel Chavkin, no início de Abril, em Nova Iorque, a directora artística do colectivo TEAM (Theater of the Emerging American Moment), que hoje chega à Culturgest para a estreia mundial de Mission Drift (até sábado), disse-nos que estava ainda "muito confusa sobre como pensar o que é realmente o mito americano". Perguntámos-lhe se era algo parecido, e tão indefinível como "a alma russa", que há séculos autores e filósofos procuram explicar. Rachel disse-nos que "a história dos Estados Unidos da América, às vezes, parece não nos pertencer".
Foi para perceberem o que são, mais do que de onde vêem, que os TEAM começaram a investigar. Chegaram a Las Vegas, ao fim da linha. Ao sonho americano? "Provavelmente", disse-nos então Rachel. "Há em Las Vegas algo de profundamente absurdo, e essa imagem mítica de que tudo é possível colou-se-nos à pele. Somos realmente assim: excessivos?"
Hoje, quem for à Culturgest, em Lisboa, vai poder ler no programa que, através dessa dúvida, a companhia começou a reconstruir uma hipótese de passado. Um passado de que, provavelmente, nunca quiseram saber, e um presente com o qual não se identificam: "O que é que distingue o capitalismo americano? Não consigo tirar da cabeça a imagem do mapa do nosso país. Somos tão grandes. Frederick Jackson Turner em The Significance of the Frontier in American History escreveu que a história do desenvolvimento da nação é a história de colonos que avançam cada vez mais para oeste, tornando-se assim menos europeus e mais americanos. Há nisto algo de simultaneamente doloroso e ousado."
Desejo de evasão
Rachel Chavkin diz que "os últimos dez anos foram essenciais para a América". Não se refere especificamente à imagem exterior que os anos Bush criaram na opinião pública, nem ao 11 de Setembro, embora vá dizendo que nunca mais foi igual em Nova Iorque. Fala do modo como "internamente fomos obrigados a pensar-nos". "Hoje já não sentimos tanta vergonha em sermos americanos, mas podemos envergonhar-nos com muitas coisas que fazemos." Rachel é também professora e é isso que vai encontrando nos discursos dos seus alunos de teatro. "Há um desejo de evasão, mas para onde?"
A peça, a segunda que a companhia apresenta em Portugal - em 2009 trouxeram Architecting, também na Culturgest - é uma reflexão sobre o território enquanto materialização da identidade americana, e o discurso - o das ruas, o estrangeiro, o político, o artístico - enquanto forma de expiação dos seus males. A começar pela economia. Se hoje se pode dizer que Mission Drift "ocupa o espaço entre o mito da fronteira e a realidade dos seus custos, que é a corrente subterrânea de grande parte da identidade americana, pelo que não é uma análise directa do colapso financeiro", em Abril Rachel Chavkin dizia-nos que "é preciso pensar o modo como a economia nos define". Estávamos em plena crise política. O Presidente Barack Obama ameaçava parar o Governo caso o Orçamento do Estado não fosse aprovado no Congresso. Nas ruas só se discutia isso. Rachel falava-nos de como um país pode parar. E de como, nesse caso, o teatro pode fazer muito pouco.
O método de trabalho do colectivo TEAM vive desse confronto com a realidade, e de um modelo de funcionamento que implica olhares demorados, contraditórios e uma responsabilização. As cenas que criam a partir dessas discussões demoram a encontrar o seu lugar na estrutura do espectáculo. E o texto vai passando pelos vários actores até encontrar o seu lugar certo. "É um método muito caótico para quem vê de fora, mas permite-nos aprofundar os temas que queremos tratar."
É isso que distingue o seu trabalho e, de certa forma, justifica que tenham encontrado mais apoios na Europa do que nos Estados Unidos, onde o sistema de apoios às artes é bastante mais complexo do que o conjunto dos sistemas europeus. "Sim, é verdade que temos sido muito bem recebidos na Europa. É como se percebessem o que queremos dizer." Esse desencanto, que transformam em canções como Burning Las Vegas (disponível no YouTube) ou em cínicas alegorias, como o casal protagonista, holandeses imigrantes que chegam a Nova Amesterdão (a actual Nova Iorque) e se propõem atravessar o país - e a história - em direcção ao Oeste.
Amargura no olhar
O que fazem, e como o fazem, traz uma amargura no olhar, um desencanto explícito, uma distância que parece recusar aquilo com que mais se identificam. E, ao longo desta viagem pelo capitalismo americano através de canções, ballet, tiros para todos os lados e muito luxo, o que descobrem é o que Rachel define como "a verdadeira alma americana: o vazio".
"Las Vegas é isso: como é que se pode construir um mundo no meio do deserto? Para dizer o quê? E para quem?", pergunta-se, sem, no entanto, recusar a ideia de que a espectacularidade "ilude muito coisa".
É isso que guardam, "porque é assim que nos vêem". "Um cruzamento entre a MTV e a avant-garde", escrevem no programa, numa altura em que a própria MTV é um mito e sobre a avant-garde não se sabe onde acaba ou começa.
"Somos o nosso próprio mito, a nossa própria missão, o nosso próprio destino", diz-nos Rachel, deixando que a entoação com que o diz possa parecer uma pergunta.
Pela segunda vez em Portugal, os nova-iorquinos TEAM apresentam uma deambulação poética e desencantada pelos mitos americanos. Os que eles construíram e os que nós aceitámos
Quando encontrámos Rachel Chavkin, no início de Abril, em Nova Iorque, a directora artística do colectivo TEAM (Theater of the Emerging American Moment), que hoje chega à Culturgest para a estreia mundial de Mission Drift (até sábado), disse-nos que estava ainda "muito confusa sobre como pensar o que é realmente o mito americano". Perguntámos-lhe se era algo parecido, e tão indefinível como "a alma russa", que há séculos autores e filósofos procuram explicar. Rachel disse-nos que "a história dos Estados Unidos da América, às vezes, parece não nos pertencer".
Foi para perceberem o que são, mais do que de onde vêem, que os TEAM começaram a investigar. Chegaram a Las Vegas, ao fim da linha. Ao sonho americano? "Provavelmente", disse-nos então Rachel. "Há em Las Vegas algo de profundamente absurdo, e essa imagem mítica de que tudo é possível colou-se-nos à pele. Somos realmente assim: excessivos?"
Hoje, quem for à Culturgest, em Lisboa, vai poder ler no programa que, através dessa dúvida, a companhia começou a reconstruir uma hipótese de passado. Um passado de que, provavelmente, nunca quiseram saber, e um presente com o qual não se identificam: "O que é que distingue o capitalismo americano? Não consigo tirar da cabeça a imagem do mapa do nosso país. Somos tão grandes. Frederick Jackson Turner em The Significance of the Frontier in American History escreveu que a história do desenvolvimento da nação é a história de colonos que avançam cada vez mais para oeste, tornando-se assim menos europeus e mais americanos. Há nisto algo de simultaneamente doloroso e ousado."
Desejo de evasão
Rachel Chavkin diz que "os últimos dez anos foram essenciais para a América". Não se refere especificamente à imagem exterior que os anos Bush criaram na opinião pública, nem ao 11 de Setembro, embora vá dizendo que nunca mais foi igual em Nova Iorque. Fala do modo como "internamente fomos obrigados a pensar-nos". "Hoje já não sentimos tanta vergonha em sermos americanos, mas podemos envergonhar-nos com muitas coisas que fazemos." Rachel é também professora e é isso que vai encontrando nos discursos dos seus alunos de teatro. "Há um desejo de evasão, mas para onde?"
A peça, a segunda que a companhia apresenta em Portugal - em 2009 trouxeram Architecting, também na Culturgest - é uma reflexão sobre o território enquanto materialização da identidade americana, e o discurso - o das ruas, o estrangeiro, o político, o artístico - enquanto forma de expiação dos seus males. A começar pela economia. Se hoje se pode dizer que Mission Drift "ocupa o espaço entre o mito da fronteira e a realidade dos seus custos, que é a corrente subterrânea de grande parte da identidade americana, pelo que não é uma análise directa do colapso financeiro", em Abril Rachel Chavkin dizia-nos que "é preciso pensar o modo como a economia nos define". Estávamos em plena crise política. O Presidente Barack Obama ameaçava parar o Governo caso o Orçamento do Estado não fosse aprovado no Congresso. Nas ruas só se discutia isso. Rachel falava-nos de como um país pode parar. E de como, nesse caso, o teatro pode fazer muito pouco.
O método de trabalho do colectivo TEAM vive desse confronto com a realidade, e de um modelo de funcionamento que implica olhares demorados, contraditórios e uma responsabilização. As cenas que criam a partir dessas discussões demoram a encontrar o seu lugar na estrutura do espectáculo. E o texto vai passando pelos vários actores até encontrar o seu lugar certo. "É um método muito caótico para quem vê de fora, mas permite-nos aprofundar os temas que queremos tratar."
É isso que distingue o seu trabalho e, de certa forma, justifica que tenham encontrado mais apoios na Europa do que nos Estados Unidos, onde o sistema de apoios às artes é bastante mais complexo do que o conjunto dos sistemas europeus. "Sim, é verdade que temos sido muito bem recebidos na Europa. É como se percebessem o que queremos dizer." Esse desencanto, que transformam em canções como Burning Las Vegas (disponível no YouTube) ou em cínicas alegorias, como o casal protagonista, holandeses imigrantes que chegam a Nova Amesterdão (a actual Nova Iorque) e se propõem atravessar o país - e a história - em direcção ao Oeste.
Amargura no olhar
O que fazem, e como o fazem, traz uma amargura no olhar, um desencanto explícito, uma distância que parece recusar aquilo com que mais se identificam. E, ao longo desta viagem pelo capitalismo americano através de canções, ballet, tiros para todos os lados e muito luxo, o que descobrem é o que Rachel define como "a verdadeira alma americana: o vazio".
"Las Vegas é isso: como é que se pode construir um mundo no meio do deserto? Para dizer o quê? E para quem?", pergunta-se, sem, no entanto, recusar a ideia de que a espectacularidade "ilude muito coisa".
É isso que guardam, "porque é assim que nos vêem". "Um cruzamento entre a MTV e a avant-garde", escrevem no programa, numa altura em que a própria MTV é um mito e sobre a avant-garde não se sabe onde acaba ou começa.
"Somos o nosso próprio mito, a nossa própria missão, o nosso próprio destino", diz-nos Rachel, deixando que a entoação com que o diz possa parecer uma pergunta.
quarta-feira, 13 de julho de 2011
Especial - Ademir Assunção - Eu quero ser pluma na pele dos meu amigos
13 de julho de 2011
Por: Rodrigo Brandão
clique no título
Especial - Ademir Assunção - Eu quero ser pluma na pele dos meu amigos
Não se trata de título. São versos. Vêm do belíssimo Aqui Jazz o Poeta, do livro Zona Branca, do jornalista e, obviamente, poeta araraquarense Ademir Assunção. De modo que há controvérsias sobre ter nascido em Araraquara. O vagão... Nasceu vagando? Depois de trabalhar em uma série de veículos da chamada grande imprensa – Folha, Estadão, Veja (“o pior lugar em que já que trabalhei; revista manipuladora do caralho”) –, Ademir, companheiro de boemia de Paulo Leminski (de quem foi bastante amigo) e Itamar Assumpção, vaga hoje em São Paulo pelo mundo da poesia. Aliás, Aqui Jazz é flor no deserto. Versa sobre a alegria, quando o universo dos poetas, salvo exceções, rege-se por nostalgias, bucolismos e melancolia. “Sorrindo (como pôr-do-sol)”, canta outro trecho do poema. Origem? Pouco importa. “Só porque a alegria é um dom”. Ademir é filho ilustre. “Só porque ou sim ou não”.
Por: Rodrigo Brandão
clique no título
Especial - Ademir Assunção - Eu quero ser pluma na pele dos meu amigos
Não se trata de título. São versos. Vêm do belíssimo Aqui Jazz o Poeta, do livro Zona Branca, do jornalista e, obviamente, poeta araraquarense Ademir Assunção. De modo que há controvérsias sobre ter nascido em Araraquara. O vagão... Nasceu vagando? Depois de trabalhar em uma série de veículos da chamada grande imprensa – Folha, Estadão, Veja (“o pior lugar em que já que trabalhei; revista manipuladora do caralho”) –, Ademir, companheiro de boemia de Paulo Leminski (de quem foi bastante amigo) e Itamar Assumpção, vaga hoje em São Paulo pelo mundo da poesia. Aliás, Aqui Jazz é flor no deserto. Versa sobre a alegria, quando o universo dos poetas, salvo exceções, rege-se por nostalgias, bucolismos e melancolia. “Sorrindo (como pôr-do-sol)”, canta outro trecho do poema. Origem? Pouco importa. “Só porque a alegria é um dom”. Ademir é filho ilustre. “Só porque ou sim ou não”.
Inspiração para livros vem do cheque, diz João Ubaldo na Flip
RETIRADO DO TERRA
Claudia Andrade
Direto de Paraty
O baiano João Ubaldo Ribeiro foi responsável por uma das mesas de debate mais divertidas da Flip (Festa Literária Internacional de Paraty) até agora. Em pouco mais de uma hora de evento, arrancou gargalhadas do público em diversos momentos ¿ incluindo alguns em que se perdia nas respostas ¿ e ouviu o tradicional "aaaah" de pesar quando o moderador anunciou o fim do bate-papo. Contou histórias, revelou preferências e foi extremamente franco sobre seu processo de criação. Em certo momento, admitiu que a origem dos livros está na encomenda feita pelos editores. "Cheque gera inspiração", afirmou.
Em seguida, passou a relatar como foi feito o convite para escrever A Casa dos Budas Ditosos. Disse que, inicialmente, foi chamado para escrever sobre a preguiça como pecado. "Eu disse: não faço. Fiquei ofendido. Só porque sou baiano?". Depois do episódio, pensou em escrever sobre a luxúria, o que acabou ocorrendo. "A fonte de inspiração chegou junto com o contrato. E eu, para não deixar a inspiração se esvair, endossei o cheque e depositei".
Sobre um de seus principais livros, Viva o Povo Brasileiro, negou ter tido a intenção de "reescrever a história do Brasil do ponto de vista do dominado", como muitos creem. Contou que a primeira motivação foi fazer um livro extenso, em resposta a um editor que lhe disse que escritores brasileiros só faziam "livrinhos para serem lidos na ponte aérea". "Eu gostaria de ter uma história mais bonita pra contar, mas a gênese do Viva o Povo Brasileiro foi fazer um livro grande para esfregar na cara do Pedro Paulo (Sena Madureira, então na Editora Nova Fronteira)", disse. "Não quis reescrever a história do Brasil. Quis escrever um romance bem escrito, caprichado e grosso", completou, lembrando que chegou a pesar os originais, segundo ele, com 6,7kg.
João Ubaldo afirmou que os rumos da história nem sempre seguem a ideia inicial. "É frequente que eu queira que um personagem morra e ele não morre, que ele case e ele não casa". E brincou sobre a curiosidade que algumas de suas narrativas despertam no público. "Sempre me perguntam como eu pude descrever tão bem uma cena de sexo entre dois homens (em O Sorriso do Lagarto). Passei a responder que eu treinava com amigos".
(Des)gosto por Guimarães Rosa
Questionado sobre a influência que teria tido de Guimarães Rosa, especialmente em Sargento Getúlio, João garantiu que "jamais tinha sequer chegado perto" de um livro de Guimarães Rosa na ocasião. E fez uma revelação: quando leu pela primeira vez um trabalho escritor carioca, não gostou. "Devo dizer que ele não está entre os autores de meu maior afeto. Não porque seja menor, secundário, mas porque não me fala nada".
Para demonstrar melhor esse sentimento, ele descreveu sua tentativa de ler Primeiras Estórias, de 1962. "Eu tenho um ódio mortal a essa palavra 'estórias'! Queria jogar fora imediatamente. Acabei abrindo em uma página qualquer que dizia: 'a viagem fora planejada no feliz'. Eu pensei, 'não dá'".
Depois de mais uma vez arrancar risadas do público, fez questão de deixar claro: "eu queria diferenciar minha idiossincrasia em relação a Guimarães Rosa da importância dele na literatura brasileira. Eu seria um desvairado se dissesse que ele não teve importância", concluiu.
terça-feira, 12 de julho de 2011
O RIO É A CIDADE!!!!
-imagem retirada do blog -http://bit.ly/nGPAs4 -
Como paraibucanosampista, digo: nasci na Paraíba, cresci em Recife e vivo em sampa a 30 anos, o Rio é a cidade linda, sua brasilidade é comovente!!!!!!!!!
É um vasto hibridismo cultural, de todas as partes do Brasil, sobretudo da Paraíba e Ceará, e de todos os paises do mundo.
A paisagem é bela, sempre.
Fazia sete -7_ anos que não ia ao Rio, foi um assombro.
Arte e Cultura, o povo batucando, as ruas limpas, na medida do possível, um metro alegre descontraído.
As UPPS funcionando.
Fiquei ao lado da favela Pavãozinho, o hotel é que foi decepcionante um tal de DUCASSE, na Sá Ferreira, mas relevei face a cidade e ao clima de minhas férias.
A livraria Travessa é um monumento Brasileiro, aconchegante variada e que põe a L. Cultura no solado.
O falar- o jeitinho simpático Carioca,a chatice engraçada das madames decadentes cariocas de Copa e seu óculos de baratas , enormes , maiores que elas e, os bares, botecos,o bolinho: de bacalhau supimpa, de aipim com charque, a caipirinha de lima, o jogar na calçada cartas, o lixeiro cantando, o apoio ao bombeiros pela população, enfim um monte de coisinhas que fazem o Rio algo estonteante, afora , claro seu verde e a água, paisagem dos Morros.
sábado, 9 de julho de 2011
Paraty e representante da Argentina
A argentina Pola Oloixarac em Paraty
Pola Oloixarac e valter hugo mãe debatem obras de ficção na Flip
Para escritora argentina, romances são espécie de 'laboratório' de ideias.
Livros devem ser sobre pessoas, 'o que há de melhor no mundo', diz
A argentina Pola Oloixarac e o angolano valter hugo mãe foram os protagonistas da segunda mesa desta sexta-feira (8) da Festa Literária Internacional de Paraty (Flip). Mediado por Angel Gurria-Quintana, o bate-papo começou com a leitura de um trecho de "As teorias selvagens" pela própria autora.
"Gosto de pensar a cultura como um espaço em guerra. Uma guerra por significados, desejos, conhecimento. É isso o que me interessa. Quero abrir esse diálogo com esse tipo de substância contemporânea. Tinha a sensação de que, para entrar nesse diálogo, seria importante ter um tipo de imaginação política", comentou Pola sobre a obra.
A escritora Pola Oloixarac participa de mesa da Flip (Foto: Flavio Moraes/G1)
Ela conta que precisou romper com as tradições da literatura latino-americana para chegar à ideia principal de seu livro. "Precisei me isolar, pois esse tipo de literatura é muito rigorosa, segue uma linha muito certa, disciplinada e com um certo nível de militância. Queria me afastar disso".
Segundo ela, a escrita é uma espécie de "monstro", que lhe permite fazer tudo. "Me interssa o romance como um laboratório, um lugar que em que você pode pensar e brincar com as idéias, pois são elas que vão formar a escrita".
valter hugo mãe também leu trechos de seu livro "A máquina de fazer espanhóis" e também comentou seu processo criativo e sua relação com a cultura.
"Acredito que o escritor procura substituir com a literatura tudo aquilo que lhe falta. Não uso livros para reprouzir a minha vida, por exemplo. Não julgo que seja tão interessante assim para que vire um livro, um filme ou mesmo um festival inteiro de cinema. Não creio que eu seja um James Bond, com uma vida cheia de aventuras. Livros têm que ser sobre o que não tenho, o que não sou. Algo que percebemos de melhor no outro. E sobre as pessoas, que são o melhor do mundo", comentou.
O escritor angolano, que também é DJ e vocalista da banda de rock Governo, contou que reage não apenas aos livros que lê, mas também aos que escreve. "Perco um pouco a noção se é dia ou noite. Esqueço de comer, o que acaba sendo ótimo, porque emagreço. Fico muito dentro do livro. O escrever diverte, mas também conforta e faz bem", disse Mãe, que acrescentou: "É sempre o melhor tempo do meu ano e do meu próprio tempo".
Ao fim da mesa, o autor se emocionou e chorou ao ler um texto, com citações ao cantor e compositor, às novelas e às mulheres brasileiras, em que expressou sua relação de carinho e intimidade com a cultura brasileira. Foi aplaudido de pé pela plateia.
Postado por PAULO A C VASCONCELOS às 00:02
Pola Oloixarac e valter hugo mãe debatem obras de ficção na Flip
Para escritora argentina, romances são espécie de 'laboratório' de ideias.
Livros devem ser sobre pessoas, 'o que há de melhor no mundo', diz
A argentina Pola Oloixarac e o angolano valter hugo mãe foram os protagonistas da segunda mesa desta sexta-feira (8) da Festa Literária Internacional de Paraty (Flip). Mediado por Angel Gurria-Quintana, o bate-papo começou com a leitura de um trecho de "As teorias selvagens" pela própria autora.
"Gosto de pensar a cultura como um espaço em guerra. Uma guerra por significados, desejos, conhecimento. É isso o que me interessa. Quero abrir esse diálogo com esse tipo de substância contemporânea. Tinha a sensação de que, para entrar nesse diálogo, seria importante ter um tipo de imaginação política", comentou Pola sobre a obra.
A escritora Pola Oloixarac participa de mesa da Flip (Foto: Flavio Moraes/G1)
Ela conta que precisou romper com as tradições da literatura latino-americana para chegar à ideia principal de seu livro. "Precisei me isolar, pois esse tipo de literatura é muito rigorosa, segue uma linha muito certa, disciplinada e com um certo nível de militância. Queria me afastar disso".
Segundo ela, a escrita é uma espécie de "monstro", que lhe permite fazer tudo. "Me interssa o romance como um laboratório, um lugar que em que você pode pensar e brincar com as idéias, pois são elas que vão formar a escrita".
valter hugo mãe também leu trechos de seu livro "A máquina de fazer espanhóis" e também comentou seu processo criativo e sua relação com a cultura.
"Acredito que o escritor procura substituir com a literatura tudo aquilo que lhe falta. Não uso livros para reprouzir a minha vida, por exemplo. Não julgo que seja tão interessante assim para que vire um livro, um filme ou mesmo um festival inteiro de cinema. Não creio que eu seja um James Bond, com uma vida cheia de aventuras. Livros têm que ser sobre o que não tenho, o que não sou. Algo que percebemos de melhor no outro. E sobre as pessoas, que são o melhor do mundo", comentou.
O escritor angolano, que também é DJ e vocalista da banda de rock Governo, contou que reage não apenas aos livros que lê, mas também aos que escreve. "Perco um pouco a noção se é dia ou noite. Esqueço de comer, o que acaba sendo ótimo, porque emagreço. Fico muito dentro do livro. O escrever diverte, mas também conforta e faz bem", disse Mãe, que acrescentou: "É sempre o melhor tempo do meu ano e do meu próprio tempo".
Ao fim da mesa, o autor se emocionou e chorou ao ler um texto, com citações ao cantor e compositor, às novelas e às mulheres brasileiras, em que expressou sua relação de carinho e intimidade com a cultura brasileira. Foi aplaudido de pé pela plateia.
Postado por PAULO A C VASCONCELOS às 00:02
Paraty exulta com paulistas
Paraty através ,de Oswald de Andrade, exulta com a fala do burguês, Antônio Cândido. Este, fala do outro amigo burguês Oswald de Andrade,,bom escritor,mas da mesma estirpe de Antônio Cândido ,que na colonização intelectual do país ficou consagrado como gênio da literatura, digo, da crítica literária .E salve a colonização contínua entre Rio e São Paulo.
domingo, 26 de junho de 2011
Entrega de armas. Por Jc Pe
Pernambuco lidera entrega de armas no País
Levantamento foi divulgado na tarde deste domingo pela Polícia Federal. No Estado, 784 revólveres, pistolas e espingardas já foram entregues pela população
Publicado em 26/06/2011, às 18h38
Do JC Online
Balanço divulgado ontem pela Polícia Federal mostra que o pernambucano aderiu à Campanha do Desarmamento. O posto de arrecadação localizado na superintendência da PF no Recife é o campeão nacional de armas recebidas. Foram 784 revólveres, pistolas e espingardas recolhidos entre os dias 23 de maio e 26 de junho. Em segundo lugar na campanha está a Superintendência da Polícia Federal de São Paulo e a ONG Viva Rio, no Rio de Janeiro.
Para a assessoria de comunicação da Polícia Federal, a população compreendeu o perigo que é ter arma em casa. “A PF credita esta estatística ao entendimento dos pernambucanos com relação ao espírito e importância da campanha do desarmamento e que uma arma em casa pode ser um potencializador de violência, haja vista que uma discussão tola na rua, com vizinhos, no trânsito, de namorados ou até mesmo depressão, pode se transformar numa fatalidade. Além da possibilidade de bandidos, ao saber que existe uma arma em determinada residência, investir no seu roubo, reforçando o arsenal dos criminosos”, destaca nota enviada pela assessoria.
Outro fator que vem impulsionando a entrega de armas é o novo sistema de pagamento de indenizações colocado em prática pelo Ministério da Justiça. Agora, quem leva a arma a um posto arrecadador recebe um senha numérica para resgatar o pagamento em 24 horas, em qualquer caixa eletrônico do Banco do Brasil.
Os valores pagos pelo Governo Federal dependem do tipo de arma e do calibre. As indenizações vão de R$ 100 a 300.
Levantamento foi divulgado na tarde deste domingo pela Polícia Federal. No Estado, 784 revólveres, pistolas e espingardas já foram entregues pela população
Publicado em 26/06/2011, às 18h38
Do JC Online
Balanço divulgado ontem pela Polícia Federal mostra que o pernambucano aderiu à Campanha do Desarmamento. O posto de arrecadação localizado na superintendência da PF no Recife é o campeão nacional de armas recebidas. Foram 784 revólveres, pistolas e espingardas recolhidos entre os dias 23 de maio e 26 de junho. Em segundo lugar na campanha está a Superintendência da Polícia Federal de São Paulo e a ONG Viva Rio, no Rio de Janeiro.
Para a assessoria de comunicação da Polícia Federal, a população compreendeu o perigo que é ter arma em casa. “A PF credita esta estatística ao entendimento dos pernambucanos com relação ao espírito e importância da campanha do desarmamento e que uma arma em casa pode ser um potencializador de violência, haja vista que uma discussão tola na rua, com vizinhos, no trânsito, de namorados ou até mesmo depressão, pode se transformar numa fatalidade. Além da possibilidade de bandidos, ao saber que existe uma arma em determinada residência, investir no seu roubo, reforçando o arsenal dos criminosos”, destaca nota enviada pela assessoria.
Outro fator que vem impulsionando a entrega de armas é o novo sistema de pagamento de indenizações colocado em prática pelo Ministério da Justiça. Agora, quem leva a arma a um posto arrecadador recebe um senha numérica para resgatar o pagamento em 24 horas, em qualquer caixa eletrônico do Banco do Brasil.
Os valores pagos pelo Governo Federal dependem do tipo de arma e do calibre. As indenizações vão de R$ 100 a 300.
O vice-presidente venezuelano desmentiu ontem as notícias que dão conta do estado de saúde “crítico” do Presidente Hugo Chávez.
O vice-presidente venezuelano desmentiu ontem as notícias que dão conta do estado de saúde “crítico” do Presidente Hugo Chávez.
Hugo Chávez está fora do país desde 2 de Junho (Carlos Garcia Rawlins/REUTERS )
Elias Jaua criticou a direita nacional e internacional por estar enlouquecida ao inventar uma suposta deterioração do estado de saúde do Presidente. “Vamos ter Hugo Chávez durante muito tempo”, disse Jaua em declarações transmitidas pela televisão estatal venezuelana. O Presidente “está a recuperar para continuar a batalha”.
Contrariando a notícia do jornal de Miami "El Nuevo Herald", que no sábado citou fontes dos serviços secretos norte-americanos para dizer que o estado de saúde de Chávez é “crítico”, Elias Jaua apontou o dedo aos que “sabem que não podem ganhar umas eleições ao nosso comandante Hugo Chávez e que por isso estão sempre à espera de uma situação para se apoderarem do poder”.
Na véspera, o ministro venezuelano dos Negócios Estrangeiros, Nicolás Maduro, tinha declarado que Chávez estava a travar uma batalha pela sua saúde e pela vida, mas ontem vários membros do governo trataram de contrariar esta notícia.
Andrés Izarra, ministro da Comunicação da Venezuela, utilizou o Twitter para lançar uma curta mensagem que resume a ofensiva do regime para travar as especulações sobre a saúde do Presidente: “Não liguem à canalha. O comandante está a recuperar bem da sua operação”.
A versão oficial das autoridades de Havana e de Caracas é a de que Chávez foi operado de urgência a um abcesso pélvico no passado dia 10 de Junho na capital cubana, onde se encontrava em visita oficial.
Não foram divulgados nenhuns relatórios médicos e os rumores que circulam na Venezuela indicam que o Presidente pode ter um cancro na próstata ou, como defendem algumas figuras da oposição, estar óptimo de saúde, a encenar “um milagre” e um regresso triunfal ao seu país a 5 de Julho, quando se celebram os 200 anos da independência da Venezuela.
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Hugo Chávez está fora do país desde 2 de Junho (Carlos Garcia Rawlins/REUTERS )
Elias Jaua criticou a direita nacional e internacional por estar enlouquecida ao inventar uma suposta deterioração do estado de saúde do Presidente. “Vamos ter Hugo Chávez durante muito tempo”, disse Jaua em declarações transmitidas pela televisão estatal venezuelana. O Presidente “está a recuperar para continuar a batalha”.
Contrariando a notícia do jornal de Miami "El Nuevo Herald", que no sábado citou fontes dos serviços secretos norte-americanos para dizer que o estado de saúde de Chávez é “crítico”, Elias Jaua apontou o dedo aos que “sabem que não podem ganhar umas eleições ao nosso comandante Hugo Chávez e que por isso estão sempre à espera de uma situação para se apoderarem do poder”.
Na véspera, o ministro venezuelano dos Negócios Estrangeiros, Nicolás Maduro, tinha declarado que Chávez estava a travar uma batalha pela sua saúde e pela vida, mas ontem vários membros do governo trataram de contrariar esta notícia.
Andrés Izarra, ministro da Comunicação da Venezuela, utilizou o Twitter para lançar uma curta mensagem que resume a ofensiva do regime para travar as especulações sobre a saúde do Presidente: “Não liguem à canalha. O comandante está a recuperar bem da sua operação”.
A versão oficial das autoridades de Havana e de Caracas é a de que Chávez foi operado de urgência a um abcesso pélvico no passado dia 10 de Junho na capital cubana, onde se encontrava em visita oficial.
Não foram divulgados nenhuns relatórios médicos e os rumores que circulam na Venezuela indicam que o Presidente pode ter um cancro na próstata ou, como defendem algumas figuras da oposição, estar óptimo de saúde, a encenar “um milagre” e um regresso triunfal ao seu país a 5 de Julho, quando se celebram os 200 anos da independência da Venezuela.
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sexta-feira, 24 de junho de 2011
ap Blonk é um poeta sonoro, compositor eperformer holandês
Jaap Blonk
Jaap Blonk é um poeta sonoro, compositor eperformer holandês, nascido em Woerden em 1953. É um dos nomes mais conhecidos e importantes da produção contemporânea em poesia sonora e poesia em performance na Europa. Estudou física, matemática e música. Começou a trabalhar com poesia sonora na década de 70, ao descobrir aUrsonate (1922–32), de Kurt Schwitters (1887 - 1948). Sua performance da famosa sonata fonética do poeta dadaísta alemão viria a se tornar uma das mais conhecidas e respeitadas, e Schwitters permanece uma de suas maiores influências. Sua poesia sonora afasta-se do textualismo de alguns dos mestres do pós-guerra, concentrando-se na pesquisa primordialmente fonética de dadaístas como Hugo Ball, Raoul Hausmann, Tristan Tzara e o próprio Schwitters, além de poetas sonoros do pós-guerra, como Dick Higgins.
Trabalhou e colaborou com compositores como John Tchicai, Joan La Barbara, Tristan Honsiger e Mats Gustafsson, assim como seus próprios ensembles Splinks e BRAAXTAAL. Estreou com o álbum Baba-Oemf (1989), ao qual se seguiram BRAAXTAAL (1991), Splinks (1992),Flux - De Bouche (1992), Improvisors (1996), Improvisors Vol. 2(1996), Speechlos (1997), Vocalor (1998), Consensus (1998), First Meetings (1999), Averschuw (2001), Dworr Buun (2001), Electric Solo Improvisations (2001), Improvisors, Vol. 3 (2003), Five Men Singing(2004) ou Pre-Zoic Cellways (2005).
Trabalhou e colaborou com compositores como John Tchicai, Joan La Barbara, Tristan Honsiger e Mats Gustafsson, assim como seus próprios ensembles Splinks e BRAAXTAAL. Estreou com o álbum Baba-Oemf (1989), ao qual se seguiram BRAAXTAAL (1991), Splinks (1992),Flux - De Bouche (1992), Improvisors (1996), Improvisors Vol. 2(1996), Speechlos (1997), Vocalor (1998), Consensus (1998), First Meetings (1999), Averschuw (2001), Dworr Buun (2001), Electric Solo Improvisations (2001), Improvisors, Vol. 3 (2003), Five Men Singing(2004) ou Pre-Zoic Cellways (2005).
segunda-feira, 20 de junho de 2011
A GENTILEZA É FEMININA OU MASCULINA?
O que é ser gentil?
Gentileza é um modo de agir, um jeito de ser, uma maneira de enxergar o mundo. Ser gentil, portanto, é um atributo muito mais sofisticado e profundo que ser educado ou meramente cumprir regras de etiqueta, porque embora possamos (e devamos) ser educados, a gentileza se trata de uma característica diretamente relacionada com caráter, valores e ética; sobretudo, tem a ver com o desejo de contribuir com um mundo mais humano e eficiente para todos. Ou seja, para se tornar uma pessoa mais gentil, é preciso que cada um reflita sobre o modo como tem se relacionado consigo mesmo, com as pessoas e com o mundo.
Gentileza é um modo de agir, um jeito de ser, uma maneira de enxergar o mundo. Ser gentil, portanto, é um atributo muito mais sofisticado e profundo que ser educado ou meramente cumprir regras de etiqueta, porque embora possamos (e devamos) ser educados, a gentileza se trata de uma característica diretamente relacionada com caráter, valores e ética; sobretudo, tem a ver com o desejo de contribuir com um mundo mais humano e eficiente para todos. Ou seja, para se tornar uma pessoa mais gentil, é preciso que cada um reflita sobre o modo como tem se relacionado consigo mesmo, com as pessoas e com o mundo.
No entanto, somos todos iguais, enquanto ser, posto a condição do trilhar a vida com dificuldades diferentes , face nosso contexto e história.
A gentileza é uma questão simples- de ser- este humano f'rágil que somos e ainda não suportamos isto.
Ser gentil é antes de ser macho ou fêmea-trata-se de ser solidário entre os frágeis humanos, de reconhecer-se a si e nos outros.
Precisamos dos outros, sempre e eternamente, esta é nossa condição!
Sejamos dignos de nós próprios, pela e na gentileza com os outros, pois assim sendo, somos gentis conosco com a vida e com nosso entorno, e com o mundo com os sistemas vitais que nos regem ,como o da natureza.
A gentileza não e bem este NOME, é condição de estar entre outros e no meio deles, seja macho ou fêmea, animal racional ou irracional.A natureza não é gentil, apenas ela é , mas nos abriga, ou a moldamos para isto.
Paulovas
Culpamos as pessoas das quais não gostamos pelas gentilezas que nos demonstram.
segunda-feira, 13 de junho de 2011
quinta-feira, 9 de junho de 2011
quinta-feira, 2 de junho de 2011
Ricardo Piglia ganó el Rómulo Gallegos
Por su novela Blanco Nocturno, se quedó con la XVII edición del premio, el más prestigioso de América latina. El ganador se conoció hoy, en Caracas, y entre los finalistas hubo seis argentinos.
CLIQUE NO TÍTULO ELEIA MAIS
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terça-feira, 31 de maio de 2011
domingo, 29 de maio de 2011
segunda-feira, 23 de maio de 2011
Les clés de la colère espagnole Par Marie Simon, publié le 23/05/2011 à 16:00
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"Nos rêves ne tiennent pas dans vos urnes", clame cette pancarte sur la Puerta del Sol, à Madrid, ce dimanche.
REUTERS/Paul Hanna
Après une campagne électorale marquée par l'irruption d'un fort mouvement de contestation, les Espagnols ont infligé une défaite cuisante aux socialistes au pouvoir. La presse nationale tente d'en tirer quelques enseignements.
"Le #15M est arrivé et a fait exploser la campagne électorale", assène le site du quotidien El Mundo, au soir de la déroute du PSOE, le parti au pouvoir, lors des élections municipales et régionales de ce dimanche. Même si "l'effet réel de ce mouvement de contestation sur les résultats électoraux reste encore à démêler", comme le note le quotidien conservateur ABC, les "Indignés" de la Puerta del Sol, cette place centrale de Madrid transformée en point de ralliement des manifestants-campeurs, ont secoué la vie politique nationale.
A l'origine du mouvement 15-M
Depuis le 15 mai (d'où le 15-M), les rangs des mécontents réunis devant la mairie de la capitale espagnole n'ont cessé de grossir. Et ce malgré l'interdiction émise par les autorités peu avant le scrutin. Etudiants, retraités, salariés, chômeurs... mais aussi protestataires contre l'impunité qui entoure encore les crimes du franquisme, comme le souligne le quotidien de gauche Publico. Quel sont les facteurs communs qui unissent cette mosaïque de manifestants?
Le chômage est le premier mot qui leur vient à la bouche. Avec un taux record de 21,29% de la population active, il touche même 41,27% des 20-24 ans et 27,24% des 25-29 ans, selon les chiffres de l'Institut national de statistiques espagnol. Le chômage est la préoccupation numéro un des Espagnols. Interrogés par le Centro de Investigaciones Sociologicas, ils sont 82,8% à le citer parmi les trois sujets qui les inquiètent le plus en avril dernier, loin devant la crise économique en général (47,3%, en recul).
"Réflexion en cours", "arrêtez de nous prendre pour des idiots", 'l'opium du peuple, très peu pour moi", lit-on sur les pancartes...
REUTERS/Sergio Perez
Après des années déjà difficiles, la frustration des jeunes diplômés explose. Car ceux qui réussissent à décrocher un emploi ne roulent pas sur l'or. Depuis quelques années déjà, on les surnomme les "mileuristas" ou "la génération des mille euros". Le quotidien El Pais dressait un portrait de cette catégorie sacrifiée, économique parlant, et contrainte de rester vivre dans le cocon familial bien au-delà de la barre des 28 ans d'un Tanguy "classique", en 2005.
Les résultats du Centro de Investigactions Sociologicas font apparaître un autre souci majeur des Espagnols: les partis politiques et le fonctionnement politique du pays, qui inquiètent 21,5% des sondés en avril dernier, un résultat en progression constante. La défiance envers les grands partis, le PSOE à gauche et le PP à droite, monte, tout comme la critique du système électoral espagnol, et notamment la Ley d'Hont qui favorise mathématiquement le bipartisme ou en tout cas les poids lourds de la vie politique nationale. Changer la loi électorale fait partie des objectifs affichés.
Qui a donné l'impulsion nécessaire?
Le terreau de l'indignation est là, qui a provoqué l'étincelle? Des précédents comme les révolutions arabes? "De Tahrir à Madrid, au monde, world revolution", proclamait vendredi dernier une grande banderole, osant le parallèle entre l'Egypte et l'Espagne. Dans les deux cas, une place est devenue l'épicentre de la révolte... Mais la comparaison s'arrête là, Zapatero n'est pas Moubarak!
D'autres, comme le groupe Juventud en Acción, regardent plus volontiers en direction de l'Islande où la mobilisation de la population a fait chuter un gouvernement en 2008, puis refusé par référendum de rembourser une dette de 4 milliards d'euros au Royaume-Uni et aux Pays-Bas. Pour El Pais, le modèle est islandais, bien plus qu'arabe.
Si les "Indignés" tirent ce surnom de la lecture de l'ouvrage de Stéphane Hessel, récemment publié de l'autre côté des Pyrénées, c'est moins le papier que le virtuel qui leur a permis de se mobiliser efficacement. Plusieurs mots-clés ont émergé, tels que: #nolesvotes (ne vote pas pour eux), #spanishrevolution, #yeswecamp, ou #nonosvamos (on ne part pas), comme les énumère ABC dans sa "radiographie" du mouvement.
On compte aussi des sites comme Madrid.tomalaplaza.net (Prends la place de Madrid !) ou des cartes comme ce plan pratique de la Puerta del Sol, à Madrid. Sur Internet aussi se retrouvent les témoignages de nombreux Espagnols expatriés et solidaires. Même si la mobilisation locale se résume à un homme et une pancarte, comme en Sibérie: Xavi raconte son engagement solitaire sur le site d'El Pais.
Nous ne nous positionnerons pas, nos priorités sont différentes
Internet, encore internet et toujours internet... El Mundo tire cinq certitudes sur son rôle dans un mouvement tel que celle de la Puerta del Sol: c'est un outil clé de mobilisation, Twitter permet de détecter les mouvements sociaux, ignorer ce qui se passe sur le web revient à se tirer une balle dans le pied, protester sur internet ne suffit pas, si internet est mis dans la boucle l'affaire devient "globale".
Le tout à condition qu'il y ait une organisation minime avant que l'effet boule de neige opère. El Pais souligne d'ailleurs que le 15-M a été suivi de trois mois de préparation, notamment via le mouvement Democracia Real Ya (Enfin la démocratie réelle) que l'on retrouve... sur Facebook. Après des manifestations organisées le 7 avril, la magie n'avait pas opéré, elle a attendu le 15 mai.
Quel impact sur les élections?
Les manifestants ont toujours affiché leur neutralité à l'égard du scrutin qui se tenait ce dimanche 22 mai. "Nous ne nous positionnerons pas, nos priorités sont différentes", soulignent-ils lorsque la presse espagnole les interroge. Seul mot d'ordre peut-être: éviter de voter pour les partis qui dominent l'échiquier politique espagnole. La presse conservatrice s'est pourtant interrogée sur une éventuelle infiltration du mouvement par la gauche espagnole, trahie par exemple par un panneau demandant "une constitution socialiste, maintenant!", comme le souligne ABC.
Les grands perdants de ce dimanche: José Luis Rodriguez Zapatero et les socialistes espagnols.
REUTERS/Juan Medina
Mais le résultat final est bien synonyme de désastre, de déroute ou encore de noyade selon les titres, pour le camp socialiste, actuellement au pouvoir à Madrid, et dont le deuil politique ne fait que commencer, estime El Mundo. Malgré sa promesse de ne pas rester en 2012, José Luis Rodriguez Zapatero n'a pu éviter le vote sanction à ses troupes, et une hémorragie de quelque 1,5 millions de voix. C'est sans doute la mise en place de mesures d'austérité (retraites gelées, salaires des fonctionnaires à la baisse, aide aux chômeurs en fin de droits supprimée...), depuis un an, qui lui vaut cette déconfiture électorale, selon Publico.
La démobilisation de l'électorat socialiste favorise le PP qui savoure une victoire électorale au goût pourtant amer puisqu'elle s'accompagne d'un record historique: celui du vote blanc qui atteint 2,5% des suffrages enregistrés, plus du double par rapport à 2008. Le mouvement Ciudadanos en Blanco (citoyens en blanc) a même arraché quelques sièges à Barcelone et Gérone.
C'est là que le mouvement du 15-M a peut-être joué... au détriment des partis minoritaires dont les manifestants assurent pourtant défendre la cause, face aux mastodontes politiques! Ironique pour un mouvement qui juge que la démocratie lui a été confisquée par le bipartisme ambiant.
Qui a vraiment gagné les élections de dimanche?
Le PP a gagné ces élections locales. La seule "autonomie" qui reste entre les mains du PSOE sans coalition nécessaire, l'Andalousie, ne votait pas dimanche! Si ces résultats avaient été ceux d'un scrutin à l'échelle nationale, les conservateurs ne seraient qu'à 13 sièges de la majorité absolue. "L'Espagne vote le changement", claironne ABC. Pour El Mundo, l'humeur du PP serait la même s'il venait de remporter l'Eurovision ou l'Euromillions!
Mariano Rajoy, leader des conservateurs espagnols, se félicite des résultats de dimanche.
REUTERS/Sergio Perez
Mais c'est surtout le leader du parti qui tire profit, au sein de sa famille politique, de ces résultats. Mariano Rajoy, successeur de José Maria Aznar qui a quitté le pouvoir en 2004, aura mis toutes ces années à asseoir sa légitimité, souligne El Mundo, qui analyse une photo de dimanche soir. Il aurait enfin pris l'ascendant sur ses ennemis intimes, semblant dédier ces résultats à tous ceux qui n'ont pas cru en lui! La Razon le voit déjà "frapper à la porte de La Moncloa", le Matignon espagnol.
Des victoires locales, mais importantes malgré tout, sont également à noter. Le parti Convergencia i Union (CiU) remporte la mairie de Barcelone. La coalition de gauche Bildu a par exemple créé la surprise, devenant la deuxième force politique du Pays Basque. Cette formation, créée spécialement pour ce scrutin et qui a permis une présence indirecte de Batasuna, le bras politique interdit du groupe armé ETA, a frappé fort en remportant plus d'un quart des suffrages, derrière les nationalistes de centre-droit du PNV.
Des figures prennent aussi plus de poids, comme le note ce trombinoscope d'ABC. Esperanza Aguirre élargit sa majorité à la mairie de Madrid, Dolores de Cospedal prend la région Castilla La Mancha aux socialistes, ou encore Juan Ignacio Zoido qui leur ravit la mairie de Séville, tandis que Francisco Camps les maintient à distance respectable à Valence.
Et maintenant?
"Si Zapatero et son gouvernement n'entreprennent pas des initiatives politiques, le Partido Popular se sentira assez fort pour réclamer la dissolution des Chambres"... menant à des élections générales anticipées, avant le printemps 2012, souligne El Pais. Le PP porte aussi une responsabilité importante. A la tête de nombreuses collectivités locales désormais, "il lui incombe d'apporter des réponses à la situation économique problématique que rencontrent de nombreuses municipalités et régions", ajoute le quotidien proche des socialistes, regrettant que le sujet soit passé inaperçu au cours de la campagne électorale.
C'est maintenant, après les élections, l'épreuve du feu pour le mouvement qui doit se transformer en forum permanent
La société civile s'est réveillée et les "Indignés" promettent de poursuivre leur mobilisation, au moins encore une semaine... "C'est maintenant, après les élections, l'épreuve du feu pour le mouvement qui doit se transformer en forum permanent", estime le philosophe Miguel Morey, interrogé par le quotidien catalan La Vanguardia.
Mais El Mundo craint que l'effet ne soit pas vraiment durable. "Après la fête, la sieste de la démocratie pourra reprendre". Et pour qu'elle reprenne un peu plus vite encore, on pourrait bien déloger les sympathiques mais bruyants campeurs de la Puerta del Sol.
Les Indignés : un mouvement né sur le Web-Os indignados -um movimento nasce através da Web
Démarrée en Espagne, la contestation touche depuis l’Europe et timidement la France. D’Internet à la rue, il n’y a pas d’intermédiaire. Voici comment est né ce mouvement et comment il s’entretient grâce à un outil : Internet.
Pas de syndicat et encore moins de parti politique. Les rouages traditionnels de la contestation sont dépassés, et même volontairement exclus. Internet, grâce à l’échange en temps réel via réseaux sociaux et chats, a permis l’émergence spontanée d’une contestation franche et radicale, un ras le bol d’une génération.
Né d’Internet, pour Internet
Pour trouver une origine à ce mouvement, à l’état d’embryon, il faut chercher du côté de la loi Ley Sinde, l’équivalent de l’Hadopi espagnole. Les grands partis se sont unis pour faire passer le texte, sans entendre la voix des Espagnols, majoritairement contres. Sentiment de dénis de démocratie, et première organisation autour du mot d’ordre « No Les Votes » (ne votez pas pour eux, alors que les élections locales arrivaient). Slogan qui a donné son nom à un mot clé Twitter (1) puis à un site. Cette origine, de la défense d’une liberté totale sur Internet, explique pourquoi on trouve quelques masques d’Anonymous, le groupement d’Hacktiviste, lors des manifestations actuelles.
Internet et la « démocratie réelle maintenant»
Ce premier mot d’ordre est rapidement rejoint puis noyé sous le rouleau compresseur de la colère d’une jeune génération écrasée par 45% de chômage, des conditions de vie de plus en plus précaires et le sentiment de ne pas être entendu. Malgré une présence dans la rue de plus en plus importante (Madrid, Barcelone, Saragosse, Valence, Cordoue, Bilbao…) Internet reste au cœur du mouvement. C’est un outil qui permet de se passer complètement des structures habituelles : réunions, tracts, délégués, porte-paroles… Les mots d’ordres s’échangent sur Twitter (#SpanishRevolution, #NoNosVamos , #AcampadaSol, #YesWeCamp) comme sur la page Spanich Revolution de Facebook. Suivie par plus de 132 000 personnes. La communication se fait en ligne, les manifestants ont même installé une Webcam pour suivre en direct les rassemblements de la Puerta del Sol. Le site Democracia Real Ya (démocratie réelle maintenant), créé par une fédération d’associations, s’est imposé depuis le 15 mai comme référence pour suivre le mouvement. Sa page Facebook est suivie par 330 000 personnes.
Internet est ainsi devenu un élément structurel du mouvement. Ce qui s’y exprime est une colère, une envie de changement radical et un rejet de toutes les formes traditionnelles de la politique. Ce qui explique leur refus de toute récupération par des partis ou des syndicats et certains appels à voter blanc ou nul. La confiance envers le système démocratique espagnol est durablement rompue, les indignés ayant l’impression que leur voix n’est jamais entendue. La descente dans la rue s’est faite naturellement, comme un prolongement. C’est là aussi qu’ils veulent être entendus. D’où les principaux slogans : « Nous ne nous tairons pas » ou « la démocratie, maintenant ».
En France, une contagion déjà en danger ?
Après une première manifestation la semaine dernière devant l’ambassade d’Espagne, les Indignés français se sont retrouvés Place de la Bastille et comptent bien faire de ce lieu symbolique un rendez-vous quotidien. Le mouvement a ses mots clés Twitter : #frenchrevolution, #démocratieréelle ou #indignezvous. L’invitation d’associations comme Jeudi-Noir et Génération Précaire à rejoindre la mobilisation peut aider au décollage mais aussi participer au flou du message porté. Est-ce que les partis (les deux associations précitées ont à leur tête des élus d’Europe Ecologie Les Verts) et les syndicats traditionnels vont laisser le mouvement enfler seul ? La filiation avec l’opuscule « Indignez-vous » de Stéphane Hessel est en tout cas souvent revendiquée.
Les fils Twitter nous semblent le meilleur moyen pour suivre un éventuel envol de ce mouvement en France. A suivre également le site de Réelle démocratie maintenant, sur le modèle espagnol et en accord avec les mots d’ordre du mouvement, et qui propose un agenda des rassemblements prévus en France.
(1)Twitter est un outil très adapté à ce mouvement. On s’y exprime en temps réel, dans de brefs messages de 140 signes maximums, autour de mots clés (hashtag dans le jargon), précédés par des #. Un exemple ci-dessous.
Pas de syndicat et encore moins de parti politique. Les rouages traditionnels de la contestation sont dépassés, et même volontairement exclus. Internet, grâce à l’échange en temps réel via réseaux sociaux et chats, a permis l’émergence spontanée d’une contestation franche et radicale, un ras le bol d’une génération.
Né d’Internet, pour Internet
Pour trouver une origine à ce mouvement, à l’état d’embryon, il faut chercher du côté de la loi Ley Sinde, l’équivalent de l’Hadopi espagnole. Les grands partis se sont unis pour faire passer le texte, sans entendre la voix des Espagnols, majoritairement contres. Sentiment de dénis de démocratie, et première organisation autour du mot d’ordre « No Les Votes » (ne votez pas pour eux, alors que les élections locales arrivaient). Slogan qui a donné son nom à un mot clé Twitter (1) puis à un site. Cette origine, de la défense d’une liberté totale sur Internet, explique pourquoi on trouve quelques masques d’Anonymous, le groupement d’Hacktiviste, lors des manifestations actuelles.
Internet et la « démocratie réelle maintenant»
Ce premier mot d’ordre est rapidement rejoint puis noyé sous le rouleau compresseur de la colère d’une jeune génération écrasée par 45% de chômage, des conditions de vie de plus en plus précaires et le sentiment de ne pas être entendu. Malgré une présence dans la rue de plus en plus importante (Madrid, Barcelone, Saragosse, Valence, Cordoue, Bilbao…) Internet reste au cœur du mouvement. C’est un outil qui permet de se passer complètement des structures habituelles : réunions, tracts, délégués, porte-paroles… Les mots d’ordres s’échangent sur Twitter (#SpanishRevolution, #NoNosVamos , #AcampadaSol, #YesWeCamp) comme sur la page Spanich Revolution de Facebook. Suivie par plus de 132 000 personnes. La communication se fait en ligne, les manifestants ont même installé une Webcam pour suivre en direct les rassemblements de la Puerta del Sol. Le site Democracia Real Ya (démocratie réelle maintenant), créé par une fédération d’associations, s’est imposé depuis le 15 mai comme référence pour suivre le mouvement. Sa page Facebook est suivie par 330 000 personnes.
Internet est ainsi devenu un élément structurel du mouvement. Ce qui s’y exprime est une colère, une envie de changement radical et un rejet de toutes les formes traditionnelles de la politique. Ce qui explique leur refus de toute récupération par des partis ou des syndicats et certains appels à voter blanc ou nul. La confiance envers le système démocratique espagnol est durablement rompue, les indignés ayant l’impression que leur voix n’est jamais entendue. La descente dans la rue s’est faite naturellement, comme un prolongement. C’est là aussi qu’ils veulent être entendus. D’où les principaux slogans : « Nous ne nous tairons pas » ou « la démocratie, maintenant ».
En France, une contagion déjà en danger ?
Après une première manifestation la semaine dernière devant l’ambassade d’Espagne, les Indignés français se sont retrouvés Place de la Bastille et comptent bien faire de ce lieu symbolique un rendez-vous quotidien. Le mouvement a ses mots clés Twitter : #frenchrevolution, #démocratieréelle ou #indignezvous. L’invitation d’associations comme Jeudi-Noir et Génération Précaire à rejoindre la mobilisation peut aider au décollage mais aussi participer au flou du message porté. Est-ce que les partis (les deux associations précitées ont à leur tête des élus d’Europe Ecologie Les Verts) et les syndicats traditionnels vont laisser le mouvement enfler seul ? La filiation avec l’opuscule « Indignez-vous » de Stéphane Hessel est en tout cas souvent revendiquée.
Les fils Twitter nous semblent le meilleur moyen pour suivre un éventuel envol de ce mouvement en France. A suivre également le site de Réelle démocratie maintenant, sur le modèle espagnol et en accord avec les mots d’ordre du mouvement, et qui propose un agenda des rassemblements prévus en France.
(1)Twitter est un outil très adapté à ce mouvement. On s’y exprime en temps réel, dans de brefs messages de 140 signes maximums, autour de mots clés (hashtag dans le jargon), précédés par des #. Un exemple ci-dessous.
domingo, 22 de maio de 2011
Paraguay 200 años de dependencia y racismo
Dani O. Sotelo
El 15 de mayo del 2011 se cumplen doscientos años de la gesta que produjo la independencia de facto de Paraguay del Reino de España, la cual se conquistaría formal y burocráticamente mediante resolución de un congreso local y patriótico realizado en 1813. Fue una revolución sin derramamiento de sangre, que forjó la hoy tercera república más antigua del mundo (anteriores son sólo EE.UU. y Haití). Las actividades conmemorativas congregan y enorgullecen a los paraguayos; sin embargo, sólo los descendientes de españoles y europeos (mestizos, criollos, colonizadores, etc.) sean quienes tienen qué festejar, mas no los pueblos originarios de las hoy llamadas tierras paraguayas. Pueblos que casi sin limitaciones aportaron en la conformación genética, científica y cultural del país con mayor porcentaje de no-indígenas hablantes de una lengua indígena en el mundo.
El bicentenario es una ocasión dependiendo de quién se trate, para festejar, para aprender, para congratularse por los logros y avances, pero también para auto observarse y aceptar lo que está mal, sea sólo en el presente o incluso desde mucho antes de la Independencia. Los mismos indígenas llevan tiempo denunciando las incongruencias de estos festejos de cara a su realidad. Así, aprovechando la ocasión en las últimas semanas se han movilizado, protestado, emitido comunicados, hecho presencia en los medios y quejado. Hoy, en un comunicado expresaron: “La dignidad humana, más que un texto constitucional, ¿no es acaso una palabra vacía invocada en su carta fundacional por el Estado, cuando es responsable de actos de racismo y discriminación contra pueblos que habitan hace más de 200 años este país?”.
De hecho, si deseamos comparar con precisión la situación indígena preindependentista con la actual podríamos embarcarnos en una tarea harto difícil e inexacta, pero al menos se puede afirmar que desde la creación de la república los pueblos originarios recibieron solo más o menos de lo mismo. La formación del estado paraguayo representó hasta ahora nada más unos pocos cambios que los benefician, pero a la par de muchos otros perjudiciales. Los ejemplos abundan en un país rico en culturas y tradiciones pero también en marginaciones y vistas gordas.
* Los primeros españoles arribaron a Paraguay en 1524, y a pesar de los miles de habitantes de la zona, al hecho le siguen llamando “descubrimiento del país”. En ese entonces los indígenas constituían el cien por ciento de la población humana, porcentaje que empujado por la colonización, las guerras, el mestizaje y las enfermedades fue disminuyendo hasta que en 1811 representaba solo un treinta por ciento del total.[1] Hoy, tras doscientos años de vida independiente paraguaya, los pueblos originarios pueden ser vistos más bien como una anécdota estadística, de menos del dos por ciento del total de habitantes del territorio. Existen incluso etnias cuyas culturas “sobreviven” en la persona de apenas unos cientos de individuos (Los Toba Maskoy, Guaná, Chamacoco Tomorajo y Manjui; grupos existentes solo en Paraguay o también casi extintas en países vecinos), de acuerdo al oficial Censo Nacional del 2002.[2] Lentamente las etnias indígenas van consolidándose como las minorías más pequeñas en número del país, mientras mantienen en su poder récords como ser las de menor acceso a servicios básicos, más baja oportunidad laboral y más poca esperanza de vida.
* La disposición de áreas comunitarias y/o agrícolas para indígenas disminuyó notoriamente luego de la independencia, en especial por las masivas ventas de tierras públicas durante el gobierno del presidente Carlos A. López y de otros, y como fruto del latifundismo hijo de la corrupción de los últimos cincuenta años. Todavía hoy, casi dos siglos después de los primeros atropellos republicanos, muchas de sus comunidades habitan propiedades sin título o ajenas (sic), a pesar de todas las garantías expuestas en una Constitución Nacional (1992) que se calcó lo mejor del Convenio 169 de la O.I.T. Sobre Pueblos Indígenas y Tribales, pero que jamás pasó de ser meras palabras impresas. Y si el estado paraguayo puede jactarse de llevar a cuestas una resolución incumplida de la Comisión Interamericana de DD.HH. sobre devolución de tierras, y de haber perdido en dos ocasiones demandas de etnias indígenas en la Corte Interamericana por el mismo tema, también puede hacerlo de no cumplir los mandatos de la Corte Interamericana de DD.HH. o de la Comisión en ninguno de estos.[3]
* Mientras los mestizos y blancos siguen buscando, curándose con y hasta ufanándose por los conocimientos de medicina botánica legados de los guaraníes, no existe un solo instituto de enseñanza y menos una Facultad que “certifique” la práctica de esta ciencia y sus conocedores no son metidos presos sólo porque son muchos, mucha gente cree en ellos y no acostumbran ser muy publicitarios.
* Las calles más concurridas de las más grandes ciudades del país: Asunción, Ciudad del Este, San Lorenzo, Luque y Caaguazú han dejado de ser exclusivas de los niños pobres mendigando o durmiendo en las esquinas, pues ya se suman muchos los indígenas de diferentes edades que las recorren. Fenómeno que es imitado en otros sitios como consecuencia de las faltas de oportunidades de formación, de trabajo y de tierra. Estadísticas, estas, que casi siempre sufren en un índice mayor que el resto de los paraguayos.
* A pesar de que en el aspecto educativo siguen siendo relegados, es el ámbito donde en los últimos años se realizaron los dos más importantes avances, insuficientes pero al menos altamente motivadores. Ambos proceden de leyes nuevas, la de creación de la Dirección General de Educación Indígena (2008) y la Ley de Idiomas (2010). Ambas siguen esperando una aplicación efectiva. Curiosamente la primera de ellas en la práctica llevaría a decisiones anticonstitucionales, porque ayuda a corregir uno de los grandes errores de la Carta Magna de 1992 que poca gente se ha dignado en identificar.[4]
* Pero, continúan las deficiencias educativas: el analfabetismo es mucho mayor en la población indígena que en el resto del país; muy pocas lenguas originarias están estandarizadas para la escritura y escasos de sus hablantes son los que las leen; encontrar un indígena estudiando en la universidad es como hallar una aguja en un pajar y más difícil aún uno con título; la carrera de Antropología sigue siendo una quimera (no existe en ninguna universidad), y al igual que en toda América o no existen o son solo anécdotas los antropólogos indígenas, cuando que otras etnias o grupos se han permitido tener estudiosos, investigaciones, recursos y publicaciones acercándose a sus identidades y realidades desde sus propias visiones (afrodescendientes, metaleros, góticos, akiba keis, religiosos, etc.).
* Ya no les meten palo a los niños que hablan sus idiomas indígenas maternos, simplemente las borran del mapa ignorándolas. Enseñándo -por mandato constitucional- el sagrado y comercial castellano en todas las escuelas, y para que no se quejen mucho les dan como segunda opción al guaraní, eso sí, en su versión mestiza (la cual también pagó caro su origen indígena, siendo perseguida y proscripta por décadas). Esto, en lo más de los casos es como a un niño español darle a escoger solo entre inglés y rumano como lengua escolar.
* La Iglesia Católica ya no tiene el monopolio de la evangelización, pero es frecuente que las otras denominaciones cristianas que ocupan su lugar sean más destructoras de culturas, saberes y tradiciones.
* Para el Censo Nacional de Población y Vivienda (y en paralelo el III Censo Indígena) falta un año, y las sorpresas difícilmente van a ser positivas, sobre todo para los amantes de las lenguas indígenas, las cuales han venido lenta pero progresivamente desapareciendo desde el inicio mismo de la llamada “conquista” española. El estado ha hecho casi nada al respecto, a pesar de las numerosas alarmas, olímpicamente ignoradas cuando probablemente aún se estaba a tiempo de hacer algo.
* En el Congreso Nacional no se hallan sub-representados (como pasa con las mujeres por ejemplo), sino que ni están ni nunca estuvieron. Pese a la población existente y al número de legisladores (45 senadores y 80 diputados junto a un total de 110 suplentes), nunca en toda la historia uno de estos cargos (o similar) lo ocupó un indígena. De consuelo pueden ufanarse de que al menos tuvieron ya una candidata, pues en el 2008 la mbyá Margarita Mbywangí -manifestando públicamente su origen- se presentó para senadora en el tercer puesto (con el sistema de representación proporcional) por un joven movimiento político de izquierda, el hoy Partido Popular Tekojoja, uno de los más abiertamente partidarios del independiente presidenciable Fernando Lugo que luego ganaría las elecciones. Para Margarita los votos fueron insuficientes, pero ni bien asumió Lugo se la nombró Directora del gubernamental Instituto Nacional del Indígena (INDI). Ironías de la historia hicieron que tenga que ser removida de su cargo justamente a pedido de grupos indígenas, y para poder apaciguar los ánimos entre ellos. No es raro que por cada cien indígenas existan diez representantes peleados entre sí, no pocas veces a fuerza de dinero o prebendas de los “blancos”.
* Finalmente, se debe advertir que aunque se haya avanzado en el reconocimiento legal de sus derechos, la práctica de los mismos sigue dejando mucho que desear en especial en cuanto a sus derechos económicos, sociales y culturales, los cuales más que garantizados en su respeto lo están en su ausencia.
Así, en el Paraguay mucha gente cree que no hace diferencias, pero a menudo dice: Hechápa nde ava!, cuando quiere criticar a una persona, atribuyéndole un carácter malhumorado, huraño o excesivamente serio, generalmente en sentido peyorativo. Su traducción literal del guaraní es: ¡Mira que eres una persona!”, pero si fuera entendida en dicho sentido la expresión no tendría pie ni cabeza; porque la traducción real no es esta. La palabra “ava” utilizada para decir “persona” en el guaraní paraguayo significa también “indígena” y no precisamente de manera apreciativa. Este simple ejemplo muestra lo absurdo de la dupla racismo-discriminación, se habla un idioma indígena para señalarle a rechazar o criticar a alguien por asemejarse a un “indio” o comportarse como si lo fuera (estereotipo). No es extraño que aún estén de moda los “chistes de cachique”, o cuentos jocosos cuyos protagonistas casi siempre son líderes indígenas que no comprenden la cultura occidental, las tecnologías, las costumbres, la cultura o el idioma de los mestizos; es decir, historias ficticias que se burlan de la “ignorancia natural” de esos pobrecitos re-subdesarrollados.
Y así, mientras los pueblos originarios siguen sumando pocos votos en Paraguay (además muy manipulables debido a la pobreza), sus culturas son solo parcialmente comerciables (a través del robo de conocimientos ancestrales, la venta de artesanías y el turismo etnológico), su poder de consumo es limitado, y su capacidad de organización está minada desde dentro: ni las “buenas intenciones” del presidente, ni el trabajo de muchas oenegés (exceptuando a las que simplemente los utilizan para mantener sus recursos y nóminas de funcionarios), ni las nuevas leyes alcanzan para cambiar un poco a mejor su situación general o establecer perspectivas de progreso.
Como en casi toda América ocurre, ni todos los paraguayos son culpables de la situación ni lo son en el mismo grado, pero aún brillan por su ausencia una ciudadanía y una clase política que “realmente” decidan hacer algo al respecto. La discriminación es doble, porque se los minimiza al no dejarles participar, al hablar “por ellos” negándoles sistemáticamente la palabra, al investigarlos como objetos extraños (ya vimos lo de los antropólogos) para luego “explicarlos” sin abandonar preconceptos culturales, y al intentar imponer soluciones pseudo-occidentales a problemas locales.
En esta verdadera crisis humana (tal vez mejor denominable: etnicidio) los frentes son dos, el de la lucha social-política de los ciudadanos y el de la lucha indígena; es decir, de ellos por sí mismos y de los demás contra las injusticias que sufren. Los cambios buenos, solo podrán seguir a una nueva conciencia ciudadana: mejor informada, más abierta, menos estereotipada, y más fructífera, la cual deje de verlos como incultos y haraganes, como menores de edad, como los que deben o volver a la selva porque no pueden convertirse en empresarios ni empleados. Una nueva conciencia que deje de ver a los síntomas en las víctimas y que, comprenda que en políticas públicas y en disminución de la pobreza las cosas no son ni tan sencillas ni tan unicausales. Decididamente están olvidados, pero poco a poco van alzando sus voces, luchando contra el tiempo, contra la incomprensión y contra la indiferencia; no sabemos si podrán ganar.
Notas
[1] Caballero, Herib (2010) “Proceso de la Independencia Paraguaya 1780-1813”. Edit. Azeta: Asunción. Pag. 27. ISBN 978 99953 1 093 6
[2] Dirección Gral. de Estadísticas, Encuestas y Censos del Paraguay (2002) “II Censo Nacional Indígena. Pueblos Indígenas del Paraguay: Resultados Finales”. Asunción. http://www.dgeec.gov.py/Publicaciones/Biblioteca/censo_indigena/Capitulo%201.pdf
[3] Casos Yakye Axa, Sawhoyamaxa, y Xamok Kásek.
[4] El art. 77° dice “La enseñanza en los comienzos del proceso escolar se realizará en la lengua oficial materna del educando. Se instruirá asimismo en el conocimiento y en el empleo de ambos idiomas oficiales de la República”. Pero remata, proclamando con absoluta falta de igualdad: “En el caso de las minorías étnicas cuya lengua materna no sea el guaraní, se podrá elegir uno de los dos idiomas oficiales”.
http://www.alainet.org/active/46563
El 15 de mayo del 2011 se cumplen doscientos años de la gesta que produjo la independencia de facto de Paraguay del Reino de España, la cual se conquistaría formal y burocráticamente mediante resolución de un congreso local y patriótico realizado en 1813. Fue una revolución sin derramamiento de sangre, que forjó la hoy tercera república más antigua del mundo (anteriores son sólo EE.UU. y Haití). Las actividades conmemorativas congregan y enorgullecen a los paraguayos; sin embargo, sólo los descendientes de españoles y europeos (mestizos, criollos, colonizadores, etc.) sean quienes tienen qué festejar, mas no los pueblos originarios de las hoy llamadas tierras paraguayas. Pueblos que casi sin limitaciones aportaron en la conformación genética, científica y cultural del país con mayor porcentaje de no-indígenas hablantes de una lengua indígena en el mundo.
El bicentenario es una ocasión dependiendo de quién se trate, para festejar, para aprender, para congratularse por los logros y avances, pero también para auto observarse y aceptar lo que está mal, sea sólo en el presente o incluso desde mucho antes de la Independencia. Los mismos indígenas llevan tiempo denunciando las incongruencias de estos festejos de cara a su realidad. Así, aprovechando la ocasión en las últimas semanas se han movilizado, protestado, emitido comunicados, hecho presencia en los medios y quejado. Hoy, en un comunicado expresaron: “La dignidad humana, más que un texto constitucional, ¿no es acaso una palabra vacía invocada en su carta fundacional por el Estado, cuando es responsable de actos de racismo y discriminación contra pueblos que habitan hace más de 200 años este país?”.
De hecho, si deseamos comparar con precisión la situación indígena preindependentista con la actual podríamos embarcarnos en una tarea harto difícil e inexacta, pero al menos se puede afirmar que desde la creación de la república los pueblos originarios recibieron solo más o menos de lo mismo. La formación del estado paraguayo representó hasta ahora nada más unos pocos cambios que los benefician, pero a la par de muchos otros perjudiciales. Los ejemplos abundan en un país rico en culturas y tradiciones pero también en marginaciones y vistas gordas.
* Los primeros españoles arribaron a Paraguay en 1524, y a pesar de los miles de habitantes de la zona, al hecho le siguen llamando “descubrimiento del país”. En ese entonces los indígenas constituían el cien por ciento de la población humana, porcentaje que empujado por la colonización, las guerras, el mestizaje y las enfermedades fue disminuyendo hasta que en 1811 representaba solo un treinta por ciento del total.[1] Hoy, tras doscientos años de vida independiente paraguaya, los pueblos originarios pueden ser vistos más bien como una anécdota estadística, de menos del dos por ciento del total de habitantes del territorio. Existen incluso etnias cuyas culturas “sobreviven” en la persona de apenas unos cientos de individuos (Los Toba Maskoy, Guaná, Chamacoco Tomorajo y Manjui; grupos existentes solo en Paraguay o también casi extintas en países vecinos), de acuerdo al oficial Censo Nacional del 2002.[2] Lentamente las etnias indígenas van consolidándose como las minorías más pequeñas en número del país, mientras mantienen en su poder récords como ser las de menor acceso a servicios básicos, más baja oportunidad laboral y más poca esperanza de vida.
* La disposición de áreas comunitarias y/o agrícolas para indígenas disminuyó notoriamente luego de la independencia, en especial por las masivas ventas de tierras públicas durante el gobierno del presidente Carlos A. López y de otros, y como fruto del latifundismo hijo de la corrupción de los últimos cincuenta años. Todavía hoy, casi dos siglos después de los primeros atropellos republicanos, muchas de sus comunidades habitan propiedades sin título o ajenas (sic), a pesar de todas las garantías expuestas en una Constitución Nacional (1992) que se calcó lo mejor del Convenio 169 de la O.I.T. Sobre Pueblos Indígenas y Tribales, pero que jamás pasó de ser meras palabras impresas. Y si el estado paraguayo puede jactarse de llevar a cuestas una resolución incumplida de la Comisión Interamericana de DD.HH. sobre devolución de tierras, y de haber perdido en dos ocasiones demandas de etnias indígenas en la Corte Interamericana por el mismo tema, también puede hacerlo de no cumplir los mandatos de la Corte Interamericana de DD.HH. o de la Comisión en ninguno de estos.[3]
* Mientras los mestizos y blancos siguen buscando, curándose con y hasta ufanándose por los conocimientos de medicina botánica legados de los guaraníes, no existe un solo instituto de enseñanza y menos una Facultad que “certifique” la práctica de esta ciencia y sus conocedores no son metidos presos sólo porque son muchos, mucha gente cree en ellos y no acostumbran ser muy publicitarios.
* Las calles más concurridas de las más grandes ciudades del país: Asunción, Ciudad del Este, San Lorenzo, Luque y Caaguazú han dejado de ser exclusivas de los niños pobres mendigando o durmiendo en las esquinas, pues ya se suman muchos los indígenas de diferentes edades que las recorren. Fenómeno que es imitado en otros sitios como consecuencia de las faltas de oportunidades de formación, de trabajo y de tierra. Estadísticas, estas, que casi siempre sufren en un índice mayor que el resto de los paraguayos.
* A pesar de que en el aspecto educativo siguen siendo relegados, es el ámbito donde en los últimos años se realizaron los dos más importantes avances, insuficientes pero al menos altamente motivadores. Ambos proceden de leyes nuevas, la de creación de la Dirección General de Educación Indígena (2008) y la Ley de Idiomas (2010). Ambas siguen esperando una aplicación efectiva. Curiosamente la primera de ellas en la práctica llevaría a decisiones anticonstitucionales, porque ayuda a corregir uno de los grandes errores de la Carta Magna de 1992 que poca gente se ha dignado en identificar.[4]
* Pero, continúan las deficiencias educativas: el analfabetismo es mucho mayor en la población indígena que en el resto del país; muy pocas lenguas originarias están estandarizadas para la escritura y escasos de sus hablantes son los que las leen; encontrar un indígena estudiando en la universidad es como hallar una aguja en un pajar y más difícil aún uno con título; la carrera de Antropología sigue siendo una quimera (no existe en ninguna universidad), y al igual que en toda América o no existen o son solo anécdotas los antropólogos indígenas, cuando que otras etnias o grupos se han permitido tener estudiosos, investigaciones, recursos y publicaciones acercándose a sus identidades y realidades desde sus propias visiones (afrodescendientes, metaleros, góticos, akiba keis, religiosos, etc.).
* Ya no les meten palo a los niños que hablan sus idiomas indígenas maternos, simplemente las borran del mapa ignorándolas. Enseñándo -por mandato constitucional- el sagrado y comercial castellano en todas las escuelas, y para que no se quejen mucho les dan como segunda opción al guaraní, eso sí, en su versión mestiza (la cual también pagó caro su origen indígena, siendo perseguida y proscripta por décadas). Esto, en lo más de los casos es como a un niño español darle a escoger solo entre inglés y rumano como lengua escolar.
* La Iglesia Católica ya no tiene el monopolio de la evangelización, pero es frecuente que las otras denominaciones cristianas que ocupan su lugar sean más destructoras de culturas, saberes y tradiciones.
* Para el Censo Nacional de Población y Vivienda (y en paralelo el III Censo Indígena) falta un año, y las sorpresas difícilmente van a ser positivas, sobre todo para los amantes de las lenguas indígenas, las cuales han venido lenta pero progresivamente desapareciendo desde el inicio mismo de la llamada “conquista” española. El estado ha hecho casi nada al respecto, a pesar de las numerosas alarmas, olímpicamente ignoradas cuando probablemente aún se estaba a tiempo de hacer algo.
* En el Congreso Nacional no se hallan sub-representados (como pasa con las mujeres por ejemplo), sino que ni están ni nunca estuvieron. Pese a la población existente y al número de legisladores (45 senadores y 80 diputados junto a un total de 110 suplentes), nunca en toda la historia uno de estos cargos (o similar) lo ocupó un indígena. De consuelo pueden ufanarse de que al menos tuvieron ya una candidata, pues en el 2008 la mbyá Margarita Mbywangí -manifestando públicamente su origen- se presentó para senadora en el tercer puesto (con el sistema de representación proporcional) por un joven movimiento político de izquierda, el hoy Partido Popular Tekojoja, uno de los más abiertamente partidarios del independiente presidenciable Fernando Lugo que luego ganaría las elecciones. Para Margarita los votos fueron insuficientes, pero ni bien asumió Lugo se la nombró Directora del gubernamental Instituto Nacional del Indígena (INDI). Ironías de la historia hicieron que tenga que ser removida de su cargo justamente a pedido de grupos indígenas, y para poder apaciguar los ánimos entre ellos. No es raro que por cada cien indígenas existan diez representantes peleados entre sí, no pocas veces a fuerza de dinero o prebendas de los “blancos”.
* Finalmente, se debe advertir que aunque se haya avanzado en el reconocimiento legal de sus derechos, la práctica de los mismos sigue dejando mucho que desear en especial en cuanto a sus derechos económicos, sociales y culturales, los cuales más que garantizados en su respeto lo están en su ausencia.
Así, en el Paraguay mucha gente cree que no hace diferencias, pero a menudo dice: Hechápa nde ava!, cuando quiere criticar a una persona, atribuyéndole un carácter malhumorado, huraño o excesivamente serio, generalmente en sentido peyorativo. Su traducción literal del guaraní es: ¡Mira que eres una persona!”, pero si fuera entendida en dicho sentido la expresión no tendría pie ni cabeza; porque la traducción real no es esta. La palabra “ava” utilizada para decir “persona” en el guaraní paraguayo significa también “indígena” y no precisamente de manera apreciativa. Este simple ejemplo muestra lo absurdo de la dupla racismo-discriminación, se habla un idioma indígena para señalarle a rechazar o criticar a alguien por asemejarse a un “indio” o comportarse como si lo fuera (estereotipo). No es extraño que aún estén de moda los “chistes de cachique”, o cuentos jocosos cuyos protagonistas casi siempre son líderes indígenas que no comprenden la cultura occidental, las tecnologías, las costumbres, la cultura o el idioma de los mestizos; es decir, historias ficticias que se burlan de la “ignorancia natural” de esos pobrecitos re-subdesarrollados.
Y así, mientras los pueblos originarios siguen sumando pocos votos en Paraguay (además muy manipulables debido a la pobreza), sus culturas son solo parcialmente comerciables (a través del robo de conocimientos ancestrales, la venta de artesanías y el turismo etnológico), su poder de consumo es limitado, y su capacidad de organización está minada desde dentro: ni las “buenas intenciones” del presidente, ni el trabajo de muchas oenegés (exceptuando a las que simplemente los utilizan para mantener sus recursos y nóminas de funcionarios), ni las nuevas leyes alcanzan para cambiar un poco a mejor su situación general o establecer perspectivas de progreso.
Como en casi toda América ocurre, ni todos los paraguayos son culpables de la situación ni lo son en el mismo grado, pero aún brillan por su ausencia una ciudadanía y una clase política que “realmente” decidan hacer algo al respecto. La discriminación es doble, porque se los minimiza al no dejarles participar, al hablar “por ellos” negándoles sistemáticamente la palabra, al investigarlos como objetos extraños (ya vimos lo de los antropólogos) para luego “explicarlos” sin abandonar preconceptos culturales, y al intentar imponer soluciones pseudo-occidentales a problemas locales.
En esta verdadera crisis humana (tal vez mejor denominable: etnicidio) los frentes son dos, el de la lucha social-política de los ciudadanos y el de la lucha indígena; es decir, de ellos por sí mismos y de los demás contra las injusticias que sufren. Los cambios buenos, solo podrán seguir a una nueva conciencia ciudadana: mejor informada, más abierta, menos estereotipada, y más fructífera, la cual deje de verlos como incultos y haraganes, como menores de edad, como los que deben o volver a la selva porque no pueden convertirse en empresarios ni empleados. Una nueva conciencia que deje de ver a los síntomas en las víctimas y que, comprenda que en políticas públicas y en disminución de la pobreza las cosas no son ni tan sencillas ni tan unicausales. Decididamente están olvidados, pero poco a poco van alzando sus voces, luchando contra el tiempo, contra la incomprensión y contra la indiferencia; no sabemos si podrán ganar.
Notas
[1] Caballero, Herib (2010) “Proceso de la Independencia Paraguaya 1780-1813”. Edit. Azeta: Asunción. Pag. 27. ISBN 978 99953 1 093 6
[2] Dirección Gral. de Estadísticas, Encuestas y Censos del Paraguay (2002) “II Censo Nacional Indígena. Pueblos Indígenas del Paraguay: Resultados Finales”. Asunción. http://www.dgeec.gov.py/Publicaciones/Biblioteca/censo_indigena/Capitulo%201.pdf
[3] Casos Yakye Axa, Sawhoyamaxa, y Xamok Kásek.
[4] El art. 77° dice “La enseñanza en los comienzos del proceso escolar se realizará en la lengua oficial materna del educando. Se instruirá asimismo en el conocimiento y en el empleo de ambos idiomas oficiales de la República”. Pero remata, proclamando con absoluta falta de igualdad: “En el caso de las minorías étnicas cuya lengua materna no sea el guaraní, se podrá elegir uno de los dos idiomas oficiales”.
http://www.alainet.org/active/46563
quarta-feira, 18 de maio de 2011
Quem aguenta tudo isso??
Dizem que todos os dias você deve comer uma maçã por causa do ferro.
E uma banana pelo potássio.
E também uma laranja pela vitamina C.
Uma xícara de chá verde sem açúcar para prevenir a diabetes.
Todos os dias deve-se tomar ao menos dois litros de água.
E depois uriná-los, o que consome o dobro do tempo.
Todos os dias deve-se tomar um Yakult pelos lactobacilos (que ninguém sabe bem o que é, mas que aos bilhões, ajudam a digestão).
Cada dia uma Aspirina, previne infarto.
Uma taça de vinho tinto também.
Uma de vinho branco estabiliza o sistema nervoso.
Um copo de cerveja, para.... não lembro bem para o que, mas faz bem.
O benefício adicional é que se você tomar tudo isso ao mesmo tempo e tiver
um derrame, nem vai perceber.... .....
Todos os dias deve-se comer fibra..
Muita, muitíssima fibra.
Fibra suficiente para fazer um pulôver.
Você deve fazer entre quatro e seis refeições leves diariamente.
E nunca se esqueça de mastigar pelo menos cem vezes cada garfada.
Só para comer, serão cerca de cinco horas do dia... UFA !!!
E não esqueça de escovar os dentes depois de comer...
Ou seja, você tem que escovar os dentes depois da maçã, da banana, da
laranja, das seis refeições e enquanto tiver dentes, passar fio dental,
massagear a gengiva, escovar a língua e bochechar com Plax.
Há que se dormir oito horas por noite e trabalhar outras oito por dia,
mais as cinco comendo são vinte e uma.
Sobram três, desde que você não pegue trânsito. TÁ DIFICILLLLL
As estatísticas comprovam que assistimos três horas de TV por dia.
Menos você, porque todos os dias você vai caminhar ao menos meia hora (por experiência própria, após quinze minutos dê meia volta e comece a voltar,
ou a meia hora vira uma).
E você deve cuidar das amizades, porque são como uma planta: devem ser
regadas diariamente, o que me faz pensar em quem vai cuidar das minhas
amizades quando eu estiver viajando.
Deve-se estar bem informado também, lendo dois ou três jornais por dia
para comparar as informações.
Ah! E o sexo!!!!
Todos os dias, um dia sim, o outro também, tomando o cuidado de não se
cair na rotina.
Há que ser criativo, inovador para renovar a sedução.
Dizer EU TE AMO, toda hora, ''ainda pego quem inventou essa neura...!!!' '
Também precisa sobrar tempo para varrer, passar, lavar roupa, pratos e
espero que você não tenha um bichinho de estimação. se tiver tem que
brincar com ele, pelo menos meia hora todo dia, para ele não ficar
deprimido... .
Na minha conta são 29 horas por dia...
A única solução que me ocorre é fazer várias dessas coisas ao mesmo
tempo!!!
Tomar banho frio com a boca aberta, assim você toma água e escova os
dentes ao mesmo tempo.
Chame os amigos e seus pais, seu amor, o sogro, a sogra, os cunhados...
Beba o vinho, coma a maçã e dê a banana na boca da sua mulher. Não esqueça do EU TE AMO, (Vou achar logo quem inventou isso, me aguarde).
Ainda bem que somos crescidinhos, senão ainda teria um Danoninho e se
sobrarem 5 minutos, uma colherada de leite de magnésia.
Agora voce tá ferrado mesmo é se tiver criança pequena, ai lascou de vez,
porque o tempo que ia sobrar para voce...meu já era. Criança ocupa um
tempo danado..
Agora tenho que ir.
É o meio do dia, e depois da cerveja, do vinho e da maçã, tenho que ir ao banheiro e correndo.
E já que vou, levo um jornal.....
Tchau....
Se sobrar um tempinho, me manda um e-mail.
Luís Fernando Veríssimo
E uma banana pelo potássio.
E também uma laranja pela vitamina C.
Uma xícara de chá verde sem açúcar para prevenir a diabetes.
Todos os dias deve-se tomar ao menos dois litros de água.
E depois uriná-los, o que consome o dobro do tempo.
Todos os dias deve-se tomar um Yakult pelos lactobacilos (que ninguém sabe bem o que é, mas que aos bilhões, ajudam a digestão).
Cada dia uma Aspirina, previne infarto.
Uma taça de vinho tinto também.
Uma de vinho branco estabiliza o sistema nervoso.
Um copo de cerveja, para.... não lembro bem para o que, mas faz bem.
O benefício adicional é que se você tomar tudo isso ao mesmo tempo e tiver
um derrame, nem vai perceber.... .....
Todos os dias deve-se comer fibra..
Muita, muitíssima fibra.
Fibra suficiente para fazer um pulôver.
Você deve fazer entre quatro e seis refeições leves diariamente.
E nunca se esqueça de mastigar pelo menos cem vezes cada garfada.
Só para comer, serão cerca de cinco horas do dia... UFA !!!
E não esqueça de escovar os dentes depois de comer...
Ou seja, você tem que escovar os dentes depois da maçã, da banana, da
laranja, das seis refeições e enquanto tiver dentes, passar fio dental,
massagear a gengiva, escovar a língua e bochechar com Plax.
Há que se dormir oito horas por noite e trabalhar outras oito por dia,
mais as cinco comendo são vinte e uma.
Sobram três, desde que você não pegue trânsito. TÁ DIFICILLLLL
As estatísticas comprovam que assistimos três horas de TV por dia.
Menos você, porque todos os dias você vai caminhar ao menos meia hora (por experiência própria, após quinze minutos dê meia volta e comece a voltar,
ou a meia hora vira uma).
E você deve cuidar das amizades, porque são como uma planta: devem ser
regadas diariamente, o que me faz pensar em quem vai cuidar das minhas
amizades quando eu estiver viajando.
Deve-se estar bem informado também, lendo dois ou três jornais por dia
para comparar as informações.
Ah! E o sexo!!!!
Todos os dias, um dia sim, o outro também, tomando o cuidado de não se
cair na rotina.
Há que ser criativo, inovador para renovar a sedução.
Dizer EU TE AMO, toda hora, ''ainda pego quem inventou essa neura...!!!' '
Também precisa sobrar tempo para varrer, passar, lavar roupa, pratos e
espero que você não tenha um bichinho de estimação. se tiver tem que
brincar com ele, pelo menos meia hora todo dia, para ele não ficar
deprimido... .
Na minha conta são 29 horas por dia...
A única solução que me ocorre é fazer várias dessas coisas ao mesmo
tempo!!!
Tomar banho frio com a boca aberta, assim você toma água e escova os
dentes ao mesmo tempo.
Chame os amigos e seus pais, seu amor, o sogro, a sogra, os cunhados...
Beba o vinho, coma a maçã e dê a banana na boca da sua mulher. Não esqueça do EU TE AMO, (Vou achar logo quem inventou isso, me aguarde).
Ainda bem que somos crescidinhos, senão ainda teria um Danoninho e se
sobrarem 5 minutos, uma colherada de leite de magnésia.
Agora voce tá ferrado mesmo é se tiver criança pequena, ai lascou de vez,
porque o tempo que ia sobrar para voce...meu já era. Criança ocupa um
tempo danado..
Agora tenho que ir.
É o meio do dia, e depois da cerveja, do vinho e da maçã, tenho que ir ao banheiro e correndo.
E já que vou, levo um jornal.....
Tchau....
Se sobrar um tempinho, me manda um e-mail.
Luís Fernando Veríssimo
terça-feira, 17 de maio de 2011
Apple exibirá na BookExpo America pela primeira vez
Apple exibirá na BookExpo America pela primeira vez
Postado por Bianca Hayashi em 17/05/2011 16:53
Blog: Macmaki
Mas não devemos esperar nenhum grande lançamento na feira
Por Bianca Hayashi,
da revista MAC+
A Apple irá fazer uma rara aparição em um evento de outras companhias ao final de maio. A empresa reservou um estande na BookExpo America, a maior feira de livros dos Estados Unidos e que acontecerá entre os dias 23 a 26 de maio, em Nova York.
O estande da Apple ficará próximo à da Random House (o grupo de livros da Disney) e o da MacMillian. O PaidContent acredita que a Apple está indo à BookExpo para aumentar a exposição de sua plataforma iBooks enquanto a venda de livros eletrônicos cresce. Portanto, não devemos esperar nenhum grande anúncio da empresa de Cupertino.
Por outro lado, o The Digital Reader especula que a Apple está preparando algo especial para comemorar os 10 anos das Apple Stores e é relacionado ao iBooks
Postado por Bianca Hayashi em 17/05/2011 16:53
Blog: Macmaki
Mas não devemos esperar nenhum grande lançamento na feira
Por Bianca Hayashi,
da revista MAC+
A Apple irá fazer uma rara aparição em um evento de outras companhias ao final de maio. A empresa reservou um estande na BookExpo America, a maior feira de livros dos Estados Unidos e que acontecerá entre os dias 23 a 26 de maio, em Nova York.
O estande da Apple ficará próximo à da Random House (o grupo de livros da Disney) e o da MacMillian. O PaidContent acredita que a Apple está indo à BookExpo para aumentar a exposição de sua plataforma iBooks enquanto a venda de livros eletrônicos cresce. Portanto, não devemos esperar nenhum grande anúncio da empresa de Cupertino.
Por outro lado, o The Digital Reader especula que a Apple está preparando algo especial para comemorar os 10 anos das Apple Stores e é relacionado ao iBooks
segunda-feira, 16 de maio de 2011
O que Wim Wenders viu com os olhos de Pina
FOTO IMDB |
12.05.2011 - Jorge Mourinha, em Berlim
Wim Wenders demorou um quarto de século a trazer ao cinema a obra coreográfica de Pina Bausch; foi precisa a evolução do 3D digital para lhe fazer justiça. Rejuvenescido e emocionado pela experiência, explica como, mesmo depois de morta, a coreógrafa guiou todo o processo de criação deste "trabalho de amor"
"Pina", o filme que Wim Wenders fez para maior glória da coreógrafa Pina Bausch (1940-2009), e que está desde ontem nas salas portuguesas, não é apenas mais um documentário de um cineasta habituado ao género (desde o "Nick's Movie" com Nicholas Ray, 1980, ao enorme sucesso de "Buena Vista Social Club", 1999, passando por "Tokyo-Ga", 1985). Nem é "apenas" "mais um" filme: "Teria abandonado tudo o que estivesse a fazer para fazer este filme. Era algo que eu queria mais do que qualquer outro projecto desde meados dos anos 80. Mas não sabia como. Havia algo de tão mágico no trabalho de Pina que eu sabia que as câmaras não seriam capazes de o capturar. Havia algo que acontecia em cada representação... algo que sentíamos no nosso próprio corpo e que dificilmente se podia traduzir em filme. Eu não podia dizer que iria filmá-la melhor do que qualquer normalíssimo registo filmado de uma peça. Não era suficiente", diz-nos em Berlim, dias depois da estreia mundial do filme.
É um "trabalho de amor" que Wenders transportava há quase um quarto de século, em associação muito próxima com a própria coreógrafa, desaparecida subitamente em 2009, literalmente na véspera do início das rodagens. "Originalmente, Pina teria sido o centro do filme, mas não num sentido biográfico - ela não queria que se falasse muito dela, por isso o filme era sobre o seu trabalho e o seu olhar. Tínhamos chegado a acordo para fazer o filme sobre o modo como ela olhava para o trabalho e para os seus bailarinos, e o modo como transformava isso nas peças. Ela não confiava nas palavras, confiava apenas nos seus olhos, nos seus sentimentos, e tinha os olhos azuis mais penetrantes, verdadeiros e profundos que se possa imaginar. Quando ela olhava para nós, sentíamos que via atrav??s de nós. Não havia segredos. E era um olhar protector, de amor. Ela via realmente tudo. E essa capacidade talvez excluisse as palavras. Ela não gostava de palavras, por isso a dança era algo que surgia para fazer aquilo que as palavras não podiam. Éramos amigos e eu percebia a sua reticência, a sua dificuldade, mas foi apenas a trabalhar neste filme e a aplicar esses princípios que o interiorizei realmente."
Que o mesmo é dizer: o mais universalmente reconhecido dos cineastas alemães da "renascença" dos anos 70, o homem de "O Amigo Americano", "Paris, Texas" e "As Asas do Desejo", reencontrou-se (depois de uma longa série de filmes menores) no processo de se apagar perante a obra de outrem? "Aprendi mais do que nunca. Aprendi a confiar nos meus olhos de modo diferente, aprendi a confiar no que as câmaras podem fazer sem palavras e aprendi que a verdadeira essência de um documentário é conseguir que aquilo que queremos transmitir possa ser mostrado da forma mais bela possível. E isso é uma abstracção que eu não tinha sido capaz de compreender antes. Creio que a natureza do trabalho de Pina exigia que eu não me impusesse à sua arte, e devo dizer que isso é um processo que não é fácil". Sobretudo para um cineasta: "Nós, cineastas, somos convencidos por natureza - já trabalhámos com estrelas, conhecemos a linguagem corporal, sabemos o que é a presença de um actor e como tirar o melhor dele e pô-lo confortável para ele poder dar-nos essa presença... Depois vemos Pina e compreendemos que nem estamos no mesmo planeta. Não somos sequer capazes de chegar perto do que ela é capaz de ver."
Ressurreição
Nesta tarde de Fevereiro no hotel Adlon de Berlim, perante uma mesa-redonda de jornalistas europeus, há na voz de Wenders - mesmo afectada por uma garganta inflamada - uma emoção que dificilmente se traduz em palavras. É apropriado: já a estreia mundial do filme na edição 2011 do Festival de Berlim, fora de concurso, tivera algo de catarse para quem lá esteve. E o realizador nunca esconde que o simples facto de "Pina" existir é em si mágico. Este é, verdadeiramente, um filme "ressuscitado", porque a morte súbita de Bausch, dois dias antes do início das rodagens ("o inimaginável"), literalmente interrompeu a produção.
"Já nada do que tínhamos sonhado era possível, era o fim de um longo sonho que tínhamos sonhado juntos. Era a primeira vez que eu poderia ter feito o filme como ele devia ser feito, o primeiro ano em que a tecnologia existente era capaz de filmar como eu queria; sem o eixo espacial [do 3D] eu não podia imaginar o filme. Tínhamos chegado tarde de mais e foi muito doloroso compreendê-lo", lamenta Wenders.
Coube, então, à companhia de Bausch relançar o projecto. "Foram os actores que me empurraram e que me disseram: 'Pensa duas vezes. Não podemos apenas desistir, queremos que estas peças continuem a existir de outro modo.'"
Depois de filmadas as quatro peças escolhidas originalmente pela coreógrafa - "Café Müller" (1978), "Vollmond" (2006), "Kontakthof" (1978) e "Le Sacre du Printemps" (1975) -, "houve uma pausa longa". "Eu tinha de preencher o 'buraco' que a Pina tinha deixado. Levou algum tempo, e acabou por ser simples, mas por vezes as coisas mais simples são as mais difíceis. A Pina tinha trabalhado durante 30 anos com os seus bailarinos e tinha desenvolvido as peças sempre usando o mesmo método: fazendo-lhes perguntas, repetidamente, à volta de cada tema. Eles não podiam responder às perguntas com palavras, apenas com os seus corpos, e era isso que ela transformava nas peças. E compreendi que essa era a única maneira de fazer este filme. Os bailarinos dar-me-iam as suas respostas sobre o método de trabalho. Ver e observar a linguagem corporal dos seus bailarinos foi a única coisa que me permiti usar e foi uma revelação incrível fazer um filme que não confiasse nas palavras", afirma.
O que não faz de "Pina", longe disso, um filme sem palavras. "Alguns dos bailarinos dizem coisas e partilham algumas memórias, mas", segundo Wenders, "podemos ver o filme sem elas": "Não trazem explicação, apenas textura. Os bailarinos responderam às minhas perguntas a dançar, e continuaram a fazê-lo até eu compreender o que eles queriam dizer. Depois filmámo-los em exteriores, e isso é realmente a única coisa que eu próprio trouxe ao filme. Tentei encontrar exteriores que correspondessem a e realçassem o melhor possível o que os bailarinos queriam dizer. E eu estava tão ocupado a tentar compreender o novo meio que estava a usar e a aplicá-lo do modo como tinha prometido a Pina que a decisão de deixar de fora as palavras foi quase um alívio."
Pina em 3D
Esse "novo meio" é o 3D digital, para Wenders o único modo de conseguir traduzir para imagens a tal fisicalidade, a tal magia da obra de Bausch. Mas não foi fácil chegar ao resultado final. "Os primeiros testes foram um desastre. O espaço estava lá; a espacialidade não era um problema, mas não era capaz de dar uma representação elegante do movimento."
Aos poucos - num processo que durou dois anos de preparação até a equipa se sentir pronta a filmar com a companhia da coreógrafa -, a tecnologia aproximou-se do que Wenders desejava. "Precisámos de software diferente, forçámos muito a tecnologia, tive a ajuda de um 'estereógrafo' que acima de tudo estava interessado na fisiologia da questão. Era essa a chave - estamos a tentar simular o que os nossos dois olhos fazem com duas câmaras que nunca serão capazes de substituir dois olhos. Houve muito a aprender não apenas em termos de tecnologia mas também no modo como o olho humano funciona, e fomos capazes de nos aproximar o mais possível disso neste momento particular."
Não por acaso, são os olhos que Wenders retém da mulher com quem partilhou este sonho impossível ao longo de um quarto de século e que homenageia no filme terminado, definido como "um filme de Wim Wenders para Pina Bausch". "Pina era uma mulher lindíssima, e a única coisa em que não consigo parar de pensar quando penso nela são os olhos. Para mim, a chave do seu ser, do seu trabalho e da sua arte era o modo como usava os olhos, como era capaz de transformar algo que ela via em algo que nos emocionava. Este teatro não existia antes, ela inventou-o. Para os seus olhos serem capaz de exprimir o que queria, era precisa uma arte nova, uma plataforma nova. Ela foi uma grande inventora, talvez até uma investigadora - criou toda uma nova mitologia sobre o que se pode ler na relação entre os homens e os mulheres através dos corpos, da línguagem corporal, dos gestos, do modo como eles se aceitam, se revelam, se rejeitam. Ela criou um vocabulário preciso para isso, sem recorrer a palavras, apenas por saber ver, e por ser capaz de o transformar, com os seus bailarinos, em algo que todos podem ver."
La filosofía y el televisor
“La filosofía de House”, “La filosofía de Lost” y “Los Soprano y la filosofía”, entre otros, prueban que en el cruce entre TV, cine, Platón y Nietzsche hay un fértil mercado editorial.
POR FEDERICO KUKSO
“Los Soprano y la filosofía”, o de cómo teorizar con recursos insospechados.
Etiquetado como:SeriesLibros sobre seriesLost
Pese a los comentarios históricamente incorrectos alguna vez deslizados por un ex presidente argentino de patillas por muy pocos olvidado, Sócrates –como todo el mundo sabe o, al menos, debería saber– no dejó ninguna obra escrita (que se sepa, claro). Lo suyo, más bien, era la oralidad, la palabra viva, plantarse en una esquina, plaza o mercado bullicioso de la Atenas de fines del siglo V antes de Cristo y comenzar a mover los brazos y señalar con el dedo para acompañar así con una batería de gestos sus reflexiones sobre la virtud, la verdad, la justicia, la belleza, el amor, la libertad, la vida y la muerte.
En lugar de dar respuestas, Sócrates suministraba gratuitamente inquietudes. Incitaba a poner en tela de juicio absolutamente todo y a demostrar qué opiniones y juicios estaban basados en las costumbres y la religión y cuáles en la razón. Y para hacerlo no se hacía el serio ni se llenaba la boca con términos complicados. El, más bien, usaba como gancho ejemplos del arte, la música y el deporte o cualquier asunto conocido o considerado interesante por sus interlocutores para de esa manera moverlos a hacer algo tan poco habitual, pensar. Por eso, a este hombre que terminó siendo condenado a muerte por sus ideas se lo considera no sólo la primera gran figura de la filosofía occidental. También se lo recuerda como el primer “filósofo pop”, un representante de un modo, tendencia o fórmula que busca despertar la curiosidad por las grandes preguntas de la filosofía a través de recursos de lo más insospechados y que ahora, 2500 años después de la muerte de aquel ateniense que “sólo sabía que no sabía nada”, vuelve a tomar fuerza y a aterrizar en las librerías como una nueva moda.
Basta tan sólo con abrir un poco los ojos y correr del medio los “libros spam” que se acumulan mes a mes en los estantes (asegurando desde ahí tener las respuestas a todos los problemas) para distinguir una nueva generación de libros que combinan lo mejor de ambos mundos. Por un lado, ensayos filosóficos sobre moral, la voluntad de poder y el nihilismo y por el otro, aquella nueva narrativa o “literatura audiovisual” que con los años fueron construyendo las series y películas. Ahí están pues La filosofía de House: todos mienten (Selector editorial), La filosofía de Lost: la isla tiene sus razones (Libros del Zorzal), Lost: la filosofía (Grijalbo) y los recientes y no menos interesantes Los Soprano y la filosofía y El Señor de los anillos y la filosofía, ambos de editorial Ariel.
Cada una a su manera, estas obras son la prueba de que lejos de morir y ser sepultada como decretó (y quizás por lo bajo deseó) el astrofísico inglés Stephen Hawking en su último y publicitariamente inflado libro, El gran diseño, la filosofía más bien evolucionó en los últimos años. O mejor: que los editores finalmente abrieron los ojos y vieron que en este cruce entre TV y cine y Platón, Nietzsche, Sartre y compañía se abría un nuevo mercado a explorar.
La disciplina que con los siglos fue construyendo una imagen de solemnidad exacerbada, de temas profundos y abstractos destinados a ser divagados sólo por un círculo de cerebros privilegiado de repente hizo “pop”: como soñó e impulsó en su momento Gilles Deleuze y después aceleraron Michel Onfray y Slavoj Zizek, la filosofía comenzó a salir de su cárcel, las aulas de las universidades. Y experimentos de filosofía para no filósofos de repente se reprodujeron por todo el planeta como un virus.
Zen y el arte del mantenimiento de la motocicleta (1974) del estadounidense Robert M. Pirsig y El mundo de Sofía (1991) del noruego Jostein Gaarder abrieron el camino y demostraron en su momento la existencia de un interés, una pequeña llama que debía ser alimentada. Quedó claro que cualquier tema o cosa es capaz de intrigar. Todo sirve para pensar. Sólo basta con estar con los ojos bien abiertos como un cazador furtivo en busca de su nueva presa.
En su escape fuera de las aulas, la filosofía vio luz y también saltó a la televisión. Y fue en Seinfeld y la filosofía: un libro sobre todo y nada (1999) de William Irwin –por entonces, un profesor de filosofía de 26 años del King’s College de Pensilvania, Estados Unidos– en el que la filosofía pop encontró su primer gran boom editorial, algo bastante entendible en un país como Estados Unidos de una rica tradición en estudios culturales.
Lo que parecía al principio un chiste o una versión filosófica del affaire Sokal (Jerry Seinfeld es comparado con Sócrates, George Costanza con el hombre sin virtudes de Aristóteles y se analiza a Kramer bajo la lente de Soren Kierkegaard) terminó por atraer a un público nuevo y curioso con ganas de seguir en contacto con sus ídolos televisivos incluso en un libro de filosofía desacartonada.
Desde entonces, a Irwin se lo compara a grandes rasgos con Andy Warhol. No por su genialidad sino por su actitud e intención de romper con la seriedad de una tradición milenaria y de observar y rastrillar el ecosistema de la cultura popular en el que habitamos (series, películas, música, videojuegos, deportes y muchos etcétera) desde una perspectiva filosófica.
“Desde hace cientos de años que la filosofía tiene un problema de relaciones públicas –cuenta Irwin, quien luego de su primer experimento estableció una colección en la editorial Blackwell llamada Pop & Philosophy (www.andphilosophy.com)–.
Al vincular la filosofía y la cultura popular llevamos a la filosofía más allá de la academia. La cultura popular es el lenguaje comercial de nuestra época. Y debemos aprovechar esta situación y usar series y películas como vehículos, como disparadores.
La mayoría de los filósofos comprenden que con estos libros tratamos de difundir la filosofía como lo hacía Sócrates. A veces me topo con algunos prejuicios, pero no permito que me molesten mucho”.
Desde aquel Big Bang de la filosofía pop, ya hay más de 50 títulos que toman una serie o película (desde The Office a 24 y los X-Men ) y le agregan el “y la filosofía” (o “La filosofía de...”), una modalidad similar a la vivida en la divulgación científica con libros del tipo La ciencia de La Guerra de las Galaxias (Jeanne Cavelo, 2000) o La física de los superhéroes (James Kakalios, 2009).
De esa combinación salieron propuestas, algunas atractivas y otras algo forzadas pero que a la larga ayudan a salir de la pasividad del mero consumo para incitar la reflexión: Batman y la filosofía: el señor oscuro del alma, Tomar la pastilla roja: ciencia, filosofía y religión en The Matrix, U2 y la filosofía: cómo descifrar una banda atómica, El filósofo en el fin del universo: filosofía explicada a través de la ciencia ficción, James Bond y la filosofía: las preguntas son para siempre y el reciente y muy esperado Mad Men y la filosofía: nada es lo que parece.
Por ahora pocas de estas propuestas probaron suerte en la Argentina. Quien más conoce del tema es Leopoldo Kulesz, director de Libros del Zorzal: “En la feria de Frankfurt de 2009, un agente literario me presentó la colección Pop & Philosophy de la editorial Blackwell integrada, entre otros, por el libro La filosofía de Lost –comenta–. Lo leí rápido y, como adicto a Lost, resultó una lectura agradable e interesante. Compré los derechos y lo publicamos para la Feria del Libro de Buenos Aires 2010. Vendimos, sólo en nuestro stand, más de mil ejemplares”.
Pero cuando parecía que el mismo fenómeno que tuvo éxito en Estados Unidos estaba encaminado a repetirse en el país, algo pasó. “Por acto reflejo, compré de la misma colección los derechos de La filosofía de Crepúsculo, La filosofía de Harry Potter, La filosofía de Batman y La filosofía del hombre araña –continúa Kulesz–. Cuando salió La filosofía de Crepúsculo, algo empezaba a hacerme ruido. Claro, Crepúsculo como Harry Potter, Batman y El hombre araña me interesaban tanto como la cría de mejillones en la costa bretona. Me había dejado entrampar en la lógica del ‘se vende mucho, luego edito’ cuando desde mis inicios como editor el precepto fue siempre ‘me parece importante difundir, luego edito y dedico todos mis esfuerzos para vender a morir’. Así, devolví los derechos de Harry Potter , Batman y El hombre araña a su editor original, perdí los anticipos pagados y me prometí no dejarme encandilar nunca más por otras colecciones que no me interesan difundir. Salvo, como es obvio, que el primer libro se venda mucho”.
POR FEDERICO KUKSO
“Los Soprano y la filosofía”, o de cómo teorizar con recursos insospechados.
Etiquetado como:SeriesLibros sobre seriesLost
Pese a los comentarios históricamente incorrectos alguna vez deslizados por un ex presidente argentino de patillas por muy pocos olvidado, Sócrates –como todo el mundo sabe o, al menos, debería saber– no dejó ninguna obra escrita (que se sepa, claro). Lo suyo, más bien, era la oralidad, la palabra viva, plantarse en una esquina, plaza o mercado bullicioso de la Atenas de fines del siglo V antes de Cristo y comenzar a mover los brazos y señalar con el dedo para acompañar así con una batería de gestos sus reflexiones sobre la virtud, la verdad, la justicia, la belleza, el amor, la libertad, la vida y la muerte.
En lugar de dar respuestas, Sócrates suministraba gratuitamente inquietudes. Incitaba a poner en tela de juicio absolutamente todo y a demostrar qué opiniones y juicios estaban basados en las costumbres y la religión y cuáles en la razón. Y para hacerlo no se hacía el serio ni se llenaba la boca con términos complicados. El, más bien, usaba como gancho ejemplos del arte, la música y el deporte o cualquier asunto conocido o considerado interesante por sus interlocutores para de esa manera moverlos a hacer algo tan poco habitual, pensar. Por eso, a este hombre que terminó siendo condenado a muerte por sus ideas se lo considera no sólo la primera gran figura de la filosofía occidental. También se lo recuerda como el primer “filósofo pop”, un representante de un modo, tendencia o fórmula que busca despertar la curiosidad por las grandes preguntas de la filosofía a través de recursos de lo más insospechados y que ahora, 2500 años después de la muerte de aquel ateniense que “sólo sabía que no sabía nada”, vuelve a tomar fuerza y a aterrizar en las librerías como una nueva moda.
Basta tan sólo con abrir un poco los ojos y correr del medio los “libros spam” que se acumulan mes a mes en los estantes (asegurando desde ahí tener las respuestas a todos los problemas) para distinguir una nueva generación de libros que combinan lo mejor de ambos mundos. Por un lado, ensayos filosóficos sobre moral, la voluntad de poder y el nihilismo y por el otro, aquella nueva narrativa o “literatura audiovisual” que con los años fueron construyendo las series y películas. Ahí están pues La filosofía de House: todos mienten (Selector editorial), La filosofía de Lost: la isla tiene sus razones (Libros del Zorzal), Lost: la filosofía (Grijalbo) y los recientes y no menos interesantes Los Soprano y la filosofía y El Señor de los anillos y la filosofía, ambos de editorial Ariel.
Cada una a su manera, estas obras son la prueba de que lejos de morir y ser sepultada como decretó (y quizás por lo bajo deseó) el astrofísico inglés Stephen Hawking en su último y publicitariamente inflado libro, El gran diseño, la filosofía más bien evolucionó en los últimos años. O mejor: que los editores finalmente abrieron los ojos y vieron que en este cruce entre TV y cine y Platón, Nietzsche, Sartre y compañía se abría un nuevo mercado a explorar.
La disciplina que con los siglos fue construyendo una imagen de solemnidad exacerbada, de temas profundos y abstractos destinados a ser divagados sólo por un círculo de cerebros privilegiado de repente hizo “pop”: como soñó e impulsó en su momento Gilles Deleuze y después aceleraron Michel Onfray y Slavoj Zizek, la filosofía comenzó a salir de su cárcel, las aulas de las universidades. Y experimentos de filosofía para no filósofos de repente se reprodujeron por todo el planeta como un virus.
Zen y el arte del mantenimiento de la motocicleta (1974) del estadounidense Robert M. Pirsig y El mundo de Sofía (1991) del noruego Jostein Gaarder abrieron el camino y demostraron en su momento la existencia de un interés, una pequeña llama que debía ser alimentada. Quedó claro que cualquier tema o cosa es capaz de intrigar. Todo sirve para pensar. Sólo basta con estar con los ojos bien abiertos como un cazador furtivo en busca de su nueva presa.
En su escape fuera de las aulas, la filosofía vio luz y también saltó a la televisión. Y fue en Seinfeld y la filosofía: un libro sobre todo y nada (1999) de William Irwin –por entonces, un profesor de filosofía de 26 años del King’s College de Pensilvania, Estados Unidos– en el que la filosofía pop encontró su primer gran boom editorial, algo bastante entendible en un país como Estados Unidos de una rica tradición en estudios culturales.
Lo que parecía al principio un chiste o una versión filosófica del affaire Sokal (Jerry Seinfeld es comparado con Sócrates, George Costanza con el hombre sin virtudes de Aristóteles y se analiza a Kramer bajo la lente de Soren Kierkegaard) terminó por atraer a un público nuevo y curioso con ganas de seguir en contacto con sus ídolos televisivos incluso en un libro de filosofía desacartonada.
Desde entonces, a Irwin se lo compara a grandes rasgos con Andy Warhol. No por su genialidad sino por su actitud e intención de romper con la seriedad de una tradición milenaria y de observar y rastrillar el ecosistema de la cultura popular en el que habitamos (series, películas, música, videojuegos, deportes y muchos etcétera) desde una perspectiva filosófica.
“Desde hace cientos de años que la filosofía tiene un problema de relaciones públicas –cuenta Irwin, quien luego de su primer experimento estableció una colección en la editorial Blackwell llamada Pop & Philosophy (www.andphilosophy.com)–.
Al vincular la filosofía y la cultura popular llevamos a la filosofía más allá de la academia. La cultura popular es el lenguaje comercial de nuestra época. Y debemos aprovechar esta situación y usar series y películas como vehículos, como disparadores.
La mayoría de los filósofos comprenden que con estos libros tratamos de difundir la filosofía como lo hacía Sócrates. A veces me topo con algunos prejuicios, pero no permito que me molesten mucho”.
Desde aquel Big Bang de la filosofía pop, ya hay más de 50 títulos que toman una serie o película (desde The Office a 24 y los X-Men ) y le agregan el “y la filosofía” (o “La filosofía de...”), una modalidad similar a la vivida en la divulgación científica con libros del tipo La ciencia de La Guerra de las Galaxias (Jeanne Cavelo, 2000) o La física de los superhéroes (James Kakalios, 2009).
De esa combinación salieron propuestas, algunas atractivas y otras algo forzadas pero que a la larga ayudan a salir de la pasividad del mero consumo para incitar la reflexión: Batman y la filosofía: el señor oscuro del alma, Tomar la pastilla roja: ciencia, filosofía y religión en The Matrix, U2 y la filosofía: cómo descifrar una banda atómica, El filósofo en el fin del universo: filosofía explicada a través de la ciencia ficción, James Bond y la filosofía: las preguntas son para siempre y el reciente y muy esperado Mad Men y la filosofía: nada es lo que parece.
Por ahora pocas de estas propuestas probaron suerte en la Argentina. Quien más conoce del tema es Leopoldo Kulesz, director de Libros del Zorzal: “En la feria de Frankfurt de 2009, un agente literario me presentó la colección Pop & Philosophy de la editorial Blackwell integrada, entre otros, por el libro La filosofía de Lost –comenta–. Lo leí rápido y, como adicto a Lost, resultó una lectura agradable e interesante. Compré los derechos y lo publicamos para la Feria del Libro de Buenos Aires 2010. Vendimos, sólo en nuestro stand, más de mil ejemplares”.
Pero cuando parecía que el mismo fenómeno que tuvo éxito en Estados Unidos estaba encaminado a repetirse en el país, algo pasó. “Por acto reflejo, compré de la misma colección los derechos de La filosofía de Crepúsculo, La filosofía de Harry Potter, La filosofía de Batman y La filosofía del hombre araña –continúa Kulesz–. Cuando salió La filosofía de Crepúsculo, algo empezaba a hacerme ruido. Claro, Crepúsculo como Harry Potter, Batman y El hombre araña me interesaban tanto como la cría de mejillones en la costa bretona. Me había dejado entrampar en la lógica del ‘se vende mucho, luego edito’ cuando desde mis inicios como editor el precepto fue siempre ‘me parece importante difundir, luego edito y dedico todos mis esfuerzos para vender a morir’. Así, devolví los derechos de Harry Potter , Batman y El hombre araña a su editor original, perdí los anticipos pagados y me prometí no dejarme encandilar nunca más por otras colecciones que no me interesan difundir. Salvo, como es obvio, que el primer libro se venda mucho”.
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