sexta-feira, 28 de janeiro de 2011
Ana Vieira Contra a retórica da certeza
POR ISPSILON PT
19.01.2011 - Nuno Crespo
Através de jogos de reflexos e da encenação de presenças Ana Vieira constrói uma narrativa de ambiguidades e suspense: nunca se sabe o que está atrás de uma porta, de uma cortina ou o que acontece depois de atravessar um corredor ou transpor um muro
"Muros de Abrigo" é o título da exposição de Ana Vieira no Centro de Arte Moderna da Fundação Calouste Gulbenkian. Um título, disse a artista ao Ípsilon na visita guiada que noz fez, relevador das inquietações e matérias do seu trabalho e que surgiu de uma história de infância cuja importância sublinha. E a história é assim:
"Em São Miguel, quando chegava a casa vinda da escola, a primeira coisa que me apetecia fazer era ir passear para uma zona de plantação de vinha, de que gostava muito. Ia buscar um molho de chaves e dirigia-me à parte da propriedade mais próxima do mar. Nessa zona existiam grandes muros de pedra, muros de abrigo, que protegiam a vinha da maresia [...]. Absorvi esse espaço, a ambiguidade de ser simultaneamente aberto e fechado, e ainda o facto de haver passagens, de implicar tempo, cadências e percursos. A última porta dava para o mar." (texto publicado catalogo da exposição)
"Não interessa saber se é verdade ou não, se era tudo exactamente como conto", diz Ana Vieira. E esta indecisão quanto ao conteúdo factual e verificável da narrativa é uma indicação precisa do seu universo criativo. Todos os seus trabalhos, como esta história, para além da relação específica que possuem com a história da arte e com a linguagem artística que utiliza (pintura, escultura, fotografia, som), são sempre ficções e "encenações" (que é, diz, o modo como gosta de chamar os seus trabalhos).
Encenações as quais reivindicam, paralelamente ao seu estatuto estético, a dimensão lúdica do jogo que diz ser importante recuperar para a vida quotidiana: "As minhas peças são uma espécie de propostas de jogos como no teatro. E nós no quotidiano precisamos dessa dimensão. O meu trabalho tem muito que ver com a encenação no sentido teatral."
Este sublinhar da metáfora teatral mostra não estar em causa um jogo qualquer, mas um com uma linguagem rigorosa e onde se assiste à disposição de diferentes coisas (paisagens, objectos, palavras, pessoas) com vista à criação de um universo ajustado e com sentido: os ambientes e as casas encenados por Ana Vieira constituem-se sempre como mediações para o mundo, a vida e a existência. São passagens. Todo o trabalho de Ana Vieira está sempre a regressar às operações que a criança realizava na quinta paterna: absorve o espaço, explora a ambiguidade de tudo quanto há, cria zonas de passagem e pontos de fuga e evasão que exigem movimentos contínuos daqueles que atravessam os seus corredores, percorrem as suas casas ou permanecem nos ambientes que encena.
A permanência destes temas torna-se clara na exposição porque se podem ver obras de tempos tão diferentes como 1967 e 2008 e estes 40 anos de trabalho dão a ver as passagens, os diálogos estabelecidos com a sua época e com outros artistas e, sobretudo, a trama invisível que mantém unidos os muros da infância e as casas fantasmáticas e assombradas da artista crescida (veja-se "Casa Desabitada", 2004)
Sentir com o corpo
Ana Vieira nasceu em Coimbra em 1940, cresceu da ilha de São Miguel nos Açores e estudou pintura na Escola de Belas Artes de Lisboa. Mas o título de pintora não lhe convém, não por desgostar de imagens, mas porque sempre sentiu que não só as suas pinturas "desgostavam a um morto", diz ironicamente, mas também porque com a pintura não conseguia atingir o modo de compreensão que queria. A pintura que aprendia na academia era cheia de constrangimentos e "empecilhos", para além de lhe tentar impor uma lógica de paleta e cavalete que não lhe serviam. Já na altura da sua formação procurava modos de criar espaços porque "a contemplação não me chega, tenho de sentir com o corpo. É como quando olho para o mar: não consigo ficar quieta tenho de ir mergulhar."
Esta relação problemática com a pintura foi desde cedo tematizada. Já em 1968 dizia: "sob o ponto de vista académico, que impõe ao artista a paleta e o cavalete, pode chocar o princípio de que cada artista se pode exprimir com quaisquer materiais ou melhor recorrendo aos meios que mais lhe convêm." ("Correio dos Açores", 1.09.1968)
Enfatizar a expressão contra uma linguagem artística instituída deu origem a uma lógica não de destruição da herança artística que recebeu, mas à construção de obras em que as lógicas artísticas dominantes eram abandonadas. Para Paulo Pires do Vale, comissário da exposição, os trabalhos de Ana Vieira dos anos 60-70 são uma "revolta contra o plinto e contra a moldura. Contra a obra sacralizada, fechada e afastada da existência" a artista reivindica "uma arte viva, participada, partilhada não só na recepção, mas já na sua produção."
Um gesto de revolta que a faz afastar-se dos clichés visuais e intelectuais do discurso habitual da arte, mas simultaneamente reafirma a validade e permanência dos valores artísticos. Quando isso acontece Ana Vieira apropria-se de obras "clássicas" e muito conhecidas, e por ela muito admiradas, e "refaz" esses acontecimentos artísticos. Em "Ambiente" (1972) é a famosa Vénus de Milo que ocupa o centro de uma sala com paredes de cortinas esvoaçantes e transparentes. A escultura elevada por um plinto está rodeada de cadeiras vazias (onde já ninguém se senta? ou onde ninguém nunca se sentou?) que, na sua cor negra dominante, sugerem um ambiente fúnebre. Esta morte encenada não é um lamento, mas um retomar da potência da arte: por mais que se anuncie a morte da arte, ela permanece potente, significativa, resistente e são sempre os homens com as suas ideias que morrem, são as cadeiras que estão vazias, a escultura continua lá a exercer o seu poder.
Com "Le Déjeuner sur L'Herbe 77" (1977) é o pintor Manet que Ana Vieira retoma. Não por descontentamento, mas por admiração. Pega na pintura e torna-a mais "real" ao transformar a bidimensionalidade em tridimensionalidade: uma toalha estendida no chão, com copos, corpos, natureza. Corpos que podem ser atravessados e assumidos pelo corpo do visitante.
Voyeur
Neste gesto da artista não existe nenhum tipo de reclamação teórica ou o estabelecimento de um programa e trabalho. É um modo sensível e intuitivo de tornar suas as imagens (que diz estarem sempre no começo das suas obras) que deseja, admira e quer possuir. Por isso, este voltar a fazer, longe de ser uma cega repetição ou a crítica aos clichés e sistemas da simbólicos e institucionais da arte, é uma forma de tornar íntimo e próprio.
Os fascínios de Ana Vieira não são só constituídos pelos momentos consagrados da história da arte, mas faz parte da generosidade do seu olhar a atenção ao que a rodeia e o permanente movimento de procurar o que mais lhe convém. Foi assim com as sombras de Lourdes Castro, os espelhos de Michelangelo Pistoletto, as performances de Joan Jonas que em Paris viu com Helena Almdeia, e é assim com Jorge Silva Melo que produziu a sua inesquecível exposição "Casa Desabitada" e que está a terminar um filme sobre a artista chamado "E o que não é dito".
Aos 70 anos Ana Vieira continua a afirmar que não ter sido descoberta foi a sua "grande sorte", pois só assim pôde fazer um trabalho totalmente livre e, sobretudo, um "trabalho contra as retóricas da certeza."
Esta luta longe de ser uma metáfora descreve uma inquietação a qual tem na "Janela Indiscreta" (1954) de Hitchcock a boa apresentação. O filme, diz a artista, é a melhor descrição do seu trabalho porque mostra alguém sempre inquieto por ver através das coisas e nesse movimento de visão as fronteiras entre o dentro/fora, próximo/distante, ausente/presente ficam abaladas e são transpostas.
Acrescente-se que o voyeur é um lugar permanente no trabalho de Ana Vieira: está-se sempre a espreitar através de janelas, pelo buraco das janelas, pelas frinchas das portas. E sempre a assistir a acontecimentos privados, domésticos, quotidianos, cuja potência artística parece nula, mas que a Ana Vieira surgem como mote permanentemente desenvolvido.
Se o espreitar do voyeur é a modalidade da experiência da sua obra, a casa é o seu lugar de segurança. Porto inabalável contra todas as tentativas de desvanecimento do corpo, das imagens e sensações.
E com a casa surgem silhuetas, sombras, sugestões, jogos de espelhos que remetem o espectador para um universo de reflexos e de imagens. Não se trata da exploração do ambiente doméstico, mas das fantasmagorias da normalidade. Ana Vieira materializa os fantasmas (que são produtos da "phantasia" que é o nome antigo da imaginação) da normalidade, as imagens espectrais que continuamente são sugeridas pela casa que se habita, se espreita ou se visita. E com os seus trabalhos a experiência da arquitectura transforma-se em inquietação e permanente novidade: nunca se sabe o que está atrás de uma porta, de uma cortina ou o que acontece depois de atravessar um corredor ou transpor um muro.
quinta-feira, 27 de janeiro de 2011
ESTAMOS EM PLENO MAR DO CAPITALISMO DIGITAL- DO CONTROLE
Como nos afirmou Deleuze estamos na Sociedade de Controle, não mais a disciplinar , de Foucault, todos nos controlam, sobretudo os instrumentos do Capital.Agora somos BBB, vigiados , espionados dia a dia, hora a hora, segundo a segundo, e a moçada vibra, com a própria dominação.O entretenimento é a própria publicidade, e ai consumo adentra ferrenho, como moda, como consumir , para ser e estar.
Se não bastasse o email os web sites, estamos nas redes , chamadas de sociais, onde as palavras e imagens discursam e tem o poder de fazer a realidade, mesmo que se distancie da presencial.
Há mortos na Serra, do Rio, na periferia e Bairros de São Paulo , mas o que prevalece, parece, é o que é dito no, meio digital.
Estamos como nos dizia Baudrillard no ápice do simulacro, que engana , esconde, mente, e nada fazemos, estamos sob o controle e sem saída.
Não há cortina, não há véus, há a mascara grudada, em que somos um outro que nem sabemos quem somos.Se não sabíamos da persona, agora mais ainda.
Triunfo absoluto da era Digital, em que os conformes de facilidades enganam o sequestro nosso definitivo, sem volta, sem pagamento que nos devolva a antes.
Antes, é escuso, antigo, não atual, não moderno.
E nos perdemos, ou nos encontramos em outra era do humano.
A carta não vinga mais, o email, deixa de ser e assume as redes sociais, que breve, nos cobrará por participar, mais ainda, pois já pagamos com nossa vida devassada e controlada.
quarta-feira, 26 de janeiro de 2011
Exclusivo: ex-aluna que revelou aborto de Monica Serra fala sobre futuro livro
POR JORNAL DO BRASIL CLIQUE NO TÍTULO ELEIA NA FONTE ORIGINAL
Exclusivo: ex-aluna que revelou aborto de Monica Serra fala sobre futuro livro
Sheila Ribeiro diz gostar da ex-professora e que obra é sobre cidadania. Para a dançarina, brasileiros devem se manifestar "sem medo e sem provocar picuinhas"
Jornal do Brasil
Paulo Marcio Vaz
A dançarina Sheila Canevacci Ribeiro, que durante a última campanha presidencial se manifestaou no Facebook e revelou ao país um suposto aborto cometido por sua ex-professora Monica Serra, esposa do então candidato tucano à Presidência, José Serra, está escrevendo um livro, como o JB revelou ontem. A obra, ainda em “estágio embrionário”, é “sobre o duplo discurso e o oportunismo do aborto nas eleições”, explica a dançarina. Em entrevista exclusiva, Sheila faz questão de dizer que seu livro é sobre “cidadania”, e não sobre Monica. Ela garante que nunca teve a intenção de acusar ou denunciar ninguém.
“Não é um livro sobre o aborto, muito menos sobre a Monica”, diz a dançarina. “Eu ainda gosto dela e a respeito muito como professora. Quem sou eu para ficar acusando?”.
Sheila se diz incomodada pela forma como sua manifestação no Facebook, ocorrida depois que ela assistiu a um debate entre José Serra e sua rival, a então candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, foi encarada por parte da mídia e da população. A atitude de Sheila se deu depois de Dilma fazer menção, no debate, a uma frase em que Monica teria dito que a petista seria a favor de “matar criancinhas”:
"Eu apenas assisti a um debate eleitoral e escrevi uma reflexão a respeito", disse Sheila. Foto: Reprodução
“Eu apenas assisti a um debate eleitoral e escrevi uma reflexão a respeito. Só tive uma reação ao debate”, afirma Sheila.
A dançarina diz que, na época da polêmica causada por sua manifestação na internet, muitos diziam que ela deveria temer por sua segurança. Para Sheila, esse tipo de comportamento mostra que “o brasileiro ainda vive numa ditadura”:
“Pessoas me pergutavam se eu não tinha medo. O brasileiro está um pouco atrasado na questão política”, avalia. “A população tem que falar sobre as coisas”.
O livro
No livro, ainda sem título – Sheila pede sugestões a seus amigos no Facebook – a dançarina quer incluir artigos e reportagens publicadas na época da polêmica, entre eles um texto de seu marido, o antropólogo italiano Massimo Canevacci, além de comentários dos internautas, muitos deles postados em sua página no Facebook.
Considerando a interntet como a “democratização de fato”, Sheila diz querer convidar “a todos os brasileiros a entenderem que eles têm nome e sobrenome. E que devem se manifestar sem medo, e também sem a intenção de causar picuinhas”.
Em sua página no Facebook, na qual ela fez o anúncio sobre a obra, a dançarina diz que o livro terá que ser “barato e acessível”. “A dança do discurso” foi o primeiro título sugerido, por ela mesma.
Ao todo, 56 internautas postaram comentários no facebook sugerindo títulos como “A dança da mentira”, “Aborto e eleições – Locais deslocados”, “Aborto nas eleições – A face oculta” e “Dança dupla”.
Em algumas das respostas a seus amigos internautas, Sheila dá mais dicas a respeito do conteúdo da obra:
“(...) é um documento de um marco histórico. fiquei impressionada como td mundo falou em coragem e medo e acho q aqui precisa de muito trabalho de valorizaçao de açoes comuns, civis... é um livro q quer ser positivo e não resmungão”.
Em um dos comentários direcionados à dançarina, um internauta questiona sua capacidade como escritora:
“A sua experiência vai ser suficeinte para escrever um livro pertinente sobre isso?”.
“A sua pergunta é um pouquinho arrogante”, reage a dançarina.
Lembrando a campanha
A notícia sobre um suposto aborto cometido por Monica Serra ganhou repercussão depois que Sheila Canevacci postou, em 11 de outubro, em sua página no Facebook, uma mensagem dizendo que, durante uma aula na qual a dançarina estava presente, Monica teria falado sobre um aborto feito por ela durante a ditadura, no quarto mês de gravidez. A notícia caiu como uma bomba na campanha eleitoral, já que, na disputa, Serra acusava sua então rival, Dilma Rousseff (PT), de ser a favor do aborto e ter mudado de opinião apenas para tentar ganhar votos do eleitorado mais conservador.
Exclusivo: ex-aluna que revelou aborto de Monica Serra fala sobre futuro livro
Sheila Ribeiro diz gostar da ex-professora e que obra é sobre cidadania. Para a dançarina, brasileiros devem se manifestar "sem medo e sem provocar picuinhas"
Jornal do Brasil
Paulo Marcio Vaz
A dançarina Sheila Canevacci Ribeiro, que durante a última campanha presidencial se manifestaou no Facebook e revelou ao país um suposto aborto cometido por sua ex-professora Monica Serra, esposa do então candidato tucano à Presidência, José Serra, está escrevendo um livro, como o JB revelou ontem. A obra, ainda em “estágio embrionário”, é “sobre o duplo discurso e o oportunismo do aborto nas eleições”, explica a dançarina. Em entrevista exclusiva, Sheila faz questão de dizer que seu livro é sobre “cidadania”, e não sobre Monica. Ela garante que nunca teve a intenção de acusar ou denunciar ninguém.
“Não é um livro sobre o aborto, muito menos sobre a Monica”, diz a dançarina. “Eu ainda gosto dela e a respeito muito como professora. Quem sou eu para ficar acusando?”.
Sheila se diz incomodada pela forma como sua manifestação no Facebook, ocorrida depois que ela assistiu a um debate entre José Serra e sua rival, a então candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, foi encarada por parte da mídia e da população. A atitude de Sheila se deu depois de Dilma fazer menção, no debate, a uma frase em que Monica teria dito que a petista seria a favor de “matar criancinhas”:
"Eu apenas assisti a um debate eleitoral e escrevi uma reflexão a respeito", disse Sheila. Foto: Reprodução
“Eu apenas assisti a um debate eleitoral e escrevi uma reflexão a respeito. Só tive uma reação ao debate”, afirma Sheila.
A dançarina diz que, na época da polêmica causada por sua manifestação na internet, muitos diziam que ela deveria temer por sua segurança. Para Sheila, esse tipo de comportamento mostra que “o brasileiro ainda vive numa ditadura”:
“Pessoas me pergutavam se eu não tinha medo. O brasileiro está um pouco atrasado na questão política”, avalia. “A população tem que falar sobre as coisas”.
O livro
No livro, ainda sem título – Sheila pede sugestões a seus amigos no Facebook – a dançarina quer incluir artigos e reportagens publicadas na época da polêmica, entre eles um texto de seu marido, o antropólogo italiano Massimo Canevacci, além de comentários dos internautas, muitos deles postados em sua página no Facebook.
Considerando a interntet como a “democratização de fato”, Sheila diz querer convidar “a todos os brasileiros a entenderem que eles têm nome e sobrenome. E que devem se manifestar sem medo, e também sem a intenção de causar picuinhas”.
Em sua página no Facebook, na qual ela fez o anúncio sobre a obra, a dançarina diz que o livro terá que ser “barato e acessível”. “A dança do discurso” foi o primeiro título sugerido, por ela mesma.
Ao todo, 56 internautas postaram comentários no facebook sugerindo títulos como “A dança da mentira”, “Aborto e eleições – Locais deslocados”, “Aborto nas eleições – A face oculta” e “Dança dupla”.
Em algumas das respostas a seus amigos internautas, Sheila dá mais dicas a respeito do conteúdo da obra:
“(...) é um documento de um marco histórico. fiquei impressionada como td mundo falou em coragem e medo e acho q aqui precisa de muito trabalho de valorizaçao de açoes comuns, civis... é um livro q quer ser positivo e não resmungão”.
Em um dos comentários direcionados à dançarina, um internauta questiona sua capacidade como escritora:
“A sua experiência vai ser suficeinte para escrever um livro pertinente sobre isso?”.
“A sua pergunta é um pouquinho arrogante”, reage a dançarina.
Lembrando a campanha
A notícia sobre um suposto aborto cometido por Monica Serra ganhou repercussão depois que Sheila Canevacci postou, em 11 de outubro, em sua página no Facebook, uma mensagem dizendo que, durante uma aula na qual a dançarina estava presente, Monica teria falado sobre um aborto feito por ela durante a ditadura, no quarto mês de gravidez. A notícia caiu como uma bomba na campanha eleitoral, já que, na disputa, Serra acusava sua então rival, Dilma Rousseff (PT), de ser a favor do aborto e ter mudado de opinião apenas para tentar ganhar votos do eleitorado mais conservador.
terça-feira, 25 de janeiro de 2011
Emir Sader: Prostíbulos do capitalismo
O PROF EMIR SADER SEMPRE ATENTO E LÚCIDO
22/01/2011
Blog do Emir Sader*
Nesses territórios se praticam todos os tipos de atividade econômica que seriam ilegais em outros países, captando e limpando somas milionárias de negócios como o comércio de armamentos, do narcotráfico e de outras atividades similares.
Os paraísos fiscais, que devem somar um total entre 60 e 90 no mundo, são micro-territórios ou Estados com legislações fiscais frouxas ou mesmo inexistentes. Uma das suas características comuns é a prática do recebimento ilimitado e anônimo de capitais. São países que comercializam sua soberania oferecendo um regime legislativo e fiscal favorável aos detentores de capitais, qualquer que seja sua origem. Seu funcionamento é simples: vários bancos recebem dinheiro do mundo inteiro e de qualquer pessoa que, com custos bancários baixos, comparados com as médias praticadas por outros bancos em outros lugares.
Eles têm um papel central no universo das finanças negras, isto é, dos capitais originados de atividades ilícitas e criminosas. Máfias e políticos corruptos são frequentadores assíduos desses territórios. Segundo o FMI, a limpeza de dinheiro representa entre 2 e 5% foi PIB mundial e a metade dos fluxos de capitais internacionais transita ou reside nesses Estados, entre 600 bilhões e 1 trilhão e 500 bilhões de dólares sujos circulam por aí.
O numero de paraísos fiscais explodiu com a desregulamentação financeira promovida pelo neoliberalismo. As inovações tecnológicas e a constante invenção de novos produtos financeiros que escapam a qualquer regulamentação aceleraram esse fenômeno.
Tráfico de armas, empresas de mercenários, droga, prostituição, corrupção, assaltos, sequestros, contrabando, etc., são as fontes que alimentam esses Estados e a mecanismo de limpeza de dinheiro.
Um ministro da economia da Suíça – dos maiores e mais conhecidos paraísos – declarou em uma visita a Paris, defendendo o segredo bancário, chave para esses fenômenos: “Para nós, este reflete uma concepção filosófica da relação entre o Estado e o indivíduo.” E acrescentou que as contas secretas representam 11% do valor agregado bruto criado na Suíça.
Em um país como Liechtenstein, a taxa máxima de imposto sobre a renda é de 18% e o sobre a fortuna inferior a 0,1%. Ele se especializa em abrigar sociedades holdings e as transferências financeiras ou depósitos bancários.
Uma sociedade sem segredo bancário, em que todos soubessem o que cada um ganha – poderia ser chamado de paraíso. Mas é o contrário, porque se trata de paraísos para os capitais ilegais, originários do narcotráfico, do comercio de armamento, da corrupção.
Existem, são conhecidos, quase ninguém tem coragem de defendê-los, mas eles sobrevivem e se expandem, porque são como os prostíbulos – ilegais, mas indispensáveis para a sobrevivência de instituições falidas, que tem nesses espaços os complementos indispensáveis à sua existência.
Blog do Emir Sader, sociólogo e cientista, mestre em filosofia política e doutor em ciência política pela USP – Universidade de São Paulo
22/01/2011
Blog do Emir Sader*
Nesses territórios se praticam todos os tipos de atividade econômica que seriam ilegais em outros países, captando e limpando somas milionárias de negócios como o comércio de armamentos, do narcotráfico e de outras atividades similares.
Os paraísos fiscais, que devem somar um total entre 60 e 90 no mundo, são micro-territórios ou Estados com legislações fiscais frouxas ou mesmo inexistentes. Uma das suas características comuns é a prática do recebimento ilimitado e anônimo de capitais. São países que comercializam sua soberania oferecendo um regime legislativo e fiscal favorável aos detentores de capitais, qualquer que seja sua origem. Seu funcionamento é simples: vários bancos recebem dinheiro do mundo inteiro e de qualquer pessoa que, com custos bancários baixos, comparados com as médias praticadas por outros bancos em outros lugares.
Eles têm um papel central no universo das finanças negras, isto é, dos capitais originados de atividades ilícitas e criminosas. Máfias e políticos corruptos são frequentadores assíduos desses territórios. Segundo o FMI, a limpeza de dinheiro representa entre 2 e 5% foi PIB mundial e a metade dos fluxos de capitais internacionais transita ou reside nesses Estados, entre 600 bilhões e 1 trilhão e 500 bilhões de dólares sujos circulam por aí.
O numero de paraísos fiscais explodiu com a desregulamentação financeira promovida pelo neoliberalismo. As inovações tecnológicas e a constante invenção de novos produtos financeiros que escapam a qualquer regulamentação aceleraram esse fenômeno.
Tráfico de armas, empresas de mercenários, droga, prostituição, corrupção, assaltos, sequestros, contrabando, etc., são as fontes que alimentam esses Estados e a mecanismo de limpeza de dinheiro.
Um ministro da economia da Suíça – dos maiores e mais conhecidos paraísos – declarou em uma visita a Paris, defendendo o segredo bancário, chave para esses fenômenos: “Para nós, este reflete uma concepção filosófica da relação entre o Estado e o indivíduo.” E acrescentou que as contas secretas representam 11% do valor agregado bruto criado na Suíça.
Em um país como Liechtenstein, a taxa máxima de imposto sobre a renda é de 18% e o sobre a fortuna inferior a 0,1%. Ele se especializa em abrigar sociedades holdings e as transferências financeiras ou depósitos bancários.
Uma sociedade sem segredo bancário, em que todos soubessem o que cada um ganha – poderia ser chamado de paraíso. Mas é o contrário, porque se trata de paraísos para os capitais ilegais, originários do narcotráfico, do comercio de armamento, da corrupção.
Existem, são conhecidos, quase ninguém tem coragem de defendê-los, mas eles sobrevivem e se expandem, porque são como os prostíbulos – ilegais, mas indispensáveis para a sobrevivência de instituições falidas, que tem nesses espaços os complementos indispensáveis à sua existência.
Blog do Emir Sader, sociólogo e cientista, mestre em filosofia política e doutor em ciência política pela USP – Universidade de São Paulo
segunda-feira, 24 de janeiro de 2011
Petrobras acusa Folha de São Paulo de mentir sobre a empresa
Petrobras acusa Folha de São Paulo de mentir sobre a empresa
“É mentirosa a informação sobre reuniões entre a Petrobras e o Ministério de Minas e Energia para discussão destas questões nas últimas semanas”, diz o site da Petrobras, desmentindo com veemência matéria publicada com chamada de capa na edição desta segunda-feira (24) do jornal Folha de São Paulo, sob o título "Petrobras quer reduzir compras no país".
Segundo a Petrobras, a Folha de São Paulo ignorou informações fornecidas pela empresa na última sexta-feira (21) sobre a intensificação de medidas de incentivo, cobrindo áreas estratégicas para as empresas, como tecnologia, finanças e gestão.
A empresa reafirma, da mesma forma que informou à Folha antes da publicação da matéria, que não há atraso no cumprimento das metas, nem qualquer movimentação contrária à sua ampliação. “A Petrobras não cogita nem pleiteou ao governo a redução de sua meta de índice de conteúdo nacional”, diz.
Com um crescimento de 400% nas contratações no País, a política da Petrobras de participação máxima do mercado nacional na aquisição de bens e serviços no Brasil elevou o conteúdo nacional mínimo de 57%, em 2003, para 77,34%, em 2010.
A Petrobras manifesta confiança no mercado supridor nacional e a capacidade de resposta desse mercado permitindo que a parcela nacional das contratações da Companhia registrasse um crescimento constante e acima da meta ao longo dos últimos anos.
Uso de má-fé
“A política de estímulo à indústria nacional praticada pela Petrobras tem o objetivo de utilizar seu poder de compra para ampliar a competitividade dos fornecedores nacionais”, explica a empresa, acusando de “má fé” a informação divulgada pela Folha de que a Petrobras iria privilegiar compras no exterior.
“Dentro do cronograma que vai até 2014, a empresa precisará contratar sondas e outros equipamentos no exterior para cumprir o prazo estabelecido por lei. Isso não significa, de forma alguma, deixar de cumprir as metas estabelecidas. Usar essa informação no contexto da reportagem é, no mínimo, má fé”, diz a empresa.
E anuncia que tem realizado sistemáticas reuniões com empresários de pequeno, médio e grande porte, com o objetivo de estimular a indústria nacional a desenvolver sua capacidade de fornecimento de produtos, que vão desde parafuso até sondas marítimas.
Com informações da Petrobras
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“É mentirosa a informação sobre reuniões entre a Petrobras e o Ministério de Minas e Energia para discussão destas questões nas últimas semanas”, diz o site da Petrobras, desmentindo com veemência matéria publicada com chamada de capa na edição desta segunda-feira (24) do jornal Folha de São Paulo, sob o título "Petrobras quer reduzir compras no país".
Segundo a Petrobras, a Folha de São Paulo ignorou informações fornecidas pela empresa na última sexta-feira (21) sobre a intensificação de medidas de incentivo, cobrindo áreas estratégicas para as empresas, como tecnologia, finanças e gestão.
A empresa reafirma, da mesma forma que informou à Folha antes da publicação da matéria, que não há atraso no cumprimento das metas, nem qualquer movimentação contrária à sua ampliação. “A Petrobras não cogita nem pleiteou ao governo a redução de sua meta de índice de conteúdo nacional”, diz.
Com um crescimento de 400% nas contratações no País, a política da Petrobras de participação máxima do mercado nacional na aquisição de bens e serviços no Brasil elevou o conteúdo nacional mínimo de 57%, em 2003, para 77,34%, em 2010.
A Petrobras manifesta confiança no mercado supridor nacional e a capacidade de resposta desse mercado permitindo que a parcela nacional das contratações da Companhia registrasse um crescimento constante e acima da meta ao longo dos últimos anos.
Uso de má-fé
“A política de estímulo à indústria nacional praticada pela Petrobras tem o objetivo de utilizar seu poder de compra para ampliar a competitividade dos fornecedores nacionais”, explica a empresa, acusando de “má fé” a informação divulgada pela Folha de que a Petrobras iria privilegiar compras no exterior.
“Dentro do cronograma que vai até 2014, a empresa precisará contratar sondas e outros equipamentos no exterior para cumprir o prazo estabelecido por lei. Isso não significa, de forma alguma, deixar de cumprir as metas estabelecidas. Usar essa informação no contexto da reportagem é, no mínimo, má fé”, diz a empresa.
E anuncia que tem realizado sistemáticas reuniões com empresários de pequeno, médio e grande porte, com o objetivo de estimular a indústria nacional a desenvolver sua capacidade de fornecimento de produtos, que vão desde parafuso até sondas marítimas.
Com informações da Petrobras
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Elogio à intolerância: o que a mídia tem a ver com isso?
POR CARTA MAIOR
Não deixa de ser assustador que nossa oposição política e eleitoral não só já se utilize de técnicas e estratégias importadas dos radicais de direita dos EUA como sua retórica discursiva muitas vezes resvale para a irresponsabilidade de acusações e comparações históricas infundadas e descabidas.
Venício Lima
Publicado originalmente no Observatório da Imprensa
Já foram muitas as análises e os comentários publicados neste Observatório e em outros veículos sobre os eventos ocorridos em Tucson, Arizona, no sábado, dia 8 de janeiro.
Apesar do enorme desastre da região serrana do Rio de Janeiro – que nos afeta a todos, muito mais de perto – é imperativo que se faça pelo menos um registro em relação aos trágicos eventos nos Estados Unidos por envolverem diretamente o objeto principal de nossa observação semanal: a mídia.
Intolerância em nome da democracia
Em recente balanço que fiz sobre as políticas públicas de comunicações ao longo dos oito anos de governo Lula (ver, neste OI, "O balanço dos governos Lula") mencionei o que acredito tenha sido uma das características do período, isto é, o recrudescimento da posição radical dos grupos privados de mídia em relação a qualquer proposta de regulação das comunicações, oriunda ou não do governo.
Como exemplos citei a partidarização da grande mídia e as inacreditáveis reações provocadas pela aprovação do Projeto de Indicação nº 72.10, pela unanimidade da Assembléia Legislativa do Ceará (depois vetado pelo governador Cid Gomes). Em Brasília, o advogado e editor do suplemento "Direito & Justiça" do Correio Braziliense, referindo-se às propostas aprovadas pela 1ª Conferência Nacional de Comunicação, escreveu que "Goebbels, encarregado por Hitler da difusão da propaganda nazista e de eliminar adversários do regime, não teria feito melhor".
Terminava, então, o referido balanço afirmando que "considerando a radicalização e a intolerância que têm marcado a relação entre os principais atores do campo nos últimos anos, o futuro próximo certamente reserva imensos desafios para a democratização das comunicações no Brasil".
Quão distante de nós ainda está o tipo de intolerância radical que se transforma em violência criminosa e que já se tornou uma triste rotina nos Estados Unidos?
Intolerância radical na mídia americana
Em novembro de 2010, em comentário que não constava do texto escrito preparado para a audiência pública da qual participava, o senador Jay Rockefeller (democrata da Virgínia do Oeste), presidente da Comissão de Comércio, manifestou sua irritação contra a radicalização política na mídia dos EUA. Referindo-se diretamente aos principais executivos das redes de TV a cabo, disse ele:
"Tem um pequeno ‘bug’ dentro de mim que quer a FCC [Federal Communications Commission] dizendo à FOX e à MSNBC: ‘Fora. Desligue. Chega. Adeus’. Isso faria um enorme favor ao discurso político; à nossa habilidade de fazer nosso trabalho aqui no Congresso; e ao povo americano, para que todos fossem capazes de conversar uns com os outros e ter alguma fé em seu governo e, mais importante, em seu futuro"
No texto escrito ele também afirmou:
"Quando se trata de produzir conteúdo, nossa máquina de entretenimento está, muito frequentemente, numa corrida para baixo. Ainda pior, nossos noticiários se entregaram totalmente às forças do entretenimento. Ao invés do fiscal que exerce um controle sobre os excessos do governo e dos negócios, temos o latido interminável de um ciclo noticioso de 24 horas [the endless barking of a 24-hour news cycle]. Nós temos um jornalismo que está sempre ávido pelo próximo rumor, mas insuficientemente interessado pelos fatos que podem nutrir nossa democracia. Como cidadãos, estamos pagando o preço" (ver aqui nota do New York Times sobre o assunto).
A polêmica posição do senador Rockefeller foi, por óbvio, bombardeada pela grande mídia nos EUA como uma ameaça à liberdade de imprensa. Sua lembrança, no entanto, serve para mostrar como não escapava a empresários/políticos como ele o papel de instigadora da intolerância que a mídia americana vem desempenhando no país, sobretudo após a eleição e posse de Barack Obama.
Que se saiba, as declarações de Jay Rockefeller não mereceram maiores comentários na grande mídia brasileira. O fato é apenas mais um a confirmar as imensas dificuldades que a mídia tem de lidar criticamente com o papel que ela própria joga na construção democrática, para além da retórica da defesa da liberdade de expressão associada a seus interesses comerciais.
Por outro lado, não é fácil para um jornalista setorial, imerso no cumprimento de uma pauta e no atendimento ao "enquadramento" esperado por seu editor/patrão, avaliar qual a "representação" da sociedade está ajudando a construir cotidianamente.
Some-se a tudo isso a preocupante característica da internet que parece facilitar a radicalização de opiniões. Perry Hewitt, da Universidade de Harvard, afirmou recentemente:
"A internet pode ser uma força positiva para criar laços sociais, mas negativa no que diz respeito à violação das liberdades civis e no aumento da polarização de opiniões" [ver aqui].
EUA vs. Brasil
Não temos entre nós o que tem sido chamado de "cultura do ódio" e, menos ainda, a tradição de acesso e uso indiscriminado de armas de fogo que existe nos EUA.
Apesar disso, não deixa de ser assustador que nossa oposição política e eleitoral, não só já se utilize de técnicas e estratégias importadas dos radicais de direita americanos (ver "Guerra suja na campanha eleitoral"), como sua retórica discursiva muitas vezes resvale para a irresponsabilidade de acusações e comparações históricas infundadas e descabidas.
Estaria sendo construído aqui um rastro de intolerância política radical que, de certa forma, tem se manifestado nos embates sobre a regulação da mídia?
Oxalá minha análise esteja equivocada.
Venício A. de Lima é professor titular de Ciência Política e Comunicação da UnB (aposentado) e autor, dentre outros, de Liberdade de Expressão vs. Liberdade de Imprensa – Direito à Comunicação e Democracia, Publisher, 2010.
Não deixa de ser assustador que nossa oposição política e eleitoral não só já se utilize de técnicas e estratégias importadas dos radicais de direita dos EUA como sua retórica discursiva muitas vezes resvale para a irresponsabilidade de acusações e comparações históricas infundadas e descabidas.
Venício Lima
Publicado originalmente no Observatório da Imprensa
Já foram muitas as análises e os comentários publicados neste Observatório e em outros veículos sobre os eventos ocorridos em Tucson, Arizona, no sábado, dia 8 de janeiro.
Apesar do enorme desastre da região serrana do Rio de Janeiro – que nos afeta a todos, muito mais de perto – é imperativo que se faça pelo menos um registro em relação aos trágicos eventos nos Estados Unidos por envolverem diretamente o objeto principal de nossa observação semanal: a mídia.
Intolerância em nome da democracia
Em recente balanço que fiz sobre as políticas públicas de comunicações ao longo dos oito anos de governo Lula (ver, neste OI, "O balanço dos governos Lula") mencionei o que acredito tenha sido uma das características do período, isto é, o recrudescimento da posição radical dos grupos privados de mídia em relação a qualquer proposta de regulação das comunicações, oriunda ou não do governo.
Como exemplos citei a partidarização da grande mídia e as inacreditáveis reações provocadas pela aprovação do Projeto de Indicação nº 72.10, pela unanimidade da Assembléia Legislativa do Ceará (depois vetado pelo governador Cid Gomes). Em Brasília, o advogado e editor do suplemento "Direito & Justiça" do Correio Braziliense, referindo-se às propostas aprovadas pela 1ª Conferência Nacional de Comunicação, escreveu que "Goebbels, encarregado por Hitler da difusão da propaganda nazista e de eliminar adversários do regime, não teria feito melhor".
Terminava, então, o referido balanço afirmando que "considerando a radicalização e a intolerância que têm marcado a relação entre os principais atores do campo nos últimos anos, o futuro próximo certamente reserva imensos desafios para a democratização das comunicações no Brasil".
Quão distante de nós ainda está o tipo de intolerância radical que se transforma em violência criminosa e que já se tornou uma triste rotina nos Estados Unidos?
Intolerância radical na mídia americana
Em novembro de 2010, em comentário que não constava do texto escrito preparado para a audiência pública da qual participava, o senador Jay Rockefeller (democrata da Virgínia do Oeste), presidente da Comissão de Comércio, manifestou sua irritação contra a radicalização política na mídia dos EUA. Referindo-se diretamente aos principais executivos das redes de TV a cabo, disse ele:
"Tem um pequeno ‘bug’ dentro de mim que quer a FCC [Federal Communications Commission] dizendo à FOX e à MSNBC: ‘Fora. Desligue. Chega. Adeus’. Isso faria um enorme favor ao discurso político; à nossa habilidade de fazer nosso trabalho aqui no Congresso; e ao povo americano, para que todos fossem capazes de conversar uns com os outros e ter alguma fé em seu governo e, mais importante, em seu futuro"
No texto escrito ele também afirmou:
"Quando se trata de produzir conteúdo, nossa máquina de entretenimento está, muito frequentemente, numa corrida para baixo. Ainda pior, nossos noticiários se entregaram totalmente às forças do entretenimento. Ao invés do fiscal que exerce um controle sobre os excessos do governo e dos negócios, temos o latido interminável de um ciclo noticioso de 24 horas [the endless barking of a 24-hour news cycle]. Nós temos um jornalismo que está sempre ávido pelo próximo rumor, mas insuficientemente interessado pelos fatos que podem nutrir nossa democracia. Como cidadãos, estamos pagando o preço" (ver aqui nota do New York Times sobre o assunto).
A polêmica posição do senador Rockefeller foi, por óbvio, bombardeada pela grande mídia nos EUA como uma ameaça à liberdade de imprensa. Sua lembrança, no entanto, serve para mostrar como não escapava a empresários/políticos como ele o papel de instigadora da intolerância que a mídia americana vem desempenhando no país, sobretudo após a eleição e posse de Barack Obama.
Que se saiba, as declarações de Jay Rockefeller não mereceram maiores comentários na grande mídia brasileira. O fato é apenas mais um a confirmar as imensas dificuldades que a mídia tem de lidar criticamente com o papel que ela própria joga na construção democrática, para além da retórica da defesa da liberdade de expressão associada a seus interesses comerciais.
Por outro lado, não é fácil para um jornalista setorial, imerso no cumprimento de uma pauta e no atendimento ao "enquadramento" esperado por seu editor/patrão, avaliar qual a "representação" da sociedade está ajudando a construir cotidianamente.
Some-se a tudo isso a preocupante característica da internet que parece facilitar a radicalização de opiniões. Perry Hewitt, da Universidade de Harvard, afirmou recentemente:
"A internet pode ser uma força positiva para criar laços sociais, mas negativa no que diz respeito à violação das liberdades civis e no aumento da polarização de opiniões" [ver aqui].
EUA vs. Brasil
Não temos entre nós o que tem sido chamado de "cultura do ódio" e, menos ainda, a tradição de acesso e uso indiscriminado de armas de fogo que existe nos EUA.
Apesar disso, não deixa de ser assustador que nossa oposição política e eleitoral, não só já se utilize de técnicas e estratégias importadas dos radicais de direita americanos (ver "Guerra suja na campanha eleitoral"), como sua retórica discursiva muitas vezes resvale para a irresponsabilidade de acusações e comparações históricas infundadas e descabidas.
Estaria sendo construído aqui um rastro de intolerância política radical que, de certa forma, tem se manifestado nos embates sobre a regulação da mídia?
Oxalá minha análise esteja equivocada.
Venício A. de Lima é professor titular de Ciência Política e Comunicação da UnB (aposentado) e autor, dentre outros, de Liberdade de Expressão vs. Liberdade de Imprensa – Direito à Comunicação e Democracia, Publisher, 2010.
“Hay que luchar contra los lugares comunes”
Pasó por Buenos Aires para presentar su libro El triunfo de la muerte, al que define así: “Es un comentario sobre cómo percibimos la muerte y cómo la interpreta el arte”. El libro explora el remordimiento de una mujer que busca desesperadamente el castigo.
domingo, 23 de janeiro de 2011
Editora é acusada de plagiar traduções de Monteiro Lobato
Ministério Público Federal investiga obras lançadas pela Martin Claret
Guss de Lucca, iG São Paulo | 22/01/2011 10:28
O intelectual brasileiro Monteiro Lobato
Além de autor de romances consagrados, o escritor Monteiro Lobato, criador do Sítio do Pica-Pau Amarelo, também se dedicou a traduções de obras estrangeiras para o português, entre elas “O Livro da Jângal”, de Rudyard Kipling, e “O Lobo do Mar”, de Jack London.
Essas duas obras foram lançadas no Brasil pela editora Martin Claret, com traduções atribuídas a Alex Marins e Pietro Nassetti. O Ministério Público Federal investiga denúncia de que ambas seriam, na verdade, de Lobato.
"'O Livro da Jângal' da Martin Claret é idêntico ao do Monteiro Lobato, enquanto 'O Lobo do Mar' tem leves mudanças", explica a autora da denúncia, a tradutora Denise Bottmann. "Mandei a petição e diversas fotocópias para várias livrarias, pedindo que tirassem as publicações de circulação, o que não ocorreu. A questão principal é o desrespeito ao leitor, que mal sabe que está lendo Monteiro Lobato".
Guss de Lucca, iG São Paulo | 22/01/2011 10:28
O intelectual brasileiro Monteiro Lobato
Além de autor de romances consagrados, o escritor Monteiro Lobato, criador do Sítio do Pica-Pau Amarelo, também se dedicou a traduções de obras estrangeiras para o português, entre elas “O Livro da Jângal”, de Rudyard Kipling, e “O Lobo do Mar”, de Jack London.
Essas duas obras foram lançadas no Brasil pela editora Martin Claret, com traduções atribuídas a Alex Marins e Pietro Nassetti. O Ministério Público Federal investiga denúncia de que ambas seriam, na verdade, de Lobato.
"'O Livro da Jângal' da Martin Claret é idêntico ao do Monteiro Lobato, enquanto 'O Lobo do Mar' tem leves mudanças", explica a autora da denúncia, a tradutora Denise Bottmann. "Mandei a petição e diversas fotocópias para várias livrarias, pedindo que tirassem as publicações de circulação, o que não ocorreu. A questão principal é o desrespeito ao leitor, que mal sabe que está lendo Monteiro Lobato".
sexta-feira, 21 de janeiro de 2011
quinta-feira, 20 de janeiro de 2011
Suma de artistas y materiales
Una muestra de collages de varios autores en la galería Mara La Ruche dispara reflexiones sobre esta técnica. Una de las obras va más allá: la crearon cinco artistas.
POR JUDITH SAVLOFF
LEIA MAIS CLICANDO NO TÍTULO
Arnaiz, Kirin, Lecuona, Sclavo, Stupia. 2010, técnica mixta s/madera 225 x 220 cm.
Etiquetado como:collages
Es como Frankenstein. “Como el Golem, un ser utópico”, dice Jorge Mara, el galerista. “Hay aire, circulación, sus elementos se articulan”, agrega Eduardo Stupía, artista. Y sí: de a poco parece que el gran collage que realizaron Kirin, Juan Lecuona, Fidel Sclavo, Carlos Arnáiz y el propio Stupía, respira.
Al principio, el enorme cuadro hecho a diez manos con fragmentos de papel, dibujos, madera, plásticos, textos, se planta quieto y desconcertante, al fondo de la galería. Es una composición abstracta con pequeñas zonas figurativas, relieves, sombras, dobleces, volúmenes, transparencias. Un encuentro de piezas heterogéneas, de objetos (un zapato, un centímetro) y representaciones de formas orgánicas (hojas) y geométricas (trazos, líneas). Nada evoca en él una figura humana. Pero igual que el protagonista de la novela de Mary Shelley o que el mito que inspiró un poema de Borges, fue creado a partir de materiales inanimados. Y sí, de a poco, se lo despabila.
Es como si comenzara por inhalar desde un gran espacio blanco, fresco, que podría ser su centro. Hasta absorber y expulsar. Como si jadeara a medida que sus elementos se avecinan. Como si sofocara cuando se amontonan. Como si gruñera desde el zapato que descansa en un borde, entre otros detalles feroces. Y así, una vez que uno despega en su recorrida, acaricia, golpea, sopla y resopla, para impulsar la mirada una y otra vez en direcciones distintas.
Claro que como observa Stupía –exultante porque, señala Mara, acaba de vender una de sus pinturas a un prestigioso coleccionista estadounidense–, cualquier collage, aun el más logrado, tiene siempre la apariencia de un ensayo, de inconcluso, inacabado. “Algo anormal y tosco hubo en el Golem”, escribió Borges. Más en éste, en el que, como apunta Stupía, “esa especie de estado de transición permanente se refuerza por el lugar desde el que trabajamos, conjunto, no individual, incluyendo aquello que en un trabajo personal cada uno hubiera podido considerar refractario”. Sin embargo, incompleto, imperfecto, áspero, se infla y se vacía, a veces con suavidad, otras con vehemencia y otras con furia. Sugiere caos y orden, la historia del arte y lo cotidiano, lo trivial y lo sublime. Tímida o desaforadamente, alude a la vida.
Stupía, Kirin, Lecuona, Sclavo y Arnáiz trabajaron en él durante cinco días. También realizaron dos cadáveres exquisitos (un procedimiento marca de los surrealistas que consiste en sumar textos o imágenes a una cadena de textos o imágenes desconocida y luego descubrirla para ver, azar mediante, qué resulta).
POR JUDITH SAVLOFF
LEIA MAIS CLICANDO NO TÍTULO
Arnaiz, Kirin, Lecuona, Sclavo, Stupia. 2010, técnica mixta s/madera 225 x 220 cm.
Etiquetado como:collages
Es como Frankenstein. “Como el Golem, un ser utópico”, dice Jorge Mara, el galerista. “Hay aire, circulación, sus elementos se articulan”, agrega Eduardo Stupía, artista. Y sí: de a poco parece que el gran collage que realizaron Kirin, Juan Lecuona, Fidel Sclavo, Carlos Arnáiz y el propio Stupía, respira.
Al principio, el enorme cuadro hecho a diez manos con fragmentos de papel, dibujos, madera, plásticos, textos, se planta quieto y desconcertante, al fondo de la galería. Es una composición abstracta con pequeñas zonas figurativas, relieves, sombras, dobleces, volúmenes, transparencias. Un encuentro de piezas heterogéneas, de objetos (un zapato, un centímetro) y representaciones de formas orgánicas (hojas) y geométricas (trazos, líneas). Nada evoca en él una figura humana. Pero igual que el protagonista de la novela de Mary Shelley o que el mito que inspiró un poema de Borges, fue creado a partir de materiales inanimados. Y sí, de a poco, se lo despabila.
Es como si comenzara por inhalar desde un gran espacio blanco, fresco, que podría ser su centro. Hasta absorber y expulsar. Como si jadeara a medida que sus elementos se avecinan. Como si sofocara cuando se amontonan. Como si gruñera desde el zapato que descansa en un borde, entre otros detalles feroces. Y así, una vez que uno despega en su recorrida, acaricia, golpea, sopla y resopla, para impulsar la mirada una y otra vez en direcciones distintas.
Claro que como observa Stupía –exultante porque, señala Mara, acaba de vender una de sus pinturas a un prestigioso coleccionista estadounidense–, cualquier collage, aun el más logrado, tiene siempre la apariencia de un ensayo, de inconcluso, inacabado. “Algo anormal y tosco hubo en el Golem”, escribió Borges. Más en éste, en el que, como apunta Stupía, “esa especie de estado de transición permanente se refuerza por el lugar desde el que trabajamos, conjunto, no individual, incluyendo aquello que en un trabajo personal cada uno hubiera podido considerar refractario”. Sin embargo, incompleto, imperfecto, áspero, se infla y se vacía, a veces con suavidad, otras con vehemencia y otras con furia. Sugiere caos y orden, la historia del arte y lo cotidiano, lo trivial y lo sublime. Tímida o desaforadamente, alude a la vida.
Stupía, Kirin, Lecuona, Sclavo y Arnáiz trabajaron en él durante cinco días. También realizaron dos cadáveres exquisitos (un procedimiento marca de los surrealistas que consiste en sumar textos o imágenes a una cadena de textos o imágenes desconocida y luego descubrirla para ver, azar mediante, qué resulta).
quarta-feira, 19 de janeiro de 2011
Arte Um filósofo no meio dos peluches
12.01.2011 - Alexandra Prado Coelho
Encostado ao sapato gigante feito de panelas, dentro de um enorme bule ou rodeado de peluches, Gilles Lipovetsky, o filósofo francês que analisou a nossa relação com o luxo, o consumo, a felicidade e o vazio, explica porque é que a obra de Joana Vasconcelos lhe interessa: "Porque corresponde às minhas análises"
"Ça fait très gangster...", ri Joana Vasconcelos quando Gilles Lipovetsky põe uma cigarrilha na boca. O filósofo francês está sentado dentro de um carro criado pela artista plástica portuguesa - um velho Morris Oxford preto, todo coberto por espingardas de plástico a apontar para trás, e, no interior, uma confusão de bonecos de peluche de todas as formas e cores.
Lipovetsky posa, divertido, para o fotógrafo, enquanto à volta os bonecos de peluche parecem ter enlouquecido, mexendo-se e chiando cada um para seu lado, criando o caos dentro do carro. Encostado ao vidro da frente está um panda sorridente, e ao lado deste uma pequena sereia. Há monstros e companhia, porquinhos cor-de-rosa, dálmatas, e, no "lugar do morto", um enorme hipopótamo.
Gilles Lipovetsky e Joana Vasconcelos entendem-se. Isso é evidente logo no momento em que entramos no atelier dela, na Doca de Alcântara Norte, em Lisboa. À nossa esquerda várias colaboradoras da artista "lutam" com "Contaminação", enorme peça que está a ser desmantelada e colocada em sacos para enviar para Veneza, onde será exibida na exposição "Le Monde Vous Appartient", no Palazzo Grassi, a partir de 2 de Junho. Passamos do espaço de entrada, usado como zona de exposição, para a área de trabalho mais dura onde outros colaboradores estão a soldar peças no que parece ser um enorme cone de gelado virado para baixo. E é um enorme cone de gelado virado ao contrário. Faz parte de uma série baptizada como "Delícias", que será mostrada no Mónaco em Julho - para além do gelado, baptizado como "Tutti Frutti", há um cupcake e uma fatia de tarte, todos enormes e cobertos de pequenas formas de plástico coloridas, como as que as crianças usam na praia, em formato de morangos, pêras, maçãs e croissants. Deixamos o cone de gelado para trás e entramos na cantina do atelier de Joana Vasconcelos. O almoço acabou, a artista está a conversar em francês com Lipovetsky, que pede um café e uma Coca-Cola e pergunta se pode fumar uma cigarrilha.
Ele escreve o que ela faz
Há um dia e meio que o filósofo francês que descreveu as relações da nossa era com o luxo, a sociedade de consumo e a busca da felicidade, anda pelo atelier a conhecer melhor a obra de Joana Vasconcelos, sobre a qual irá escrever (com Jean Serroy) um texto para um livro. Quando perguntaram a Joana quem é que ela gostaria de convidar para escrever - o livro vai ser editado pela Fernando Machado, velha livraria portuense recentemente adquirida por Sílvio Gouveia, que a transformou também em editora - o nome de Lipovetsky surgiu como uma evidência.
"A sensação que tenho quando leio os livros dele é que ele escreve aquilo que eu faço", explica a artista. "As pessoas que teorizam têm uma influência óbvia na produção do presente, naquilo que outros pensam e executam. A minha obra está muito ligada ao consumo, às preocupações do presente, aos objectos de agora. O meu trabalho tem a ver com o luxo, a moda, a banalidade, o vazio, o que é cultura e o que não é cultura - todas essas questões que ele trabalha profundamente são questões que eu levanto na minha obra".
Depois de ter lido os seus livros e de muitas vezes ter encontrado em textos sobre o seu trabalho referências a Lipovetsky, Joana tem curiosidade de saber o que resultará do encontro do autor de "A Era do Vazio" e de "Felicidade Paradoxal" com os seus sapatos gigantes feitos de panelas ou os seus corações feitos de talheres de plástico colorido. "O que importa é ver como é que ele vai desenvolver o seu pensamento, ou se a minha obra é suficientemente interessante para ele desenvolver algum pensamento sobre ela". É um risco, reconhece. "Pode ser apenas coincidente com algumas das ideias dele e não ser suficientemente estranha. O ser demasiado perto daquilo que ele pensa pode não ser estimulante."
Para já, Lipovetsky está-se a divertir. Entusiasmou-se com o carro das espingardas e dos peluches - peça que Joana fez para os supermercados Modelo ligada a um projecto para sensibilizar as crianças em idade escolar para a reciclagem. Ela tinha-o baptizado como "Carro a Pilhas". Ele sugeriu "War Games".
Mas mal sai do carro e já está, com um braço sobre os ombros de Joana, a posar para outra fotografia, desta vez dentro de outra peça da artista, "Miss Jasmine", um bule enorme feito de ferro forjado e que já está vendido a um produtor de chá coreano.
Lipovetsky passeia-se descontraído entre os objectos do atelier, onde todos parecemos liliputianos num mundo maior do que nós. Joana, vestida de preto, com um lenço ao pescoço cheio de caveiras brancas, continua a conversar com o seu convidado. Agora falam do número de línguas em que devem ir os textos do livro e de como isso é importante para se chegar a um público mais vasto. Conversando sobre estratégias de marketing, Lipovetsky parece estar como peixe na água. E multiplica-se em ideias.
Subimos a escada para uma sala de reuniões e Joana mostra a caixa vermelha em que o livro - que terá também textos da historiadora de arte Raquel Henriques da Silva - vai ser vendido. "É igual às caixas em que as minhas obras são transportadas. Quando se participa em feiras ou mostras internacionais é importante ter caixas facilmente identificáveis. As minhas são vermelhas." O livro (que poderá também ser comprado sem caixa) é assim tratado como uma obra de arte. Algumas caixas terão ainda um pequeno coração em filigrana. "O desejo pelo livro deve ser o mesmo que por uma obra de arte", explica. Mas Lipovetsky acha que ainda falta qualquer coisa.
"Porque é que não junta um desenho assinado com um esboço de um dos seus trabalhos?", propõe, entusiasmado.
"Detesto a reprodução mecânica", responde Joana. "E não sou nada bidimensional. Mesmo a pintura que me atrevo a fazer nunca é bem pintura."
Sim, faz desenhos, mas não costuma vendê-los, diz, enquanto se encaminha, com Lipovetsky, para o seu gabinete, e mostra uma prateleira cheia de blocos de notas de lombadas cinzentas, numerados. É aqui que faz os esboços das peças. "Guardo-os todos". Abre um ao acaso e vai mostrando os desenhos, alguns apenas esboços de ideias iniciais, outros com as ideias já próximas da concretização. O filósofo observa atentamente.
Lipovetsky ainda não desistiu. "Podia ser uma fotografia assinada", propõe agora. Talvez, sugere alguém, uma das que estão na parede e que mostram a viagem de Joana numa Piaggio até Fátima (da peça www.fatimashop) para comprar figuras da Nossa Senhora que brilham no escuro. "Exacto", diz ele.
Joana está agora a segurar um IPad para mostrar a Lipovetsky outros trabalhos seus, e os dois discutem qual a peça que resultaria melhor na capa. Ela pára na imagem do trabalho "Vista Interior", uma caixa fechada com estores em cujo interior está guardado todo o conteúdo de uma casa portuguesa, desde as pastas de dentes a um leitor de cassetes. "Esta peça tem dez anos. Quando há pouco tempo quisemos substituir as embalagens muitas marcas tinham desaparecido. A nossa sociedade mudou tanto que em dez anos várias marcas desapareceram."
Flirtar com o inimigo
Marketing, velocidade de consumo, produtos que já desapareceram, voragem da vida moderna - Lipovetsky está claramente no seu mundo. "Joana é hipermoderna", diz. "A arte moderna construiu-se contra o kitsch. Toda a arte moderna era uma arte da desconstrução, da purificação, era preciso ir sempre no sentido da maior radicalidade, da simplificação das formas, do minimalismo, do conceptualismo, da abstracção total".
Joana Vasconcelos é o contrário de tudo isso. A evidência entra-nos pelos olhos dentro. Ou melhor, somos nós que quase entramos dentro dela. Se nos distraímos acabamos a conversar dentro da "Miss Jasmine" ou a encostarmo-nos ao sapato feito de panelas (este que aqui está é a "Dorothy"). "A modernidade construiu-se nesse acto de cortar com as convenções, com o academismo", continua o filósofo. "Mas neste momento já não estamos numa sociedade moderna mas em sociedades hipermodernas. O problema já não é cortar com o passado. Isso já está feito. Antes era preciso rejeitar, ser contra. Hoje somos contra o quê? Estamos em sociedades que radicalizaram tudo, o mercado, o consumo, a tecnologia, os media, a pornografia".
As coisas ficaram claras desde Andy Warhol. "Se a arte moderna rejeitou tudo o que era mediático e comercial, com Warhol a situação mudou e agora todos os artistas contemporâneos flirtam, de uma forma ou de outra, com o que antes era o inimigo." À nossa volta há estátuas cobertas por crochet, e lá ao fundo dois homens continuam a trabalhar no cone de gelado gigante. Joana Vasconcelos, o marido, Duarte, e o editor, Sílvio, esperam-nos já dentro do carro. Vamos ver a piscina levantada em forma de Portugal (a peça chama-se "Portugal a Banhos") que esteve no Terreiro do Paço e está agora na zona das Docas, e depois os "Castiçais" à porta do Museu Berardo.
Porque é que Lipovetsky aceitou este desafio de escrever um texto sobre a portuguesa? "Porque corresponde às minhas análises. Os trabalhos dela seduziram-me porque é uma artista que fala do mundo contemporâneo, faz coisas muito próximas da vida. É um universo próximo do meu."
Já passámos pela piscina, fomos ver a Torre de Belém, passámos pelos Jerónimos e chegámos ao CCB. Anoiteceu e está vento. Joana está ali ao fundo a falar com Jean-François Chougnet, director do Museu Berardo, e Lipovetsky parou junto ao "Castiçal" de garrafas verdes e continua a explicar o que lhe agrada no trabalho dela. "Gosto muito do facto de que ela parte de um olhar de mulher, mostra um universo de mulheres, mas não tem um olhar feminista. As feministas tiveram o seu papel mas hoje são um bocado aborrecidas".
O trabalho de Joana parte de uma constatação e não de um confronto. "Hoje há uma reconciliação das sociedades com o seu passado. O contemporâneo já não é a oposição ao passado. Ela pensa o que vê sem ter a necessidade de rejeitar ou negar esse passado".
E - outro sinal de pacificação - "há nela uma conciliação entre a desconstrução e a estética, ela faz coisas com um valor estético, com uma qualidade plástica". Hoje, numa época em que "já não temos modelos radicais de transformação total do mundo", a arte já não é revolucionária, acredita Lipovetsky. A arte é (também) moda, consumo, negócio. Crítica, sim, mas dentro do jogo. "Eu também assumo isso para mim", diz. "E sou criticado por isso". Lipovetsky acha que vivemos em sociedades obcecadas pelo consumo, mas não quer fazer a revolução. Constata, apenas. "A revolução é uma invenção da modernidade. Os modernos queriam destruir o mercado, a democracia. Hoje não há alternativa. Podemos criticar, mas jogamos o jogo."
E divertimo-nos - como só o poderia fazer um filósofo francês que pensa o luxo, o consumo e o vazio, a fumar uma cigarrilha num carro cheio de espingardas de plástico e bonecos de peluche.
Encostado ao sapato gigante feito de panelas, dentro de um enorme bule ou rodeado de peluches, Gilles Lipovetsky, o filósofo francês que analisou a nossa relação com o luxo, o consumo, a felicidade e o vazio, explica porque é que a obra de Joana Vasconcelos lhe interessa: "Porque corresponde às minhas análises"
"Ça fait très gangster...", ri Joana Vasconcelos quando Gilles Lipovetsky põe uma cigarrilha na boca. O filósofo francês está sentado dentro de um carro criado pela artista plástica portuguesa - um velho Morris Oxford preto, todo coberto por espingardas de plástico a apontar para trás, e, no interior, uma confusão de bonecos de peluche de todas as formas e cores.
Lipovetsky posa, divertido, para o fotógrafo, enquanto à volta os bonecos de peluche parecem ter enlouquecido, mexendo-se e chiando cada um para seu lado, criando o caos dentro do carro. Encostado ao vidro da frente está um panda sorridente, e ao lado deste uma pequena sereia. Há monstros e companhia, porquinhos cor-de-rosa, dálmatas, e, no "lugar do morto", um enorme hipopótamo.
Gilles Lipovetsky e Joana Vasconcelos entendem-se. Isso é evidente logo no momento em que entramos no atelier dela, na Doca de Alcântara Norte, em Lisboa. À nossa esquerda várias colaboradoras da artista "lutam" com "Contaminação", enorme peça que está a ser desmantelada e colocada em sacos para enviar para Veneza, onde será exibida na exposição "Le Monde Vous Appartient", no Palazzo Grassi, a partir de 2 de Junho. Passamos do espaço de entrada, usado como zona de exposição, para a área de trabalho mais dura onde outros colaboradores estão a soldar peças no que parece ser um enorme cone de gelado virado para baixo. E é um enorme cone de gelado virado ao contrário. Faz parte de uma série baptizada como "Delícias", que será mostrada no Mónaco em Julho - para além do gelado, baptizado como "Tutti Frutti", há um cupcake e uma fatia de tarte, todos enormes e cobertos de pequenas formas de plástico coloridas, como as que as crianças usam na praia, em formato de morangos, pêras, maçãs e croissants. Deixamos o cone de gelado para trás e entramos na cantina do atelier de Joana Vasconcelos. O almoço acabou, a artista está a conversar em francês com Lipovetsky, que pede um café e uma Coca-Cola e pergunta se pode fumar uma cigarrilha.
Ele escreve o que ela faz
Há um dia e meio que o filósofo francês que descreveu as relações da nossa era com o luxo, a sociedade de consumo e a busca da felicidade, anda pelo atelier a conhecer melhor a obra de Joana Vasconcelos, sobre a qual irá escrever (com Jean Serroy) um texto para um livro. Quando perguntaram a Joana quem é que ela gostaria de convidar para escrever - o livro vai ser editado pela Fernando Machado, velha livraria portuense recentemente adquirida por Sílvio Gouveia, que a transformou também em editora - o nome de Lipovetsky surgiu como uma evidência.
"A sensação que tenho quando leio os livros dele é que ele escreve aquilo que eu faço", explica a artista. "As pessoas que teorizam têm uma influência óbvia na produção do presente, naquilo que outros pensam e executam. A minha obra está muito ligada ao consumo, às preocupações do presente, aos objectos de agora. O meu trabalho tem a ver com o luxo, a moda, a banalidade, o vazio, o que é cultura e o que não é cultura - todas essas questões que ele trabalha profundamente são questões que eu levanto na minha obra".
Depois de ter lido os seus livros e de muitas vezes ter encontrado em textos sobre o seu trabalho referências a Lipovetsky, Joana tem curiosidade de saber o que resultará do encontro do autor de "A Era do Vazio" e de "Felicidade Paradoxal" com os seus sapatos gigantes feitos de panelas ou os seus corações feitos de talheres de plástico colorido. "O que importa é ver como é que ele vai desenvolver o seu pensamento, ou se a minha obra é suficientemente interessante para ele desenvolver algum pensamento sobre ela". É um risco, reconhece. "Pode ser apenas coincidente com algumas das ideias dele e não ser suficientemente estranha. O ser demasiado perto daquilo que ele pensa pode não ser estimulante."
Para já, Lipovetsky está-se a divertir. Entusiasmou-se com o carro das espingardas e dos peluches - peça que Joana fez para os supermercados Modelo ligada a um projecto para sensibilizar as crianças em idade escolar para a reciclagem. Ela tinha-o baptizado como "Carro a Pilhas". Ele sugeriu "War Games".
Mas mal sai do carro e já está, com um braço sobre os ombros de Joana, a posar para outra fotografia, desta vez dentro de outra peça da artista, "Miss Jasmine", um bule enorme feito de ferro forjado e que já está vendido a um produtor de chá coreano.
Lipovetsky passeia-se descontraído entre os objectos do atelier, onde todos parecemos liliputianos num mundo maior do que nós. Joana, vestida de preto, com um lenço ao pescoço cheio de caveiras brancas, continua a conversar com o seu convidado. Agora falam do número de línguas em que devem ir os textos do livro e de como isso é importante para se chegar a um público mais vasto. Conversando sobre estratégias de marketing, Lipovetsky parece estar como peixe na água. E multiplica-se em ideias.
Subimos a escada para uma sala de reuniões e Joana mostra a caixa vermelha em que o livro - que terá também textos da historiadora de arte Raquel Henriques da Silva - vai ser vendido. "É igual às caixas em que as minhas obras são transportadas. Quando se participa em feiras ou mostras internacionais é importante ter caixas facilmente identificáveis. As minhas são vermelhas." O livro (que poderá também ser comprado sem caixa) é assim tratado como uma obra de arte. Algumas caixas terão ainda um pequeno coração em filigrana. "O desejo pelo livro deve ser o mesmo que por uma obra de arte", explica. Mas Lipovetsky acha que ainda falta qualquer coisa.
"Porque é que não junta um desenho assinado com um esboço de um dos seus trabalhos?", propõe, entusiasmado.
"Detesto a reprodução mecânica", responde Joana. "E não sou nada bidimensional. Mesmo a pintura que me atrevo a fazer nunca é bem pintura."
Sim, faz desenhos, mas não costuma vendê-los, diz, enquanto se encaminha, com Lipovetsky, para o seu gabinete, e mostra uma prateleira cheia de blocos de notas de lombadas cinzentas, numerados. É aqui que faz os esboços das peças. "Guardo-os todos". Abre um ao acaso e vai mostrando os desenhos, alguns apenas esboços de ideias iniciais, outros com as ideias já próximas da concretização. O filósofo observa atentamente.
Lipovetsky ainda não desistiu. "Podia ser uma fotografia assinada", propõe agora. Talvez, sugere alguém, uma das que estão na parede e que mostram a viagem de Joana numa Piaggio até Fátima (da peça www.fatimashop) para comprar figuras da Nossa Senhora que brilham no escuro. "Exacto", diz ele.
Joana está agora a segurar um IPad para mostrar a Lipovetsky outros trabalhos seus, e os dois discutem qual a peça que resultaria melhor na capa. Ela pára na imagem do trabalho "Vista Interior", uma caixa fechada com estores em cujo interior está guardado todo o conteúdo de uma casa portuguesa, desde as pastas de dentes a um leitor de cassetes. "Esta peça tem dez anos. Quando há pouco tempo quisemos substituir as embalagens muitas marcas tinham desaparecido. A nossa sociedade mudou tanto que em dez anos várias marcas desapareceram."
Flirtar com o inimigo
Marketing, velocidade de consumo, produtos que já desapareceram, voragem da vida moderna - Lipovetsky está claramente no seu mundo. "Joana é hipermoderna", diz. "A arte moderna construiu-se contra o kitsch. Toda a arte moderna era uma arte da desconstrução, da purificação, era preciso ir sempre no sentido da maior radicalidade, da simplificação das formas, do minimalismo, do conceptualismo, da abstracção total".
Joana Vasconcelos é o contrário de tudo isso. A evidência entra-nos pelos olhos dentro. Ou melhor, somos nós que quase entramos dentro dela. Se nos distraímos acabamos a conversar dentro da "Miss Jasmine" ou a encostarmo-nos ao sapato feito de panelas (este que aqui está é a "Dorothy"). "A modernidade construiu-se nesse acto de cortar com as convenções, com o academismo", continua o filósofo. "Mas neste momento já não estamos numa sociedade moderna mas em sociedades hipermodernas. O problema já não é cortar com o passado. Isso já está feito. Antes era preciso rejeitar, ser contra. Hoje somos contra o quê? Estamos em sociedades que radicalizaram tudo, o mercado, o consumo, a tecnologia, os media, a pornografia".
As coisas ficaram claras desde Andy Warhol. "Se a arte moderna rejeitou tudo o que era mediático e comercial, com Warhol a situação mudou e agora todos os artistas contemporâneos flirtam, de uma forma ou de outra, com o que antes era o inimigo." À nossa volta há estátuas cobertas por crochet, e lá ao fundo dois homens continuam a trabalhar no cone de gelado gigante. Joana Vasconcelos, o marido, Duarte, e o editor, Sílvio, esperam-nos já dentro do carro. Vamos ver a piscina levantada em forma de Portugal (a peça chama-se "Portugal a Banhos") que esteve no Terreiro do Paço e está agora na zona das Docas, e depois os "Castiçais" à porta do Museu Berardo.
Porque é que Lipovetsky aceitou este desafio de escrever um texto sobre a portuguesa? "Porque corresponde às minhas análises. Os trabalhos dela seduziram-me porque é uma artista que fala do mundo contemporâneo, faz coisas muito próximas da vida. É um universo próximo do meu."
Já passámos pela piscina, fomos ver a Torre de Belém, passámos pelos Jerónimos e chegámos ao CCB. Anoiteceu e está vento. Joana está ali ao fundo a falar com Jean-François Chougnet, director do Museu Berardo, e Lipovetsky parou junto ao "Castiçal" de garrafas verdes e continua a explicar o que lhe agrada no trabalho dela. "Gosto muito do facto de que ela parte de um olhar de mulher, mostra um universo de mulheres, mas não tem um olhar feminista. As feministas tiveram o seu papel mas hoje são um bocado aborrecidas".
O trabalho de Joana parte de uma constatação e não de um confronto. "Hoje há uma reconciliação das sociedades com o seu passado. O contemporâneo já não é a oposição ao passado. Ela pensa o que vê sem ter a necessidade de rejeitar ou negar esse passado".
E - outro sinal de pacificação - "há nela uma conciliação entre a desconstrução e a estética, ela faz coisas com um valor estético, com uma qualidade plástica". Hoje, numa época em que "já não temos modelos radicais de transformação total do mundo", a arte já não é revolucionária, acredita Lipovetsky. A arte é (também) moda, consumo, negócio. Crítica, sim, mas dentro do jogo. "Eu também assumo isso para mim", diz. "E sou criticado por isso". Lipovetsky acha que vivemos em sociedades obcecadas pelo consumo, mas não quer fazer a revolução. Constata, apenas. "A revolução é uma invenção da modernidade. Os modernos queriam destruir o mercado, a democracia. Hoje não há alternativa. Podemos criticar, mas jogamos o jogo."
E divertimo-nos - como só o poderia fazer um filósofo francês que pensa o luxo, o consumo e o vazio, a fumar uma cigarrilha num carro cheio de espingardas de plástico e bonecos de peluche.
domingo, 16 de janeiro de 2011
Nuevos medios para que los pueblos hablen en su propia voz”
Por Victoria Linari
vlinari@miradasalsur.com
Entrevista: Matías Melillán, representante de Pueblos Originarios
La Ley de Servicios de Comunicación Audiovisual reconoció –por primera vez en la historia argentina– el derecho a la comunicación de los pueblos originarios. Durante años, los integrantes de estas comunidades denunciaron la violación de este derecho fundamental que impedía la proyección de la comunicación indígena con identidad. “Los pueblos originarios seguimos trabajando por el reconocimiento de nuestro derecho a la comunicación y a la influencia de nuestra palabra en nuevos medios gestionados por nuestros pueblos”, explica el mapuche Matías Melillán, representante del Encuentro Nacional de Organizaciones de Pueblos Originarios. Estas comunidades, que participaron activamente en los foros de debate cuando la ley audiovisual era un proyecto, vienen avanzando en el diseño de distintas propuestas de comunicación con identidad. El año próximo tienen prevista la puesta en funcionamiento de 16 radios en todo el territorio nacional y un canal de televisión de aire en Chaco. “No descartamos la posibilidad de tener una señal en Buenos Aires, pero decidimos empezar en Chaco porque es donde se viene trabajando más fuertemente el armado de contenidos. Allí se realiza desde hace cuatro años un festival de cine indígena, el único de la Argentina, y en abril se filmó la primera ficción televisiva donde el contenido, la producción, la dirección, la actuación, todo es netamente indígena”, explica Melillán, quien es además representante de los pueblos originarios en el Consejo Federal de Comunicación Audiovisual.
–¿Cuál es la propuesta de programación de los medios de comunicación indígenas?
–Nuestra propuesta la vamos a encarar tanto en radio, como en imagen y gráfica. En televisión, principalmente a través de noticieros y de ficción. Hay una idea de hacer una serie de 20 o 30 capítulos sobre la Campaña del Desierto y la del Gran Chaco, dos hechos que tienen que ser contados desde la mirada de los pueblos originarios. Estamos evaluando posibilidades de financiamiento. Tenemos acuerdos para generar contenidos con la federación de cooperativas FecoopTV, y también nos reunimos con el Consejo Asesor del Sistema Argentino de Televisión Digital, para comenzar a trabajar en conjunto con las universidades del NOA, NEA, Cuyo y Patagonia en los polos regionales de producción de contenidos para la TV digital. Este año nos esforzamos mucho en la capacitación de comunicadores indígenas, se formaron más de 500 comunicadores. Hay equipos de comunicadores indígenas trabajando en el armado de estos nuevos proyectos audiovisuales desde La Quiaca hasta Tierra del Fuego.
–¿Sus contenidos se van a limitar a la comunicación indígena?
–La nueva ley de medios audiovisuales permitió el surgimiento de muchas experiencias de comunicación y hay muy buen material audiovisual dando vueltas. Si bien vamos a hacer hincapié en lo indígena y en la identidad, nuestra intención es llegar a toda la Argentina y que se difundan nuestros contenidos, entonces, no vamos a restringir la temática sólo a una cuestión de identidad dejando afuera otros temas. Nuestro objetivo es crear nuevos medios que permitan impulsar la interculturalidad, profundizar la participación de los pueblos originarios en las comunicaciones. Los medios indígenas son necesarios para que los pueblos puedan hablar en su propia voz.
vlinari@miradasalsur.com
Entrevista: Matías Melillán, representante de Pueblos Originarios
La Ley de Servicios de Comunicación Audiovisual reconoció –por primera vez en la historia argentina– el derecho a la comunicación de los pueblos originarios. Durante años, los integrantes de estas comunidades denunciaron la violación de este derecho fundamental que impedía la proyección de la comunicación indígena con identidad. “Los pueblos originarios seguimos trabajando por el reconocimiento de nuestro derecho a la comunicación y a la influencia de nuestra palabra en nuevos medios gestionados por nuestros pueblos”, explica el mapuche Matías Melillán, representante del Encuentro Nacional de Organizaciones de Pueblos Originarios. Estas comunidades, que participaron activamente en los foros de debate cuando la ley audiovisual era un proyecto, vienen avanzando en el diseño de distintas propuestas de comunicación con identidad. El año próximo tienen prevista la puesta en funcionamiento de 16 radios en todo el territorio nacional y un canal de televisión de aire en Chaco. “No descartamos la posibilidad de tener una señal en Buenos Aires, pero decidimos empezar en Chaco porque es donde se viene trabajando más fuertemente el armado de contenidos. Allí se realiza desde hace cuatro años un festival de cine indígena, el único de la Argentina, y en abril se filmó la primera ficción televisiva donde el contenido, la producción, la dirección, la actuación, todo es netamente indígena”, explica Melillán, quien es además representante de los pueblos originarios en el Consejo Federal de Comunicación Audiovisual.
–¿Cuál es la propuesta de programación de los medios de comunicación indígenas?
–Nuestra propuesta la vamos a encarar tanto en radio, como en imagen y gráfica. En televisión, principalmente a través de noticieros y de ficción. Hay una idea de hacer una serie de 20 o 30 capítulos sobre la Campaña del Desierto y la del Gran Chaco, dos hechos que tienen que ser contados desde la mirada de los pueblos originarios. Estamos evaluando posibilidades de financiamiento. Tenemos acuerdos para generar contenidos con la federación de cooperativas FecoopTV, y también nos reunimos con el Consejo Asesor del Sistema Argentino de Televisión Digital, para comenzar a trabajar en conjunto con las universidades del NOA, NEA, Cuyo y Patagonia en los polos regionales de producción de contenidos para la TV digital. Este año nos esforzamos mucho en la capacitación de comunicadores indígenas, se formaron más de 500 comunicadores. Hay equipos de comunicadores indígenas trabajando en el armado de estos nuevos proyectos audiovisuales desde La Quiaca hasta Tierra del Fuego.
–¿Sus contenidos se van a limitar a la comunicación indígena?
–La nueva ley de medios audiovisuales permitió el surgimiento de muchas experiencias de comunicación y hay muy buen material audiovisual dando vueltas. Si bien vamos a hacer hincapié en lo indígena y en la identidad, nuestra intención es llegar a toda la Argentina y que se difundan nuestros contenidos, entonces, no vamos a restringir la temática sólo a una cuestión de identidad dejando afuera otros temas. Nuestro objetivo es crear nuevos medios que permitan impulsar la interculturalidad, profundizar la participación de los pueblos originarios en las comunicaciones. Los medios indígenas son necesarios para que los pueblos puedan hablar en su propia voz.
Cursos superiores da PB estão entre os melhores e piores do país
Natália Xavier, do Jornal da Paraíba
Relatório divulgado na última quinta-feira (13) pelo Ministério da Educação (MEC) revela que os cursos de graduação da Paraíba estão entre os melhores e piores do país. Nos dois extremos da tabela estão cursos de universidades públicas. A menor nota no Estado foi obtida pelo curso de Filosofia oferecido pela Universidade Estadual da Paraíba (UEPB). Em uma escala que vai até 5, o curso obteve 0,99, sendo o terceiro pior curso de Filosofia do país.
Já na outra ponta da tabela das graduações oferecidas na Paraíba está o curso de Ciências da Computação da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), que obteve 4,11 e é o sexto melhor desta área no Brasil. A nota, que é definida com base Conceito Preliminar de Curso (CPC), é considerada boa quando fica entre 4 e 5. Com nota até 2, o nível é considerado insatisfatório; 3 é razoável. As notas atribuídas aos cursos levam em consideração o desempenho dos universitários no Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade) em 2009, 2008 e 2007, de acordo com o ano em que os universitários do referido curso foram avaliados.
Além da nota do Enade, a nota é definida levando em consideração as informações de infraestrutura e instalações físicas, os recursos didático-pedagógicos e corpo docente oferecidos pelo curso e o Indicador da Diferença entre os Desempenhos Esperado e Observado (IDD).
Na Paraíba, o relatório divulgado pelo MEC inclui 138 cursos de onze universidades públicas e particulares. Entre os cursos que se destacaram negativamente, além de Filosofia na UEPB, também pode ser citado Estatística – também oferecido pela Universidade Estadual, que foi o segundo pior da Paraíba no ranking de todos os cursos avaliados e, com a nota 1,05, foi o pior do país entre os cursos de Estatística. No terceiro lugar entre os piores do Estado aparece um outro curso da Universidade Estadual: Educação Física, que obteve 1,13 e é considerado o oitavo pior do país nesta área.
Ao comentar os números divulgados pelo MEC, a reitora da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), Marlene Alves, lembrou que a instituição tem investido pesado na qualificação, infraestrutura e no projeto pedagógico dos cursos de Filosofia e Estatística. “Estatística é extremamente difícil do ponto de vista da formação, mas temos um corpo docente qualificado com cerca de 33% dos professores com doutorado e o restante com mestrado; temos um acervo bibliográfico muito bom e investido na leitura e produção de texto e matemática básica para suprirmos as deficiências”, observou.
Quanto à graduação em Filosofia, ela destacou que a universidade também tem buscado melhorias. “Iremos conversar e temos investido em recursos humanos, estrutura, e qualificação. A UEPB tem investido muito e vamos fazer uma discussão com o corpo docente para identificar os problemas”, acrescentou Marlene Alves.
Apesar de não estarem entre os piores do Estado, alguns cursos da UFPB também não alcançaram notas satisfatórias, sendo avaliados com médias menores que 2. Exemplos disso são os cursos de Zootecnia, que foi avaliado com 1,95, e de Engenharia de Alimentos, que obteve 1,98. Com relação a estes cursos, o pró-reitor de Graduação da UFPB, Valdir Barbosa, comentou que as providências estão sendo tomadas. “Nós estamos trabalhando com algumas ações junto às coordenações dos cursos para melhorar o desempenho dos estudantes no Enade, que é um dos componentes da nota”, informou o professor, acrescentando que alguns cursos já foram reavaliados e tiveram as notas aumentadas.
Relatório divulgado na última quinta-feira (13) pelo Ministério da Educação (MEC) revela que os cursos de graduação da Paraíba estão entre os melhores e piores do país. Nos dois extremos da tabela estão cursos de universidades públicas. A menor nota no Estado foi obtida pelo curso de Filosofia oferecido pela Universidade Estadual da Paraíba (UEPB). Em uma escala que vai até 5, o curso obteve 0,99, sendo o terceiro pior curso de Filosofia do país.
Já na outra ponta da tabela das graduações oferecidas na Paraíba está o curso de Ciências da Computação da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), que obteve 4,11 e é o sexto melhor desta área no Brasil. A nota, que é definida com base Conceito Preliminar de Curso (CPC), é considerada boa quando fica entre 4 e 5. Com nota até 2, o nível é considerado insatisfatório; 3 é razoável. As notas atribuídas aos cursos levam em consideração o desempenho dos universitários no Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade) em 2009, 2008 e 2007, de acordo com o ano em que os universitários do referido curso foram avaliados.
Além da nota do Enade, a nota é definida levando em consideração as informações de infraestrutura e instalações físicas, os recursos didático-pedagógicos e corpo docente oferecidos pelo curso e o Indicador da Diferença entre os Desempenhos Esperado e Observado (IDD).
Na Paraíba, o relatório divulgado pelo MEC inclui 138 cursos de onze universidades públicas e particulares. Entre os cursos que se destacaram negativamente, além de Filosofia na UEPB, também pode ser citado Estatística – também oferecido pela Universidade Estadual, que foi o segundo pior da Paraíba no ranking de todos os cursos avaliados e, com a nota 1,05, foi o pior do país entre os cursos de Estatística. No terceiro lugar entre os piores do Estado aparece um outro curso da Universidade Estadual: Educação Física, que obteve 1,13 e é considerado o oitavo pior do país nesta área.
Ao comentar os números divulgados pelo MEC, a reitora da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), Marlene Alves, lembrou que a instituição tem investido pesado na qualificação, infraestrutura e no projeto pedagógico dos cursos de Filosofia e Estatística. “Estatística é extremamente difícil do ponto de vista da formação, mas temos um corpo docente qualificado com cerca de 33% dos professores com doutorado e o restante com mestrado; temos um acervo bibliográfico muito bom e investido na leitura e produção de texto e matemática básica para suprirmos as deficiências”, observou.
Quanto à graduação em Filosofia, ela destacou que a universidade também tem buscado melhorias. “Iremos conversar e temos investido em recursos humanos, estrutura, e qualificação. A UEPB tem investido muito e vamos fazer uma discussão com o corpo docente para identificar os problemas”, acrescentou Marlene Alves.
Apesar de não estarem entre os piores do Estado, alguns cursos da UFPB também não alcançaram notas satisfatórias, sendo avaliados com médias menores que 2. Exemplos disso são os cursos de Zootecnia, que foi avaliado com 1,95, e de Engenharia de Alimentos, que obteve 1,98. Com relação a estes cursos, o pró-reitor de Graduação da UFPB, Valdir Barbosa, comentou que as providências estão sendo tomadas. “Nós estamos trabalhando com algumas ações junto às coordenações dos cursos para melhorar o desempenho dos estudantes no Enade, que é um dos componentes da nota”, informou o professor, acrescentando que alguns cursos já foram reavaliados e tiveram as notas aumentadas.
sexta-feira, 14 de janeiro de 2011
Kassab vai para o PMDB e quer levar aliados para o partido. e agora?
O prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (DEM), disse aos aliados que definiu sua ida para o PMDB. Além disso, ele deu início às negociações para ampliar a participação da sigla no governo e formar uma terceira força política em São Paulo, com potencial de romper a polarização entre PT e PSDB. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Em conversas na última semana com aliados, o prefeito disse que aguardará a eleição do novo comando do DEM, em março, para anunciar a sua saída. Kassab articula a ida dos 70 prefeitos paulistas do DEM para o PMDB, que governa 68 cidades. Assim, ele conseguiria criar a segunda maior força partidária no Estado, ameaçando a hegemonia dos tucanos, que governam São Paulo desde 1995 e têm mais de 200 prefeituras.
Em conversas na última semana com aliados, o prefeito disse que aguardará a eleição do novo comando do DEM, em março, para anunciar a sua saída. Kassab articula a ida dos 70 prefeitos paulistas do DEM para o PMDB, que governa 68 cidades. Assim, ele conseguiria criar a segunda maior força partidária no Estado, ameaçando a hegemonia dos tucanos, que governam São Paulo desde 1995 e têm mais de 200 prefeituras.
Escândalo de Cunhado abala Alckmim, e agora?
Um pacto entre políticos de Pindamonhangaba (SP) para blindar a candidatura presidencial de Geraldo Alckmin (PSDB) em 2006 teria retardado o início de investigações sobre o escândalo que envolveria Paulo Ribeiro, cunhado do atual governador, em um esquema de tráfico de influência e corrupção. Segundo o jornal O Estado de S. Paulo, um documento feito por 11 vereadores afirma que o então prefeito da cidade João Ribeiro (PPS) teria adiado demissões de secretários indicados pelo lobista, e também postergado a investigação para depois do 2º turno das eleições.
De acordo com o ex-vice prefeito de Pindamonhangaba, João Bosco Nogueira, que rompeu com o governo devido a este caso, o objetivo do adiamento foi para que o escândalo não respingasse na campanha de Geraldo. Entre os envolvidos no pacto para o adiamento estariam Myriam Alckmin, sobrinha do governador, que souberam sobre o esquema de corrupção de secretários da prefeitura, como Habitação e Finanças, com empresas prestadoras de serviços, em que Paulo Ribeiro, o Paulão, estaria envolvido. Ribeiro seria o chefe do esquema, segundo Nogueira. O governador não se pronunciou sobre o assunto, e o advogado de Paulo Ribeiro afirmou que seu cliente não praticou qualquer ato ilícito.
De acordo com o ex-vice prefeito de Pindamonhangaba, João Bosco Nogueira, que rompeu com o governo devido a este caso, o objetivo do adiamento foi para que o escândalo não respingasse na campanha de Geraldo. Entre os envolvidos no pacto para o adiamento estariam Myriam Alckmin, sobrinha do governador, que souberam sobre o esquema de corrupção de secretários da prefeitura, como Habitação e Finanças, com empresas prestadoras de serviços, em que Paulo Ribeiro, o Paulão, estaria envolvido. Ribeiro seria o chefe do esquema, segundo Nogueira. O governador não se pronunciou sobre o assunto, e o advogado de Paulo Ribeiro afirmou que seu cliente não praticou qualquer ato ilícito.
quinta-feira, 13 de janeiro de 2011
Altamiro Borges: A fetichização da banda larga
Altamiro Borges: A fetichização da banda larga: "Reproduzo artigo de Paulo Henrique Amorim, publicado no blog Conversa Afiada: O Centro de Estudos de Mídia Alternativa Barão de Itararé org..."
Altamiro Borges: Mídia esconde as causas das enchentes
Altamiro Borges: Mídia esconde as causas das enchentes: "Reproduzo comentário de Luis Nassif, publicado em seu blog: Nas enchentes de 2009, a mais importante matéria do período foi da Conceição Le..."
Iranian Exiles Protest Possible Stoning Of Sakineh Ashtiani
Dissidentes iranianas comemoram as declarações do governo brasileiro sobre as violações de direitos humanos no Irã e esperam agora que Brasília transforme seu discurso em uma nova posição nas votações de resoluções na ONU sobre a situação em Teerã.
Em sua edição de ontem, o Estado revelou que o governo iraniano protestou, com um telefonema para a Embaixada do Brasil em Teerã, contra as críticas feitas pela presidente Dilma Rousseff à situação dos direitos humanos no Irã.
Em declaração por telefone, uma das principais dissidentes, Khadijeh Moghaddam, disse que a nova posição do Brasil, sob o governo Dilma, em relação às mulheres no Irã tem encontrado “importante repercussão” no movimento de oposição formado por mulheres em território iraniano e a reação do governo demonstra seu “desconforto”. “Estamos muito satisfeitas em ver declarações vindas do Brasil de que a brutalidade contra mulheres será pelo menos questionada publicamente”, afirmou a dissidente, que é uma das que comandam campanhas pela libertação de advogadas presas no Irã.
Moghaddam falou ao Estado em nome do movimento conhecido como “Um Milhão de Assinaturas” – uma campanha para reunir o apoio das mulheres iranianas contra a forma como são tratadas pelo regime. O projeto foi lançado em 2006, quando um grupo de mulheres passou a protestar para tentar fazer com que as leis do país fossem mudadas para garantir direitos iguais.
Muitas foram presas e torturadas. Mas a coleta de assinaturas continuou, numa tentativa de demonstrar ao governo que a sociedade estava ao lado delas. Premiada no exterior, a campanha prega que os princípios islâmicos devam também estar coordenados com os direitos básicos da mulher reconhecidos pelas Nações Unidas.
“Por anos, estivemos muito decepcionados com a posição brasileira, pois de uma forma ou de outra, legitimava o governo iraniano e sua brutalidade”, explicou a dissidente que, em 2006, passou duas semanas numa prisão e, segundo ela, sem saber por quê.
“Há milhares de mulheres vivendo em condições medievais no país e precisamos da ajuda de alguém de peso como Dilma para fazer com que esses casos não sejam esquecidos em meio a dossiês nucleares e interesses estratégicos de países. Há ainda milhares de prisioneiros sem nome, desconhecidos, que suplicam para que sejam salvos desse regime. Precisamos que essas declarações agora sejam transformadas em votos contra o Irã na ONU”, afirmou a iraniana.
Na Europa, a Federação Internacional de Direitos Humanos, que serve como um dos centros para a dissidência iraniana no caso dos abusos contra as mulheres, também se diz “otimista” em relação ao posicionamento do governo brasileiro.
Do lado do governo iraniano, o silêncio é total sobre o posicionamento de Dilma na imprensa local. Ontem, a única declaração feita pelo presidente Mahmoud Ahmadinejad sobre o Brasil referiu-se à nota pessoal que ele enviou ao País na terça-feira, expressando condolências pelas mortes causadas pelas chuvas em São Paulo e no Rio.
“Notícias sobre enchentes que mataram e feriram vários de seus compatriotas causaram grande dor”, afirma a nota assinada por Ahmadinejad. As agências de notícias do país publicaram o comunicado, na tentativa de enviar um sinal de normalidade na relações bilaterais.
Em sua edição de ontem, o Estado revelou que o governo iraniano protestou, com um telefonema para a Embaixada do Brasil em Teerã, contra as críticas feitas pela presidente Dilma Rousseff à situação dos direitos humanos no Irã.
Em declaração por telefone, uma das principais dissidentes, Khadijeh Moghaddam, disse que a nova posição do Brasil, sob o governo Dilma, em relação às mulheres no Irã tem encontrado “importante repercussão” no movimento de oposição formado por mulheres em território iraniano e a reação do governo demonstra seu “desconforto”. “Estamos muito satisfeitas em ver declarações vindas do Brasil de que a brutalidade contra mulheres será pelo menos questionada publicamente”, afirmou a dissidente, que é uma das que comandam campanhas pela libertação de advogadas presas no Irã.
Moghaddam falou ao Estado em nome do movimento conhecido como “Um Milhão de Assinaturas” – uma campanha para reunir o apoio das mulheres iranianas contra a forma como são tratadas pelo regime. O projeto foi lançado em 2006, quando um grupo de mulheres passou a protestar para tentar fazer com que as leis do país fossem mudadas para garantir direitos iguais.
Muitas foram presas e torturadas. Mas a coleta de assinaturas continuou, numa tentativa de demonstrar ao governo que a sociedade estava ao lado delas. Premiada no exterior, a campanha prega que os princípios islâmicos devam também estar coordenados com os direitos básicos da mulher reconhecidos pelas Nações Unidas.
“Por anos, estivemos muito decepcionados com a posição brasileira, pois de uma forma ou de outra, legitimava o governo iraniano e sua brutalidade”, explicou a dissidente que, em 2006, passou duas semanas numa prisão e, segundo ela, sem saber por quê.
“Há milhares de mulheres vivendo em condições medievais no país e precisamos da ajuda de alguém de peso como Dilma para fazer com que esses casos não sejam esquecidos em meio a dossiês nucleares e interesses estratégicos de países. Há ainda milhares de prisioneiros sem nome, desconhecidos, que suplicam para que sejam salvos desse regime. Precisamos que essas declarações agora sejam transformadas em votos contra o Irã na ONU”, afirmou a iraniana.
Na Europa, a Federação Internacional de Direitos Humanos, que serve como um dos centros para a dissidência iraniana no caso dos abusos contra as mulheres, também se diz “otimista” em relação ao posicionamento do governo brasileiro.
Do lado do governo iraniano, o silêncio é total sobre o posicionamento de Dilma na imprensa local. Ontem, a única declaração feita pelo presidente Mahmoud Ahmadinejad sobre o Brasil referiu-se à nota pessoal que ele enviou ao País na terça-feira, expressando condolências pelas mortes causadas pelas chuvas em São Paulo e no Rio.
“Notícias sobre enchentes que mataram e feriram vários de seus compatriotas causaram grande dor”, afirma a nota assinada por Ahmadinejad. As agências de notícias do país publicaram o comunicado, na tentativa de enviar um sinal de normalidade na relações bilaterais.
quarta-feira, 12 de janeiro de 2011
Centrais sindicais pedem negociação com Dilma sobre salário mínimo
POR GAZETA DO POVO PR
Paulinho da Força ameaçou entrar na Justiça se não houver negociação. Deputado se reuniu com Luiz Sérgio e pediu mínimo de R$ 580
G1/GLOBO.COM
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O deputado Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), presidente da Força Sindical, disse nesta quarta-feira (12), após se reunir com o ministro de Relações Institucionais, Luiz Sérgio, que as centrais sindicais vão entrar com uma "enxurrada de ações" na Justiça contra o governo se não houver abertura de negociações sobre o reajuste do salário mínimo.
Ele pediu uma audiência com a presidente Dilma Rousseff e afirmou que reivindica aumento do mínimo para R$ 580, reajuste de 10% para os aposentados e correção da tabela de imposto de renda de 6,43%, conforme a inflação do ano passado. Antes de deixar o governo, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva editou uma medida provisória estabelecendo salário mínimo de R$ 540 para 2011.
“O governo está quietinho, mas se não abrir negociações até segunda-feira as centrais vão entrar com uma enxurrada de ações contra o governo na Justiça”, disse. O argumento para as ações seria, de acordo com Paulinho da Força, a não-correção da tabela que, para ele, significa um "confisco" de salários.
O deputado explicou ainda que o acordo com o governo de que o reajuste do mínimo teria como base a inflação e o crescimento do Produto Interno Bruto também previa a revisão dos termos após quatro anos. O prazo para uma reavaliação do acordo terminou, segundo o deputado, em dezembro de 2010. Ele afirmou que as centrais não admitirão salário mínimo abaixo de R$ 580 e disse que a MP de Lula será alterada no Congresso Nacional.
“Acho que o governo vai perder no Congresso. Vamos contar com a insatisfação da base aliada com a distribuição de cargos no segundo escalão. E se não houver correção da tabela [de imposto de renda] isso será um confisco”, disse. O deputado também reclamou da falta de acesso das centrais e movimentos sociais à presidente Dilma. “Dilma está numa redoma. O governo não deixa chegar nela.”
Paulinho da Força ameaçou entrar na Justiça se não houver negociação. Deputado se reuniu com Luiz Sérgio e pediu mínimo de R$ 580
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O deputado Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), presidente da Força Sindical, disse nesta quarta-feira (12), após se reunir com o ministro de Relações Institucionais, Luiz Sérgio, que as centrais sindicais vão entrar com uma "enxurrada de ações" na Justiça contra o governo se não houver abertura de negociações sobre o reajuste do salário mínimo.
Ele pediu uma audiência com a presidente Dilma Rousseff e afirmou que reivindica aumento do mínimo para R$ 580, reajuste de 10% para os aposentados e correção da tabela de imposto de renda de 6,43%, conforme a inflação do ano passado. Antes de deixar o governo, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva editou uma medida provisória estabelecendo salário mínimo de R$ 540 para 2011.
“O governo está quietinho, mas se não abrir negociações até segunda-feira as centrais vão entrar com uma enxurrada de ações contra o governo na Justiça”, disse. O argumento para as ações seria, de acordo com Paulinho da Força, a não-correção da tabela que, para ele, significa um "confisco" de salários.
O deputado explicou ainda que o acordo com o governo de que o reajuste do mínimo teria como base a inflação e o crescimento do Produto Interno Bruto também previa a revisão dos termos após quatro anos. O prazo para uma reavaliação do acordo terminou, segundo o deputado, em dezembro de 2010. Ele afirmou que as centrais não admitirão salário mínimo abaixo de R$ 580 e disse que a MP de Lula será alterada no Congresso Nacional.
“Acho que o governo vai perder no Congresso. Vamos contar com a insatisfação da base aliada com a distribuição de cargos no segundo escalão. E se não houver correção da tabela [de imposto de renda] isso será um confisco”, disse. O deputado também reclamou da falta de acesso das centrais e movimentos sociais à presidente Dilma. “Dilma está numa redoma. O governo não deixa chegar nela.”
sexta-feira, 7 de janeiro de 2011
O jornalismo neocon e a militância virtual
O jornalismo neocon e a militância virtual
Reproduzo DO BLOG DO MIRO- artigo de Maurício Caleiro, publicado no blog Cinema & Outras Artes:
Muito já foi dito sobre as razões que levaram as grandes corporações jornalísticas à aderência ao chamado jornalismo neocon, denominação do estilo agressivo e marcadamente conservador que se difundiu inicialmente nos EUA - de radialistas populares para a Fox News - e que, no Brasil, ganhou abrigo nas páginas da outrora prestigiada revista Veja.
Resumidamente, mudanças e pressões econômicas, tecnológicas, políticas e ideológicas fizeram com que elas passassem a abrigar em suas redações e estúdios adeptos desse jornalismo malcriado e raso em informação histórica. Ainda que seu alvo principal sejam certos estratos sócio-econômicos, setores do público jovem têm sido muito receptivos a tal "estilo".
Reproduzo DO BLOG DO MIRO- artigo de Maurício Caleiro, publicado no blog Cinema & Outras Artes:
Muito já foi dito sobre as razões que levaram as grandes corporações jornalísticas à aderência ao chamado jornalismo neocon, denominação do estilo agressivo e marcadamente conservador que se difundiu inicialmente nos EUA - de radialistas populares para a Fox News - e que, no Brasil, ganhou abrigo nas páginas da outrora prestigiada revista Veja.
Resumidamente, mudanças e pressões econômicas, tecnológicas, políticas e ideológicas fizeram com que elas passassem a abrigar em suas redações e estúdios adeptos desse jornalismo malcriado e raso em informação histórica. Ainda que seu alvo principal sejam certos estratos sócio-econômicos, setores do público jovem têm sido muito receptivos a tal "estilo".
quinta-feira, 6 de janeiro de 2011
La movida literaria porteña, ante el desafío de seducir a París Es uno de los grandes eventos culturales de Europa. Se hace en marzo.
Argentina sempre a frente na questão de Literatura e Produção Editorial.Estive agora, recentemente, e a cidade é plena de livrarias,desde o centro aos bairros , distritos, como S.Isidro, Tigre, etc.Ela nos dá um banho de cultura e de consumo em Cultura Literária.El Ateneo e a Cuspid tornaram-se famosas pelo volume, mas existem centenas, especializadas por todas as partes da cidade.Paulovas
POR MARÍA PAULA BANDERA, ESPECIAL PARA CLARIN
OH LA LA. LA LIBRERÍA DEL MUSEO DE ARTE MODERNO DE PARIS, EN 2010. UNA CIUDAD CON INTENSA VIDA CULTURAL.
Etiquetado como:CulturaSalón del Libro de París
En 2011, las letras argentinas seguirán recorriendo las ferias literarias del mundo: Buenos Aires será la ciudad invitada al Salón del Libro de París, que se celebrará del 18 al 21 de marzo.
La ciudad aprovechará la ocasión para presentar el cronograma de actividades de Buenos Aires Capital Mundial del Libro 2011, título que ostentará desde el 23 de abril de este año.
Esta es la primera vez que el Salón del Libro –que tiene unos 190.000 visitantes, de los cuales 33.800 son profesionales del libro– contará con una ciudad invitada. El ex agregado cultural de la embajada de Francia y actual director del departamento de Estrategia en el Instituto Francés, Jean-François Guéganno, explica la elección: “Buscábamos una gran capital literaria, con una marcada tradición de autores famosos y a Buenos Aires nos une una relación histórica”.
En el Salón, la ciudad tendrá un stand de 105 metros cuadrados, que tomará la atmósfera de los bares de Buenos Aires, con mesas para encontrarse y un pequeño auditorio. Buenos Aires pagó 132.000 euros por un combo que incluye ese stand, más el programa cultural, más diez pasajes y cuatro días de estadía para los escritores que participen de él. En total, el ministro de Cultura porteño Hernán Lombardi calcula gastar “no más de 150.000 euros”.
Además, el Ministerio de Cultura porteño hará una edición francesa de la antología de escritores que llevó a la Feria de Frankfurt el año pasado. Y también traducirá al francés Palabra Viva , una recopilación de textos y biografías de escritores desaparecidos durante la dictadura militar que editó la Sociedad de Escritoras y Escritores de la Argentina (SEA).
La traducción es clave. Guéganno considera “infructuoso invitar a un autor que no está traducido, porque si el lector no puede leer sus libros en el idioma que le es propio, el interés se pierde”.
La revista Ñ también estará presente, con una versión en francés de la antología de 80 páginas que llevó a Frankfurt en inglés y en alemán y que recopilaba notas y entrevistas publicadas en los últimos años.
¿La feria de París es parecida a la de Frankfurt? Según Lombardi, “a diferencia de Frankfurt, en Francia ya hay mucho material traducido y editado. Es un mercado más próximo a nosotros culturalmente”.
Para Guéganno la afluencia de traducciones es producto “de haber apoyado durante mucho tiempo la traducción de escritores franceses en la Argentina y de escritores argentinos en Francia”.
En esta edición, los países nórdicos serán los invitados de honor al Salón del Libro. Cuenta Lombardi que “como los finlandeses son adictos al tango, aceptaron nuestra propuesta de hacer una milonga de tango porteño y tango finlandés a modo de apertura”. La dirección será de Gustavo Mozzi, director del Festival de Tango de Buenos Aires.
Pero el espíritu porteño se extenderá más allá de la feria: en las bibliotecas populares de Paris y en las librerías del Este de la ciudad se desarrollará un ciclo de presentaciones sobre la literatura argentina, sus libros y sus autores.
El romance franco argentino seguirá durante todo 2011: en el Salón se dará inicio al Tandem París Buenos Aires, un programa que incluirá teatro, danzas, música, literatura y arte, entre otros y que tendrá dos etapas: París en Buenos Aires, de abril a junio, y Buenos Aires en París, de septiembre a noviembre. Los Festivales porteños que se celebren en el período “París en Buenos Aires” –como el de Cine Independiente y Ciudad Emergente– tendrán a la ciudad gala como invitada.
Los escritores invitados
Lombardi es directo al decir quién eligió a los escritores invitados: “Lo proponen Culturesfrance –el Instituto francés para el intercambio internacional–, las librerías de París y nosotros”.
El ministro quiere llevar dramaturgos, para fortalecer el teatro porteño en París. Da casi por seguros a Romina Paula (que todavía no confirmó) y a Mariano Pensotti.
Entre los autores confirmados están Quino, Pablo De Santis, Alan Pauls, Juan José Sebreli, Oliverio Coelho y Martín Kohan. También irán María Kodama y Graciela Aráoz, por la SEA.
Lombardi calcula que saldrán al menos diez autores desde acá e invitará a otros diez que vivan en Europa.
POR MARÍA PAULA BANDERA, ESPECIAL PARA CLARIN
OH LA LA. LA LIBRERÍA DEL MUSEO DE ARTE MODERNO DE PARIS, EN 2010. UNA CIUDAD CON INTENSA VIDA CULTURAL.
Etiquetado como:CulturaSalón del Libro de París
En 2011, las letras argentinas seguirán recorriendo las ferias literarias del mundo: Buenos Aires será la ciudad invitada al Salón del Libro de París, que se celebrará del 18 al 21 de marzo.
La ciudad aprovechará la ocasión para presentar el cronograma de actividades de Buenos Aires Capital Mundial del Libro 2011, título que ostentará desde el 23 de abril de este año.
Esta es la primera vez que el Salón del Libro –que tiene unos 190.000 visitantes, de los cuales 33.800 son profesionales del libro– contará con una ciudad invitada. El ex agregado cultural de la embajada de Francia y actual director del departamento de Estrategia en el Instituto Francés, Jean-François Guéganno, explica la elección: “Buscábamos una gran capital literaria, con una marcada tradición de autores famosos y a Buenos Aires nos une una relación histórica”.
En el Salón, la ciudad tendrá un stand de 105 metros cuadrados, que tomará la atmósfera de los bares de Buenos Aires, con mesas para encontrarse y un pequeño auditorio. Buenos Aires pagó 132.000 euros por un combo que incluye ese stand, más el programa cultural, más diez pasajes y cuatro días de estadía para los escritores que participen de él. En total, el ministro de Cultura porteño Hernán Lombardi calcula gastar “no más de 150.000 euros”.
Además, el Ministerio de Cultura porteño hará una edición francesa de la antología de escritores que llevó a la Feria de Frankfurt el año pasado. Y también traducirá al francés Palabra Viva , una recopilación de textos y biografías de escritores desaparecidos durante la dictadura militar que editó la Sociedad de Escritoras y Escritores de la Argentina (SEA).
La traducción es clave. Guéganno considera “infructuoso invitar a un autor que no está traducido, porque si el lector no puede leer sus libros en el idioma que le es propio, el interés se pierde”.
La revista Ñ también estará presente, con una versión en francés de la antología de 80 páginas que llevó a Frankfurt en inglés y en alemán y que recopilaba notas y entrevistas publicadas en los últimos años.
¿La feria de París es parecida a la de Frankfurt? Según Lombardi, “a diferencia de Frankfurt, en Francia ya hay mucho material traducido y editado. Es un mercado más próximo a nosotros culturalmente”.
Para Guéganno la afluencia de traducciones es producto “de haber apoyado durante mucho tiempo la traducción de escritores franceses en la Argentina y de escritores argentinos en Francia”.
En esta edición, los países nórdicos serán los invitados de honor al Salón del Libro. Cuenta Lombardi que “como los finlandeses son adictos al tango, aceptaron nuestra propuesta de hacer una milonga de tango porteño y tango finlandés a modo de apertura”. La dirección será de Gustavo Mozzi, director del Festival de Tango de Buenos Aires.
Pero el espíritu porteño se extenderá más allá de la feria: en las bibliotecas populares de Paris y en las librerías del Este de la ciudad se desarrollará un ciclo de presentaciones sobre la literatura argentina, sus libros y sus autores.
El romance franco argentino seguirá durante todo 2011: en el Salón se dará inicio al Tandem París Buenos Aires, un programa que incluirá teatro, danzas, música, literatura y arte, entre otros y que tendrá dos etapas: París en Buenos Aires, de abril a junio, y Buenos Aires en París, de septiembre a noviembre. Los Festivales porteños que se celebren en el período “París en Buenos Aires” –como el de Cine Independiente y Ciudad Emergente– tendrán a la ciudad gala como invitada.
Los escritores invitados
Lombardi es directo al decir quién eligió a los escritores invitados: “Lo proponen Culturesfrance –el Instituto francés para el intercambio internacional–, las librerías de París y nosotros”.
El ministro quiere llevar dramaturgos, para fortalecer el teatro porteño en París. Da casi por seguros a Romina Paula (que todavía no confirmó) y a Mariano Pensotti.
Entre los autores confirmados están Quino, Pablo De Santis, Alan Pauls, Juan José Sebreli, Oliverio Coelho y Martín Kohan. También irán María Kodama y Graciela Aráoz, por la SEA.
Lombardi calcula que saldrán al menos diez autores desde acá e invitará a otros diez que vivan en Europa.
quarta-feira, 5 de janeiro de 2011
"Quiero comprender lo que escapa al sistema"
A punto de estrenar su tercera película, el hijo rebelde de "Palito" habla de su fascinación por la marginalidad, sus experiencias con prostitutas y su búsqueda en las drogas: "Me gusta destruir mis estructuras mentales".
Luis Ortega
A punto de estrenar su tercera película, el hijo rebelde de "Palito" habla de su fascinación por la marginalidad, sus experiencias con prostitutas y su búsqueda en las drogas: "Me gusta destruir mis estructuras mentales".
Por Denise Tempone
Para una persona común, el mundo interno de Luis Ortega podría resultar abrumadoramente extraño. No es un mundo luminoso, aunque tampoco es del todo oscuro. Es retorcido, cavernoso, casi indescifrable. Y está bien así. Probablemente no haya nada más lejos de su interés que la claridad total. Y nada que lo repugne más que la obscenidad de lo obvio.
Su nueva película, Los santos sucios, la sucesora de Caja negra y Monoblock, es una interesante fotografía de ese mundo interno. Con una estética apocalíptica, repleta de colores pasteles y postales de ensoñación, cuenta la historia de un grupo de sobrevivientes, no se sabe de qué. Que quedaron solos, no se sabe dónde. Ellos quieren cruzar un río, no se sabe para qué. Sucede que no importan las causas, los lugares y los fines, tampoco la historia personal de esa pareja gay que Luis interpreta junto con Alejandro Urdapilleta, ni la del extraño hombre que toca la campana o la de una chica a la que llaman "Monito". Sólo importa atravesar la incertidumbre, caminar por los márgenes del sistema, arriesgarse a la caída total. "Todos los que iban a protagonizar esta película ahora están muertos. Eran amigos de la calle, gente que conocí en la plaza de Paseo Colón y Estados Unidos. Ahí me escapaba cuando me aburría en la Universidad de Cine, que era la mayor parte del tiempo. Escribí esta historia con ellos en mente pero ninguno sobrevivió a la calle. Si bien eran alcohólicos terminales, murieron por la calle, nadie que vive en la calle muere por otra cosa. Uno solo está vivo. Era quien iba a interpretar mi personaje, pero dos días antes de empezar a filmar nos dimos cuenta que era imposible, estaba teniendo alucinaciones auditivas y no podíamos comunicarnos bien", explica. La pregunta entonces es obligatoria.
Luis Ortega
A punto de estrenar su tercera película, el hijo rebelde de "Palito" habla de su fascinación por la marginalidad, sus experiencias con prostitutas y su búsqueda en las drogas: "Me gusta destruir mis estructuras mentales".
Por Denise Tempone
Para una persona común, el mundo interno de Luis Ortega podría resultar abrumadoramente extraño. No es un mundo luminoso, aunque tampoco es del todo oscuro. Es retorcido, cavernoso, casi indescifrable. Y está bien así. Probablemente no haya nada más lejos de su interés que la claridad total. Y nada que lo repugne más que la obscenidad de lo obvio.
Su nueva película, Los santos sucios, la sucesora de Caja negra y Monoblock, es una interesante fotografía de ese mundo interno. Con una estética apocalíptica, repleta de colores pasteles y postales de ensoñación, cuenta la historia de un grupo de sobrevivientes, no se sabe de qué. Que quedaron solos, no se sabe dónde. Ellos quieren cruzar un río, no se sabe para qué. Sucede que no importan las causas, los lugares y los fines, tampoco la historia personal de esa pareja gay que Luis interpreta junto con Alejandro Urdapilleta, ni la del extraño hombre que toca la campana o la de una chica a la que llaman "Monito". Sólo importa atravesar la incertidumbre, caminar por los márgenes del sistema, arriesgarse a la caída total. "Todos los que iban a protagonizar esta película ahora están muertos. Eran amigos de la calle, gente que conocí en la plaza de Paseo Colón y Estados Unidos. Ahí me escapaba cuando me aburría en la Universidad de Cine, que era la mayor parte del tiempo. Escribí esta historia con ellos en mente pero ninguno sobrevivió a la calle. Si bien eran alcohólicos terminales, murieron por la calle, nadie que vive en la calle muere por otra cosa. Uno solo está vivo. Era quien iba a interpretar mi personaje, pero dos días antes de empezar a filmar nos dimos cuenta que era imposible, estaba teniendo alucinaciones auditivas y no podíamos comunicarnos bien", explica. La pregunta entonces es obligatoria.
segunda-feira, 3 de janeiro de 2011
TV PUBLICA DE ARGENTINA VISION 7 = e a posse de DILMA
A Tv Pública da Argentina,neste domingo no programa VISION 7, dá destaque a posse de Dilma,mostrando a mesma, na posse, depoimentos de Lula na campanha ,bem como o povo reagiu em sua posse, ouvindo inclusive argentinos radicados no Brasil e que estavam na posse misturados a multidão.
domingo, 2 de janeiro de 2011
Murió Zelarayán, el poeta de la “roña criolla”
POR REN Ñ AR
Fue, como él quería, el maestro oculto y marginal de dos generaciones. A los 88 años, era un mito.
POR JORGE AULICINO - jaulicino@clarin.com
RICARDO ZELARAYAN, por SABAT
Etiquetado como:CulturaRicardo Zelarayánmurió
Era zorro, cordial, amargo, se sentía golpeado, se definía a veces como “provinciano resentido”, y lograba que nadie supiese su edad, al punto que el único editor comercial que tuvo en vida señala en su página web que Ricardo Isidoro Zelarayán había nacido en 1940. También era coqueto, es cierto, pero no hubiese llegado a quitarse 18 años. Había nacido en 1922, el 21 de octubre, y casi todas las páginas web que hicieron crecer el mito que buscó empeñosamente crear consignan que era de Paraná, pero que se llamaba a sí mismo “tucumano-salteño” por adopción. A quien esto escribe, le dijo también, en este diario, que era santiagueño. Con la oposición capital-interior hacía su caballito de batalla. Pueden imaginar su risa gruesa, su voz ronca, cuando decía “los porteños creen que todos los del interior somos del campo”. De gauchos, paisajismo y regionalismo hablaba casi tan mal como del tango y el populismo porteño: todo impostación.
Ricardo Zelarayán, autor de cinco breves libros, dos de ellos de poemas, era profundamente culto. Y así como su zona de lenguaje era el campo plagado de urbanizaciones, de matorral y cemento, era –lo decía él– llamado el franchute por sus colegas, se supone que de la revista Literal que ayudó a crear en los sesenta (y aquélla era una revista de eminente sabor francés). También podía mirarte, terriblemente resfriado, y antes de decir que estaba por morir, enterado de que te resistías a continuar con Proust, advertirte: “No vas a poder salir de ese mundo”.
Zelarayán publicó La obsesión del espacio , cuyo texto central es el largo poema “La Gran Salina”, una pieza capital de la poesía argentina. Publicó, con José Luis Mangieri, Roña criolla , después el libro para chicos Traveseando y las semi novelas La piel del caballo y Lata peinada , de estirpe macedoniana. El año pasado, se publicó Ahora o nunca , su poesía reunida, que incluye numerosos poemas inéditos que hacía circular en fotocopias con el indisimulado propósito de que alguien escribiera alguna vez “sus poemas circulaban en fotocopias”. Sabía que todo gran escritor es un mito. Pero el mito no funciona si no se es un gran escritor . Con él, funcionó.
Hay una cosa: Zelarayán creía a pie juntillas que el lenguaje es la única realidad, de modo que para él todo era realismo. Se trataba de sacar de conversación las palabras para que esa realidad-irrealidad fuera evidente. Hacer patentes las cosas, hasta la irrealidad, tal la doctrina que nunca dijo. “Coloquial” se escribió de su lenguaje; puede ser, pero no coloquial porteñista, sino de esa franja del interior que no es el campo, no al menos el campo güiraldiano. En tal lenguaje coloquial estaba la realidad de esa zona de semi interior y de semi superficie, semi portuaria, global, culto-villera. Definir tal zona de lenguaje fue para Zelarayán definir paisaje, tema e ideología, porque el procedimiento implicaba su cosmos. Había que haber leído a Valéry para escribir así, para saber qué es una estructura, qué es máquina en la literatura, y qué es, finalmente, poesía absoluta.
Como decía en el comienzo de “La Gran Salina”, el misterio debería ser reemplazado por el pensamiento de trenes de carga que pasan de noche por la Gran Salina. Una realidad tan oclusa que el misterio en ella ni siquiera se deja entrever. Signo y materia.
Fue, como él quería, el maestro oculto y marginal de dos generaciones. A los 88 años, era un mito.
POR JORGE AULICINO - jaulicino@clarin.com
RICARDO ZELARAYAN, por SABAT
Etiquetado como:CulturaRicardo Zelarayánmurió
Era zorro, cordial, amargo, se sentía golpeado, se definía a veces como “provinciano resentido”, y lograba que nadie supiese su edad, al punto que el único editor comercial que tuvo en vida señala en su página web que Ricardo Isidoro Zelarayán había nacido en 1940. También era coqueto, es cierto, pero no hubiese llegado a quitarse 18 años. Había nacido en 1922, el 21 de octubre, y casi todas las páginas web que hicieron crecer el mito que buscó empeñosamente crear consignan que era de Paraná, pero que se llamaba a sí mismo “tucumano-salteño” por adopción. A quien esto escribe, le dijo también, en este diario, que era santiagueño. Con la oposición capital-interior hacía su caballito de batalla. Pueden imaginar su risa gruesa, su voz ronca, cuando decía “los porteños creen que todos los del interior somos del campo”. De gauchos, paisajismo y regionalismo hablaba casi tan mal como del tango y el populismo porteño: todo impostación.
Ricardo Zelarayán, autor de cinco breves libros, dos de ellos de poemas, era profundamente culto. Y así como su zona de lenguaje era el campo plagado de urbanizaciones, de matorral y cemento, era –lo decía él– llamado el franchute por sus colegas, se supone que de la revista Literal que ayudó a crear en los sesenta (y aquélla era una revista de eminente sabor francés). También podía mirarte, terriblemente resfriado, y antes de decir que estaba por morir, enterado de que te resistías a continuar con Proust, advertirte: “No vas a poder salir de ese mundo”.
Zelarayán publicó La obsesión del espacio , cuyo texto central es el largo poema “La Gran Salina”, una pieza capital de la poesía argentina. Publicó, con José Luis Mangieri, Roña criolla , después el libro para chicos Traveseando y las semi novelas La piel del caballo y Lata peinada , de estirpe macedoniana. El año pasado, se publicó Ahora o nunca , su poesía reunida, que incluye numerosos poemas inéditos que hacía circular en fotocopias con el indisimulado propósito de que alguien escribiera alguna vez “sus poemas circulaban en fotocopias”. Sabía que todo gran escritor es un mito. Pero el mito no funciona si no se es un gran escritor . Con él, funcionó.
Hay una cosa: Zelarayán creía a pie juntillas que el lenguaje es la única realidad, de modo que para él todo era realismo. Se trataba de sacar de conversación las palabras para que esa realidad-irrealidad fuera evidente. Hacer patentes las cosas, hasta la irrealidad, tal la doctrina que nunca dijo. “Coloquial” se escribió de su lenguaje; puede ser, pero no coloquial porteñista, sino de esa franja del interior que no es el campo, no al menos el campo güiraldiano. En tal lenguaje coloquial estaba la realidad de esa zona de semi interior y de semi superficie, semi portuaria, global, culto-villera. Definir tal zona de lenguaje fue para Zelarayán definir paisaje, tema e ideología, porque el procedimiento implicaba su cosmos. Había que haber leído a Valéry para escribir así, para saber qué es una estructura, qué es máquina en la literatura, y qué es, finalmente, poesía absoluta.
Como decía en el comienzo de “La Gran Salina”, el misterio debería ser reemplazado por el pensamiento de trenes de carga que pasan de noche por la Gran Salina. Una realidad tan oclusa que el misterio en ella ni siquiera se deja entrever. Signo y materia.
sábado, 1 de janeiro de 2011
Dilma: "No voy a descansar mientras haya brasileños sin alimentos en su mesa"
POR UOL
TEXTO PAG 12 AR
Dilma Rousseff se convirtió en la primera presidenta de Brasil al jurar al cargo ante el plenario ante la Asamblea legislativa, investidura que marcó al mismo tiempo el final del mandato del ex presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a quien rindió homenaje con un llamado a profundizar las reformas sociales de su gobierno. En ese sentido, la flamante primera mandataria afirmó que viene a asumir el "compromiso con la erradicación de la pobreza extrema" en Brasil.
Ex integrante de la resistencia armada a la dictadura militar (1964-1985), por lo que fue víctima de torturas y tres años de cárcel, y pieza fundamental del gobierno de Lula desde dos ministerios, Rousseff asumió el mando de la octava economía del mundo con un homenaje a su padrino político, quien la condujo a la Presidencia.
"El mayor homenaje (a Lula) es ampliar y avanzar las conquistas de su gobierno", dijo Rousseff ante los miembros de las dos cámaras del Congreso que la aplaudieron de pie.
Rousseff dijo que Brasil tiene la "oportunidad" de convertirse en una "nación desarrollada" con "estilo brasileño" y un fuerte componente de sostenibilidad ambiental.
Para ello, llamó a la unión de las instituciones para mantener los buenos fundamentos que sostuvieron el crecimiento brasileño en los últimos años, y pidió especial apoyo al asumir el "compromiso con la erradicación de la pobreza extrema" en Brasil, donde 20 de los poco más de 190 millones de habitantes se encuentran en esa situación.
"Aún existe una pobreza que avergüenza a nuestro país", lanzó durante su primer discurso tras asumir el cargo ante el Congreso.
"No voy a descansar mientras haya en Brasil brasileños sin alimentos en su mesa, y niños pobres abandonados a su propia suerte", prometió, en medio de aplausos de los legisladores y jefes de Estado presentes en el Parlamento, entre ellos varios latinoamericanos.
Rousseff se comprometió además a profundizar la integración latinoamericana. "Seguiremos empeñados en profundizar la integración con nuestros hermanos latinoamericanos", sostuvo ante el plenario del Congreso brasileño. >El nuevo gobierno brasileño buscará "asociar su desarrollo económico y político a nuestro continente", remarcó.
Rousseff enfatizó que pretende dar una "consistencia cada vez mayor al Mercosur" integrado por Brasil, Argentina, Paraguay y Uruguay, además de Chile y Bolivia como miembros asociados externos y Venezuela en proceso de adhesión. "Vamos a dar especial atención a los países emergentes", dijo. "Profundizaremos el relacionamiento con Estados Unidos y la Unión Europea", añadió.
Rousseff, elegida para gobernar por cuatro años, llegó al Congreso bajo una intensa lluvia que obligó a modificar partes de la ceremonia, sin que ingresara a la Catedral de Brasilia. Luego del Congreso, se dirigirá al Palacio do Planalto en donde recibirá la banda presidencial del ahora ex presidente Luiz Inacio Lula da Silva.
Lula, quien deja el poder con una popularidad récord de 87 por ciento después de ocho años de gobierno, pasará el mando a su compañera política e inmediatamente abandonará Brasilia rumbo a su residencia en Sao Bernardo do Campo, un suburbio obrero industrial, próximo de Sao Paulo, en donde gestó su liderazgo sindical en los años 70.
Rousseff pasará a ocupar el despacho principal del Palacio do Planalto en un momento de expansión sostenida de la economía, con una previsión de crecimiento de 7,6 por ciento del Producto Interno Bruto en 2011 y una tasa de desempleo de 5,7 por ciento en noviembre, un mínimo histórico.
Bajo el gobierno de Lula 29 millones de personas salieron de la miseria, según cifras oficiales, pero casi la mitad de la población sigue sin acceso a saneamiento y la tasa de analfabetismo roza el 10 por ciento.
Rousseff contará con parte del equipo de gobierno de Lula. Ocho ministros de 25 del actual equipo de gobierno fueron reconfirmados en sus cargos y otros tres se mantendrán en el gabinete pero ocupando una función diferente.
En el plano externo, Rousseff asume el poder en medio de una incipiente crisis diplomática con Italia, ante la decisión adoptada por Lula en su último día de gobierno de no extraditar al ex militante de ultraizquierda italiano Cesare Battisti, condenado por cuatro asesinatos en su país.
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Timerman: "Con Brasil tenemos una relación muy buena y los últimos años fueron los mejores"
TEXTO PAG 12 AR
Dilma Rousseff se convirtió en la primera presidenta de Brasil al jurar al cargo ante el plenario ante la Asamblea legislativa, investidura que marcó al mismo tiempo el final del mandato del ex presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a quien rindió homenaje con un llamado a profundizar las reformas sociales de su gobierno. En ese sentido, la flamante primera mandataria afirmó que viene a asumir el "compromiso con la erradicación de la pobreza extrema" en Brasil.
Ex integrante de la resistencia armada a la dictadura militar (1964-1985), por lo que fue víctima de torturas y tres años de cárcel, y pieza fundamental del gobierno de Lula desde dos ministerios, Rousseff asumió el mando de la octava economía del mundo con un homenaje a su padrino político, quien la condujo a la Presidencia.
"El mayor homenaje (a Lula) es ampliar y avanzar las conquistas de su gobierno", dijo Rousseff ante los miembros de las dos cámaras del Congreso que la aplaudieron de pie.
Rousseff dijo que Brasil tiene la "oportunidad" de convertirse en una "nación desarrollada" con "estilo brasileño" y un fuerte componente de sostenibilidad ambiental.
Para ello, llamó a la unión de las instituciones para mantener los buenos fundamentos que sostuvieron el crecimiento brasileño en los últimos años, y pidió especial apoyo al asumir el "compromiso con la erradicación de la pobreza extrema" en Brasil, donde 20 de los poco más de 190 millones de habitantes se encuentran en esa situación.
"Aún existe una pobreza que avergüenza a nuestro país", lanzó durante su primer discurso tras asumir el cargo ante el Congreso.
"No voy a descansar mientras haya en Brasil brasileños sin alimentos en su mesa, y niños pobres abandonados a su propia suerte", prometió, en medio de aplausos de los legisladores y jefes de Estado presentes en el Parlamento, entre ellos varios latinoamericanos.
Rousseff se comprometió además a profundizar la integración latinoamericana. "Seguiremos empeñados en profundizar la integración con nuestros hermanos latinoamericanos", sostuvo ante el plenario del Congreso brasileño. >El nuevo gobierno brasileño buscará "asociar su desarrollo económico y político a nuestro continente", remarcó.
Rousseff enfatizó que pretende dar una "consistencia cada vez mayor al Mercosur" integrado por Brasil, Argentina, Paraguay y Uruguay, además de Chile y Bolivia como miembros asociados externos y Venezuela en proceso de adhesión. "Vamos a dar especial atención a los países emergentes", dijo. "Profundizaremos el relacionamiento con Estados Unidos y la Unión Europea", añadió.
Rousseff, elegida para gobernar por cuatro años, llegó al Congreso bajo una intensa lluvia que obligó a modificar partes de la ceremonia, sin que ingresara a la Catedral de Brasilia. Luego del Congreso, se dirigirá al Palacio do Planalto en donde recibirá la banda presidencial del ahora ex presidente Luiz Inacio Lula da Silva.
Lula, quien deja el poder con una popularidad récord de 87 por ciento después de ocho años de gobierno, pasará el mando a su compañera política e inmediatamente abandonará Brasilia rumbo a su residencia en Sao Bernardo do Campo, un suburbio obrero industrial, próximo de Sao Paulo, en donde gestó su liderazgo sindical en los años 70.
Rousseff pasará a ocupar el despacho principal del Palacio do Planalto en un momento de expansión sostenida de la economía, con una previsión de crecimiento de 7,6 por ciento del Producto Interno Bruto en 2011 y una tasa de desempleo de 5,7 por ciento en noviembre, un mínimo histórico.
Bajo el gobierno de Lula 29 millones de personas salieron de la miseria, según cifras oficiales, pero casi la mitad de la población sigue sin acceso a saneamiento y la tasa de analfabetismo roza el 10 por ciento.
Rousseff contará con parte del equipo de gobierno de Lula. Ocho ministros de 25 del actual equipo de gobierno fueron reconfirmados en sus cargos y otros tres se mantendrán en el gabinete pero ocupando una función diferente.
En el plano externo, Rousseff asume el poder en medio de una incipiente crisis diplomática con Italia, ante la decisión adoptada por Lula en su último día de gobierno de no extraditar al ex militante de ultraizquierda italiano Cesare Battisti, condenado por cuatro asesinatos en su país.
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Timerman: "Con Brasil tenemos una relación muy buena y los últimos años fueron los mejores"
ARGENTINA ANO NOVO 20011
BUENOS AIRES COMEMORA DE MODO SIMPLES SEU ANO NOVO........PARECE AINDA DE LUTO PELA MORTE DE KISCHNER, SERÁ?
CRISTINA RECOLHE-SE EM RIO GALLEGOS E NÃO VAI A POSSE DE DILMA.
MACRI AGITA PARA POSTULAR-SE A CANDIDATO A PRESIDÊNCIA JUNTO AO POLÊMICO DUNHALDE E ALFONSIN.
CRISTINA RECOLHE-SE EM RIO GALLEGOS E NÃO VAI A POSSE DE DILMA.
MACRI AGITA PARA POSTULAR-SE A CANDIDATO A PRESIDÊNCIA JUNTO AO POLÊMICO DUNHALDE E ALFONSIN.
terça-feira, 28 de dezembro de 2010
WikiLeaks sobre Piñera: "Algunas de sus acciones parecen claramente cruzar la línea de la impropiedad legal"
POR EMOL CH-----CLIQUE NO TÍYULO E LEIA MAIS
Nuevamente una alusión de la serie de cables diplomáticos estadounidenses dados a conocer por WikiLeaks aborda temas vinculados a Chile. Y si antes afectaron a la ex Presidenta Bachelet y al entonces ministro del Interior Edmundo Pérez Yoma, las infidencias sobre temas de nuestro país tocaron esta vez al Presidente Sebastián Piñera.
El diario español El País publicó ayer un artículo basado en tres cables de la legación en Santiago que datan entre 2008 y 2010, período en que el embajador estadounidense era Paul Simons.
Nuevamente una alusión de la serie de cables diplomáticos estadounidenses dados a conocer por WikiLeaks aborda temas vinculados a Chile. Y si antes afectaron a la ex Presidenta Bachelet y al entonces ministro del Interior Edmundo Pérez Yoma, las infidencias sobre temas de nuestro país tocaron esta vez al Presidente Sebastián Piñera.
El diario español El País publicó ayer un artículo basado en tres cables de la legación en Santiago que datan entre 2008 y 2010, período en que el embajador estadounidense era Paul Simons.
segunda-feira, 27 de dezembro de 2010
Encontro- encontra o museu encontra o encontro
POR OVERMUNDO
Me dê um museu e eu o preencho, disse certa vez Pablo Picasso, numa daquelas citações que perdem seu contexto e viram objetossauros da memória. Preencher um museu, hoje se sabe (e Picasso já o compreendia), não é tarefa meramente material. Muito da magia desses prédios de antiquários reside justamente no espaço entre o objeto e sua recepção pelo visitante. Um espaço bastante curto e sutil chamado apropriação. A apropriação é nada menos que a instância particular de aproximação entre estes dois contextos históricos e identitários distintos, sujeito e objeto - e pode ser representada pelo instante fugaz do encontro. Todo museu é um lugar de encontros. Talvez por isso tenha sido tão apropriado ser apresentado ao projeto-em-construção de Regina Casé, Hermano Vianna e Gringo Cardia a partir da mediação de Heloísa Buarque de Hollanda, justo no Rio de Encontros, ciclo de seminários e mesas redondas, organizado pelO Instituto em parceria com o CESeC, na Casa do Saber
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Me dê um museu e eu o preencho, disse certa vez Pablo Picasso, numa daquelas citações que perdem seu contexto e viram objetossauros da memória. Preencher um museu, hoje se sabe (e Picasso já o compreendia), não é tarefa meramente material. Muito da magia desses prédios de antiquários reside justamente no espaço entre o objeto e sua recepção pelo visitante. Um espaço bastante curto e sutil chamado apropriação. A apropriação é nada menos que a instância particular de aproximação entre estes dois contextos históricos e identitários distintos, sujeito e objeto - e pode ser representada pelo instante fugaz do encontro. Todo museu é um lugar de encontros. Talvez por isso tenha sido tão apropriado ser apresentado ao projeto-em-construção de Regina Casé, Hermano Vianna e Gringo Cardia a partir da mediação de Heloísa Buarque de Hollanda, justo no Rio de Encontros, ciclo de seminários e mesas redondas, organizado pelO Instituto em parceria com o CESeC, na Casa do Saber
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domingo, 26 de dezembro de 2010
El fundador de WikiLeaks, Julian Assange firmó un contrat
POR CLARIN
El fundador de WikiLeaks, Julian Assange, cuyo portal ha revelado miles de documentos confidenciales del Gobierno de Estados Unidos, firmó un contrato por un valor de unos 1,2 millones de dólares por su autobiografía, según informó hoy el diario británico Sunday Times.
Assange indicó que el dinero que obtenga de la venta de su libro servirá para cubrir los costos legales del proceso judicial que afronta por el presunto abuso sexual de dos mujeres en Suecia y para mantener el portal.
"No quiero escribir este libro, pero debo hacerlo. Ya gasté 200 mil libras esterlinas (unos 235.000 euros) en gastos legales. Debo defenderme y proteger Wikileaks", declaró Assange, quien niega las acusaciones en su contra.
Por sus memorias, el fundador de Wikileaks recibirá 800.000 dólares de la editorial estadounidense Alfred Knopf y otro medio millón de la británica Canongate.
Pero sumando estas cifras a otros acuerdos adicionales, percibirá un millón y medio de dólares por la publicación de su libro en todo el mundo, según información citada por la agencia oficial de noticias rusa, RIA Novosti.
El fundaor de Wikileaks reside actualmente en Inglaterra bajo estrictas condiciones de seguridad, tras pagar la fianza que le permitió salir de la prisión adonde había sido alojado a raíz de la acusación de la fiscalía sueca por el supuesto abuso de dos mujeres.
Assange argumenta que las relaciones que tuvo con ambas fueron consentidas y que se trata de una campaña organizada para encarcelarlo por haber revelado cientos de miles de documentos secretos sobre las guerras en Irak y Afganistán y de las delegaciones diplomáticas estadounidenses en el mundo
El fundador de WikiLeaks, Julian Assange, cuyo portal ha revelado miles de documentos confidenciales del Gobierno de Estados Unidos, firmó un contrato por un valor de unos 1,2 millones de dólares por su autobiografía, según informó hoy el diario británico Sunday Times.
Assange indicó que el dinero que obtenga de la venta de su libro servirá para cubrir los costos legales del proceso judicial que afronta por el presunto abuso sexual de dos mujeres en Suecia y para mantener el portal.
"No quiero escribir este libro, pero debo hacerlo. Ya gasté 200 mil libras esterlinas (unos 235.000 euros) en gastos legales. Debo defenderme y proteger Wikileaks", declaró Assange, quien niega las acusaciones en su contra.
Por sus memorias, el fundador de Wikileaks recibirá 800.000 dólares de la editorial estadounidense Alfred Knopf y otro medio millón de la británica Canongate.
Pero sumando estas cifras a otros acuerdos adicionales, percibirá un millón y medio de dólares por la publicación de su libro en todo el mundo, según información citada por la agencia oficial de noticias rusa, RIA Novosti.
El fundaor de Wikileaks reside actualmente en Inglaterra bajo estrictas condiciones de seguridad, tras pagar la fianza que le permitió salir de la prisión adonde había sido alojado a raíz de la acusación de la fiscalía sueca por el supuesto abuso de dos mujeres.
Assange argumenta que las relaciones que tuvo con ambas fueron consentidas y que se trata de una campaña organizada para encarcelarlo por haber revelado cientos de miles de documentos secretos sobre las guerras en Irak y Afganistán y de las delegaciones diplomáticas estadounidenses en el mundo
Caminho das Indias na argentina
Caminho das Indias na argentina tem outro nome: Indias :uma história de amor;a dublagem altera o contexto,mas adapta ao contexto platino
sábado, 25 de dezembro de 2010
El lugar exacto
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Roberto Appratto
OSVALDO AGUIRRE nació en Buenos Aires en 1964, pero desde hace años vive en Rosario, donde se desempeña como gestor cultural y periodista. Desde 1992 ha publicado novelas, trabajos de investigación periodística, ensayos y cinco libros de poesía. Campo Albornoz, el primero publicado en Uruguay, es un ejemplo de cómo una actividad múltiple puede generar productos valiosos. Aguirre es consciente de sus lecturas, y también de la necesidad de elegir y perfeccionar una voz y sostenerla en torno de un tema. Ese tema es, aquí, Campo Albornoz, el nombre de un paraje santafesino que desapareció junto con la estancia que lo nucleaba, pero que subsiste "en el habla de la gente del lugar", como señala en uno de los epígrafes. El otro es de Georges Perec y alude a un punto que "es para otros un lugar de memoria, uno de esos lugares alrededor del cual se articula la relaci
Roberto Appratto
OSVALDO AGUIRRE nació en Buenos Aires en 1964, pero desde hace años vive en Rosario, donde se desempeña como gestor cultural y periodista. Desde 1992 ha publicado novelas, trabajos de investigación periodística, ensayos y cinco libros de poesía. Campo Albornoz, el primero publicado en Uruguay, es un ejemplo de cómo una actividad múltiple puede generar productos valiosos. Aguirre es consciente de sus lecturas, y también de la necesidad de elegir y perfeccionar una voz y sostenerla en torno de un tema. Ese tema es, aquí, Campo Albornoz, el nombre de un paraje santafesino que desapareció junto con la estancia que lo nucleaba, pero que subsiste "en el habla de la gente del lugar", como señala en uno de los epígrafes. El otro es de Georges Perec y alude a un punto que "es para otros un lugar de memoria, uno de esos lugares alrededor del cual se articula la relaci
quinta-feira, 23 de dezembro de 2010
CUIDADO COM IPAD APPLE - PONTOFRIO.COM
COMPREI UM IPAG 64G sem 3G NO PONTO FRIO ,VIA WEBSITE DELES- DEPOIS DE SEIS DIAS DESLIGOU-SE E NÃO HOUVE BATÉRIA, NEM PLUGAR NO ITUNES, p i f o u, TIVE QUE DEVOLVER A LOJA PONTO FRIO .COM , QUE SÓ ME RESTAURARÁ O CRÉDITO SEM 13 DE JANEIRO, RESGATANDO O APARELHO ATÉ O DIA 29.12..COMPREI EM 10 DE DEZEMBRO , RECEBI DIA 15/12 E PIFOU DIA 21.12.2010.
COMPREI POIS IA VIAJAR -DIA 23/12 COM ELE E AGORA VIAJO SEM NADA!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
DETALHES FICA A DESEJAR , NÃO ABRE VÍDEOS , TODOS, NÃO É TÃO LEVE, PARA LER NA CAMA, NÃO HÁ LIVROS EM PORTUGUÊS SUFICIENTES ETC.
É UM IPHONÃO!!!!!!!!!!!!!SEM TELEFONE
Apple se junta a empresas que boicotam WikiLeaks
Posted on 22/12/2010 by Natalia Viana| 3 Comentários
A Apple se juntou às empresas que boicotam o WikiLeaks na internet ao retirar ontem da sua loja online o aplicativo que dava ao usuários acesso ao site e ao perfil do WikiLeaks no Twitter.
O comunicado publicado hoje pela Apple diz o seguinte: “Removemos o aplicativo do WikiLeaks de nossa App Store porque ele viola nossas normas para desenvolvedores. Os aplicativos devem cumprir leis locais e não podem colocar indivíduos ou um grupo em perigo”.
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A Apple se juntou às empresas que boicotam o WikiLeaks na internet ao retirar ontem da sua loja online o aplicativo que dava ao usuários acesso ao site e ao perfil do WikiLeaks no Twitter.
O comunicado publicado hoje pela Apple diz o seguinte: “Removemos o aplicativo do WikiLeaks de nossa App Store porque ele viola nossas normas para desenvolvedores. Os aplicativos devem cumprir leis locais e não podem colocar indivíduos ou um grupo em perigo”.
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domingo, 19 de dezembro de 2010
O VÍRUS DO CONSUMO
Neste período há um ataque nos cérebros das pessoas, e o inconsciente se esvai e haja consumo!
Para tudo que se consome há uma explicação,e tome cartões e 13ª .
A cidade veste a roupa da fantasia para compor esta loucura, esta paranóia do consumir é viver.
As lojas são templos desta orgia incomensurável.
Há até o caminho de Santiago da 25 de Março, onde se paga as promessas , e haja pés , joelhos músculos pra o peso dos pacotes e sacolas.
O que não consome é visto como antisocial, é um execrante da orgia!!!!!!!!
A família se diz mais forte, apesar das brigas -pós compras ou em Janeiro, fevereiro e março..
Os amantes - extra conjugais - ganham presentes com compra a vista para não ter visibilidade no cartão, na fatura.
Os móteis são os templos da entrega, e haja motivo para consumir, e o Natal vira o além, dos além, tudo é farra e o álibi é o Menino Deus.
A infância da classe média e alta faz a farra e exerce seu poder ditatorial e louvado seja o Consumo!
Bendito seja o capitalismo orgástico , sempre , sempre e haja quilos a mais no bolso e no corpo em nome de Ë NATAL!!!!!!!
sexta-feira, 17 de dezembro de 2010
terça-feira, 14 de dezembro de 2010
Semelhante à Wikipédia Cuba lança a sua própria enciclopédia online1
Reproduzido do PÚBLICO.PT
O governo cubano está a lançar a sua própria enciclopédia online, à semelhança da Wikipédia. Nela consta uma versão do Mundo e da História feita à imagem de Havana.
A entrada sobre Fidel Castro descreve-o como alguém que “escreve e participa na luta de ideias a nível global” (Reuters)
O novo site - www.ecured.cu - deverá ser lançado oficialmente hoje, mas cerca das 11h00 (hora de Lisboa) ainda não estava em funcionamento. De acordo com a BBC esta base de dados sem fins lucrativos posta em marcha pelo governo cubano já tem cerca de 20 mil entradas.
As actualizações poderão, segundo a BBC, aparecer online após a aprovação prévia dos administradores - embora não seja claro quem serão eles. No fundo esta ecured.cu é uma espécie de Wikipedia, mas com a necessidade de aprovação prévia por parte dos administradores do site, como acontece, de resto, com a própria Wikipedia em cerca de 2000 entradas mais polémicas.
De acordo com a própria EcuRed, o site foi desenvolvido “para criar e disseminar o conhecimento de todos e para todos, a partir de Cuba e com o Mundo”. “A sua filosofia é a acumulação e o desenvolvimento de conhecimento, com um objectivo de democratização, não lucrativo, objectivo, de um ponto de vista descolonizador”.
EUA é o “império dos nossos tempos”
De acordo com a BBC, alguma das entradas já disponíveis no site oferecem a visão cubana da História e do Mundo. Por exemplo, quando se faz uma busca por “Estados Unidos”, a EcuRed descreve o país como “o império do nosso tempo, que historicamente tomou pela força territórios e recursos naturais de outras nações, para os pôr ao serviço dos seus negócios e dos seus monopólios”.
“[O país] consome 25 por cento da energia produzida no Planeta e, apesar da sua riqueza, mais de um terço da sua população não tem acesso a cuidados médicos”, indica o artigo.
As relações entre a Cuba e os EUA têm melhorado desde que Barack Obama chegou ao poder, mas o embargo norte-americano à ilha mantém-se firmemente de pé.
O site EcuRed indica ainda que os EUA sempre quiseram tomar aquela ilha do Caribe. No mesmo artigo pode ler-se - segundo a BBC - que os líderes norte-americanos sempre olharam para Cuba como “aqueles que admiram uma fruta maravilhosa que acabará por cair nas suas mãos”.
Por outro lado, a entrada sobre Fidel Castro descreve-o como alguém que “escreve e participa na luta de ideias a nível global” e que influenciou “decisões revolucionárias importantes e estratégias”. Já o seu irmão - Raul Castro - que sucedeu a Fidel no poder - é descrito como “um combatente revolucionário, um líder político, um estadista e um chefe militar”.
O governo cubano está a lançar a sua própria enciclopédia online, à semelhança da Wikipédia. Nela consta uma versão do Mundo e da História feita à imagem de Havana.
A entrada sobre Fidel Castro descreve-o como alguém que “escreve e participa na luta de ideias a nível global” (Reuters)
O novo site - www.ecured.cu - deverá ser lançado oficialmente hoje, mas cerca das 11h00 (hora de Lisboa) ainda não estava em funcionamento. De acordo com a BBC esta base de dados sem fins lucrativos posta em marcha pelo governo cubano já tem cerca de 20 mil entradas.
As actualizações poderão, segundo a BBC, aparecer online após a aprovação prévia dos administradores - embora não seja claro quem serão eles. No fundo esta ecured.cu é uma espécie de Wikipedia, mas com a necessidade de aprovação prévia por parte dos administradores do site, como acontece, de resto, com a própria Wikipedia em cerca de 2000 entradas mais polémicas.
De acordo com a própria EcuRed, o site foi desenvolvido “para criar e disseminar o conhecimento de todos e para todos, a partir de Cuba e com o Mundo”. “A sua filosofia é a acumulação e o desenvolvimento de conhecimento, com um objectivo de democratização, não lucrativo, objectivo, de um ponto de vista descolonizador”.
EUA é o “império dos nossos tempos”
De acordo com a BBC, alguma das entradas já disponíveis no site oferecem a visão cubana da História e do Mundo. Por exemplo, quando se faz uma busca por “Estados Unidos”, a EcuRed descreve o país como “o império do nosso tempo, que historicamente tomou pela força territórios e recursos naturais de outras nações, para os pôr ao serviço dos seus negócios e dos seus monopólios”.
“[O país] consome 25 por cento da energia produzida no Planeta e, apesar da sua riqueza, mais de um terço da sua população não tem acesso a cuidados médicos”, indica o artigo.
As relações entre a Cuba e os EUA têm melhorado desde que Barack Obama chegou ao poder, mas o embargo norte-americano à ilha mantém-se firmemente de pé.
O site EcuRed indica ainda que os EUA sempre quiseram tomar aquela ilha do Caribe. No mesmo artigo pode ler-se - segundo a BBC - que os líderes norte-americanos sempre olharam para Cuba como “aqueles que admiram uma fruta maravilhosa que acabará por cair nas suas mãos”.
Por outro lado, a entrada sobre Fidel Castro descreve-o como alguém que “escreve e participa na luta de ideias a nível global” e que influenciou “decisões revolucionárias importantes e estratégias”. Já o seu irmão - Raul Castro - que sucedeu a Fidel no poder - é descrito como “um combatente revolucionário, um líder político, um estadista e um chefe militar”.
domingo, 12 de dezembro de 2010
sexta-feira, 10 de dezembro de 2010
A homofobia dissemina-se em São Paulo
Que humanidade é esta que vivemos, atacamos a todos, esganamos a todos, para quê, porque?
O desejo é crime?
O sexo é crime?
Quantos homens e mulheres deliram consciente e inconsciente por coisas e coisas bizarras!!!!!!!!!!!!!!!
Diante disto penso no poeta Carlos Drummond de Andrade
O homem e as Viagens
.......
O homem funde a cuca se não for a Júpiter
proclamar justiça junto com injustiça
repetir a fossa
repetir o inquieto
repetitório.
Outros planetas restam para outras colônias.
O espaço todo vira Terra-a-terra.
O homem chega ao Sol ou dá uma volta
só para tever?
Não-vê que ele inventa
roupa insiderável de viver no Sol.
Põe o pé e:
mas que chato é o Sol, falso touro
espanhol domado.
Restam outros sistemas fora
do solar a col-
onizar.
Ao acabarem todos
só resta ao homem
(estará equipado?)
a dificílima dangerosíssima viagem
de si a si mesmo:
pôr o pé no chão
do seu coração
experimentar
colonizar
civilizar
humanizar
o homem
descobrindo em suas próprias inexploradas entranhas
a perene, insuspeitada alegria
de con-viver.
O desejo é crime?
O sexo é crime?
Quantos homens e mulheres deliram consciente e inconsciente por coisas e coisas bizarras!!!!!!!!!!!!!!!
Diante disto penso no poeta Carlos Drummond de Andrade
O homem e as Viagens
.......
O homem funde a cuca se não for a Júpiter
proclamar justiça junto com injustiça
repetir a fossa
repetir o inquieto
repetitório.
Outros planetas restam para outras colônias.
O espaço todo vira Terra-a-terra.
O homem chega ao Sol ou dá uma volta
só para tever?
Não-vê que ele inventa
roupa insiderável de viver no Sol.
Põe o pé e:
mas que chato é o Sol, falso touro
espanhol domado.
Restam outros sistemas fora
do solar a col-
onizar.
Ao acabarem todos
só resta ao homem
(estará equipado?)
a dificílima dangerosíssima viagem
de si a si mesmo:
pôr o pé no chão
do seu coração
experimentar
colonizar
civilizar
humanizar
o homem
descobrindo em suas próprias inexploradas entranhas
a perene, insuspeitada alegria
de con-viver.
quinta-feira, 9 de dezembro de 2010
Recta final en Cancún
Cancún, QR. Activistas simularon la inundación de sitios emblemáticos en el mundo como protesta en el marco de la Cumbre Mundial contra el Cambio Climático. En la imagen, versiones de la Estatua de la Libertad, en Nueva York; la Torre Eiffel, de París; la Casa de la Ópera de Sydney, entre otras. Reuters
Reproduzido de La Jornada México
quarta-feira, 8 de dezembro de 2010
Estudante confessa assassinato de professor em faculdade de BH Aluno alega que estava sendo perseguido, mas que não tinha intenção de matar
REPRODUZIDO DO IG CLIQUE NO TÍTULO E LEIA MAIS
Alessandra Mendes, especial para o iG | 08/12/2010 13:36A+A-
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O estudante acusado de matar um professor de educação física dentro da Faculdade Isabella Hendrix, no bairro de Lourdes, região centro-sul de Belo Horizonte, foi ouvido durante cerca de quatro horas no Departamento de Investigações, em Belo Horizonte, após ser preso durante a madrugada. Segundo a polícia, Amilton Loyola Caires, de 23 anos, confessou que matou Kássio Vinicius Castro Gomes, de 39 anos.
O aluno alegou que era perseguido pelo professor, com o qual já teria tido um atrito anteriormente. O depoimento de Amilton foi acompanhado por seu advogado, Bruno Mansur Baratz, que alegou aos policiais que o estudante é esquizofrênico e toma remédios controlados.
O professor foi morto a facadas no corredor da Faculdade Izabela Hendriz, na zona centro-sul da capital, no início da noite desta segunda-feira, pouco antes do começo das aulas. Amilton, preso em flagrante, vai ser encaminhado para o Centro de Remanejamento de Presos da Gameleira.
Foto: AE
Jovem foi preso acusado de matar professor de faculdade em Belo Horizonte
A polícia vai investigar agora a real motivação do crime, já que a princípio o estudante teria matado o professor porque ficou descontente com uma nota dada por ele, e que acabou resultando na reprovação do aluno. Mas Amilton alegou nesta quarta-feira para a polícia que este não foi o motivo de sua ação e que não tinha intenção de matar.
El juez Baltasar Garzón recibirá el premio "Azucena Villaflor"
El magistrado español, que investigó en su país los delitos de lesa humanidad cometidos contra ciudadanos españoles por la dictadura militar argentina, recibirá el viernes de manos de la presidenta Cristina Fernández de Kirchner el galardón.
08.12.2010 | 14.03 |
Garzón recibirá el premio de manos de la presidenta Cristina Fernández de Kirchner
El juez español Baltasar Garzón, que investigó en su país los delitos de lesa humanidad cometidos contra ciudadanos españoles por la dictadura militar argentina, recibirá el viernes de manos de la presidenta Cristina Fernández de Kirchner el premio "Azucena Villaflor".
El reconocimiento se realizará en el marco de los festejos por el Día Internacional de los Derechos Humanos y el Día de la Restauración de la Democracia, en la Plaza de Mayo.
La distinción anual "Azucena Villaflor" se otorga desde 2003, a través de la Secretaría de Derechos Humanos de la Nación, para destacar la trayectoria cívica de personas o instituciones en su defensa por los derechos humanos y la democracia.
CLIQUE NO TÍTULO E LEIA MAIS
domingo, 5 de dezembro de 2010
Roman Polanski triumphs at European Film Awards
By Neil Smith in Tallinn
Entertainment reporter, BBC News
Roman Polanski appeared via internet video link
Polanski makes public appearance
Roman Polanski's thriller The Ghost Writer was the toast of the European Film Awards, winning six prizes including best film and best director.
The 77-year-old did not attend the ceremony in Estonia, appearing instead via internet video software Skype.
"You have rewarded a truly European venture," he said from his Paris home.
Scotland's Ewan McGregor was named best actor for his role in the film as a writer hired to "ghost" the memoirs of a former British prime minister.
McGregor said he would be asleep when his acting award was presented
The Trainspotting star sent a pre-recorded message from the Thailand set of his latest project asking anyone who knew him at the event to contact him if he won.
"I'll be asleep when the award is presented and it'd be great to find out I've won when I wake up," the 39-year-old continued.
As well as receiving the director prize, Polanski was also honoured for the screenplay he co-wrote with British novelist Robert Harris.
Other prizes for The Ghost Writer - released as The Ghost in the UK - came for its music score and production design.
Polanski was working on the film at the time of his arrest in Switzerland last year on a US arrest warrant relating to his 1977 conviction for unlawful sex with a 13-year-old girl.
The Rosemary's Baby director spent nine months in jail and under house arrest before Swiss authorities decided, in July, not to extradite him to the US, where he remains a wanted man.
Post-production trauma
Polanski's awards were accepted at the ceremony in Tallinn by The Ghost Writer's British co-producer Timothy Burrill.
"Obviously I'm thrilled for Roman," he told the BBC News website after the event in Estonia's chilly capital city.
Ewan McGregor spoke to Andrew Marr in April about his role in the film
"He went through a period of trauma during post-production on the film, and the fact he was editing it from jail did not make it any easier."
However, Burrill played down the suggestion that The Ghost Writer's success represented a vote of solidarity for Polanski following his recent legal travails.
"I don't think people think like that," he said. "I think people just like the film."
His sentiments were echoed by its German production designer Albrecht Konrad, who said Polanski's movie was "a film first of all, a piece of craftsmanship".
"I wouldn't say yes and I wouldn't say no," he said when asked whether off-screen events had swayed the voting. "That's not for me to answer."
British nominations
The Ghost Writer had been nominated for eight awards in all, more than any other title at this year's gala.
The other main recipient was Israeli war film Lebanon, which was presented with a prize for its cinematography and a "discovery" award for its writer-director Samuel Moaz.
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Entertainment reporter, BBC News
Roman Polanski appeared via internet video link
Polanski makes public appearance
Roman Polanski's thriller The Ghost Writer was the toast of the European Film Awards, winning six prizes including best film and best director.
The 77-year-old did not attend the ceremony in Estonia, appearing instead via internet video software Skype.
"You have rewarded a truly European venture," he said from his Paris home.
Scotland's Ewan McGregor was named best actor for his role in the film as a writer hired to "ghost" the memoirs of a former British prime minister.
McGregor said he would be asleep when his acting award was presented
The Trainspotting star sent a pre-recorded message from the Thailand set of his latest project asking anyone who knew him at the event to contact him if he won.
"I'll be asleep when the award is presented and it'd be great to find out I've won when I wake up," the 39-year-old continued.
As well as receiving the director prize, Polanski was also honoured for the screenplay he co-wrote with British novelist Robert Harris.
Other prizes for The Ghost Writer - released as The Ghost in the UK - came for its music score and production design.
Polanski was working on the film at the time of his arrest in Switzerland last year on a US arrest warrant relating to his 1977 conviction for unlawful sex with a 13-year-old girl.
The Rosemary's Baby director spent nine months in jail and under house arrest before Swiss authorities decided, in July, not to extradite him to the US, where he remains a wanted man.
Post-production trauma
Polanski's awards were accepted at the ceremony in Tallinn by The Ghost Writer's British co-producer Timothy Burrill.
"Obviously I'm thrilled for Roman," he told the BBC News website after the event in Estonia's chilly capital city.
Ewan McGregor spoke to Andrew Marr in April about his role in the film
"He went through a period of trauma during post-production on the film, and the fact he was editing it from jail did not make it any easier."
However, Burrill played down the suggestion that The Ghost Writer's success represented a vote of solidarity for Polanski following his recent legal travails.
"I don't think people think like that," he said. "I think people just like the film."
His sentiments were echoed by its German production designer Albrecht Konrad, who said Polanski's movie was "a film first of all, a piece of craftsmanship".
"I wouldn't say yes and I wouldn't say no," he said when asked whether off-screen events had swayed the voting. "That's not for me to answer."
British nominations
The Ghost Writer had been nominated for eight awards in all, more than any other title at this year's gala.
The other main recipient was Israeli war film Lebanon, which was presented with a prize for its cinematography and a "discovery" award for its writer-director Samuel Moaz.
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sexta-feira, 3 de dezembro de 2010
quarta-feira, 1 de dezembro de 2010
La Bienal de Arte Miniatura de Canadá llega mañana a La PLata
La Bienal de Arte Miniatura de Canadá llega mañana a La PLata
El Macla exhibirá una selección compuesta por 111 obras
01.12.2010 | 00.52 |
Obras de Crepault (izquierda) y Marcotte (derecha), que se podrán ver en el Macla junto a más de un centenar de otras miniaturas
Mañana, a las 19.30, el Museo de Arte Contemporáneo Latinoamericano de La Plata - Macla (ubicado en el Pasaje Dardo Rocha, 50 entre 6 y 7) inaugurará BAM!, Internacional Bienal de Arte Miniatura.
Hasta el 31 de diciembre y con entrada libre y gratuita, el Macla tendrá en exposición (en las salas 2 y 3) una selección compuesta por 111 obras de las 580 presentadas originalmente en la BAM! de Quebec, pertenecientes a 283 artistas provenientes de 35 países.
La exposición. Los trabajos de BAM! componen un mosaico inédito de intereses sociales, políticos y estéticos, que se reflejan en las diferentes miradas aportadas por los participantes de la X Bienal. Entre ellas, una escultura en miniatura realizada en hielo –que se presenta el día de la inauguración– y tallas de madera, tan pequeñas que deben observarse a través de lupas y lentes especiales.
Para esta muestra se enviaron obras provenientes de Alemania, Argentina, Australia, Barbados, Bélgica, Bosnia - Herzegovina, Brasil, Canadá, Corea del Sur, Croacia, Ecuador, España, Estonia, Estados Unidos, Finlandia, Francia, Grecia, Hungría, India, Israel, Italia, Japón, Lituania, México, Noruega, Nueva Zelanda, Perú, Polonia, República Checa, Rumania, Reino Unido, Serbia, Eslovenia, Ucrania y Suiza.
A su vez, se exhibe en el Macla la sección especial llamada “Zoom”, dedicada al arte inuit de Nunavik, región del norte de la provincia de Quebec. Inuit es como se definen a sí mismos los esquimales canadienses, quienes poseen una importante cultura que se refleja en estas obras exhibidas por primera vez en nuestro país.
“Propusimos al Macla llevar los finalistas de la X Bienal y el integral del Zoom sobre el Nunavik”, había adelantado Jean-Jacques Lachapelle, director de la Salle Augustine Chenier (donde se desarrolló la Bam! de Quebec), luego de inaugurar allí la 10º edición de esta muestra internacional.
Y sobre el Zoom sobre el Nunavik, Jean-Jacques Lachapelle explicó que “esa invitación a los Inuits es nuestra propuesta actual de una pregunta sobre el arte contemporáneo: ¿puede existir en el círculo actual del arte, el reconocimiento de un arte colectivo? Es decir, una colectividad regional, que trabaja con otros paradigmas sobre el arte. Es, quizás, una pregunta sin repuesta”.
El Macla exhibirá una selección compuesta por 111 obras
01.12.2010 | 00.52 |
Obras de Crepault (izquierda) y Marcotte (derecha), que se podrán ver en el Macla junto a más de un centenar de otras miniaturas
Mañana, a las 19.30, el Museo de Arte Contemporáneo Latinoamericano de La Plata - Macla (ubicado en el Pasaje Dardo Rocha, 50 entre 6 y 7) inaugurará BAM!, Internacional Bienal de Arte Miniatura.
Hasta el 31 de diciembre y con entrada libre y gratuita, el Macla tendrá en exposición (en las salas 2 y 3) una selección compuesta por 111 obras de las 580 presentadas originalmente en la BAM! de Quebec, pertenecientes a 283 artistas provenientes de 35 países.
La exposición. Los trabajos de BAM! componen un mosaico inédito de intereses sociales, políticos y estéticos, que se reflejan en las diferentes miradas aportadas por los participantes de la X Bienal. Entre ellas, una escultura en miniatura realizada en hielo –que se presenta el día de la inauguración– y tallas de madera, tan pequeñas que deben observarse a través de lupas y lentes especiales.
Para esta muestra se enviaron obras provenientes de Alemania, Argentina, Australia, Barbados, Bélgica, Bosnia - Herzegovina, Brasil, Canadá, Corea del Sur, Croacia, Ecuador, España, Estonia, Estados Unidos, Finlandia, Francia, Grecia, Hungría, India, Israel, Italia, Japón, Lituania, México, Noruega, Nueva Zelanda, Perú, Polonia, República Checa, Rumania, Reino Unido, Serbia, Eslovenia, Ucrania y Suiza.
A su vez, se exhibe en el Macla la sección especial llamada “Zoom”, dedicada al arte inuit de Nunavik, región del norte de la provincia de Quebec. Inuit es como se definen a sí mismos los esquimales canadienses, quienes poseen una importante cultura que se refleja en estas obras exhibidas por primera vez en nuestro país.
“Propusimos al Macla llevar los finalistas de la X Bienal y el integral del Zoom sobre el Nunavik”, había adelantado Jean-Jacques Lachapelle, director de la Salle Augustine Chenier (donde se desarrolló la Bam! de Quebec), luego de inaugurar allí la 10º edición de esta muestra internacional.
Y sobre el Zoom sobre el Nunavik, Jean-Jacques Lachapelle explicó que “esa invitación a los Inuits es nuestra propuesta actual de una pregunta sobre el arte contemporáneo: ¿puede existir en el círculo actual del arte, el reconocimiento de un arte colectivo? Es decir, una colectividad regional, que trabaja con otros paradigmas sobre el arte. Es, quizás, una pregunta sin repuesta”.
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