¨ queria escrever um poema em homenagem às professoras e professores... desculpa por não conseguir.é que a gente é triste, josé! ¨Daniel Carvalho
Professor é um poeta um ator e criador: entende,enxerga o outro , o poema e ao faze-lo exclama , grita, põe-se para fora o que nos empurraram goela a dentro : a poesia nasce , conjumina-se à outra, como na paródia drummodiana..
Como disse Natalia Correa:
Oh! subalimentados do sonho: A poesia é para comer!
Regina Dalcastagnè nos aponta uma excelente entrevista no foco-desejo de alteridade ou, de outro modo, ¨ sobre a ditadura militar no Brasil, da relação entre história e literatura e do papel que a ficção pode desempenhar na nossa percepção do passado, particularmente, dos chamados “passados traumáticos”
Nos apresenta um paraibano: Berttoni Licarião- doutorando -em término- Literatura UNB, ora radicado em Brasília.
Vamos ao texto:
“Com a literatura podemos aprender a perceber o outro, não com a cientificidade que dedicamos a um objeto de estudo, mas como desejo de alteridade que renova o mundo e humaniza as diferenças”.
Bruno Leal entrevista Berttoni Licarião
Há pouco mais de um ano, o Café História transferiu-se do Rio de Janeiro para Brasília. Desde então, temos encontrado na Capital Federal incontáveis pesquisadores talentosos, versáteis e com muito a dizer. Do Plano Piloto a Ceilândia, passando por Taguatinga, o cerrado vive um momento de grande vitalidade, talvez inédito, no campo universitário, cultural e das letras. Um desses talentos é o jovem Berttoni Cláudio Licarião, de 34 anos.
Paraibano, mas mas vivendo na capital desde 2015, Licarião tem um conceituado (e engajado) perfil literário no Instagram (o @literatoni), onde comenta e sugere livros, e está na reta final de seu doutorado em literatura, que realiza na Universidade de Brasília (UnB). Seu tema: a ditadura na ficção contemporânea brasileira.
Em entrevista concedida ao editor do Café História, o historiador Bruno Leal, Licarião fala sobre o boom dos livros de ficção sobre a ditadura militar no Brasil, da relação entre história e literatura e do papel que a ficção pode desempenhar na nossa percepção do passado, particularmente, dos chamados “passados traumáticos”. Segundo Licarião, “ciente dos perigos do silenciamento (afinal, a primeira vítima das ditaduras sempre será a linguagem), a literatura passa a representar uma oportunidade de combater nosso déficit de memória e garantir um espaço para a elaboração do luto, de maneira que possamos escapar às voltas violentas do recalcado”.
Parece haver uma profusão, nos últimos anos, de livros de ficção sobre a ditadura militar brasileira. Isso está mesmo ocorrendo? Se sim, como você explica o fenômeno?
Sem dúvida que sim. A literatura tem tratado da ditadura brasileira desde os primeiros dias do golpe de 1964, seja por meio de poemas, contos, romances, testemunhos ou jornalismo literário. Hoje, já é possível atribuir conjuntos de obras a períodos bem marcados como, por exemplo, a literatura de testemunho das décadas de 1970 e 1980 ou, ainda, as obras mais claramente de resistência publicadas sob o AI-5, como Incidente em Antares (Erico Verissimo, 1971), Sombras de reis barbudos (José J. Veiga, 1972) e As meninas (Lygia Fagundes Telles, 1973). No entanto, se tomarmos os livros em circulação no atual mercado editorial e as obras validadas por estudos críticos nos últimos 35 anos, um breve levantamento da literatura brasileira que tem a ditadura como pano de fundo ou tema principal revelará que a última década foi umas das mais prolíficas em publicações: em um universo de 110 obras que consegui catalogar até o momento quase metade (53) foi publicada entre 2010 e 2019.
Uma das razões que posso articular para explicar esse fenômeno tem a ver com os “ciclos de memória cultural”, conceito desenvolvido pela pesquisadora estadunidense Rebecca J. Atencio para caracterizar o surgimento simultâneo, seja por coincidência ou de maneira intencional, de uma dada obra (ou conjunto de obras) e mecanismos institucionais que carregam importância histórica. Atencio se debruça sobre vários desses ciclos ao longo da história recente do Brasil, estabelecendo como primeiro exemplo a intersecção gerada entre a promulgação da Lei da Anistia de 1979 e o surgimento dos relatos O que é isso, companheiro?, de Fernando Gabeira, no mesmo ano, e Os carbonários, de Alfredo Sirkis, publicado no ano seguinte. Para Atencio, a análise das relações entre mecanismos institucionais e a produção artístico-cultural evidencia interações profundas e complexas no tocante ao processo de construção de memórias coletivas e individuais.
Nessa perspectiva, o rebuliço memorialista despertado pelos trabalhos da Comissão Nacional da Verdade (2012-2014) trouxe um novo fôlego à produção ficcional da última década, transformando a literatura num palco para o acerto de contas entre história nacional e memória coletiva. Com o impulso das audiências públicas e dos relatórios das comissões estaduais e nacional, falar sobre o trauma da ditadura deixou de ser um imperativo de sobreviventes e familiares para atingir as esferas mais amplas da produção cultural. Ciente dos perigos do silenciamento (afinal, a primeira vítima das ditaduras sempre será a linguagem), a literatura passa a representar uma oportunidade de combater nosso déficit de memória e garantir um espaço para a elaboração do luto, de maneira que possamos escapar às voltas violentas do recalcado. Além disso, a estreita relação entre a impunidade da violência da ditadura e o recrudescimento da violência policial observada hoje no Brasil dirige o olhar de escritoras e escritores para o passado recente, como forma de compreender os resquícios de autoritarismo que afetam nossa democracia.
Sua tese tem o título provisório de Estado de memória: a ditadura na ficção contemporânea brasileira. Explique, por favor, o que exatamente você está estudando no seu doutorado.
A tese se concentra na produção literária brasileira sobre a ditadura publicada na última década, especialmente a partir dos trabalhos da Comissão Nacional da Verdade (2012-2014). Diante da paisagem de extrema violência que caracteriza toda nossa história, a CNV representou um retorno do recalcado, na medida em que escancarou uma memória traumática não trabalhada coletivamente. Em minha leitura, acredito que os últimos 34 anos foram marcados por um processo de individualização dos crimes contra a humanidade, na medida em que o país não assumiu a tarefa de superar o golpe de 64 como um trauma coletivo e o deixou circunscrito a tragédias pessoais. Logo, nosso processo de recuperação dessa memória foi pervertido e limitou-se, com raras exceções, a medidas paliativas de retratação e indenizações. A Lei da Anistia de 1979 contribuiu sobremaneira para essa normatização do esquecimento, promovendo aquele “apagamento do erro” de que fala Paul Ricouer. Aqui, a anistia engendrou amnésia, e o luto de cada família ficou restrito à esfera do privado, carente de justiça. Torturadores seguem impunes, beneficiados pelo “mal de Alzheimer nacional”.1
Investigo, portanto, de que maneira a individualização do trauma da ditadura, bem como a política de apagamento promovida pela Lei da Anistia de 1979, têm se manifestado na produção ficcional dos últimos anos. O recorte é analisado a partir do que chamei nosso “estado de memória”, uma condição que se define pela permanência do autoritarismo como objeto traumático alojado no corpo das obras estudadas, e que toma o campo da memória cultural como um espaço de confronto que interpreta e discute a experiência coletiva. A tese apresenta um breve panorama das ficções publicadas no último decênio, mas se concentra com mais fôlego nas obras de Bernardo Kucinski — K: Relato de uma busca (2011), Você vai voltar pra mim e outros contos (2014) e Os visitantes (2016) — e na Trilogia infernal de Micheliny Verunschk — composta pelos romances Aqui, no coração do inferno (2016), O peso do coração de um homem (2017) e O amor, esse obstáculo (2018). Escritas após a redemocratização e a abertura de Comissões da Verdade, essas narrativas representam a vivência do trauma de diferentes perspectivas, definidas pelo grau de crueldade e extermínio da máquina repressora, e pelo papel que a memória do período exerce no imaginário do país hoje.
O que podemos entender com a memória da ditadura na ficção contemporânea brasileira? Em que medida aprender com a literatura é diferente de aprender com a historiografia (a história produzida por historiadores)?
A escritora cearense Ana Miranda disse certa vez algo que sempre me acompanha nas discussões que envolvem conceitos tão amplos quanto verdade, memória, ficção e história: “Os historiadores são ficcionistas que fingem estar dizendo uma verdade, os ficcionistas são historiadores que fingem estar contando uma mentira”. A frase é boa porque aponta para a vizinhança dos discursos historiográfico e literário a partir de um caráter inalienável: ambos são gestos de linguagem, e a linguagem é sempre uma construção social — que envolve classe, gênero, lugar, temporalidade etc. Ainda que o trabalho do historiador e do romancista tenham objetivos distintos, todo romance historia, inadvertida ou intencionalmente, o comportamento humano, não apenas no sentido da pesquisa profunda que envolve a construção dos chamados “romances históricos”, mas sobretudo porque as escolhas narrativas de uma ficção escrita em 1996 sobre o envio de órfãs portuguesas ao Brasil em 1555, por exemplo, diz muito mais sobre o presente da publicação do que sobre aquele passado no qual o enredo se desenvolve.
É nesse sentido que as ficções sobre a ditadura brasileira, muito além de apresentarem ao grande público as técnicas de tortura, as arbitrariedades e os embustes que caracterizaram a história brasileira entre 1964 e 1985, contribuem com a percepção de um presente falsamente pacificado, misto de semidemocracia cínica e “máquina coletiva de recalque”, nas palavras do escritor Julián Fuks.2 Assim como a história, a literatura sempre parte de perguntas do presente, mas em lugar de entregar um saber construído a partir de fontes e documentos, ela nos oferece uma parcela da plasticidade humana. Isso significa que no horizonte da literatura não devemos buscar “verdades” do mundo (por mais que o texto literário também tenha seu valor enquanto documento histórico), mas representações variadas sobre o comportamento de indivíduos e grupos, bem como sobre o estabelecimento de instituições ou de visões de mundo. Como muito bem sintetizou Roland Barthes, a ficção “não diz que sabe alguma coisa, mas que sabe de alguma coisa”.3 Com a literatura podemos aprender a perceber o outro, não com a cientificidade que dedicamos a um objeto de estudo, mas como desejo de alteridade que renova o mundo e humaniza as diferenças.
Se, como defendo, a realidade que a literatura busca apreender é aquela da existência, campo das possibilidades humanas, observar como a memória da ditadura se comporta na ficção contemporânea é uma oportunidade de entrar em contato com aquilo que tem sido institucionalmente silenciado. Na evidente escassez de monumentos, tribunais e lugares de memória, nosso trauma encontra um espaço de elaboração também por meio da ficção, através de um complexo inventário que recria tudo aquilo que o discurso do historiador muitas vezes evita dizer: a dor e o sangue, as lágrimas e as feridas, a tensão e o horror. O arquivo é duro, de pouco acesso e intimidador; a literatura, ao contrário, consegue ser um pouco mais acessível, cabe na mão e atinge um público mais amplo, agindo muitas vezes em caráter de suplência em relação à historiografia. Ciente das inúmeras polêmicas que cercam os conceitos que seguem, arriscaria dizer que a literatura pode ser, nesse sentido, um arquivo mais democrático da ditadura brasileira. Não se trata, claro, de aproximar ingenuamente literatura e verdade, mas perceber a primeira como um lugar onde discursos do e sobreo passado também se manifestam.
Conte-nos uma “descoberta” interessante que você fez na pesquisa para o doutorado.
A pergunta é um pouco mais difícil de responder porque a pesquisa em literatura, via de regra, parte de um ou mais textos literários que já são de conhecimento do pesquisador. Não há muito espaço, portanto — como há na análise de fontes, arquivos e documentos —, para descobertas inusitadas. Mas se sairmos do escopo da pesquisa para abranger a literatura produzida nos demais países latino-americanos que também sofreram ditaduras, o caso brasileiro chama a atenção pela presença ainda muito forte das descrições de tortura e da violência perpetrada pelo Estado. Em contextos como o da Argentina, por exemplo, que teve sua Comissão Nacional da Verdade (1983-1986) logo após o fim da ditadura (1976-1983), a denúncia da violência repressora tem cedido lugar a questões sobre o conflito de gerações e o futuro da memória, ou mesmo sobre a culpa de quem sobreviveu e daqueles que foram coniventes com o regime de exceção. Cenas explícitas de tortura tem se tornado cada vez menos frequentes. Uma possível leitura da insistência da literatura brasileira em trazer a tortura e a violência ao primeiro plano das narrativas estaria relacionada com a ausência de políticas públicas e medidas institucionais que seriam fundamentais à superação do trauma nacional. Para citar a psicanalista Maria Rita Kehl, “O esquecimento da tortura produz a naturalização da violência como grave sintoma social no Brasil”.[4] A vontade ética da literatura, neste caso, parece atenta aos perigos engendrados pelo silenciamento.
HÁ UMA SOCIEDADE QUE CONFUNDE REDE -APLICATIVOS COM INTERNET
A seriedade do humor de Gregório Duvivier. Seu depoimento nesta entrevista nos fornece outra face deste cidadão que faz um jornalismo sério com seu tempero exato,irônico; ele entrega a quem quer ouví-lo a face deste país que queima no desmantelo do poder dos recalcados, pervertidos cognitivamente.
Consegue sem esforço responder as indagações sem maior esforço.Além do fazer artístico, sua primeira face, ele tece um bom jornalismo.
Professor Ranulfo Cardoso -UFCG -nos envia de João Pessoa-PB- essa nova atração visual e turística. Vista Panorâmica da cidade, orla e até a cidade de Cabedelo-cidade portuaria. É importante dizer que este ponto geográfico está sendo dizimado pela erosão da falésia de modo brutal com avanço do mar, arruinando esse ponto mais extremo das Américas*, e ao que sabemos pouco de contenção está se fazendo para evitar tal fato.
Leiam EROSÃO CRESCE NA BARREIRA DO CABO BRANCO
Disciplina Geografia SEED
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*A ponta do Seixas é o ponto mais oriental do continente americano e consequentemente da parte continental do Brasil. Localiza-se a leste da cidade de João Pessoa, capital do estado da Paraíba, a quatorze quilômetros do centro da cidade e a três quilômetros ao sul do bairro de Cabo Branco.
Ditador Lenín Moreno manda prender governadora de oposição
Governadora filmou sua própria prisão e denunciou essa medida ditatorial em uma transmissão ao vivo
Da redação – O presidente do Equador, Lenín Moreno, mandou a polícia prender uma governadora da oposição na madrugada de hoje. Paola Pabón, governadora de Pichincha, teve sua casa invadida de manhã por policiais. Ela filmou sua própria prisão e, por meio de uma transmissão ao vivo pelo Facebook, denunciou: “Aqui é um estado de direito. Não podem entrar em minha casa assim! Essa é a paz que ele [Lenín Moreno] se propõe ao Equador? Que esse país saiba, que o mundo saiba que esse é o governo de Moreno: a perseguição política, a repressão!”
Hoy entraron a mi casa de madrugada y derribaron la puerta mientras dormía. Me llevan detenida sin pruebas. Ser oposición en una democracia no puede ser delito. No es democracia cuando se persigue a los opositores políticos de esta forma: https://t.co/nO6GqIKE8z#SOSEcuador
A todo mi pueblo, a los pueblos del mundo, a mis hermanos y hermanas! Con la mayor dignidad que nos da la honradez de nuestros actos y el sentido histórico de nuestra lucha! pic.twitter.com/GnabF2CNg8
A governadora de Pichincha está sendo acusada de ter bloqueados estradas usando caminhões durante os protestos contra o governo. Uma acusação sem provas tirada do nada pela repressão para continuar uma perseguição política que começou desde que Lenín Moreno assumiu o governo, como sucessor de Rafael Correa, traindo em seguida o programa pelo qual foi eleito e perseguindo seus ex-aliados para implantar um programa neoliberal.
Estado de exceção
Desde que os protestos explodiram no Equador, tendo um corte no subsídio de combustíveis, exigido pelo FMI, como estopim das mobilizações, a resposta do governo do Equador foi simplesmente mais repressão. Lenín Moreno decretou, primeiro, estado de exceção, escancarando o golpe que foi sua chegada ao poder e a ditadura à qual os equatorianos estão submetidos. De lá para cá, o presidente golpista já colocou o exército na rua para esmagar a população, já mudou ca capital de cidade (de Quito para Guayaquil) e estabeleceu um toque de recolher, vigorando das 20h às 5h.
Ao todo, a repressão da ditadura equatoriana já matou sete manifestantes até agora, com mais de mil pessoas detidas e mais de mil feridos pela repressão. Sem nenhum apoio popular, a ditadura golpista procurará se manter com apoio do imperialismo e dos militares, por meio de uma brutal repressão
O mundo talvez coma menos carne, há uma tendência ao vegano, mas o que nos garante que é orgânico o é?Afora isto desconhecemos as condições sociais do trabalho do campo onde salários miseráveis são pagos e as condições de trabalho que se oferecem aos trabalhadores. Os supermercados não interessa indicar procedência e certificação de qualidade de trabalho .Desta feita somos coniventes aos fatos de exploração do trabalho escravo ou semi-escravo.O que faz a tecnologia por isto ? Nada.
E ela é apontada como a salvadora da pátria.
Não levamos em consideração o nível de contaminação não só dos frutos como dos trabalhadores e a roda gira e nós impulsionamo-la. Em tempos atuais , ditos mais modernos, somos mais contaminados e levados ao obscuro mundo do trabalho escravo e nada disto nos atormenta.Somos anestesiados pelo dia a dia, pela marca dos grande supermercados que nos induzem a confiar nos mesmos. Eles tripudiam em nossa cara, sabe de nossas carências e ignorâncias face aos meios de produção.E comemos, comemos e acariciamos o trabalho escravo e os agrotóxicos que faz a maquiagem dos produtos tornando-os apetitáveis .
Abaixo matéria de OUTRAS PALAVRAS
O amargo sabor da fruticultura brasileira
Relatório aponta: produção de frutas é bilionária, mas superexplora trabalhadores no Nordeste. Empregos temporários e exposição a venenos são práticas comuns. Redes como Carrefour e Pão de Açúcar fazem vista grossa às violações…
As frutas que chegam à mesa de milhões de brasileiros — e são exportadas para diversos países — podem ter uma sórdida origem: a superexploração do trabalho no Nordeste, grande polo desse cultivo no país. Apontado como o terceiro maior produtor de frutas do mundo, gera cerca de R$ 40 bilhões por ano. De acordo com a pesquisa Produção Agrícola Municipal (PAM) de 2017, realizada pelo IBGE, o Brasil não garante salários e condições dignas a grande parte dos trabalhadores que estão no campo plantando e colhendo. Para agravar a situação, as grandes redes de supermercado, principais compradoras da produção frutífera, fazem vista grossa às violações trabalhistas de seus fornecedores.
É o que aponta o relatórioFrutas Doces, Vidas Amargas, lançado nessa quinta-feira (10/10) pela Oxfam Brasil. Foram analisadas as cadeias produtivas de três importantes frutas no Nordeste: melão, uva e manga, que empregam cerca de 88 mil pessoas. Embora a fruticultura seja celebrada como moderna atividade econômica e geradora de empregos no semiárido brasileiro, seus trabalhadores estão entre os 20% mais pobre do Brasil.
“Nosso relatório revela o sofrimento de muitas famílias e as desigualdades na cadeia de produção e venda das frutas brasileiras, do campo aos supermercados”, afirma Gustavo Ferroni, coordenador político da área de Setor Privado, Direitos Humanos e Desigualdades da Oxfam Brasil, e responsável pelo relatório.
Os trabalhadores dessa área vivem, em geral, sob constante ameaça de contaminação por agrotóxicos, não têm condições básicas de segurança e subsistência, mal têm o que comer e penam com a injusta diferença na remuneração entre homens e mulheres. Metade deles, “safristas”, são empregados apenas seis meses ao ano e, depois, demitidos. A renda mensal dessa modalidade intermitente de trabalho não ultrapassa os R$ 700, valor abaixo ao salário mínimo brasileiro atual, fixado em R$ 998, e irrisório quando se trata de sustentar uma família de quatro pessoas, como é o caso da maioria desses trabalhadores.
Além disso, o relatório aponta que essas culturas frutíferas pouco ou nada impactam no desenvolvimento local. Dos 20 municípios que mais produzem manga, por exemplo, considerando apenas os 11 localizados no Nordeste, área abordada pela pesquisa, nenhum possui Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHm) superior à média nacional. Cinco deles têm o IDHm considerado baixo e, nos outros seis, mediano.
“O argumento de que qualquer emprego é melhor que nenhum emprego coloca sobre os trabalhadores o peso de aceitarem qualquer condição de trabalho e exime setores econômicos de suas responsabilidades. Isso não é justo. A cadeia das frutas gera riqueza e é necessário que essa riqueza seja mais bem distribuída”, afirma Katia Maia, diretora-executiva da Oxfam Brasil. “As pessoas que estão colhendo as frutas que chegam às nossas mesas têm o direito a ter uma vida digna. E os supermercados têm o dever e a responsabilidade de ajudar a mudar esse preocupante cenário que estamos apontando”, conclui ela.
A responsabilidade dos supermercados
As maiores redes de supermercados do Brasil, Carrefour, Pão de Açúcar e Grupo Big (ex-WalMart Brasil), detêm 46,6% do mercado atacadista do país, e são as grandes beneficiárias desses produtos gerados com o sofrimento de dezenas de milhares de pessoas. A Oxfam Brasil analisou políticas e relatórios disponibilizados publicamente por essas três empresas e concluiu que, caso fosse de seu interesse, elas poderiam incidir na produção para garantir melhores condições de trabalho das empresas fornecedoras de frutas.
El peronismo impidió que la pobreza se naturalice", sostiene Forster. Imagen: Pablo Piovano
Entrando ao Assunto-
"-El neoliberalismo es una trama que va generando sentido común, disciplinamiento social y nuevas formas de subjetivación. Hasta fines de los '70, la movilidad social ascendente era una virtud que estaba ligada también al aumento del consumo. Esa movilidad todavía se asociaba a un proyecto en el que el Estado cumplía un rol fundamental atendiendo la salud, la educación pública y el acceso a la vivienda, con altísimas tasas de sindicalización que implicaban una cultura del trabajo "Foster
Já é repetitivo o que nos diz Foster, mas é preciso repetir, repetir, difundir, explicar a cegueira a que estamos submetidos ou que queremos -sim , queremos ser consumidores, para estar e ser nessa sociedade em que não mais afinamos o sujeito à cidadania e sim ao mercado de modo a criar uma aura de sujeito inserido, posto, visível aos outros partícipes dessa onda falsa de ser e só assim ganharmos uma pseudo-subejtividade. Ter uma performance de ser inserido no sistema.
O consumo há muito vem sendo apontado como destruidor do próprio capitalismo,sim isto mesmo- e da negação do sujeito.Baudrillard -Sociedade do Consumo -nos avisava, entre outros disto, como Canclini,Deleuze e outros mais.
A direita, e ou a ultradidireita vem assolando o mundo e pregando o credo do consumo há séculos. A infância foi atacada violentamente pelo consumo, claro para faze-la mais tarde o grande consumidor voraz.Tenho a tendência de ser empático aos latinos que comentam o assunto,mesmo que usando suportes da velha Europa, mas que de algum modo sente na pele por ser latino .Por outras vezes somos avisados,mas os textos são duros e difíceis para quem não é acadêmico.
A educação teria que ter um papel fundamental na revelação para a moçada do crime que se pratica contra ela.
Quando iremos despertar? Quando iremos entender que a pobreza não é algo natural?
O estado resultou em cúmplice do sistema no liberalismo e neoliberalismo e poucas vielas nos restam para resistir- A Educação é perseguida cruelmente pela direita, como no caso da América Latina, salvo alguns pequenos redutos.
Leiam abaixo a matéria de Página12 Argentina com Foster e sua entrevista:
El filósofo publicó "La sociedad invernadero"
*Ricardo Forster: "La humanidad nunca fue tan desigual como ahora"
El libro indaga en tradiciones diversas para desentrañar los peligros del neoliberalismo,las paradojas de la libertad, la fábrica de subjetividad y la digitalización del mundo.
“La humanidad nunca fue tan desigual como en esta época”, dice el filósofo Ricardo Forster, que acaba de publicar La sociedad invernadero (Akal/ Inter Pares), un libro fundamental para analizar la trama de la contemporaneidad y sus estrategias de dominación; un itinerario intelectual que indaga en las herencias y tradiciones diversas –de David Harvey a Immanuel Wallerstein, pasando por Joseph Vogl, Wolfgang Streeck, Slavoj Zizek, Ernesto Laclau, Fredric Jameson, Mark Fischer, Boris Groys, Nicolás Casullo y Wendy Brown, entre otros- para desentrañar los peligros del neoliberalismo, las paradojas de la libertad, la fábrica de subjetividad, el neofascismo y la digitalización del mundo.
Si uno mira el giro del capitalismo de bienestar al capitalismo neoliberal, a partir de los años '80 aumentó dramáticamente la desigualdad y generó un proceso creciente de precarización que fue ampliando los índices de pobreza”, plantea Forster, autor de Crítica y sospecha. Los claroscuros de la cultura moderna, Mesianismo, nihilismo y redención, La muerte del héroe y La anomalía kirchnerista, entre otros. “El neoliberalismo desarma el Estado de Bienestar y no logra contener la caída exponencial de las clases medias y los sectores que siendo parte del mundo popular no eran excluidos del sistema, pero que con la precarización, la pérdida de empleos y el aumento exponencial de los precios devienen pobres sin que el Estado tenga los instrumentos ni los recursos ni el objetivo de contenerlos”, explica Forster en la entrevista con Página/12. “El peronismo impidió que la pobreza se naturalice y generó lo que podríamos llamar una memoria igualitarista”, advierte el filósofo.
*Ricardo Forster é filósofo argentino, historiador de idéias e crítico político. Ele é professor e pesquisador da Universidade de Buenos Aires e da Universidade de Maryland. Ele também é membro do conselho editorial da revista Pensamiento de los Confines.
ATILIO BORON* Fala mais atentamente...Vamos escutá-lo , ponderar,Lenin não é confiável; fiquemos atentos.Sou mais Atílio sua perspicácia de conhecedor da América Latina.
Ecuador: desmovilización indígena y popular a cambio de nuevas promesas de Moreno referidas tan solo al primer punto de la compleja agenda impuesta por FMI. ¿Y el resto? ¿Y los muertos, desaparecidos y heridos? ¿Todo solo x la gasolina,? Me opongo al triunfalismo reinante pic.twitter.com/4C5adEzP9A
Qué vergüenza en la mesa la dirigencia indígena con claros fundamentos pide la derogación del 883 y del lado del gobierno el circo encabezado por el payaso mayor . pic.twitter.com/M7GybNsyGY